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Presidente do Sinpro Goiás participa do 4° Seminário Unificado de Imprensa Sindical

A atual conjuntura política brasileira e sua relação com a pauta da democratização da comunicação e do fortalecimentos das mídias alternativas. Essa foi, em resumo, a temática ontem (13) do primeiro dia do 4° Seminário Unificado de Imprensa Sindical, do qual a Contee participa até o próximo sábado (15), representada pelo coordenador da Secretaria de Comunicação Social e Presidente do Sinpro Goiás, Alan Francisco de Carvalho, e pela jornalista e assessora de comunicação da Confederação, Táscia Souza.

 

A manhã de quinta foi dedicada a uma reflexão sobre a situação dos trabalhadores frente aos atuais acontecimentos. Na mesa de abertura, o professor do departamento de Economia e Ralações Internacionais da UFSC e presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos, Nildo Ouriques, fez uma análise do ajuste fiscal e dos prejuízos à classe trabalhadora. Afiado, Ouriques não poupou críticas ao papel desempenhado pela própria esquerda nos últimos anos — incluindo o que chamou de “petucanismo” — e sua responsabilidade sobre o momento pelo qual passa o Brasil hoje. “Não foi Dilma ou Lula que fracassaram. Foi toda uma via de transformação”, afirmou. E esse fracasso, segundo ele, deriva de uma “consciência ingênua” da militância e só pode ser combatido a partir da reversão dessa ingenuidade e sua conversão em consciência crítica. Para tanto, diante de uma plateia formada majoritariamente por jornalistas, ele frisou a necessidade de “trabalhadores de imprensa intelectualmente potentes”.

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A discussão foi seguida pelo debate sobre os desafios da classe trabalhadora diante do novo momento político do país. A segunda mesa do seminário contou com a participação de dirigentes de quatro centrais sindicais: Paulo Barela, da CSP-Conlutas; Sérgio Luiz Leite, da Força Sindical; Daniel Mittelbach, da CUT; e Edson Carneiro da Silva (Índio), da Intersindical. Embora tenham apresentado visões distintas acerca da narrativa do golpe, os quatro concordaram que há uma ofensiva do capital sobre os direitos e os trabalhadores em todo o mundo e que o caso brasileiro exige unidade de luta, não apenas para responder aos ataques do governo ilegítimo, mas também para desfazer a própria desconfiança do povo no movimento sindical. Para tanto, também foi consenso entre os dirigentes das quatro centrais de que a discussão da comunicação é fundamental.

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Democratize já!

Justamente por ser fundamental é que a pauta da democratização foi o assunto de toda a tarde desta quinta-feira, juntamente com o empoderamento popular através da mídia alternativa. Sobre a democratização da comunicação e o falso discurso da censura, o jornalista Gustavo Gindre (que é mestre em Comunicação e Cultura, integrante do coletivo Intervozes e especialista em regulação do audiovisual lotado na Ancine) desmistificou a ideia de que regulação da mídia e censura são sinônimas. “Sempre haverá regulação. Todos os editores, todas as empresas de comunicação regulam seus conteúdos, decidem o que vai ser publicado ou não. A diferença é que fazem isso de forma privada e não de forma pública, algo que não poderia acontecer já que, no caso de rádio e TV, estamos falando de concessões públicas. E, se exploram bens públicos, não poderiam nunca tratar disso na esfera privada.”

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Gindre destacou que é preciso estabelecer limites às propriedades dos meios de comunicação e garantir produção regional de conteúdo. “O brasileiro não se vê representado nos meios de comunicação”, observou. Sobre países que adotam legislações reguladoras da mídia, ele citou exemplos como Estados Unidos, Suécia, Inglaterra e França. “Notem que estou usando como exemplo as democracias liberais burguesas, para que ninguém acuse esse discurso de ser comunista e bolivariano. Caminhar para isso no Brasil, para o que esses países fizeram, já significa enfrentar o oligopólio privado dos meios de comunicação.” Embora otimista sobre o crescimento dessa consciência hoje, Gindre, assim como Nildo Ouriques, não deixou de tecer críticas aos movimentos sociais e aos governos de esquerda por não terem enfrentado esse problema como deveriam. “Não adianta dizermos hoje que a mídia é golpista. Ela já é golpista na sua trajetória como um todo e a gente não tratou disso. E agora não dá mais para não falar disso porque, em última instância, estamos falando de democracia no Brasil.”

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À fala de Gustavo Gindre se seguiram as exposições de formas independentes de jornalismo e suas respectivas experiências. A mesa foi formada por Marina Dias, coordenadora de comunicação da Agência Pública; Pedro Carrano, coordenador do jornal Brasil de Fato no Paraná; Clarissa Peixoto, jornalista do Portal Catarinas; e Paula Padilha, editora do portal Terra Sem Males. A despeito das diferentes propostas e frentes de trabalho, o desafio comum a todos é a questão do financiamento dessas mídias alternativas, seja por meio de crowdfundings ou até mesmo, como no caso da Pública, do patrocínio de grandes fundações.

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Ao fim do dia, o diretor da Contee e presidente do Sinpro Goiás, Alan Francisco de Carvalho, participou ainda de uma reunião organizativa do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Todos os tópicos debatidos ao longo do dia se casam perfeitamente com o tema que será discutido nesta sexta-feira (14) e que tratará de maneira específica da atuação dos movimentos sociais e do jornalismo sindical.

 

Por Táscia Souza (Contee)

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Sinpro Goiás assina convênio com Studium L’ Essence

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O presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás Prof. Alan Francisco de Carvalho recebeu nesta segunda-feira, 10/10 a proprietária do Studium L’ Essence Instituto de Beleza, Angela Moraes onde assinaram convênio com descontos para associados(as) e dependentes.

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Na apresentação da carteirinha de filiado(a) atualizada e documentos de identidade, associados(as) terão 10% (dez por cento) de desconto em escovas, manicure e pedicure e 02% (dois por cento) de desconto nos serviços de química e corte.

 

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O Studium L’ Essence fica na Av. Cora Coralina, nº 51, sala 02 – Setor Sul. Os telefones de contato são: 3087- 2377 ou 98116-2377.

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Geral

MIT, DOS EUA, CONQUISTA 1º LUGAR PELO QUINTO ANO CONSECUTIVO NO RANKING QS 2016

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O famoso Massachusetts Institute of Technology (MIT) conquistou o topo do QS World University Ranking, renomado ranking universitário mundial, pelo quinto ano consecutivo. Os Estados Unidos continuam a dominar a lista com Stanford University e Harvard completando as três primeiras posições, além de mais oito instituições no top 20.

O ano não foi muito bom para o Reino Unido, que teve uma queda em seu desempenho geral: 38 das 48 instituições britânicas entre as 400 melhores do mundo caíram de posição, inclusive a Universidade de Cambridge que pela primeira vez na última década não conseguiu um lugar nas três primeiras posições do ranking.

Segundo o Diretor de Pesquisa do QS, Ben Sowter, o desempenho e a reputação das instituições de ensino superior do Reino Unido podem ter sido afetados pela saída do país da União Europeia, criando um clima de “anti-imigração” e também de incerteza em relação ao financiamento de pesquisa e permanência de estrangeiros no país após os estudos.

A Austrália e o Canadá tiveram um desempenho semelhante e positivo: aparecem com uma instituição a mais em relação ao ranking de 2015, totalizando nove colocadas cada entre as 200 melhores do mundo.

Brasil

Entre as instituições brasileiras, a Universidade de São Paulo (USP) não só conseguiu a melhor posição como também o seu melhor resultado em 13 edições do QS. Ela ficou na 120ª posição e em segundo lugar na América Latina, perdendo apenas para a Universidade de Buenos Aires (UBA). Além da USP, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro também aparecem no top 400, respectivamente em 191º e 321º lugar.

 

Destaques:

  • Pela primeira vez desde 2004, os Estados Unidos conseguiram dominar os três primeiros lugares do ranking QS;
  • A Coreia do Sul melhorou significativamente o seu desempenho, passando de 13 para 16 instituições no top 500;
  • A China continua a progredir, com a Tsinghua University atingindo a sua melhor posição em 24ª;
  • A National University of Singapore (NUS), de Singapura, continua no posto de melhor universidade da Ásia em 12º lugar;
  • A Universidade de Buenos Aires é a única instituição da América Latina entre as 100 melhores do mundo, na 85ª posição.

Sobre o QS World University Ranking:

  • 74.651 acadêmicos e 37.781 empregadores contribuíram para os resultados do ranking;
  • Mais de 3.800 instituições foram consideradas este ano e 916 conseguiram uma colocação (25 a mais do que em 2015);
  • 10,3 milhões de trabalhos científicos foram analisados e 66,3 milhões de citações foram levadas em consideração.

 

As 20 melhores universidades do mundo segundo o QS World University Ranking 2016/17

2016 2015 UNIVERSIDADE PAÍS
 1 1 Massachusetts Institute of Technology EUA
 2 3= Stanford University EUA
 3  2 Harvard University EUA
 4 3= University of Cambridge Reino Unido
5 5 California Institute of Technology EUA
6 6 Oxford University Reino Unido
7 7 University College London Reino Unido
8 9 ETH Zurich Suíça
9 8 Imperial College London Reino Unido
10 10 University of Chicago EUA
11 11 Princeton University EUA
12 12 National University of Singapore Singapura
13 13 Nanyang Technical University Singapura
14 14 EPFL Suíça
15 15 Yale University EUA
16 17 Cornell University EUA
17 16 Johns Hopkins University EUA
18 18 University of Pennsylvania EUA
19 21 University of Edinburgh Reino Unido
20 22 Columbia University EUA

 

 

 

Fonte: Brasil Escola

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Com 92,55% dos votos chapa “Juntos podemos mais” é eleita nas eleições do Sinpro Goiás

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Após apuração dos votos das eleições para a nova gestão 2016/2020 do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás a chapa, “Juntos Podemos Mais” foi eleita com 92,55% dos votos válidos. Do total de 1623, a chapa liderada pelo Prof. Railton Nascimento Souza obteve 1502 votos, 6,59% foram brancos e 0,86% nulos.

Os docentes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) também elegeram os professores, Goiaz do Araguaia Leite com 157 votos, Mardônio Pereira da Silva com 143 votos, Maria Aparecida Rodrigues com 124 votos e Rodrigo Mariano da Silva com 112 votos, para o mandato de delegados sindicais a ser cumprido no mesmo período administrado pela nova diretoria. A posse ocorrerá dia 20 de outubro de 2016.

 

Veja  abaixo quais são os componentes da Chapa:
MEMBROS EFETIVOS                                  MEMBROS SUPLENTES

 

Raílton Nascimento Souza                             Rosilayne dos S. C. Silva

Orlando Lisita Junior                                      Genésio Carlos Zaffalon

Orestes dos Reis Souto                                  Marcelo Henrique Junta

Alan Francisco de Carvalho                            Fábio Geraldo Araújo

Geraldo Profírio Pessoa                                 Luciano Alvarenga Montalvão

Willian Mendes Costa                                    Sônia Maria Ribeiro dos Santos

Zilmarina Camilo de Oliveira                         Joniana Soares de Araújo

 

CONSELHO FISCAL

MEMBROS EFETIVOS                                 MEMBROS SUPLENTES

Manoel da Silva Álvares                              Paulo Henrique Faria Nunes

Nivaldo dos Santos                                      João Batista Valverde Oliveira

Nárdia de Castro C. Balby                          Edmilson da Silva Alves

 

DELEGAÇÃO CONFEDERATIVA

MEMBROS EFETIVOS                                                   MEMBROS SUPLENTES

Luiz Humberto R. Sales                                     Raimundo Domingos de Moraes

Ailma Maria  de Oliveira                                    Fernanda de Paula Ferreira Moi

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Brasil vai entrar numa época de manifestações sindicais e sociais

O projeto de reforma trabalhista sinalizado pelo atual governo brasileiro é uma “imposição dos interesses financeiros que comandam a economia do país”, aponta Ricardo Antunes, professor de Sociologia do Trabalho da Unicamp e autor de diversos livros sobre o tema, entre eles “Sentidos do Trabalho”, publicado no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos, na Inglaterra, Holanda, Itália, Portugal e Índia; e “Adeus ao trabalho?”, editado no Brasil, na Argentina, Venezuela, Colômbia, Espanha e Itália.

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“Período que vai de 2016 a 2018 será uma sucessão amplificada e articulada de crises”, afirma Ricardo Antunes

“O cenário que vamos ter nos próximos dois trimestres é desalentador, e vai fazer com que o movimento sindical e os movimentos sociais lutem ardorosamente.”

A repercussão do trabalho de Antunes em países do mundo inteiro permitiu ao professor debater e analisar tendências globais do mercado de trabalho. Em entrevista por telefone ao Jornal do Brasil na noite de quarta-feira (31), Antunes traçou o caminho que o mercado de trabalho tem seguido no mundo, como os trabalhadores têm procurado se organizar para lidar com novos cenários e fez uma leitura da situação brasileira em meio à crise política e econômica.

“Nós vamos entrar numa época de confrontação social, de manifestações sindicais e sociais”, destacou Antunes na entrevista. “O período que vai de 2016 a 2018 será uma sucessão amplificada e articulada de crises sociais e crises políticas.”

Na ocasião de sua posse, o presidente Michel Temer destacou que vai “modernizar as leis trabalhistas, para garantir os atuais e gerar novos empregos”. Para Antunes, tal modernização abre caminho para uma série de mudanças “profundamente destrutivas” para a classe trabalhadora.

“Estamos no pior momento. Governo nenhum que destrói direitos diz que vai destruir direitos”, ressalta Antunes. “Se o governo dissesse ‘eu vou devastar’, ‘eu vou fazer uma verdadeira devastação social’ ele teria o repúdio. Então, a grande alquimia, a falácia que é profunda falsidade, é dizer que eu vou criar direitos destruindo direitos.”

Antunes acredita, contudo, que tais medidas “não são inevitáveis”: “O movimento sindical pode impedi-las, os movimentos sociais podem impedi-las”.

Confira a entrevista, na íntegra: 

Jornal do Brasil – Na semana passada, o então presidente interino defendeu a proposta de reforma trabalhista, com o argumento de que a intenção não seria retirar direitos, mas manter empregos. Ele também informou que deveria enviar a proposta de reforma trabalhista e de regulamentação do processo de terceirização ao Congresso até o final deste ano. Hoje [quarta-feira], prometeu “modernizar as leis trabalhistas”, “para garantir os atuais e gerar novos empregos”. No ano passado, quando conversamos, o senhor reforçou que o projeto de terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados geraria escravos modernos, e que era imperioso derrotá-lo. Onde estamos agora?

