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Saiba quais são os quatro pilares básicos para uma educação sustentável

 

Especialista destaca que normas usadas em outros setores da indústria também podem ser aplicadas na escola para alcançar padrão de qualidade

 

A experiência de três décadas em gestão de educação fez com que a economista e educadora chilena María-Teresa Lepeley, fundadora e presidente do Instituto Global de Qualidade em Educação, conseguisse desenvolver um sistema de avaliação e certificação da gestão de qualidade sustentável da educação, tema sobre o qual palestrou na Educar Educador e Bett Brasil 2014, na tarde desta quarta-feira (21).

“Ser professor é uma das profissões mais desafiadoras e gratificantes que existe. Afinal, ajudamos as pessoas a encontrarem seus talentos, colaborando com o desenvolvimento da sociedade local e globalmente e preparando os cidadãos para o futuro”, destaca. Diante de tanta responsabilidade, a qualidade do sistema educacional é essencial para que o conhecimento transmitido chegue da maneira necessária ao educando.

A educação na América Latina

María-Teresa diz que há normas e padrões usados em outros setores industriais que podem ser emprestados para a criação de um padrão de qualidade nas escolas e lembra que a qualidade da educação, na década passada, praticamente não evoluiu em toda a América Latina, mas o fez em países asiáticos.

“Em abril deste ano a Pearson divulgou a pesquisa ‘The Learning Curve’ que mostra os melhores sistemas educacionais do mundo e as quatro primeiras colocações são asiáticas, enquanto as quatro últimas, latino-americanas. Precisamos comparar os melhores para saber o que fazer e como nos aprimorar”, ela afirma. María-Teresa lembra que nos países em melhor colocação no ranking, o professor tem papel de destaque e há uma descentralização do sistema, onde a instituição tem obrigação de entregar resultados. “Nos sistemas centralizados e burocráticos da América Latina, evita-se que o professor assuma a responsabilidade. Ele não tem autonomia para mudar nada sozinho.”

Isso acontece, segundo a profissional chilena, porque viemos de uma Era Industrial na qual o material e o chefe estavam no topo da hierarquia. Atualmente, na Era do Conhecimento, as pessoas são a prioridade e há uma concorrência construtiva na qual todos se ajudam e todos têm uma mesma responsabilidade – o que ainda não foi plenamente assimilado nas sociedades latino-americanas.

“Nossas aulas têm de ser interessantes. Os alunos precisam usar o que aprendem hoje, lá na frente, no futuro. Por isso, temos que focar nas pessoas e na tomada de decisões para a melhoria continua de todas as organizações. A liderança participativa leva à melhora do emprego, do conhecimento afetivo e da recompensa financeira. Não há fraquezas, mas áreas a serem melhoradas.”

 

A educação sustentável


Por formar seres humanos, a educação sustentável deve seguir quatro pilares básicos, de acordo com a profissional:

– Ideias e inovação: a educadora diz que todos temos boas ideias, mas poucos têm persistência e consistência para seguir em frente com elas. Logo, temos que transmitir nossas ideias e a inovação é requisito básico para o crescimento.

– Colaboração, equipe e qualidade: porque os trabalhos que são feitos em grupos são melhores e mais duradouros.

– Avaliação permanente, instrumentos e desenvolvimento: é preciso conhecer os instrumentos usados para sua avaliação para melhorar.

– Tecnologia: são variadas e os alunos as dominam. María-Teresa propõe a formação de grupos com os alunos para que educadores e educandos se ajudem mutuamente e dividam o conhecimento.

“Desenvolvi um modelo que facilita a tomada de decisões. Ele é baseado em sete áreas de gestão, 45 elementos de avaliação e um ciclo de qualidade de medição de melhoramento chamado IPIEM. Acredito que os professores precisam ter suas necessidades atendidas para poder atender às dos alunos e a instituição deve ser um exemplo a ser seguido. Para isso, precisa de um padrão de qualidade.” Segundo ela, é por meio de instrumentos de avaliação em todas as áreas de gestão da escola e pela demonstração de resultados que a instituição pode alcançar o padrão de gestão de excelência educacional que almeja, pois “se há melhoria contínua, há qualidade”.

Esse modelo de gestão de María-Teresa Lapeley foi desenvolvido para ser utilizado nas instituições de ensino e ela estimula seu uso: “quem não tenta, não avança e não melhora”. O doutorando Figueiredo Kanjangue, de Angola, participou da palestra e achou interessante: “estudo gestão da educação e o modelo apresentado pela María-Teresa se aplica a qualquer instituição em qualquer parte do mundo. Podemos adaptar seu método para qualquer espaço geográfico e obter resultados”, afirmou.

A educadora chilena conclui destacando que sua fundação tem um processo de certificação que atesta a gestão de qualidade educacional em escolas de todo o mundo e convida os profissionais brasileiros a darem esse passo em direção à evolução do ensino.

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Fonte: Revista Educação-Educar 2014

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás