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Golpe no ensino médio: Recuo do governo sobre disciplinas obrigatórias demonstra ainda mais sua irresponsabilidade e incompetência

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O medo da reação popular já fez o governo Temer recuar da extinção do Ministério da Cultura, da declaração de defesa da extensão da jornada de trabalho para 12 horas, do aumento da idade mínima de 70 anos para aposentadoria, da proibição do reajuste dos servidores e até mesmo da classificação indicativa do filme Aquarius. O recuo da vez é a ‘‘errata’’ divulgada na noite de ontem (22) afirmando que as aulas de artes, educação física, filosofia e sociologia — que pela medida provisória anunciada à tarde não seriam mais compulsórias ao ensino médio — agora, depois da enorme repercussão negativa do caso, continuarão a fazer parte dos estudos obrigatórios. E o Ministério da Educação ainda justifica o equívoco cintando a Base Nacional Comum Curricular que não havia sido levada em conta anteriormente.

O recuo do governo golpista, que já está virando praxe, em nada diminui o retrocesso trazido pela medida provisória. Ao contrário, torna ainda mais evidente sua irresponsabilidade e incompetência para legislar sobre um tema tão caro quanto a educação. Como a Contee destacou ontem, alguns dos principais problemas da reforma proposta — que já vinham sendo criticados no Projeto de Lei 6840, em tramitação desde 2013 no Congresso — são o fim do ensino médio noturno para menores de 18 anos, o período integral e a divisão por áreas de conhecimento, que representa um modelo semelhante ao da desastrosa Reforma Capanema, implantada no Estado Novo. Na verdade, a atual consegue ser ainda pior, porque pressupõe que o aluno possa decidir pela área ou pelo ensino profissional sem assegurar qualquer garantia de oferta pelas redes.

Como também já destacado pela coordenadora da Secretaria-Geral da Contee e coordenadora-geral em exercício, Madalena Guasco Peixoto, ao aumentar a carga horária, a medida sequer trata de questões como a valorização dos profissionais da educação, do número de alunos por sala e das dificuldades reais que os estudantes brasileiros possuem em somente estudar, ou seja, não leva em consideração que a evasão escolar é motivada, na maioria das vezes, pela necessidade que os estudantes têm de trabalhar e a impossibilidade que enfrentam de conciliar trabalho e estudos.

Outro ponto gravíssimo é a abertura para que professores deem aulas mesmo sem licenciatura em determinada aula ou disciplina, o que vai totalmente na contramão do Plano Nacional da Educação e da defesa de uma educação de qualidade. Como ressaltado ontem pela diretora da Contee, mesmo com o recuo do governo em relação às disciplinas que tentava extinguir, a MP continua sendo ‘‘mais um dos absurdos que este governo golpista comete, agora contra a educação nacional, atingindo milhões de famílias e trabalhadores em educação do país’’.

 

Fonte: Contee

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Medida provisória é golpe no ensino médio

 

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Entre os tantos golpes que os direitos sociais têm sofrido no Brasil, o mais recente, deflagrado hoje (22), foi, mais uma vez, contra a educação. Especificamente, contra o ensino médio, com o anúncio da medida provisória que, sem debate algum com a sociedade brasileira, pretende instituir uma espécie de ‘’milagrosa’’ — eufemismo para falaciosa e irresponsável — reforma no setor.  Trata-se, na verdade, de um colossal prejuízo e retrocesso para a educação nacional. Impossível não se espantar e questionar: como um governo como esse, impopular e ilegítimo, atreve-se a legislar, por medida provisória, sobre algo tão importante e fundamental quanto a educação?

Antes de mais nada, é preciso lembrar que a própria proposta de reforma do ensino médio no qual o Ministério da Educação se baseou para editar sua MP — o Projeto de Lei 6840, que tramita no Congresso Nacional desde 2013 — já vinha sofrendo diversas críticas por parte de especialistas. As principais, como lembra a coordenadora da Secretaria-Geral da Contee e coordenadora-geral em exercício, Madalena Guasco Peixoto, são: o fim do ensino médio noturno para menores de 18 anos, o período integral e a divisão por áreas de conhecimento. Trata-se nada mais nada menos da reedição 2.0 de uma das mais criticadas e mal-sucedidas reformas educacionais da história brasileira: a Reforma Capanema, implantada sob a ditadura do Estado Novo. O fato de um modelo semelhante estar sendo adotado mais uma vez após um golpe de Estado não há de ser mera coincidência.

‘‘O pior é que essa medida provisória piora ainda mais o que foi a experiência anterior, porque pressupõe que o aluno possa decidir pela área ou pelo ensino profissional, mas não garante que ele terá a escolha que fez, já que isso dependerá de a rede oferecê-la ou não’’, alerta Madalena. ‘‘A medida aumenta a carga horária, mas não trata de questões como a valorização dos profissionais da educação, do número de alunos por sala e das dificuldades reais que os estudantes brasileiros possuem em somente estudar, ou seja, não cria nenhuma bolsa para que esses alunos possam se manter em tempo integral na escola. Não leva em conta, portanto, que os alunos que desistem do ensino médio, na sua grande maioria, fazem isso porque precisam trabalhar.’’

A diretora da Contee também chama atenção para o fato de o governo golpista propor a eliminação de disciplinas que são fundamentais para a formação crítica, como artes, filosofia e sociologia. ‘‘Vai na contra mão do que foi  aprovado no PNE no que diz respeito à necessidade de os professores serem formados na  área em que ensinam’’, observa Madalena. ‘‘O MEC tinha feito um programa de formação para os professores com bolsa para que eles se graduassem na área em que ensinam. Na contramão disso, na medida provisória, ele (o Ministério) cria o ‘notório saber’, ou seja, o professor pode dar aulas mesmo que sua licenciatura não seja naquela área ou disciplina. Isso oficializa o que há de pior nas redes: o professor temporário que dá aula de qualquer coisa mesmo sem formação específica. E o governo ainda tem coragem de dizer que essa medida provisória visa a melhorar o desempenho dos alunos e a qualidade’’, ironiza.

A coordenadora da Secretaria-Geral da Contee, que é doutora em Educação e professora titular do Departamento de Fundamentos da Educação da PUC-SP, destaca os absurdos de o MEC criar o tempo integral sem dizer como as redes irão se organizar para isso e de somente citar a Base Nacional Comum Curricular que ainda está em discussão e que interfere diretamente no que deve ser ensinado em todo o ensino infantil e básico, incluindo o ensino médio, sem levar em consideração todo o debate que tem sido realizado.

‘‘É mais um dos absurdos que este governo golpista comete, agora contra a educação nacional, atingindo milhões de famílias e trabalhadores em educação do país’’, observa Madalena. ‘‘O que precisamos fazer agora é conversar com os parlamentares, já que a matéria vai para o Congresso, e fazer as emendas necessárias para derrubar a essência dessa canetada.’’

 

Fonte: Contee

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PFDC lança nota pública sobre riscos de reforma do ensino por meio de medida provisória

Para o GT Educação, as mudanças a serem implementadas em um sistema que envolve 28 redes públicas de ensino e ampla rede privada precisam de estabilidade e segurança jurídica – que não podem ser asseguradas por instrumentos como uma MP

PFDC lança nota pública sobre riscos de reforma do ensino por meio de medida provisória
Imagem: PFDC

O Grupo de Trabalho Educação, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, lançou nesta segunda-feira (19/9) nota pública no qual alerta para os riscos de uma reforma do ensino médio brasileiro por meio de medida provisória.

O texto destaca que a necessidade de reforma do ensino médio brasileiro é real e vem sendo debatida nos meios educacionais e no Congresso Nacional há alguns anos. “Contudo, a utilização do instrumento da Medida Provisória para tratar de tema tão sensível e complexo é temerário e pouco democrático”, diz o texto.

Para o Grupo de Trabalho Educação, as mudanças a serem implementadas em um sistema que envolve 28 redes públicas de ensino (União, Estados e Distrito Federal) e ampla rede privada precisam de estabilidade e segurança jurídica – o que o instrumento da Medida Provisória não pode conferir, uma vez que fica sujeito a alterações em curto espaço de tempo pelo Congresso Nacional.

Confira a íntegra da nota:

Nota pública sobre a reforma do Ensino Médio por Medida Provisória – Os meios de comunicação estão divulgando a intenção do governo federal de editar Medida Provisória para reforma do ensino médio brasileiro. A necessidade de reforma do ensino médio no país é real e vem sendo debatida nos meios educacionais e no Congresso Nacional há alguns anos.

Contudo, a utilização do instrumento da Medida Provisória para tratar de tema tão sensível e complexo é temerário e pouco democrático. As mudanças a serem implementadas em um sistema que envolve 28 redes públicas de ensino (União, Estados e Distrito Federal) e ampla rede privada precisam de estabilidade e segurança jurídica, o que o instrumento da Medida Provisória não pode conferir, uma vez que fica sujeito a alterações em curto espaço de tempo pelo Congresso Nacional.

Ademais, por se tratar de tema que envolve milhares de instituições públicas e privadas, centenas de organizações da sociedade civil e milhões de profissionais, imaginar que um governo pode, sozinho, apresentar uma solução pronta e definitiva é uma ilusão incompatível com o regime democrático. Mais que inefetiva, a apresentação de soluções fáceis para problemas complexos é um erro perigoso.

Fonte: MPF

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Mais de 400 professores participam da X Jornada de Formação Continuada

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Nesta sexta-feira 16/09, começou a X Jornada de Formação Continuada com a apresentação do Bravíssimos Grupo Musical. Após o momento cultural foi dado início ao evento em que o presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás, Prof. Alan Francisco de Carvalho, juntamente com a presidente do Conselho Municipal de Educação – CME, Prof. Ludymilla Moraes da Silva, com a participação do representante da Federação Interestadualdos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino do Brasil Central – Fitrae-BC, Prof. Railton Nascimento Souza e do Colegio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima, Profa. Kelly Zoppei Flores comporam mesa e deram início aos trabalhos. Destinada a professores da Educação Infantil o evento contou com mais de 400 inscritos.

 

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Em seu discurso, Prof. Railton destacou o momento difícil em que o país está passando, além da interferência no direito dos trabalhadores e a realidade vivenciada pelos professores. “Muitas vezes somos submetidos a situações que exigem nosso máximo esforço, como ter que dar aula para salas superlotadas. Não podemos aceitar isso mais!”. Neste instante foi ovacionado pelo público presente.

 

 

 

 

IMG_3079Representante do Colégio Agostiniano, Profa Kelly destacou a importância da parceria entre as entidades envolvidas na realização da Jornada. “ Ano passado participamos da realização deste evento, este ano repetimos a parceria e esperamos de algum modo sempre poder contribuir nas proximas edições com essa iniciativa”

 

 

 

 

IMG_3101A profa Ludymilla, presidente do CME, também representou o presidente da União dos Conselhos Municipais de Educação – UNCME GO, prof. Elcivan Gonçalves França que se ausentou por motivo de problemas de saúde. Em seu discurso agradeceu a cada instituição parceira do evento e destacou o trabalho do conselho. “O conselho pensa em todos os ambitos sociais, desde o evolvimento dos pais no processo escolar dos filhos, nas vagas oferecidas pela administração pública na rede de ensino e na atuação das instituição privadas. Estamos sempre de portas abertas para atendê-los.” Reforçou que todos acompanhem as minutas sobre a Educação Infantil.

 

Durante sua exposição, o presidente do Sinpro Goiás, Prof. Alan salientou o momento de grande perigo que a categoria vivenciaIMG_3094 e exemplificou que atualmente existe 55 Propostas de Emenda Constitucional – PECs, que tramitam no Congresso Nacional, contrárias aos direitos dos professores. “É preciso que estejamos unidos! O Sinpro Goiás vem lutando contra esse tipo de arbitrariedade em desfavor dos docentes juntamente com a Contee que é a confederação que nos representa. Atualmente somos 46 Sinpros em todo país que defendem o direito dos professores. Peço que acompanhe nossas ações em nossas redes sociais, onde trazemos notícias do que estamos fazendo.” Encerrou sua fala agradecendo a participação de todos, relembrando as edições da Formação Continuada em que esteve como presidente a frente do sindicato e se despedindo desse evento que é o último de sua gestão.

 

Após a composição de mesa, a Prof. Dra Altina Abadia da Silva ministrou a palestra
“Proposta Pedagógica: as interações e a brincadeira como eixo curricular”. No inicio da jornada também foi sevido um delicioso Coffee Breack para os participantes.

No sábado das 08 as 12h  advogados do Departamento Jurídico do Sinpro Goiás, Dr. Lessandro Gomes Cerqueira, Dr Jônatas Neves Campros e Dra Merielle Linhares Rezende prestaram esclarecimentos sobres os direitos trabalhistas dos professores. Após este momento deu-se início as 10 oficinas oferecidas aos docentes.IMG_2999

A proxima etapa acontece nos dias 07 e 08 de outrubro.

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do Sinpro Goiás

 

 

 

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MIT, DOS EUA, CONQUISTA 1º LUGAR PELO QUINTO ANO CONSECUTIVO NO RANKING QS 2016

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O famoso Massachusetts Institute of Technology (MIT) conquistou o topo do QS World University Ranking, renomado ranking universitário mundial, pelo quinto ano consecutivo. Os Estados Unidos continuam a dominar a lista com Stanford University e Harvard completando as três primeiras posições, além de mais oito instituições no top 20.

O ano não foi muito bom para o Reino Unido, que teve uma queda em seu desempenho geral: 38 das 48 instituições britânicas entre as 400 melhores do mundo caíram de posição, inclusive a Universidade de Cambridge que pela primeira vez na última década não conseguiu um lugar nas três primeiras posições do ranking.

Segundo o Diretor de Pesquisa do QS, Ben Sowter, o desempenho e a reputação das instituições de ensino superior do Reino Unido podem ter sido afetados pela saída do país da União Europeia, criando um clima de “anti-imigração” e também de incerteza em relação ao financiamento de pesquisa e permanência de estrangeiros no país após os estudos.

A Austrália e o Canadá tiveram um desempenho semelhante e positivo: aparecem com uma instituição a mais em relação ao ranking de 2015, totalizando nove colocadas cada entre as 200 melhores do mundo.

Brasil

Entre as instituições brasileiras, a Universidade de São Paulo (USP) não só conseguiu a melhor posição como também o seu melhor resultado em 13 edições do QS. Ela ficou na 120ª posição e em segundo lugar na América Latina, perdendo apenas para a Universidade de Buenos Aires (UBA). Além da USP, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro também aparecem no top 400, respectivamente em 191º e 321º lugar.

 

Destaques:

  • Pela primeira vez desde 2004, os Estados Unidos conseguiram dominar os três primeiros lugares do ranking QS;
  • A Coreia do Sul melhorou significativamente o seu desempenho, passando de 13 para 16 instituições no top 500;
  • A China continua a progredir, com a Tsinghua University atingindo a sua melhor posição em 24ª;
  • A National University of Singapore (NUS), de Singapura, continua no posto de melhor universidade da Ásia em 12º lugar;
  • A Universidade de Buenos Aires é a única instituição da América Latina entre as 100 melhores do mundo, na 85ª posição.

Sobre o QS World University Ranking:

  • 74.651 acadêmicos e 37.781 empregadores contribuíram para os resultados do ranking;
  • Mais de 3.800 instituições foram consideradas este ano e 916 conseguiram uma colocação (25 a mais do que em 2015);
  • 10,3 milhões de trabalhos científicos foram analisados e 66,3 milhões de citações foram levadas em consideração.

