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Inscrições para Copa Sinpro Goiás são prorrogadas

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O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás, por meio da Secretaria de Esportes, Cultura e Lazer informa que as inscrições para a Copa Sinpro Goiás- Taça José de Oliveira Martinelli, foram prorrogadas até dia 14/10, mesmo dia em que acontece novo Congresso Técnico às 16hs na sede do sindicato.

Nesta edição, que será homenageado o quinto presidente do sindicato haverá disputas de futebol soçaite e peteca.  O formulário de inscrição está disponível no site para impressão e deverá ser entregue no Congresso Técnico.

Neste campeonato as regras sofreram alterações e no futebol soçaite cada equipe terá 15 (quinze) professores sindicalizados ao Sinpro Goiás, podendo ser time da instituições de ensino ou time montado só com professores. Será facultativo o convite a jogador na função/posição de goleiro fora da rede particular de ensino. Já a peteca deverá ter quatro participantes, também associados ao Sinpro Goiás e competir devidamente uniformizados.

Para inscrever, preencha os dados em nosso formulário e entregue na sede do sindicato.

 

Abaixo os formulários de inscrição e regulamento:

 

Formulário Futebol Soçaite

Formulário Peteca

Regulamento

 

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do Sinpro Goiás

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Deputados ignoram danos à população e aprovam PEC 241

Comissão especial encerra os trabalhos com aprovação de proposta de emenda à Constituição que acaba com os direitos sociais. Matéria segue para o Plenário da Câmara.

123101715Por 23 votos a 7, a comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, que congela por 20 anos o investimento em áreas cruciais para o povo brasileiro, aprovou o relatório do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) na tarde desta quinta-feira (6).

Foram sete horas de falas contrárias e favoráveis à proposta e bate-boca entre parlamentares da base e manifestantes, até que a maioria conseguiu levar adiante a votação da matéria. Agora, a análise da PEC segue para Plenário, onde deve ser apreciada já na próxima segunda-feira (10), conforme anunciado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O texto foi enviado por Michel Temer logo que o então vice assumiu interinamente a Presidência da República com a promessa de limitar os gastos públicos e tirar o país do “vermelho”, como brada a recém-lançada campanha golpista. Na prática, no entanto, a PEC 241 interfere na gestão dos próximos cinco presidentes e acaba com políticas públicas importantes para a população.

Para a presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), o texto desconstitui as bases do modelo de cidadania criado em 1988 com a Constituição Federal e limita a capacidade de o Estado agir em prol da construção de um modelo de desenvolvimento, com distribuição de renda.

“A PEC 241 é a expressão mais cruel do governo golpista contra o povo. Quando a situação do país não está boa, o papel do Estado precisa aumentar e não diminuir. Hoje, por exemplo, as despesas com saúde e educação possuem critérios específicos de proteção, mas perderão as garantias atuais e apenas a correção inflacionária sobreviverá. E, como o limite é total, qualquer recurso a mais que for direcionado para essas áreas implicará cortes em outros programas”, aponta a parlamentar.

Em um voto em separado, a deputada afirma ainda que a proposta inverte a lógica constitucional, pois onde há obrigação de gastos mínimos haverá um teto, um máximo de gasto. “Esses limites, até 2037, restringirão os programas de governo e a vontade do povo, expressa nas ruas e nas urnas, pelos próximos cinco mandatos presidenciais. Mesmo que a economia cresça e permita, e o Estado tenha capacidade para melhorar as condições de vida da sociedade, o teto vai impedir qualquer avanço social e ainda vai obrigar a desconstituição dos direitos existentes. Além de atentar contra os direitos sociais e a prestação dos serviços públicos, o modelo inviabiliza saídas ou a construção de um projeto de desenvolvimento pautados na política fiscal ou na econômica”, descreve o texto.

Para a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), só “um governo sem voto apresenta uma agenda sem legitimidade” como a proposta nesta PEC.

A ideia é reforçada pela deputada Angela Albino (PCdoB-SC). “Não se faz economia com redução de saúde, de educação, segurança, assistência social. É criminosa essa proposta e ela irá afetar muito a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população.”

Para se ter uma ideia do tamanho do prejuízo, de acordo com estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), se a regra da PEC estivesse valendo desde 2002, a saúde teria perdido R$ 295,9 bilhões até 2015. Já a educação teria um prejuízo de R$ 377,7 bilhões no mesmo período.

O embate agora segue no Plenário da Câmara. Apesar do rolo compressor que a base golpista vem passando pelos direitos conquistados, os comunistas acreditam que ainda é possível reunir parlamentares – incluindo alguns da base que estão insatisfeitos com o teor da PEC – para impedir que a proposta avance.

Para ser aprovada, a PEC 241 precisa de, pelo menos, 308 votos favoráveis, em dois turnos.

 

 

Fonte: Portal Vermelho

 

 

 

 

 

 

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PEC 241 inviabiliza direitos garantidos pela Constituição Cidadã

A Constituição brasileira completou 28 anos nesta quarta (5), momento no qual os direitos assegurados em seu texto estão sob forte ataque. No centro das ameaças a estas garantias, está a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, apresentada por Michel Temer e que limita o crescimento dos gastos públicos por 20 anos. A nova regra fiscal mina o financiamento para políticas públicas e as inviabiliza. Altera, assim, a lógica que rege a nossa Carta, tão saudada pelo viés social e democrático.

susdesmonte101666No texto constitucional, está escrito que o Estado Democrático brasileiro está “destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos”.

Em um de seus artigos, a Carta estabelece que são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. É dever do estado levar adiante políticas públicas e econômicas que sigam na direção da efetivação desses direitos, para que não se tornem letra morta.

A PEC 241, que pode ser votada em comissão especial na Câmara já nesta quinta (6), pretende impor um teto para os gastos públicos, que não poderão ter crescimento real por duas décadas. Caso seja aprovada, as despesas primárias (sem incluir os juros) do governo só poderão, no máximo, serem acrescidas do reajuste da inflação do ano anterior. Isso mesmo que economia deslanche, a população cresça e os governos mudem.

Para a especialista em Orçamento Público e assessora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Grazielle David, a PEC 241 é um “atentado” contra a Constituição. De acordo com ela, ao alterar a política fiscal, restringindo o financiamento dos direitos sociais, a medida impede a efetivação daquilo que está escrito na Carta, rompendo com seus princípios. Trata-se de colocar em xeque o arranjo constitucional de financiamento desses direitos.

 
Disposições transitórias x retrocesso duradouro

Do ponto de vista formal, a PEC 241 altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), para instituir o novo regime fiscal. Ou seja, utiliza-se uma disposição “transitória” para promover uma mudança estrutural bastante duradoura.

“Se a gente pensar, o ADCT nem deveria existir mais. A Constituição está fazendo 28 anos hoje. Aqueles artigos (da ADCT) existiram para um momento de transição de um cenário pós-ditadura até um período mais democrático, uma fase de adaptação. Eram orientações, na Constituição, de como fazer em um período de transição. Mas praticamente tudo ali prescrevia com cinco anos. Então como é possível que, 28 anos depois, a gente esteja falando em alterações no ADCT”, critica.

Para ela, é “inacreditável”, que o governo proponha uma alteração em algo que foi criado para ser transitório na Constituição, de modo a “mudar toda a lógica do que é essa escrito no texto propriamente dito” da Carta. “Porque se você mexe na política fiscal e no financiamento desses direitos, você inviabiliza as garantias”, defende.

“É uma coisa muito bizarra. Você tem um texto lindo, com uma série de direitos, um princípio norteador de solidariedade, e depois lá no apêndice, que não deveria nem mais existir, você vai fazer uma mudança na política fiscal como um todo, para durar 20 anos, que inviabiliza todo o texto constitucional”, reitera.

 
Política econômica deve garantir direitos

Como exemplo, Grazielle cita o que acontecerá com a saúde, caso seja aprovada a PEC 241. Segundo ela, apesar de, em um primeiro momento, a nova regra fiscal não ter impacto sobre os recursos da área, com o passar dos anos, as perdas irão se acumular, retirando bilhões do Orçamento, conforme tabela abaixo.

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De acordo com a Constituição, a saúde “é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas”. Grazielle então destaca que as políticas econômicas têm que existir de tal forma que permitam o adequado financiamento para a garantia do direito à saúde.

“Uma vez que você elabora uma política fiscal que limita, põe um teto, ao que pode ser gasto com esses direitos, você inviabiliza o que diz o texto constitucional. E, como lá diz que a saúde é um dever do Estado, você está negando o dever do Estado de garantir essa política”, condena.

O mesmo se aplica a outras áreas. Estudos já indicam que a PEC vai reduzir em mais da metade as verbas para a assistência social, por exemplo. E, caso ela existisse desde 2006, o salário mínimo, que hoje é de R$880, seria de apenas R$550; o orçamento da educação, em vez de ter alcançado os R$103 bilhões atuais, estaria em R$31 bilhões. Ou seja, trata-se de um corte drástico nas chances de construir uma sociedade mais democrática, igualitária e justa.

O projeto do governo Temer estabelece que o teto se refere aos gastos primários de maneira geral, podendo acontecer de uma ou outra área ter aumento acima da inflação, desde que compensada por outro setor do orçamento.

Grazielle prevê, então, que, se houver o entendimento que saúde e educação podem receber mais dinheiro, em um cenário no qual os gastos com Previdência continuam crescendo ao longo dos anos, será impossível levar adiante qualquer outra política pública.

“Qual o país que vive sem nenhuma outra política pública? Como fica a questão de segurança, da habitação, da ciência e tecnologia, da agricultura familiar?”, questiona.

Ela aponta ainda que outras propostas defendidas pelo atual governo também se somam ao golpe na Constituição. “Se você fala em uma reforma da previdência e das leis trabalhistas, que é na verdade para diminuir direitos, você está atentando contra o texto constitucional também”.
Orçamento a serviço da minoria

A especialista em Orçamento Público analisa que a política de austeridade materializada na PEC 241 expressa um entendimento que fazia parte ada lógica liberal, foi resgatado com o neoliberalismo, mas hoje é rejeitado até mesmo pelo Fundo Monetário Internacional, grande entusiasta do ajuste fiscal em outros tempos.

Um relatório recente do FMI afirma claramente que medidas de ajuste adotadas pelos países com corte de direitos não trazem benefícios sociais e econômicos. Os cortes são, na verdade, ações pró-cíclicas e não anti-cíclicas diante de uma crise fiscal. Mas, mesmo assim, alguns países de economia em desenvolvimento, como o Brasil atual, continuam tentando adotar esse tipo de política. É um retrocesso total”, condena.

Segundo ela, a visão contida na PEC é diametralmente oposta àquela que deu origem à Constituição Cidadã. “Quando a gente pensa na lógica dos direitos humanos, há uma série de princípios e um deles é de que deve haver uso máximo de recursos para financiar os direitos. Já a PEC 241 fala que o princípio norteador deve ser o superávit primário máximo (economia para pagar juros da dívida). É assustador como a gente muda esses princípios”, afirma.

Para Grazielle, trata-se de uma mudança completa na lógica de porque existe um Estado, porque existe arrecadação e porque a população paga tributos. “Deixa-se de recolher, de fazer arrecadação tributária para financiar direitos e passa a ser tudo para fazer superávit primário, garantir pagamento de juros e beneficiar um pequeno grupo, ao invés de beneficiar toda a sociedade”, encerra.

 


Histórico de ataques

Promulgada em 1988, após longo período de ditadura, a Constituição marcou a transição para os tempos democráticos. Considerada uma das mais avançadas do mundo, recebeu o apelido de Constituição Cidadã. De lá para cá, contudo, diversas têm sido as tentativas anular seu conteúdo.

O próprio presidente à época, José Sarney, chegou a dizer que a Carta e os direitos que ela assegurava tornavam ”ingovernável” o país, um discurso que volta e meia reaparece na cena. Sob o olhar enviesado do neoliberalismo, o Estado não teria recursos para garantir os direitos constitucionais.

Na entrevista ao Vermelho, Grazielle lembra que, em vários momentos, após a aprovação do texto constitucional, houve pressões, iniciativas ou omissões no sentido de desconstruir o que diz a Carta.

“Se você pegar o processo de regulamentação do financiamento saúde, só em 2012, com a lei complementar 141, é que houve a regulamentação de quanto cada ente federado iria colocar para financiar esse direito”, destaca. Na sequência, em 2015, foi aprovada a Emenda Constitucional 86, que puxava para baixo o valor a ser investido, agravando o quadro de subfinanciamento da saúde – o que pode piorar com a PEC 241.

Além da questão do financiamento, Grazielle ressalta outro movimento importante que sinaliza a tentativa de mudar a lógica do conteúdo da Constituição. Trata-se dos processos de terceirização da gestão dos direitos, que passam a ser administrados pelas chamadas Organizações Sociais (OSs), cada vez mais comuns nas áreas da saúde e da educação.

“É entregar para a inciativa privada a gestão e a organização da política pública. Cada uma dessas medidas vai enfraquecendo o papel do Estado e da própria Constituição na garantia de direitos. E, uma vez que se terceiriza, diminui a transparência e a participação social, vai minando a capacidade tanto do povo participar da elaboração de uma política, quanto de ter acesso a ela”, avalia Grazielle.

Segundo ela, momentos de crise como o atual, podem gerar queda significativa da arrecadação, com impacto sobre o financiamento dos direitos sociais. “Apesar disso, há todo um entendimento de que os direitos sociais não podem estar sujeitos à lógica de como se encontra a economia. As políticas públicas, tanto as sociais quanto as econômicas, têm que se organizar de tal forma quer esses direitos sejam cumpridos. Mas, infelizmente não é o que acontece”, lamenta.

 

 

 

 

Fonte: Portal Vermelho

 

 

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Movimentos pressionam deputados pela rejeição da PEC 241

Movimentos sociais e sindicais estão mobilizados nesta semana em Brasília para evitar a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 que simboliza retrocesso no direito à saúde e educação no Brasil. A PEC de Michel Temer é considerada um “crime” contra os direitos sociais. Lideranças do PCdoB, PT e Psol convocaram para esta quarta-feira (5) ato de protesto na Câmara dos Deputados para denunciar a PEC e pressionar os parlamentares pela rejeição da proposta.
 

241101608Militantes da saúde, estudantes, trabalhadores, servidores públicos e lideranças de esquerda lideram o ato desta quarta-feira contra a PEC 241 que impõe por 20 anos um teto de gastos para saúde e educação enquanto as despesas com juros permanecem livre de limites. O mínimo que o governo quer aprovar para as duas áreas só poderá crescer o equivalente à inflação do ano anterior.

 
Para o Conselho Nacional de Saúde, a diminuição de recursos da saúde pelo texto original da PEC era tão flagrante que obrigou a equipe de Temer a fazer um “remendo”, o que significa, na opinião da entidade, que a redução de recursos se aprofundará a partir de 2018 e não mais de 2017. Para o conselho, a PEC diminui os recursos em uma área que sofre com o subfinanciamento.

 
O parecer da PEC foi apresentado nesta terça-feira (4) em Comissão Especial da Câmara e, nas palavras do presidente da Casa, Rodrigo Maia, a 241 poderá ser votada na próxima segunda-feira (10). Para o presidente do CNS, Ronald Ferreira dos Santos, que participará do ato em Brasília, a hora é de pressionar os deputados para que rejeitem a proposta.