Ricardo Antunes – Estamos no pior momento. Governo nenhum que destrói direitos diz que vai destruir direitos. Nós acabamos de ver, por exemplo, na França, o governo de [François] Hollande iniciar um processo de destruição de uma parcela importante dos direitos do trabalho, dizendo que não ia destruir direitos.

A vitória parlamentar que consolida o ‘golpe’, no sentido parlamentar do termo, que hoje [na quarta-feira] se consolidou impeachmando o governo Dilma, abre caminho para uma série de mudanças que são profundamente destrutivas em relação à classe trabalhadora. Isto é muito importante que se tenha claro.

Primeiro ponto, o preceito, o princípio fundamental do governo Temer é o princípio do “negociado sobre o legislado”. O projeto “Ponte para o Futuro”, que na verdade é um atalho para o abismo social, diz que vai haver negociado sobre o legislado sem a perda de direitos. Só que é impossível estabelecer o primado negociado sobre legislado que não seja para reduzir direitos. A ideia do governo não é estabelecer o negociado sobre o legislado para avançar nos direitos, é para reduzir os salários, é para flexibilizar a jornada de trabalho, é para intensificar o banco de horas, é para fazer com que haja redução da jornada com redução do salário.

Então, é evidente que esse preceito do negociado sobre o legislado enfraquece o conjunto da classe trabalhadora e traz a corrosão dos direitos. Ainda nos sindicatos que têm alguma força, a perda será menor, mas será perda. Não há negociado sobre legislado em condição de crise que beneficie a classe trabalhadora.

Mas você imagina, com o conjunto de sindicatos do país inteiro que tem menor força organizativa, é óbvio que a ideia é reduzir direitos que foram adquiridos desde a CLT. Nenhum governo vai dizer abertamente, ainda mais um governo conservador e sem legitimidade, porque resulta de, digamos, um rearranjo, em que o programa que ele quer implementar não tem o respaldo das urnas.

O resultado disso é que, junto com o negociado sobre o legislado, vem a ideia de avançar na terceirização do trabalho. A terceirização do trabalho é também dita pelo governo como um caminho para criar empregos, mas isso é de uma falsidade enorme.

Alguém pode dizer, “mas, professor, existem hoje 12 milhões de terceirizados no Brasil, são 12 milhões de empregos”. Um número significativo de trabalhadores hoje é terceirizado — homens e mulheres terceirizados –, só que os trabalhadores terceirizados e as trabalhadoras terceirizadas trabalham em média mais horas semanais do que os trabalhadores regulados pela CLT. Se eles trabalham mais horas e recebem menos, onde existem três ou quatro trabalhadores ou trabalhadoras celetistas, eles vão ser substituídos por três ou dois trabalhadores ou trabalhadoras terceirizados.

Basta um pouco de aritmética e de matemática para saber que onde um número x de trabalhadores realizava um certo tipo de trabalho, agora esse mesmo trabalho, essa mesma atividade será realizada por um número inferior. Ou seja, a terceirização desemprega. Ela não emprega. Ela empregou 12 milhões, mas ela desempregou 15 ou 16 milhões, em condições mais adversas, porque os salários são significativamente menores e em condições de trabalho que frequentemente burlam a legislação do trabalho.

O resultado desse desenho, dessa propositura do governo é destruir a CLT. E o que significa destruir a CLT? É destruir o que a classe trabalhadora considera como sendo a sua Constituição, porque desde a sua implementação em 1943 que ela desenhou um conjunto de direitos sociais do trabalho.

O IBGE publicou que nós já estamos com 11,6% de desemprego, que significam 11,8 milhões trabalhadores e trabalhadoras sem emprego. E esses dados minimizam, porque nós sabemos que um trabalhador ou uma trabalhadora que em certo período não procura mais emprego, porque não encontra emprego, some das estatísticas como desempregado. E por que ele não procura emprego? Porque é muito caro, trabalhoso, árduo e difícil procurar emprego por dois, três, quatro, cinco dias. Você precisa de dinheiro para sair, pagar a condução, alimentar-se, no final do dia você volta de uma jornada extenuante sem nenhuma resposta positiva. Um mês depois o trabalhador desiste, porque ele percebe que não há portas abertas. E ele some da estatística como desempregado. O mesmo vale para quem trabalha algumas horas por semana. Quem lava carros algumas horas por semana não está empregado. Há uma massa enorme de desempregados e subempregados que as estatísticas não contemplam.

Por isso o projeto é nefasto, e ele é uma imposição dos interesses financeiros que comandam a economia do país. Isso atinge bancários, metalúrgicos, trabalhadores de call center, jornalistas, professores, o conjunto de trabalhos acaba tendo como resultante o enfraquecimento.

Agora, se o governo dissesse “eu vou devastar”, “eu vou fazer uma verdadeira devastação social”, ele teria o repúdio. Então, a grande alquimia, a falácia, que é profunda falsidade, é dizer que eu vou criar direitos destruindo direitos. É disto que se trata.

Não há nenhuma pesquisa séria, rigorosa, com critério científico, realizada nas universidades, que demonstre vantagens para a terceirização. Quem defende que a terceirização é vantajosa é a Febraban, são as federações das indústrias, etc.

Não é por acaso que, algumas semanas atrás, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias fez o absurdo de propor que a classe trabalhadora brasileira pudesse ter uma jornada de até 80 horas por semana, dizendo, um erro grotesco, que assim já era até na França. Quer dizer, é um erro crasso, porque a França é um país que, digamos assim, ainda que o governo Hollande esteja tentando destruir parte desses direitos, os trabalhadores franceses, com a trajetória que têm, consolidaram direitos e, segundo, mostra até onde pode chegar o sonho de setores do empresariado industrial que querem isto que eu disse na entrevista [anterior ao JB] e que é inteiramente atual: recuperar formas de escravidão moderna de trabalho. Nem na escravidão os trabalhadores trabalhavam 80 horas por semana, para que se tenha uma ideia do absurdo.

Depois nós sabemos que o presidente da CNI negou a fala, mas a fala está gravada, foi citada pela grande imprensa, certamente a grande imprensa não inventou, foi um descuido do presidente, que mostra até onde é capaz de avançar o imaginário empresarial.

Por fim, os jornais de hoje [quarta-feira] mostram também que até o número de trabalhadores autônomos, os chamados “empreendedores”, recuou neste último trimestre porque o desemprego não só atingiu o emprego formal como também estão sendo fechadas atividades pequenas, criadas por esses trabalhadores que acreditaram no chamado “empreendedorismo”, percebendo que é muito mais difícil num contexto de crise sobreviver. E a média salarial também se reduziu neste último trimestre.

Este é o cenário, portanto, muito desfavorável para a classe trabalhadora.

Jornal do Brasil – Como o professor analisa o argumento que diz que é preciso reformar as relações de trabalho porque a CLT é velha e porque seria preciso reduzir os custos da produção para alavancar a economia?

Ricardo Antunes – Coloco esta fala exatamente como a fala do Consenso de Washington no início dos anos 1990, quando dizia “é preciso privatizar tudo, é preciso desregulamentar tudo para que haja crescimento e expansão”, e nós só temos destruição, só temos maior desemprego, maior empobrecimento da população. Porque exatamente onde esse sistema se expandiu, mais ele destruiu.

Vou dar um exemplo, que é emblemático. Existe na Inglaterra, já há um certo tempo, um sistema de contratos chamado zero hour contract, contrato de zero hora. Ele vale para trabalhadores de cuidados, o chamado care em inglês, enfermeiros, médicos, jornalistas, transportadores de passageiros, eletricistas, etc., é uma gama de atividades. Como funciona? O trabalhador ou a trabalhadora tem contrato de zero hora, o que significa que ele não tem uma jornada fixa, mas tem que ficar à disposição dos chamados. Se num dia ele não recebe nenhum chamado, ele não tem trabalho, no segundo dia ele não recebe nenhum chamado, ele também não tem nenhum trabalho, no terceiro, quase terminando as 72 horas que ele está esperando, ele recebe um chamado, e ele simplesmente vai receber por este chamado que ele fez.

Vejamos, um médico vai atender uma família de pacientes, tem lá um aplicativo que vai receber por este atendimento, e ao mesmo tempo o aplicativo, ou seja, a empresa que detém o controle do seu trabalho — McDonald’s e tantas outras empresas usam amplamente esse sistema na Inglaterra, grandes empresas –, o que vai acontecer é que ele vai receber pelo horário que trabalhou, só que ele está há 72 horas disponível e recebe, digamos, se o seu trabalho durou uma hora, uma hora de trabalho.

Isso, evidentemente, é exemplo cabal da brutalidade das novas modalidades de trabalho que consideram os trabalhadores qualificados, tendo a disponibilidade total pro trabalho, só percebendo remuneração quando efetivamente trabalham. Isto se facilitou muito pelo mundo do trabalho digital, online, que faz com que trabalhadores assalariados e assalariadas das tecnologias da informação, e de tantos outros setores, munidos de um celular, estejam em disponibilidade eterna para o trabalho, ainda que essa disponibilidade eterna para o trabalho tenha como resultado uma remuneração precária e frequentemente insuficiente.

Os empresários dizem “ora, mas ele aceita o trabalho zero hora se ele quiser”. É verdade. Mas por que ele aceita? Porque não tem outro trabalho. O trabalhador, quando está desempregado, aceita um trabalho em que receba alguma coisa, num sentido cada vez mais degradante. E essa realidade é impulsionada pela terceirização, ela é impulsionada por essas regras de uma flexibilização total do mercado de trabalho.

No Reino Unido, já chega à casa de 1 milhão de trabalhadores. O problema é forte, e tem um debate intenso inclusive nos sindicatos porque é uma forma de escravidão moderna do trabalho online. Se você combinasse esse trabalho online com a precarização dos trabalhos offline, do trabalho manual, dos trabalhos, digamos, mais braçais, os trabalhos de vários setores de serviços que também são online mas muito duros como trabalho de call center, o quadro é bastante negativo no que diz respeito ao mundo do trabalho.

No Brasil, nós já temos esse contrato [de zero hora]. Há médicos fazendo isso. Se você liga para pedir um eletricista para cuidar da sua casa, a companhia de seguro chama o trabalho de um contrato de zero hora. Ele presta esse trabalho, recebe por isto e fica chamando outro chamado. Se tem, tem. Se não tem, não tem.

O Uber é outro caso similar. Eu fui conhecer o sistema de Uber outro dia, conversando com um motorista. Ele era veterinário que simplesmente tinha perdido o seu trabalho na clínica veterinária e, como ele tinha um carro, tinha a alternativa de utilizar-se do automóvel para atender chamados de modo que ele pudesse não ficar desempregado e pagar as contas. Esta é uma tendência que, se o PLC 30/2015 [conhecido como projeto de terceirização], que está hoje no Senado, for aprovado e permitir o fim da separação entre a atividade-meio e a atividade-fim, e a consequente permissão da terceirização total, nós estamos abrindo todas as portas para uma desregulamentação geral do trabalho.

Jornal do Brasil – Como fica a ação sindical neste contexto?

Ricardo Antunes – São dois elementos importantes. Primeiro, onde há resistência sindical, os empresários não conseguem implementar [reformas] com esta intensidade. Por exemplo, a França, que tem tradição de luta sindical, a Alemanha, que também tem sindicatos fortes, etc., consegue segurar e impedir a intensidade dessas medidas de desregulamentação do trabalho. Na Inglaterra, pelo contrário, onde o neoliberalismo foi devastador, muitos sindicatos foram profundamente atingidos. Nos Estados Unidos e em outros países, todos eles são neoliberais, mas alguns são mais devastadoramente neoliberais, como inclusive foi o caso do neoliberalismo inglês, um verdadeiro laboratório do neoliberalismo na Europa, mais agressivo, com Margaret Thatcher, depois com John Major.

Onde os sindicatos são mais fortes, a resistência é maior. Agora, a defesa dessas medidas [do governo no Brasil] é antissindical, é diminuir a solidariedade entre os trabalhadores, é criar situações, onde, digamos, não consigam preservar os laços de solidariedade. Porque, a terceirização é uma contratação entre empresas, a contratante e a contratada, no qual a empresa contratada vai oferecer os trabalhadores que são solicitados pela empresa contratante. Então não há um vinculo empregatício entre a empresa e os trabalhadores que trabalham nela. Isto permite toda a gama de burla, fraude de direitos e dificulta a organização sindical, na medida em que você tem uma tendência à individualização das relações de trabalho.

O PJ, a “pejotização”, é a ideia de converter o trabalhador ou a trabalhadora como pessoa jurídica e estabelecer o contrato de prestação de serviços. Quando ele adoece, por exemplo, se ele não tiver bom sistema privado de saúde, não tem sequer recursos para poder ter um atendimento de saúde. E essa pulverização, esta individualização, este exacerbar do individualismo e das relações individualizadas entre empresa terceirizada e trabalhadores, tudo isso tende a enfraquecer bastante a organização sindical.

É vital, portanto, que os sindicatos compreendam isso. Para fazer um paralelo, do século 19 para o século 20, quando as empresas deixaram de ser empresas mais tradicionais, empresas de origem anteriormente manufatureira que se tornaram grandes empresas industriais, os sindicatos deixaram de ser sindicatos de artesãos, e tiveram que criar o sindicato da grande indústria. Hoje os sindicatos estão vivendo um desafio assemelhado ainda mais profundo.

Em vez de grandes empresas tayloristas e fordistas do século 20, que magistralmente o Chaplin caricaturou na sua obra-prima “Os tempos modernos”, hoje esta ideia de que cada um deve ter uma relação de trabalho com uma empresa que contrata, sem a mediação do coletivo, vai obrigar os sindicatos a reconfigurar, a redesenhar, as formas de organização sindical. Isso não levará, no meu entendimento, ao fim dos sindicatos, mas leva a uma necessidade imperiosa de os sindicatos se reorganizarem.

Por exemplo, no passado, tínhamos sindicatos das telefonistas que eram fortes, no Rio tinha-se a empresa estatal de telefonia, a qual correspondia o Sindicato dos Trabalhadores Telefônicos do Rio de Janeiro, assim valia para São Paulo e para outros estados sucessivamente. Com a criação exponencial do trabalho online, do chamado trabalho digital das teleoperadoras — 70% do contingente é feminino no Brasil, com esse trabalho das teleoperadoras, online, digitalizado, nasceu uma categoria, que é a dos trabalhadores e trabalhadoras de Telemarketing. Muito diferente do antigo trabalho do sistema de telefonia pública que existia nos vários estados do Brasil nos anos 1960/1970. Isso está obrigando a que ou sindicatos reelaborem e compreendam essa nova forma de ser, essa nova morfologia do trabalho, ou está dando nascimento de novos sindicatos que já estão tratando como realidade.

Você sabe que muitas trabalhadoras do telemarketing estão isoladas umas das outras, há muita rotatividade, muita informalidade, isso tudo é uma via que dificulta os sindicatos. Os sindicatos são obrigados a repensar, a compreender essa nova morfologia do trabalho e como é possível representá-las com autenticidade, com sentido de classe, e voltado para os reais interesses das categorias que os sindicatos representam. É por certo o desafio vital, um desafio global.

Se você vai à China, se você vai à Índia, à Inglaterra, se vamos aos Estados Unidos, à França, Itália — tenho viajado para todos esses países, tenho tido a sorte de meus livros terem sido publicados em todos esses países que eu me referi –, essa realidade é global, e os sindicatos também sofrem um desafio global. E há experiências, sindicatos que procuram dentro deste quadro novo se reorganizar, ainda que em uma situação mais adversa.

Mas vou dar uma pista, ainda que profundamente heterogeneizada a classe trabalhadora, ainda que bastante fragmentada e bastante complexificada, há uma tendência comum em tantas e diversas categorias profissionais. Como é essa tendência comum? Relativamente homogênea, em meio a tanta heterogeneidade, como essa tendência é homogeneizante? É a luta contra a precarização do trabalho, que atinge os jornalistas, os trabalhadores da tecnologia de informação e comunicação, os trabalhadores da indústria de software, atinge também os trabalhadores de call center, atinge trabalhadores metalúrgicos, atinge trabalhadores das cadeias produtivas globais.

Hoje, as empresas-mãe, as empresas centrais, elas têm a sua marca e elas vão terceirizando a sua produção em várias partes do mundo. A Apple, por exemplo, tem como grande montadora a Foxconn, na China — a Foxconn também tem unidade no Brasil. Isto cria, inclusive, uma dificuldade, porque a Foxconn realiza toda a montagem dos produtos da Apple, mas não aparece a marca Foxconn, aparece a marca Appple. E nem todos sabem que a Apple é montada pela Foxconn.

Em 2010, na Foxconn na China, na unidade de Shenzhen — os salários eram entre 100 e 200 dólares, dependendo do nível de hora extra –, houve 17 tentativas de suicídio de trabalhadores dado o estressamento, a superexploração do trabalho. Das 17 tentativas de suicídio, 13 delas tragicamente ocorreram. O que levou a uma grita generalizada, que inclusive acertou a Apple, porque não só se pressionava a Foxconn como a Apple que contratava a Foxconn. Então, o que a Foxconn é? Uma grande empresa transnacional de terceirização global. É verdade que, no caso da China, há ausência de sindicatos livres, isso tem desafiado a classe trabalhadora chinesa a pensar em alternativas, a pensar em outras formas de movimento, assim como a classes trabalhadora em tantas partes do mundo.

Jornal do Brasil – O senhor também tinha comentado sobre o potencial de mudanças como o projeto de terceirização de rebelar os trabalhadores e trabalhadoras.

Ricardo Antunes – Há exemplos de empresas de call center e telemarketing onde tem havido manifestações, greves. Por exemplo, a Foxconn que eu citei esses suicídios e a intensidade da exploração do trabalho, isso vale para muitas outras empresas similares. Isso tem levado às mais distintas formas de rebelião. No caso da Foxconn da China, o uso da internet mostrando as dificuldades das condições extenuantes de trabalho e intensificação da expansão do trabalho.

Eu coletava na semana passada o depoimento de uma trabalhadora de montagem de produtos digitalizados no Brasil. Ela dizia “olha, a gente tem a sensação de que um trabalho é separado do outro, que eu estou pondo um vidro aqui de um equipamento que eu nem sei o que que é”, mas só o fato de ela fazer essa pergunta já é sinal de uma percepção de que algo não vai bem.

Há greves no setor de telemarketing no Brasil. Nós tivemos greves. Há pesquisas novas, há esboços de organização sindical, há descontentamentos que vão desde o uso da internet até greves, paralisações, revoltas. É por isso que nós estamos tendo tipos diferentes de revolta, as greves ainda são recorrentes, a ideia de ter um sindicato que representa os trabalhadores e trabalhadoras também é vital.

Por que eles buscam o sindicato por mais que a campanha antissindicato seja forte? Porque o sindicato é uma ferramenta de defesa da classe trabalhadora. Os sindicatos têm que representar, porque se não representarem, esses trabalhadores vão buscar outros caminhos, outras formas de manifestação de rebeldia, de luta, quer no plano sindical, quer fazendo greves, quer através de depoimentos por internet e outras, a classe trabalhadora demonstra a forma da intensidade da exploração a que estão sujeitos.

Jornal do Brasil – O senhor pode falar sobre a questão do desemprego que já vinha se desenhando devido ao esgotamento de um ciclo econômico, e o desemprego que poderia vir agora; e a precarização do trabalho que já tínhamos antes e a precarização do trabalho que pode haver agora, no Brasil?

Ricardo Antunes – Nós tivemos no Brasil entre 2003 e 2013 um crescimento expressivo dos empregos, na casa de mais de 20 milhões, porque o país teve um ciclo de expansão econômica forte. Acontece, entretanto, que, a partir de 2013, 2014, a crise econômica global passou a ter repercussões mais profundas nos chamados Brics, na China, na Índia, na Rússia, no Brasil, na África do Sul, em vários outros países, especialmente Índia, China, Brasil. Este primeiro movimento, aliado a uma série de equívocos que vinham sendo praticados pela política econômica vigente, acabaram levando a um esgotamento do ciclo, acabaram levando a um quadro onde o mito do país do grande crescimento, o mito do país da grande expansão, o mito do país que ia para frente começasse a soçobrar.

Nós [Brasil] começamos a ter, então, a partir de fim de 2014, início de 2015, uma acentuação das tendências declinantes e o reaparecimento forte do desemprego. Só para tratar deste último período, uma política completamente equivocada, o que fez o governo Dilma? Foi buscar um ajuste fiscal bastante nefasto, comandado por [Joaquim] Levy, que era o segundo homem de um grande banco no Brasil, ou seja, completamente imbuído de um projeto neoliberal de desregulamentação do trabalho e de um ajuste fiscal privatista, que diminuiu os efetivos de estado na economia.

Esse ajuste fiscal brutal retraiu fortemente a economia, porque foi exatamente o receituário utilizado pelo sistema financeiro para preservar superávit primário, primeiro pagar juros da divida, depois tentar um novo ciclo de expansão. Quando o governo Dilma entra na crise política profunda que entrou — isso começa em 2015, num quadro que vai se acentuando — a política recessiva também é implementada, isso fazendo com que aquela tendência declinante fosse se expandindo, e o desemprego passa a aumentar.