 

As 20 melhores universidades do mundo segundo o QS World University Ranking 2016/17

2016 2015 UNIVERSIDADE PAÍS
 1 1 Massachusetts Institute of Technology EUA
 2 3= Stanford University EUA
 3  2 Harvard University EUA
 4 3= University of Cambridge Reino Unido
5 5 California Institute of Technology EUA
6 6 Oxford University Reino Unido
7 7 University College London Reino Unido
8 9 ETH Zurich Suíça
9 8 Imperial College London Reino Unido
10 10 University of Chicago EUA
11 11 Princeton University EUA
12 12 National University of Singapore Singapura
13 13 Nanyang Technical University Singapura
14 14 EPFL Suíça
15 15 Yale University EUA
16 17 Cornell University EUA
17 16 Johns Hopkins University EUA
18 18 University of Pennsylvania EUA
19 21 University of Edinburgh Reino Unido
20 22 Columbia University EUA

 

 

 

Fonte: Brasil Escola

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Com 92,55% dos votos chapa “Juntos podemos mais” é eleita nas eleições do Sinpro Goiás

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Após apuração dos votos das eleições para a nova gestão 2016/2020 do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás a chapa, “Juntos Podemos Mais” foi eleita com 92,55% dos votos válidos. Do total de 1623, a chapa liderada pelo Prof. Railton Nascimento Souza obteve 1502 votos, 6,59% foram brancos e 0,86% nulos.

Os docentes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) também elegeram os professores, Goiaz do Araguaia Leite com 157 votos, Mardônio Pereira da Silva com 143 votos, Maria Aparecida Rodrigues com 124 votos e Rodrigo Mariano da Silva com 112 votos, para o mandato de delegados sindicais a ser cumprido no mesmo período administrado pela nova diretoria. A posse ocorrerá dia 20 de outubro de 2016.

 

Veja  abaixo quais são os componentes da Chapa:
MEMBROS EFETIVOS                                  MEMBROS SUPLENTES

 

Raílton Nascimento Souza                             Rosilayne dos S. C. Silva

Orlando Lisita Junior                                      Genésio Carlos Zaffalon

Orestes dos Reis Souto                                  Marcelo Henrique Junta

Alan Francisco de Carvalho                            Fábio Geraldo Araújo

Geraldo Profírio Pessoa                                 Luciano Alvarenga Montalvão

Willian Mendes Costa                                    Sônia Maria Ribeiro dos Santos

Zilmarina Camilo de Oliveira                         Joniana Soares de Araújo

 

CONSELHO FISCAL

MEMBROS EFETIVOS                                 MEMBROS SUPLENTES

Manoel da Silva Álvares                              Paulo Henrique Faria Nunes

Nivaldo dos Santos                                      João Batista Valverde Oliveira

Nárdia de Castro C. Balby                          Edmilson da Silva Alves

 

DELEGAÇÃO CONFEDERATIVA

MEMBROS EFETIVOS                                                   MEMBROS SUPLENTES

Luiz Humberto R. Sales                                     Raimundo Domingos de Moraes

Ailma Maria  de Oliveira                                    Fernanda de Paula Ferreira Moi

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Balanço sobre 9° Conatee

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A Contee realizou, nos dias 26 a 28 de agosto último, o seu 9º Congresso (9º Conatee), com marcas históricas inapagáveis e dignas de registros. Primeiro, por ser o maior de todos por ela promovidos e realizados, com a participação de 796 delegados(as), de todas as regiões do país. Segundo, porque todas as entidades a ela filiadas enviaram as suas delegações. Terceiro, pelo momento histórico ímpar de sua concretização, a toda evidência, o mais emblemático e desafiador da história brasileira, ao menos, desde 1954, com a sórdida trama urdida contra Getúlio Vargas, que culminou com o seu suicídio.

Contudo, as suas marcas de maior relevância são, sem dúvidas, a indignação generalizada com o golpe perpetrado contra o Estado Democrático de Direito, a maior conquista nacional de todos os tempos, levando-o ao cadafalso; a disposição de enfrentar os golpistas em todos fronts que se fizerem necessários; e a unidade que, em momentos tempestuosos como os atuais, forma, com a disposição de luta, a vitalidade do movimento social, sem a qual não se constrói nenhuma vitória duradoura e de fôlego.

No campo da construção da unidade, as diversas concepções políticas e sindicais que compõem o universo da Contee demonstraram a maturidade e o desprendimento que delas se esperam e se exigem em momentos assim, em que pesem as costumeiras altercações que se registraram.