 
Pressionar os parlamentares
Segundo ele, a pressão aos parlamentares deve partir dos conselheiros de saúde, gestores, usuários, trabalhadores da saúde e incorporar amplas entidades do movimento social assim como Conselho Federal de Medicina (CFM), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e centrais de trabalhadores.
 

“É preciso ampliar o leque de forças contrárias à iniciativa do governo golpista. É pressionar, pressionar, pressionar. Não permitiremos. Ficará tatuado na testa dos que votarem a favor do crime contra a saúde e a educação brasileiras”, ressaltou Ronald. À tarde, o conselho também visitará todas as lideranças dos partidos esclarecendo a necessidade de rejeição da 241.

 
Também nesta quarta-feira, o CNS divulgará em entrevista coletiva, às 14h, na sede do conselho, em Brasília, o documento “Por uma solução das contas públicas que respeite os direitos sociais – Não à PEC 241” em que faz um histórico do subfinanciamento do SUS, explica os prejuízos que a PEC trará para a população e propõe alternativas à proposta.

 
Fortalecer mobilização
Ao lado das ações da saúde está a mobilização dos estudantes. A presidente em exercício da União Nacional dos Estudantes (UNE), Moara Correia está convocando de Brasília o movimento estudantil e os diversos segmentos do movimento social para que realizem nesta semana atos por todo o Brasil esclarecendo os danos que a PEC trará para saúde e educação.

 
“Aprovar a PEC 241 é uma derrota muito grande para toda a sociedade brasileira e para os próximos 20 anos. Na prática é acabar com saúde, educação e com o serviço público. Esperamos que outras forças se somem a esse esforço que está sendo feito nesta semana em Brasília”, enfatizou Moara. Ela informou que chegaram em Brasília caravanas de estudantes de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, estes da Universidade Federal Fluminense (UFF).

 
Governo golpista
Na opinião de Moara a velocidade com que as pautas tem sido colocadas em votação estão condicionadas à permanência do governo golpista de Michel Temer. “É preciso garantir que tudo seja aprovado no governo ilegítimo que não foi eleito nas urnas então não tem compromisso com nenhuma base social”, analisou.
 

Para João Paulo Ribeiro, o JP, secretário do Serviço Público e dos Trabalhadores Públicos da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) Michel Temer escolheu dirigir os ataques contra os trabalhadores e os direitos sociais. Segundo o dirigente, não há projeto neste governo para o crescimento mas para estagnar o crescimento.

 
“Michel Temer está propondo a terceirização de toda a ação social e nós vamos combater isso até derrubá-lo”, declarou JP. Os servidores públicos têm realizado diversas ações em Brasília com milhares de pessoas para denunciar e combater projetos de lei de Temer que fragilizam o serviço público, entre eles o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257 e o Projeto de Lei do Senado (PLS) 559.

 
Pautas negativas
Os servidores públicos iniciaram neste mês do servidor público atos todas as segundas e terças-feiras nos aeroportos das capitais brasileiras. A ideia é esclarecer a população sobre projetos de retrocesso nas políticas públicas brasileiras e pressionar parlamentares para que rejeitem propostas como a PEC 241, o PLP 257 e PLS 559 e também o Projeto de Lei 4567/2016, que retira da Petrobras a obrigatoriedade na exploração na camada do pré-sal.
 

Além dos projetos do Pré-Sal e PEC 241 está em debate nesta semana na Câmara a Medida Provisória (MP) da reforma do Ensino Médio de Michel Temer. A proposta é repudiada por educadores, especialistas em educação, entidades e lideranças sociais e políticas.

 

 

SERVIÇO
Ato contra a proposta de destruição das conquistas do povo brasileiro (PEC 241)

Dia : 5 de outubro

Hora: das 10h às 13h

Local: Auditório Nereu Ramos – Câmara dos Deputados – Brasília/DF

 

Coletiva de Imprensa do Conselho Nacional de Saúde

Alternativas à PEC 241

Dia: 5 de outubro

Hora: 14h

Local: Sede do Conselho – Esplanada dos Ministérios, Bloco “G” – Edifício Anexo, Ala “B” – 1º andar – Sala 103B – Brasília/DF

 

 

 

Fonte: Portal Vermelho

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Contee participa de audiências sobre a MP do ensino médio e a Lei da Mordaça

O coordenador da Secretaria de Assuntos Institucionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) e diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF), Rodrigo de Paula, e a presidenta do Sinproep-DF, Karina Barbosa, participaram, na tarde de hoje (4), de audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) da Câmara que debateu a Medida Provisória (MP) 746/2016, que propõe a reforma do ensino médio.