Quando Dilma sofre a abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, quer dizer, no meio de uma crise política profunda, houve uma retroalimentação, crise política e crise econômica. Sobe, inicialmente em forma de interino, o governo Temer, e este governo vai começar a tomar uma série de medidas claramente de desregulamentação do trabalho, de botar o pé no breque, e gerenciar uma política de arrocho, de tal modo que você tivesse como consequência não mais o incentivo à produção, mas um desincentivo à produção e o consequente aumento do desemprego.

Por isso que, desde que o Temer assumiu, há mais de 100 dias, o desemprego não para de aumentar. O seu receituário é ainda mais destrutivo do que o do primeiro ano de Dilma. É um receituário da privatização, da desregulamentação e da precarização do trabalho, os três tomados em um acelerador em ritmo alto.

Então, o que está acontecendo neste último período? O crescimento do desemprego que estamos vendo neste último trimestre — maio, junho e julho — é, por um lado, ainda saldo das medidas tomadas pelo ministro banqueiro Levy no primeiro ano do governo Dilma. Esse trimestre já traz aumento desse desemprego porque as medidas tomadas pelo também banqueiro [Henrique] Meirelles no governo Temer são medidas destrutivas em relação ao crescimento de emprego e destrutivas em relação ao trabalho.

Qual é o resultado? Nós chegamos hoje a níveis oficiais de quase 12 bilhões de desempregados, quando na verdade nós temos níveis muito maiores. E no movimento da economia que nós estamos hoje… Mesmo hoje, qual foi a medida do Banco Central? Manter os juros altos. Juros altos, remuneração do sistema financeiro, recursos são drenados para garantir o superávit primário, e o Estado perdeu aquela impulsão que dava para o incentivo de novos empregos.

Por isso que qualquer análise séria reconhece que o cenário que vamos ter nos próximos dois trimestres, que compreendem o ano de 2016, é desalentador, e vai fazer com que o movimento sindical e os movimentos sociais lutem ardorosamente para impedir que essas medidas sejam aplicadas. Porque isto também é verdade, essas medidas não são inevitáveis, o movimento sindical pode impedi-las, os movimentos sociais podem impedi-las.

O que nós vimos hoje (quarta-feira) no Senado é expressão disso. Criou-se um pretexto de depor um governo pelo conjunto político da sua obra, por uma posição que não ganha as eleições. Isso independe da avaliação que se faça do governo que cai. Eu, por exemplo, sou muito crítico em relação ao governo que caiu, muito conciliador e praticamente sem nenhuma ousadia para tentar mudanças mais profundas. Só que o governo que ganha, que sai desse processo de impeachment, na verdade, ele é a pura representação desses interesses dominantes. A tendência dele é aumentar a repressão, como se viu em São Paulo [nas manifestações contra o governo de Michel Temer na quarta-feira].

Nós vamos entrar numa época de confrontação social, de manifestações sindicais e sociais, o que não depende nem de longe de imaginar que o governo vai ter calma e tranquilidade. O período que vai de 2016 a 2018 será uma sucessão amplificada e articulada de crises sociais e crises políticas, porque esse governo não tem legitimidade.

O decisivo neste momento seria que um processo de novas eleições fosse realizado, um plebiscito popular decidiria se quer ou não novas eleições, e a partir disso nós tentarmos sair desta crise. Um governo sem legitimidade não sinaliza saída da crise porque a saída da crise tem elementos de profundidade que não são resolvidos no discurso de Temer e seus ministros. A crise tem causas estruturais muito mais profundas.

 

 

Fonte: Portal Vermelho

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Membros da diretoria do Sinpro Goiás participam de Audiência Pública promovida pelo Conselho Municipal de Educação de Goiânia

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O presidente e a secretária de Comunicação do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás, Prof. Alan Francisco de Carvalho e Rosilayne Cavalcante Silva participaram da Audiência Pública promovida pelo Conselho Municipal de Educação de Goiânia sobre a Minuta de Resolução para a normatização de funcionamento da Educação Infantil no município de Goiânia.

O encontro aconteceu nesta terça-feira, no Auditório Jaime Câmara da Câmara Municipal e teve como objetivo ouvir as demandas, perspectivas e proposições de diferentes segmentos da sociedade. No dia 13/09 haverá outra audiência com o mesmo tema.

A Conferência inaugural foi ministrada pela Professora Mírian Fábia, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás – UFG.

 

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do Sinpro Goiás

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Reitores das federais em SP não descartam fechamento de cursos

Falta de verba agrava situação das universidades, que já “cortaram tudo o que podiam”. Auxílio a estudantes está comprometido e obras paradas ameaçam atendimento no hospital São Paulo, da Unifesp.

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Maurício de Souza/Alesp

A Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas no estado de São Paulo e reitores das universidades federais localizadas em São Paulo (Unifesp), do ABC (UFABC), de São Carlos (UFSCar) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) vão solicitar audiência com os ministros da Educação, Mendonça Filho, da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Henrique de Oliveira, para apresentar as dificuldades enfrentadas nas instituições.

A decisão foi tomada na manhã desta quinta (18), durante reunião da frente feita para discutir a grave crise. Um documento já está sendo finalizado pelos reitores para ser levado às audiências. E o coordenador da frente, deputado Carlos Neder (PT), vai pedir autorização à Assembleia Legislativa para acompanhar os reitores a Brasília.

“Pelas incertezas, está em jogo todo o avanço dos últimos dez anos. Não há futuro para quem não tem sistema forte de educação, ciência e tecnologia para o salto qualitativo. E precisamos juntar forças”, disse o pró-reitor de gestão de pessoas da UFSCar, Mauro Rocha.

“Se os parâmetros de corte continuarem, a universidade estará inviabilizada. Temos de ir aos ministérios, ao parlamento, para reverter esse cenário”, disse a reitora da Unifesp, Soraya Smailli. Segundo ela, há obras paralisadas na ampliação de ambulatórios do Hospital São Paulo, que atende à população da capital e de diversas cidades do interior.

“Se a atual situação perdurar, em dois anos, o nosso ensino vai ser à base do cuspe e giz, vamos ter de cortar vagas”, disse Eduardo Antonio Módena, reitor do Instituto Federal de São Paulo. De acordo com ele, mais da metade dos alunos são cotistas e dependem de assistência estudantil. “Vai aumentar a evasão porque essa assistência é fundamental.”

Prestes a completar 10 anos – a mais jovem as instituições – a UFABC se destaca em diversos rankings e é a única no país a ter 100% dos professores com doutorado. Usando notas do Enem como sistema de seleção desde que foi criada e com adoção do sistema de cotas, foi avaliada pelo índice geral de cursos do MEC como a melhor universidade no estado de São Paulo e primeira no ranking de cursos de graduação entre todas as universidades do país.

“Isso comprova que a inclusão de alunos, a maioria de baixa renda, vindos da escola pública, não atrapalha os resultados da universidade, como muitos apontam”, disse o reitor Klaus Capelle, da UFABC. “É isso tudo que está em risco com os cortes”.

 

 

Fonte: Rede Brasil Atual

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Confira a carta programa das eleições Sinpro Goiás: chapa “Juntos Podemos Mais”

datasPROFESSOR/A, JUNTOS, PODEMOS MAIS!

