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Dia Nacional do Zumbi e da Consciência Negra

Pintura do Quilombo Palmares

Pintura do Quilombo dos Palmares

Hoje, 20 de novembro, é celebrado em todo o Brasil, o Dia Nacional do Zumbi e da Consciência Negra, o qual é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro em nossa sociedade. A semana dentro da qual está esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra, a qual o Sinpro Goiás apoia.

A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares (o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior do período colonial), em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar da resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro, em 1549.

Em homenagem a esse importante dia, compartilhamos esses lindos versos do saudoso Castro Alves.

 

SAUDAÇÃO A PALMARES 

Nos altos cerros erguido
Ninho dáguias atrevido,
Salve! – País do bandido!
Salve! – Pátria do jaguar!
Verde serra onde os palmares
– Como indianos cocares –
No azul dos colúmbios ares
Desfraldam-se em mole arfar! …

Salve! Região dos valentes
Onde os ecos estridentes
Mandam aos plainos trementes
Os gritos do caçador!
E ao longe os latidos soam…
E as trompas da caça atroam…
E os corvos negros revoam
Sobre o campo abrasador! …

Palmares! a ti meu grito!
A ti, barca de granito,
Que no soçobro infinito
Abriste a vela ao trovão.
E provocaste a rajada,
Solta a flâmula agitada
Aos uivos da marujada
Nas ondas da escravidão!

De bravos soberbo estádio,
Das liberdades paládio,
Pegaste o punho do gládio,
E olhaste rindo pra o val:
Descei de cada horizonte…
Senhores! Eis-me de fronte!
E riste… O riso de um monte!
E a ironia… de um chacal!…

Cantem Eunucos devassos
Dos reis os marmóreos paços;
E beijem os férreos laços,
Que não ousam sacudir …
Eu canto a beleza tua,
Caçadora seminua!…
Em cuja perna flutua
Ruiva a pele de um tapir.

Crioula! o teu seio escuro
Nunca deste ao beijo impuro!
Luzidio, firme, duro,
Guardaste pra um nobre amor.
Negra Diana selvagem,
Que escutas sob a ramagem
As vozes – que traz a aragem
Do teu rijo caçador! …

Salve, Amazona guerreira!
Que nas rochas da clareira,
– Aos urros da cachoeira –
Sabes bater e lutar…
Salve! – nos cerros erguido –
Ninho, onde em sono atrevido,
Dorme o condor… e o bandido!…
A liberdade… e o jaguar!