A presença é fundamental para marcar o posicionamento da Confederação contra a medida, que traz prejuízos à qualidade do ensino e aos trabalhadores do setor, além de abrir as portas ainda mais para a privatização da educação pública. “A MP 746 atinge diretamente a nossa categoria. Não podemos permitir que a medida seja aprovada e se torne lei. Por isso, precisamos mobilizar os professores para impedir esse retrocesso”, comentou o diretor da Contee, que conversou com a comissão a fim de agendar uma conversa com a Confederação sobre o assunto. Já a presidenta do Sinproep-DF afirmou que o sindicato está trabalhando com outras entidades para barrar a medida.

Rodrigo e Karina também representaram a Contee e o Sinproep-DF em outra audiência realizada hoje, com o objetivo instituir no calendário oficial o Dia Nacional de Defesa da Liberdade na Educação. A data se contrapõe ao projeto de lei do movimento Escola Sem Partido, que visa estabelecer uma Lei da Mordaça que que veta o pensamento crítico na sala de aula.

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O autor do requerimento, deputado Pedro Uczai (PT-SC), propôs que a data seja instituída no dia 26 de fevereiro, em alusão ao decreto 477, considerado o “AI-5 da educação”, assinado pelo ditador Artur da Costa e Silva na mesma data, que proibia alunos e professores de participarem de passeadas, comícios, ou paralisações que fossem “contrários à moral ou à ordem pública”.

Para a presidenta do Sinproep-DF, tanto a criação de um dia para ressaltar a importância da liberdade de pensamento quanto o veto à Lei da Mordaça são fundamentais para o exercício da profissão. “Eles não podem perseguir os professores e ferir o Estado democrático de direito, que conquistamos com tanta dificuldade. Lutaremos pela categoria e apoiaremos a derrubada desse projeto de lei, na defesa de uma escola crítica”, afirmou.

 

Fonte: Contee

Com informações do Sinproep-DF

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Teto de gastos valerá para saúde e educação a partir de 2018

Mudar para permanecer igual. Pressionado por todos os lados, o governo Michel Temer fechou o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 – que limita o crescimento dos gastos públicos por 20 anos. Como bem disse o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, serão mantidos “os termos principais e fundamentais”. Tentando minimizar o caráter impopular da medida, a gestão decidiu que o teto para as áreas da saúde e da educação só valerá a partir de 2018 – mas valerá.

 

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Foto: ReproduçãoDANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

A PEC 241, proposta pela gestão Temer já nos primeiros dias de governo interino, estabelece que as despesas primárias (sem contar os juros) do governo só poderão crescer, no máximo, a variação da inflação do anterior. Ou seja, nada de crescimento real dos gastos, mesmo que a economia deslanche ou que a população cresça, por exemplo.

Diversos especialistas têm alertado para o fato de que a proposta irá inviabilizar serviços e políticas públicas, retirando verbas de setores como saúde e educação e reduzindo o papel do estado. Diante da resistência que se criou à medida, o governo não voltou atrás, apenas decidiu adiar um pouco o ataque ao orçamento dessas duas áreas tão sensíveis.

Agora, a ideia é que, no ano que vem, o formato atual de correção dos orçamentos de saúde e educação, com base na receita corrente líquida, ainda permaneça em vigor e só em 2018 passe a valer a nova regra. No governo, a expectativa é de que haja uma recuperação da arrecadação no ano que vem, ampliando, portanto, a base sobre a qual passaria a valer a correção pela inflação.