Apresentamos a você a CARTA PROGRAMA da Chapa única “JUNTOS, PODEMOS MAIS!” para as próximas eleições do SINPRO GOIÁS, gestão 2016-2020, que serão realizadas nos dias 29, 30 e 31 de agosto e, 1 e 2 de setembro próximos.

A Chapa “JUNTOS, PODEMOS MAIS!” está imbuída do histórico compromisso com a luta, forjada na combativa trajetória do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás marcada por incontáveis vitórias, mas com foco na ampliação das conquistas da categoria dos professores e professoras das instituições particulares de ensino no Estado de Goiás, diante das novas demandas e exigências urgentes que o presente impõe.  A chapa “JUNTOS, PODEMOS MAIS!” apresenta seu plano de lutas em unidade com a luta maior de toda a classe trabalhadora internacional, brasileira e goiana, com vistas no aprofundamento da democracia e do pleno exercício da cidadania.  

IMG-20160818-WA0011Professor e professora, para que o SINPRO GOIÁS avance nas conquistas que garantam respeito aos nossos direitos e à nossa dignidade, pedimos seu voto! Pedimos, acima de tudo, que se unam a nós nessa luta cotidiana, pois juntos temos mais força e podemos muito mais.

Nós, componentes da chapa “JUNTOS, PODEMOS MAIS!”, apresentamos à categoria o nosso plano de lutas para o quadriênio 2016/2020. Assumimos o compromisso de lutar por:

  • Melhoria da remuneração salarial, dos reajustes e pela defesa de condições dignas de trabalho, saúde e qualidade de vida para os professores e professoras.
  • Definitivo enquadramento das creches no sistema educativo e pelo consequente respeito aos direitos das professoras que nelas atuam, conforme prevê a legislação brasileira e as convenções coletivas de trabalho.
  • Encaminhar às autoridades competentes, denúncias da prática do “caixa dois” e não recolhimento de impostos, pois dela resulta ainda mais precarização da carreira docente, o que solapa direitos previdenciários e de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço dos professores/as.
  • Respeito às especificidades dos direitos das mulheres professoras.
  • Combate permanente ao trabalho nas férias, aos domingos e em dias feriados.
  • Fortalecimento das ações coletivas propostas pelo SINPRO GOIÁS na Justiça do Trabalho, conforme a Constituição Federal para a plena proteção dos direitos dos professores e professoras contra práticas de instituições de ensino que ainda insistem em não cumprir direitos básicos civilizatórios como assinatura de carteira, pagamento dos salários até o 5° dia útil, pagamento de férias dois dias antes do início do seu gozo, com os respectivos 1/3 proporcionais, 13° salário e depósitos regulares do FGTS entre outras ilegalidades.
  • Combater com firmeza a prática de aulas extras e reuniões não remuneradas, assédio moral, danos morais, trabalho no horário de recreio, janelas não remuneradas, desvios de função tais como trabalho gracioso em festas juninas ou similares.
  • Lutar pelo respeito à carreira do professor e da professora universitários e contra sua precarização, defendendo a imediata criação de planos de cargos e salários nas instituições de ensino superior, combatendo as fraudes mercantis que se transformaram em fábricas de venda de diploma, sem nenhum compromisso com o desenvolvimento da nação e com o progresso social do povo brasileiro.
  • Melhoria qualitativa das convenções coletivas de trabalho.
  • Defender os acordos coletivos de trabalho e sua vigência nas instituições onde os professores já os conquistaram historicamente com suas lutas.
  • Ampliar o programa Sinpro na Escola e intensifica-lo nas Instituições de Ensino Superior de Goiás.
  • Ampliar o quadro de filiados ao SINPRO GOIÁS como forma de fortalecimento da entidade e de sua capacidade de luta.
  • Combater o trabalho não remunerado das excessivas provas, simulados, recuperações, sem a devida remuneração e respeito aos prazos de correção, o que compromete a saúde e a dignidade das professoras e dos professores.
  • Lutar por 1/3 do salário aula a título de hora-atividade, conforme a LDB estadual.
  • Combater o número excessivo de alunos em sala de aula, fator que gera indisciplina, excesso de trabalho e adoecimento dos professores e professoras.
  • Incentivar todas as formas possíveis de investimento da formação continuadas dos(as) docentes.
  • Melhorar os canais de comunicação, e escuta, do SINPRO GOIÁS com os professores e professoras, para atendê-los melhor em suas demandas do dia a dia.
  • Ampliar e melhorar a comunicação do SINPRO GOIÁS com auxiliares administrativos das escolas e Instituições de Ensino Superior, pais, alunos e toda a sociedade.
  • Ampliar a participação dos professores e professoras nas atividades culturais e desportivas promovidas ou realizadas em parcerias com outras instituições, como a Copa Sinpro.
  • Promover, incentivar, ampliar modalidades e incrementar ainda mais a realização da Copa SINPRO de Esportes e em especial fomentar a participação feminina.
  • Melhoria permanente do Clube do SINPRO GOIÁS enquanto espaço de lazer e desporto.
  • Desenvolver um trabalho permanente de saúde preventiva, com cursos, oficinas e auxilio de profissionais das diversas áreas da saúde.
  • Fortalecimento e participação qualitativa nas instâncias sindicais às quais o SINPRO GOIÁS está filiado: Federação Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Estabelecimento de Ensino do Brasil Central (FITRAE-BC) e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee).
  • Apoio e participação na luta classista da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), à qual o SINPRO GOIÁS está filiado, visando o seu fortalecimento para a luta geral dos trabalhadores.
  • Defesa incansável da normalidade democrática no Brasil, contra os retrocessos que ameaçam a autonomia dos professores e professoras, como as censuras e autoritarismos que ferem o direito a liberdade de expressão do pensamento no local de trabalho, garantido no Artigo 5° da Constituição Federal.
  • Apoio às Conferências Nacionais de Educação (Conae), Interestaduais, regionais e municipais que são meios participativos democráticos de avançar as conquistas na educação do povo brasileiro.
  • Defesa da autonomia dos Conselhos Estadual, Municipal e Nacional de Educação contra ingerências de governos que firam os ideais republicanos de defesa dos interesses públicos.
  • Defesa do Plano Nacional de Educação, bem como dos Planos Estaduais e Municipais de Educação.
  • Lutar pela garantia de aposentadoria especial para docentes da educação básica, sem a incidência do fator previdenciário.