Neste item, a CTB merece destaque especial, pois que, não obstante contar com a maioria dos(as) delegados(as), não quis dela prevalecer-se. Ao contrário, abriu mão dela, pela construção da unidade, que se tornou possível pelo esforço das demais forças, é justo e necessário que se faça este registro.

Por tudo isto, pode-se afirmar, com convicção e ênfase: a Contee sai do seu 9º Conatee muito maior do que antes. Com isto, ganham a democracia política e sindical e ganham os profissionais da educação escolar.

 

Por

*Alan Francisco de Carvalho, presidente do Sinpro Goiás e coordenador da Secretaria de Comunicação Social da Contee

*José Geraldo de Santana Oliveira, consultor jurídico do Sinpro Goiás e da Confederação

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O frade, o jagunço e a morte do Estado Democrático de Direito

“Se é procissão que me fazem

Mudou muito a liturgia:

Não vejo andor para o santo,

Nem há nenhum santo à vista.

Vejo muita gente armada,

Vejo só uma confraria.

Talvez seja só um enterro

Em que o morto caminharia,

Que não vai entre seis tábuas,

Mas entre seis carabinas.

..”

Estes instigantes e emblemáticos versos da epigrafe são retirados da obra de João Cabral de Melo Neto, “Auto do Frade: Poemas para vozes”, que retrata, com maestria, o último dia de Frei Caneca (13/1/1825), um dos mais ilustres e dignos revolucionários da história do Brasil, condenado à morte, por ser um dos líderes da Confederação do Equador de 1824.

Mas, bem que poderia ser o diálogo entre o Estado Democrático de Direito e os 6? senadores, que decretaram a sua morte, no dia 31 de agosto de 2016, com o fim da farsa do Processo de Impeachment da Presidente Dilma Rousseff.

Ao cassarem o mandato da Presidente Dilma- legitimamente sufragado pelas urnas, em 2014-, cassaram o Estado Democrático de Direito, duramente conquistado com  a Constituição Federal (CF) de 1988; a cassação dela representa apenas o trampolim para os reais objetivos dos coveiros da cidadania, serviçais do capital: o fim de todas estruturas políticas e sociais para a construção da Ordem Social, fundado no primado do trabalho, tendo como objetivos o bem estar e a justiça sociais, conforme preconiza o Art. 193, da CF.

No caso atual- o do impeachment do Estado Democrático de Direito-, os seus algozes, representados pelo Congresso Nacional e pelo Poder Judiciário- que o avalizou e referendou-, fizeram-lhe uma falsa profissão, cercada de todas as mais vis mentiras e subterfúgios, com uma única finalidade: enterrá-lo, de preferência, por todo o sempre.

O morto, no caso, o Estado Democrático de Direito, caminhou para o cadafalso, não entre seis carabinas- como o fez Frei Caneca-, mas, sim, entre 342 deputados federais- que admitiram o pedido de impeachment-, e 61 Senadores- que o julgaram procedente-, e o Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu a sua execução sumária.

Na execução de Frei Caneca, o carrasco negou-se a enforcá-lo, resistindo a toda sorte de sevícias e espancamento, para cumprir o seu ‘dever’ legal; por isto, formou-se, por coerção, um pelotão de fuzilamento. Na execução do Estado Democrático de Direito, os carrascos- deputados e senadores- executaram-no sem nenhum constrangimento, fazendo-o com um prazer mórbido, hipocritamente, em nome da ética, da moralidade e de tudo mais que puderam falsear.

Segundo o escritor irlandês, Oscar Wilde, “ A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida”.

Às palavras do citado escritor, faltou dizer que a imitação da arte, pela vida, às vezes, se dá de forma tacanha e grosseira; mostrando-se a vida muito mais cruel do que a arte.

Para comprovar esta assertiva, basta que se compare o impeachment do Estado Democrático de Direito, do Brasil, com a obra prima de Guimarães Rosa, “Grande Sertão: Veredas”, especialmente, no julgamento do jagunço Zé Bebelo, pelos demais componentes do bando.

