O analfabetismo de jovens e adultos vem sendo reduzido no Brasil – passou de 11,5% em 2004 para 8,7% em 2012 segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios 2012 (Pnad), divulgada na sexta-feira (27/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa redução é ainda mais intensa no Norte e Nordeste, onde estão localizados os maiores índices de analfabetismo do país. Na faixa de 15 a 19 anos, a Pnad de 2012 registra taxa de analfabetismo de 1,2%, muito inferior à média geral, o que demonstra a efetividade das políticas em curso para a educação básica.
Ao longo da última década, o Ministério da Educação (MEC) construiu uma política sistêmica de enfrentamento do analfabetismo. O programa Brasil Alfabetizado é uma ação do governo federal desenvolvida em colaboração com estados, Distrito Federal e municípios.
O programa garante recursos suplementares para a formação dos alfabetizadores; aquisição e produção de material pedagógico; alimentação escolar e transporte dos alfabetizandos. Prevê, ainda, bolsas para alfabetizadores e coordenadores voluntários do programa.
Entre 2008 e 2012, 6,7 milhões de jovens e adultos foram beneficiados pelo Brasil Alfabetizado, o que representou investimento de R$ 1,4 bilhão.
Já em outras faixas etárias, o analfabetismo parou de cair em 2012 e se manteve estável na comparação com 2011, ao passar de 8,6%, (12,9 milhões de pessoas) para 8,7% (13,2 milhões de pessoas). A taxa de analfabetos, pessoas que não sabem ler e escrever um recado simples, vinha caindo desde 2004.
A gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, disse que o fenômeno precisa ser estudado. O aumento ocorreu nas regiões Nordeste (16,9% para 17,4%) e Centro-Oeste (6,3% para 6,7%), entre as pessoas de 40 a 59 anos, que passou de 9,6% para 9,8%, e influenciou a estabilidade da taxa.
“As taxas de analfabetismo entre as populações mais velhas são muito altas, cerca de 30%, enquanto entre a população mais jovem são pequenas. A população vai se escolarizando, a tendência é que o analfabetismo caia. Então, ante a estabilidade ou elevação de 0,1 ponto percentual, precisamos entender melhor o que aconteceu”, comentou ela.
O Nordeste concentrava, em 2012, 54% dos analfabetos de 15 anos ou mais de idade. Entretanto, nos últimos oito anos, foi no Nordeste onde a queda foi mais elevada (de 22,5% para 14,4%). Entre 2011 e 2012, o percentual caiu nas regiões Sul (4,9% para 4,4%) e Norte (10,2% para 10%).
O analfabetismo funcional, que reúne as pessoas com até quatro anos de estudo, entre a população de 15 anos ou mais de idade, caiu de 20,4% para 18,3%. Entre os maiores de 25 anos, o percentual caiu de 15,1% para 11,9% de 2011 para 2012, um contingente de 3,4 milhões de pessoas. Os maiores índices de analfabetos funcionais estão no Norte e no Nordeste, mas o contingente diminuiu em todos os estados, com destaque para a região Norte que teve redução de 3,4 pontos percentuais.
A pesquisa mostra que a escolaridade aumentou no período estudado. Houve crescimento do número de pessoas com nível fundamental incompleto ou equivalente, que aumentou de 31,5% para 33,5%, e que compreende a maioria da população brasileira. A proporção de pessoas com mais de 25 anos sem instrução e com menos de um ano de estudo caiu de 15,1% para 11,9%. As pessoas com nível superior completo aumentou de 11,4% para 12%. Foram 14,2 milhões de pessoas concluindo a faculdade no ano passado, aumento de 6,5% ante 2011.
A taxa de escolarização das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade ficou estável, 98,2% no ano passado e em 2011. Entre os jovens de 15 a 17 anos, houve aumento da taxa, que passou de 83,7% para 84,2%. A média nacional de pessoas de 18 a 24 anos escolarizadas ficou em 29,4%, sendo as regiões Norte e Centro-Oeste as que concentravam os maiores números em 2012.
Os anos de estudos aumentaram, passando de 7,3 anos para 7,5 anos, entre pessoas de 10 anos ou mais de idade.
Fonte: Portal Vermelho, com informações da Agência Brasil e do Ministério da Educação.