Isso porque, com a crise, a arrecadação caiu este ano, com impacto sobre os montantes investidos especialmente na saúde. A nova regra, portanto, já partiria de um piso rebaixado. Com o novo texto, o governo empurra mais para frente a investida contra os orçamentos dessas áreas, mas não a elimina. Caso a proposta seja aprovada, vai ter teto para os gastos da saúde e educação, sim.

Para a correção das despesas para outras áreas em 2017, ficou mantido o que já está no texto original, de 7,2%. Portanto, conforme Meirelles, a mudança não vai influenciar a proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2017, que está em tramitação no Congresso Nacional. De 2018 em diante, valerá a correção com base no IPCA dos doze meses anteriores, contados de junho de um ano até julho do outro ano.

O governo decidiu ainda não modificar outro ponto polêmico da PEC, a vigência para o largo período de 20 anos, com possibilidade de alteração do formato de correção a partir do décimo ano, por meio de proposta do presidente da República. Mas incluiu uma pequena mudança no texto da proposta, prevendo que, a partir do décimo ano, o indexador poderá ser corrigido a cada mandato presidencial, ou seja, a cada quatro anos, conforme o período eleitoral. Antes, o texto só previa uma oportunidade de correção.

O relator da PEC – criticada por economistas, políticos e especialistas em orçamento e gestão pública – , deputado Darcísio Perondi (PMDB), vai apresentar o relatório final na comissão especial nesta terça-feira (04). A previsão é de que, feita a leitura, a PEC do teto de gastos seja votada na Comissão Especial na quinta-feira e passe pelos dois turnos de votação em plenário ainda este mês, antes de ser encaminhada ao Senado.

Fonte: Portal Vermelho

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Vinte e três estados aderiram à política proposta na MP do Ensino Médio

Vinte e três estados confirmaram que vão participar da Política de Fomento à Implantação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, de acordo com o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Rosseli Soares. A política foi proposta na Medida Provisória 746/2016, que reestrutura e flexibiliza o ensino médio no país, anunciada pelo governo no último dia 22.

A expectativa do secretário de Educação Básica é que todos os estados manifestem interesse em aderir à política.“Temos 23 estados confirmados que vão participar. Todos os estados estão querendo participar e estão aguardando a resolução e a portaria que vai sair nos próximos dias. Acreditamos que vamos ter a participação de todos nesse programa”, disse. Segundo Rosseli Soares, as medidas que regulam a implementação do tempo integral serão publicadas no Diário Oficial da União até a próxima terça-feira (4).

Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), até 2024, 50% dos matriculados cumprirão jornada escolar em tempo integral de, no mínimo, sete horas por dia. De acordo com o MEC, a pasta investirá R$ 1,5 bilhão para ofertar o ensino integral a 500 mil jovens até 2018.

O secretário explicou que para os estados maiores haverá um limite de adesão de 30 escolas ou cerca de 14 mil matrículas. O MEC vai repassar aos estados R$ 2 mil ao ano por aluno da educação integral pelo período de quatro anos. Rosseli Soares disse que esse é um recurso para fomentar a implementação da educação integral e a ideia é que, durante esse período, os estados se planejem para assumir as despesas.

“A ideia é: vou ajudar vocês, estados, durante quatro anos e durante esse processo um dos requisitos de monitoramento é que ele tem que apresentar um planejamento de sustentabilidade. A ideia do planejamento é que ele tem que ser sustentável após quatro anos, senão a gente não consegue fomentar outras escolas”, explicou.

Mudanças no Ensino Médio

Com a Medida Provisória 746/2016, a intenção é que o ensino médio tenha, ao longo de três anos, metade da carga horária de conteúdo obrigatório, definido pela Base Nacional Comum Curricular, ainda em discussão. O restante do tempo deve ser flexibilizado a partir dos interesses do próprio aluno e das especificidades de cada rede de ensino no Brasil. Os alunos poderão escolher seguir algumas das seguintes trajetórias: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.