Neste julgamento, Joca Ramiro, que era o chefe do bando,  formou o seu Conselho de Sentença (Júri), composto por Sô Candelário, Hermógenes, Ricardão, Titão Passos e João  Goanhá.  “Reunidos no meio do eirado, numa confa”, tem lugar o julgamento. “Zé Bebelo não estava aperreado. Tomou corpo, num alteamento — feito quando o perú  estufa e estoura — e caminhou em direitura.”

Ao iniciar o julgamento, Joca Ramiro ( “Juiz”), disse a Zé Bebelo: “Lhe aviso: o senhor  pode ser fuzilado, duma vez. Perdeu a guerra, está prisioneiro nosso…”. Ao ouvir esta ameaça, Zé Bebelo bradou: “Se era para isso, então, para que tanto requifife? Em tréplica, por assim dizer, Joca Ramiro contestou-lhe: “O senhor veio querendo desnortear, desencaminhar os sertanejos de seu costume velho de lei”. E, em réplica de tréplica, Zé Bebelo asseverou: “Velho é, o que já está de si desencaminhado. O velho valeu enquanto foi novo”.

O primeiro a votar- em voto aberto, como no Senado, no impeachment do Estado Democrático de Direito-, foi Hermógenes, que sentenciou: “Acusação, que a gente acha, é que se devia de amarrar este cujo, feito porco. O sangrante… Ou então botar atravessado no chão, a gente todos passava a cavalo por riba dele — a ver se vida sobrava, para não sobrar! (…) Cachorro que é, bom para a faca. (…) Dele é este Norte? Veio a pago do Governo. Mais cachorro que os soldados mesmos… Merece ter vida não. Acuso é isto, acusação de morte. Diacho, cão!”

Em seguida, Sô Candelário,  desafiou  Zé Bebelo, para um duelo, à faca. O Juiz, Joca Ramiro, indeferiu esta proposta, e afirmou-lhe: “Agora é a acusação das culpas. Que crimes o compadre indica neste homem?”. Sô Candelário, serenamente, respondeu-lhe: “Crime?… Crime não vejo. (…) Veio guerrear, como nós também. Perdeu, pronto! A gente não é jagunços? A pois: jagunço com jagunço — aos peitos, papo. Isso é crime? Perdeu, está aí feito umbuzeiro que boi comeu por metade… Mas brigou valente, mereceu… (…) o que acho é que se deve de tornar a soltar este homem”.

O terceiro a votar foi Ricardão, exarando a seguinte sentença capital “… Zé Bebelo veio caçar a gente, no Norte sertão, com mandadeiro de políticos e do Governo, se diz até que a soldo… A que perdeu, perdeu, mas deu muita lida, prejuízos. (…) Dou a conta dos companheiros nossos que ele matou, que eles mataram. Isso se pode repor? E os que ficaram inutilizados feridos, tantos e tantos… (…) A gente não tem cadeia, tem outro despacho não, que dar a este; só um: é a misericórdia duma boa bala, de mete-bucha, e a arte está acabada e acertada”.

O quarto foi Titão Passos, que sentenciou: “Este homem não tem crime constável. (…) Ah, eu, não. Matar, não”. E, por último, João Goanhá, que corrobora as palavras de Sô Candelário e Titão Passos: “… meu voto é com o compadre Sô Candelário, e com meu amigo Titão Passos, cada com cada… Tem crime não. Matar não. Eh, dia!”.

Por maioria, Zé Bebelo foi absolvido e desterrado para Goiás; para enquanto Joca Ramiro vivesse, como ficou registrado na sentença oral.

Como se vê, os personagens da obra de Guimarães Rosa mostraram muito mais hombridade e decência do que os senadores que decidiram pela morte do Estado Democrático de Direito; é de todo lamentável que estes não tenham mostrado a mesma ética daqueles; inclusive dos que votaram pela sentença de morte de Zé Bebelo, pois que, para tanto, não se esconderam sob nenhum pretexto e/ou capa de moralidade; fizeram-no por vingança, e nada mais.

