Marielle: Presente!
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Marielle: Presente!

 

Talvez, nenhum Estado da Federação reflita de maneira tão explícita as contradições do Golpe de Estado de 2016 e o aprofundamento do Estado de Exceção, como o Rio de Janeiro. Trata-se de uma síntese das trágicas contradições da vida cotidiana, na qual a população carioca encontra-se submetida: a criminalização da pobreza; a higienização da cidade; a expulsão dos pobres para as regiões periféricas; a militarização da vida social; e, ao extermínio da população pobre e negra. Assim, o brutal assassinato político da vereadora Marielle Franco (PSOL), e colateralmente de Anderson Gomes, caracteriza-se por ser a síntese da tragédia cotidiana dessa população, em especial dos negros e negras controlados(as), coagidoa(as) e exterminados(as), por uma corporação militar extremamente violenta e com a conivência de um judiciário corrupto e a serviço das elites.

O assassinato político de Marielle é um símbolo do exclusivismo político das classes dominantes brasileiras, que não admitem, em hipótese alguma, qualquer tipo de participação das classes trabalhadoras nos processos decisórios. Não por acaso, desde o Golpe de Estado de 2016 dezenas de lideranças populares foram assassinadas em todas as regiões do País. Mas o assassinato de Marielle tem uma particularidade: o atual script da sociedade de classes no Brasil não aceita Marielles como figuras públicas na condição de mulher, negra, favelada, com orientação homoafetiva, eleita vereadora com mais de 45 mil votos, em uma das cidades mais importantes da federação.

Em um cenário de Golpe de Estado, intervenção militar, milicianos, Bolsonaros, Crivellas e “balas perdidas”, Marielle soube se afirmar contra os abusos cometidos por uma corporação militar, promovendo o bom combate em prol dos direitos humanos, sem reproduzir os interesses mesquinhos, casuístas e obscuros que predominam no sistema político liberal-representativo brasileiro. O seu assassinato político deve converter-se em alento para as classes trabalhadoras e demais classes subalternas, a partir da qual se abra, pela via da ocupação das ruas, a democratização do país.

 

Marielle presente! Um luta de uma pessoa que virou de milhões!

 

 

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