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Adilson Araújo: Desemprego entre negros e pardos comprova violento racismo institucional

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Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicada nesta sexta-feira (17), aponta que a taxa de desemprego entre negros e pardos ficou em 14,4% e 14,1%, respectivamente. Entre trabalhadores brancos a taxa de desemprego é de 9,5%.

A desigualdade também se aprofunda quando observamos os rendimentos dos segmentos estudados. Os trabalhadores negros e pardos recebem R$ 1.531, o que corresponde a 56% do rendimento médio dos brancos (R$ 2.757).

O estudo ainda indica que os pretos ou pardos representam 54,9% da população brasileira com 14 anos ou mais, alvo da pesquisa. Esse dados fazem parte de um detalhamento da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

O IBGE ainda apontou que no terceiro trimestre deste ano (Junho/Agosto) dos 13 milhões de brasileiros sem emprego, 8,3 milhões eram pretos ou pardos, um total de 63,7% do total.

Racismo institucional

“O estudo comprova que ainda temos um Brasil cheio de desigualdades e com um racismo institucional violento. Uma herança de desigualdade que carregamos desde a colonização do país”, problematizou o presidente da CTB, Adilson Araújo ao comentar a pesquisa.

Ele destacou que “tal herança tem como motor uma sociedade desigual que encarcera, ao invés de ofertar escolas; que mata, ao invés de propiciar horizonte de futuro”. E completou: “O racismo e a desigualdade no Brasil não é outra coisa senão uma questão de classe, que está aí desde os primórdios da sociedade e que se alimenta de um sistema perverso que exclui e condena grande parte da nossa sociedade”.

Adilson lembra que o cenário é ainda pior quando pensamos que agora vigora no Brasil uma reforma que precariza, mutila e mata. “A reforma trabalhista e sua emenda (MP 808/2017) se convertem em um estatuto da precarização, uma violência contra a classe trabalhadora, sobretudo os trabalhadores negros”, salientou.

Trabalho doméstico

O IBGE também mapeou o perfil dos trabalhadores e trabalhadoras domésticos. 66% destes empregados são pretos ou pardos.

A participação dos trabalhadores pretos e pardos também é superior a dos brancos na agropecuária, na construção, nos setores de alojamento, alimentação e no comércio.

Mercado informal

Com relação à formalidade e à informalidade, o mercado de trabalho para a população é desfavorável. A proporção de empregados pretos e pardos com carteira assinada é de 71,3%, inferior aos 75,3% registrados entre os brancos.

Na informalidade, muitos resolvem trabalhar por conta própria. Segundo o IBGE, um quarto (25,2%) de todos os trabalhadores pretos ou pardos atuava como vendedor ambulante no terceiro trimestre.

Um projeto que vença a desigualdade

“Os dados apresentados pelo IBGE nos chocam e mostram que há ainda muito para se fazer quando o assunto é superação das desigualdades. E entendemos que tal superação não tem outro caminho senão através de um projeto nacional que tenha por centro um crescimento com valorização do trabalho, geração de emprego e distribuição da renda”, afirmou o presidente da CTB.

Segundo ele, “a reforma trabalhista piorará ainda mais essa realidade, pois condenará milhões a uma realidade de subemprego e precarização. A luta seguirá não só contra as reformas, mas contra a cultura colonial que há séculos se entranha em nossa sociedade”.

 

Portal da CTB – Com informações do UOL