Um dos principais líderes da Revolução Francesa de 1789, Danton, ao ser arguido pelo Juiz de Instrução, do Tribunal Revolucionário, que o condenou à guilhotina, sobre o seu endereço, redarguiu:

“.. em breve; o nada. Ao depois, o panteão da história”.

Com os senadores que votaram pelo impeachment acontecerá exatamente o contrário, pois que, em breve, serão tratados como valentes heróis, pelos seus iguais, pelo capital e seus capatazes. Porém, ao depois, indiscutivelmente, irão para o lixo da história. Lugar, no qual, a maioria sempre esteve.

Apesar deles, com certeza, a cidadania não perecerá. Como bradou o Poeta Castro Alves, no magnifico Poema “ O Livro e a América”: “.. num poema amortalhada, nunca morre uma nação..”.

 

Como fecho, destes singelos comentários, sobre o mais trágico desfecho de todas quantas farsas já se materializaram no Brasil, e que se contam às dezenas; nada melhor do que recado de João Cabral de  Melo Neto, nos realçados poemas, sentenciado, para a eternidade, nesta estrofe:

“ Ser fuzilado, é dignidade

do militar, mais que castigo.

Fuzilado assim, sem direito,

recebe mais que o pedido.

Dizem que a forca reagiu,

pegou estranho reumatismo.

Perdeu a honra de enforcar

de seus patrícios o mais digno”.

 

 

José Geraldo de Santana Oliveira

Consultor Jurídico do Sinpro Goiás

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Educação não é mercadoria: Contee aciona Cade e MPF contra fusão entre Kroton e Estácio

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O departamento jurídico da Contee protocolou hoje (24) um ofício junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) exigindo o indeferimento da fusão entre as empresas Kroton e Estácio. O documento, a exemplo do que a Confederação já havia ressaltado no caso Kroton-Anhanguera, argumenta que os grupos empresariais em questão ‘‘jamais demonstraram qualquer preocupação com o cumprimento da função social da propriedade, que, para eles, só tem um único valor: o do lucro máximo e fácil’’.

O ofício aponta ainda que, para conseguir esse lucro, os conglomerados de educação ‘‘praticam todos os atos necessários à desvalorização do trabalho, consubstanciados em demissão em massa de profissionais da educação escolar, inclusive de mestres e doutores, para a contratação de especialistas, com salários menores e condições de trabalho mais precárias, o que se caracteriza, indiscutivelmente, como dumping social; com graves reflexos na qualidade do ensino ministrado, que é, cada dia mais sofrível, não atingindo, nem em sonho, o padrão social, insculpido como princípio, pelo Art. 206, VII, da CR’’.

A Contee também protocolou ofício junto ao Ministério Público Federal (MPF) para que tome providências e ajuíze uma ação contra a incorporação da Estácio pela Kroton. Nesse documento, a Confederação destaca que a “recente fusão, anunciada pelos grupos Kroton Educacional e Estácio Participações, dão a exata dimensão do descaso com que as IES privadas tratam a educação” e que com ‘‘o cúmplice silêncio do MEC, transformaram-na em simples mercadoria; e o que é pior: de péssima qualidade’’.

As medidas tomadas pela Contee já haviam sido anunciadas e são fundamentais no combate à oligopolização do ensino no Brasil. Só nesta semana, duas notícias reproduzidas no Portal da Confederação dão a dimensão da gravidade dessa situação no Brasil. A primeira informa que a Ser Educacional, terceira maior empresa de educação do país, contratou advogados para fazer lobby contra a fusão das duas maiores rivais. A atitude, porém, não se dá por uma preocupação com o ensino superior no país, mas sim em virtude do desejo da própria Ser de comprar a Estácio, evidenciando a redução da educação ao nível de mercadoria disputada no mercado financeiro.

Já a segunda notícia mostra que Fies e ProUni bancam mais de um terço das matrículas em 18 estados brasileiros. Isso significa que o processo de mercantilização, financeirização e oligopolização do ensino superior ainda se vele de dinheiro público para garantir mais lucros.

O assunto será debatido neste fim de semana, de 26 a 28 de agosto, no 9° Conatee.

 

 

Fonte: Contee