 

Na luta geral dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros(as), o SINPRO GOIÁS dever empunhar bandeira por:

  • Defesa da Petrobrás e dos regimes de partilha e da política de conteúdo nacional, bem como a devida destinação dos 100% dos royalties do pré-sal para a educação.
  • Defesa da universalização da educação básica e da escola pública de qualidade para todas as crianças e adolescentes, conforme se comprometeu a Constituição Federal de 1988.
  • Apoio aos programas e iniciativas governamentais que estejam claramente direcionadas à melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro e da efetivação de sua plena cidadania.
  • Oposição às políticas governamentais que traduzam retiradas de direitos civis, sociais e políticos dos trabalhadores.
  • Luta implacável contra a terceirização em todos os seus níveis, cujos resultados são danosos para os(as) trabalhadores(as).
  • Defesa de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento para o Brasil, com respeito à Soberania.
  • Luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários, como já fizeram outros países como Espanha, Canadá, Austrália e Suíça.
  • Fim do fator previdenciário e do aumento progressivo da idade mínima de aposentadoria.
  • Valorização das aposentadorias com reajustes justos e permanentes.
  • Políticas urbanas que melhorem a qualidade de vida do povo brasileiro, tais como mobilidade e transporte público, segurança pública, habitação e saneamento ambientalmente sustentáveis.
  • Luta pela efetiva democratização dos meios de comunicação e pelo fim dos monopólios midiáticos que fazem tanto mau à cultura do povo brasileiro e à democracia.
  • Transparência na política, efetiva participação democrática do povo nos processos eleitorais e o respeito aos resultados das urnas.
  • Maiores controle social sobre as políticas públicas.
  • Defesa do direito à saúde pública universal, gratuita e de qualidade no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.
  • Investimento prioritário em cultura, desporto e lazer para a classe trabalhadora brasileira.
  • Garantia de 10% do PIB brasileiro para a educação pública.
  • Luta pela emancipação da mulher trabalhadora e pela sua participação em todas as instâncias de poder.
  • Luta em favor da igualdade racial e de gênero sexual no Brasil.
  • Combate a qualquer forma de trabalho análogo à escravidão.
  • Responsabilização do Estado para garantir políticas sociais e econômicas que reduzam o risco de adoecimento;

 

Nós, componentes da chapa “JUNTOS, PODEMOS MAIS!’ entendemos que a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil se une a luta classistas internacionais e, por isso, defendemos firmemente:

  • A autodeterminação dos povos com soberania, contra toda forma imperialista intervencionista e colonialista.
  • Apoio ao aprofundamento das democracias populares nos países das América Latina contra todas as formas de golpes e de tentativas de controle midiático, econômico ou político, para que as condições de vida dos trabalhadores e trabalhadoras sejam cada vez melhores.
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Alerta à Comunidade Universitária e à Sociedade Goiana

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Diminuição dos recursos financeiros das universidades federais em 2017 pode comprometer o funcionamento da UFG

 

O Ministério da Educação está propondo ao Congresso Nacional, para o ano de 2017, um volume de recursos financeiros para as Universidades Federais (UFs) brasileiras inferior ao estabelecido em 2016. A soma dos recursos para o pagamento de água, luz, telefone, limpeza, vigilância, material de consumo, terceirizados (chamadas despesas de custeio), obras e equipamentos (chamadas despesas de capital) serão reduzidos, em média, 20% para o conjunto das instituições, quando comparados a 2016. Há que se considerar que a inflação prevista para o ano de 2016 é de 9,32% e que este percentual de perda se somará ao corte de 20% proposto para o orçamento de 2017, o que representará uma redução total de aproximadamente 30%.

A proposta apresentada pelo Governo Federal para a UFG implica os seguintes percentuais de redução para 2017: 18,3% nos recursos de custeio e 45% nos recursos de capital. Esses percentuais foram apurados supondo que o orçamento de 2016 será integralmente liberado até o final do ano – se isto não ocorrer, a diminuição será ainda maior.

Podemos afirmar que a concretização dessas reduções inviabilizará o desenvolvimento, em sua plenitude, de inúmeros programas e ações em andamento nas UFG e em outras UFs, incluindo aqueles vinculados diretamente às atividades de ensino, pesquisa e extensão, o que poderá significar uma ameaça à qualidade acadêmica de seus cursos de graduação, de pós-graduação e à execução dos projetos de pesquisa e extensão. A situação se agrava ainda mais pelas reduções de bolsas do CNPq e do custeio da pós-graduação pela Capes.

De maneira mais específica, a redução dos recursos financeiros já implementada pelo Ministério da Educação em 2016 e a previsão dos cortes para 2017 atingem/atingirão a UFG, dentre outros, nos seguintes pontos:

1) pagamento das despesas dos serviços terceirizados de limpeza, vigilância, transporte e das despesas com o fornecimento de energia, água e telefonia;

2) conclusão de obras e aquisição/modernização de equipamentos para laboratórios de ensino e pesquisa;

3) implementação das políticas de assistência estudantil, em especial, a construção/reforma de moradias, de restaurantes universitários e a concessão de bolsas permanência;

4)  pagamento de bolsas Pibic, Probec, Prolicen, estágios, monitorias e outros;

4) implantação/consolidação do novo câmpus de Aparecida de Goiânia e dos novos cursos de medicina em Catalão e Jataí;

5) programa de mobilidade nacional e internacional de estudantes, professores e técnico-administrativos;

6) fortalecimento e a ampliação dos projetos culturais;

7) ampliação e o fortalecimento dos projetos de extensão.

 

A UFG é hoje uma das maiores e mais importantes universidades federais brasileiras. Tomando como referência o ano de 2015, a dimensão da UFG pode ser analisada a partir dos seguintes indicadores:

a) 25.860 matrículas presenciais na graduação, sendo que em 2005 eram 12.912 matrículas;

b) 2.705 matrículas no mestrado – em 2005 eram 847;

c) 1.284 matrículas no doutorado – em 2005 eram 172;

d) 149 cursos de graduação – em 2005 eram 73;

e) 96 cursos de mestrado – em 2005 eram 28;

f) 33 cursos de doutorado – em 2005 eram 10;

g) 2.389 professores, com 1.805 doutores – em 2005 eram 1.182, com 623 doutores;

h) 2.469 técnico-administrativos, considerando o Hospital das Clínicas – em 2005 eram 2.203;

i) 2.566 projetos de pesquisa cadastrados – em 2005 eram 965 projetos cadastrados.

 

Essa rápida expansão em apenas dez anos, que é decorrência de uma política pública do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Educação, deixou diversos desafios a serem alcançados, a exemplo da contratação de um número mais expressivo de técnico-administrativos e, em menor medida, professores,   ampliação/melhoria de instalações prediais e área física e aquisição/ manutenção de equipamentos, entre outros, o que exigiria uma elevação dos recursos financeiros destinados à educação superior pública e gratuita e não a sua diminuição, como atualmente proposto. Além disto, a UFG hoje possui câmpus implantados em diferentes regiões do Estado de Goiás, oferecendo cursos de graduação e pós-graduação em Goiânia, Catalão, Jataí, Goiás e Aparecida de Goiânia, o que amplifica a necessidade de recursos financeiros para a integração entre as Regionais.

Deve-se lembrar ainda que:

1) a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, estabelece em seu art. 55, que “Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas.”  e

2) o Plano Nacional de Educação 2014-2014 (Lei nº 13.005/2014) determina, em sua Meta 12, que se deve “elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público” e, na Meta 20, que se amplie “o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto – PIB do País no 5o (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.”

 

Portanto, a partir da proposta orçamentária para 2017 apresentada recentemente pelo Ministério da Educação, que prevê redução na casa de 30% dos recursos financeiros das UFs, as duas leis mais importantes que regem a educação brasileira não estarão sendo devidamente consideradas na Lei Orçamentária Anual pelas autoridades nacionais do Poder Executivo.

Essa redução não pode se efetivar e para evitar que isto aconteça contamos com o apoio de professores, técnico-administrativos e estudantes da UFG, da sociedade goiana e, em especial, dos Deputados Federais e Senadores do estado de Goiás.

 

Prof. Orlando Afonso Valle do Amaral

Reitor da UFG