No texto, o governo torna obrigatória para os três anos do ensino médio apenas o ensino de português e matemática. Inglês também torna-se obrigatório, mas não necessariamente para os três anos. Sobre a polêmica em relação à obrigatoriedade do ensino de sociologia, filosofia, arte e educação física, a questão será decidida pela Base Nacional Comum Curricular. Por enquanto, essas disciplinas continuam obrigatórias nos atuais currículos.

 

Fonte: Agência Brasil

 

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STF recebe ação pedindo a suspensão da reforma do ensino médio

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“Dispor por medida provisória sobre tema tão complexo, que claramente não reclama urgência, é temerário e pouco democrático, por impor prazo extremamente exíguo para debate que já está ocorrendo nos meios educacionais e, sobretudo, no Congresso Nacional”, diz trecho da ação movida pelo PSOL.

O partido entrou no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (28), com um pedido de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) à Medida Provisória (MP) 746. “Muito boa essa ação do PSOL porque não se pode brincar de mudar a educação sem um amplo debate com os setores envolvidos e com a sociedade”, afirma Marilene Betros, dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

O PSOL argumenta que a questão deveria ser debatida amplamente, incluindo as diversas visões de entidades de professores e estudantes, “e não ter sido encaminhada de forma unilateral, como fez o governo”.

Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) defende que a reforma imposta pelo governo golpista tem um “caráter limitador de direitos e de expectativas de aprendizagens”.

Para a Contee, os estudantes do ensino fundamental também perdem por causa da revogação da Lei 11.161/2005, que determina o ensino de espanhol. Porque acaba com a “valorização da cultura latino-americana que vinha sendo feito pelas escolas de ensino médio, sobretudo das regiões de fronteira”.

A entidade anuncia que também ingressará com uma Adin contra a MP 746, para “suspender os efeitos dessa lei impositiva (e impostora), implementada por meio de medida provisória”. Já o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE) apresenta 28 emendas à MP.

Lopes explica que as suas emendas pretendem neutralizar os efeitos negativos da MP 746, justamente porque “o ensino médio tem sido um dos gargalos da educação básica, seja pelo reduzido acesso de adolescentes e jovens em relação aos concluintes do ensino fundamental, seja pelas dificuldades de permanência e êxito dos alunos”.

Para o PSOL, a medida pauta, dessa forma, a segmentação e o empobrecimento da aprendizagem, “reduzindo o conhecimento comum e restringindo o acesso à informação em toda sua riqueza”.

O deputado lembra que existe “o Projeto de Lei 6840/2013, sobre a reforma do ensino médio, que está pronto para ser votado, após passar por um amplo debate com a sociedade. Também por isso, não se justifica tentar impor de cima para baixo uma reforma tão abrangente”.

Betros argumenta que é “inadmissível qualquer proposta de mudança na educação sem debate. E fazer isso através de medida provisória mostra o caráter desse governo golpista, além de representar a privatização do ensino médio e o fim do sonho dos filhos dos trabalhadores em ingressar na universidade”.

 

Fonte: Portal CTB

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FNE divulga nota contra a MP do ensino médio

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O Fórum Nacional de Educação (FNE), do qual a Contee faz parte, divulgou nesta semana sua 45ª Nota Pública, datada do último dia 22 de setembro, com seu posicionamento acerca da Medida Provisória 746, que institui a reforma do ensino médio. O documento enumera 23 argumentos contrários à medida e aponta seu grande equívoco, a começar pelo fato de que “mudanças estruturais na educação, especialmente no Ensino Médio, são necessárias e, portanto, exigem ampla, responsável e qualificada discussão entre os(as) educadores(as), educandos(as), pais, mães, responsáveis, gestores(as), pesquisadores(as) em todo o país”.

 

Leia abaixo a 45ª Nota Pública do Fórum Nacional de Educação – Sobre a Medida Provisória relativa ao ensino médio

 

Brasília, 22 de setembro de 2016

Ad referendum

O Governo Federal editou a Medida Provisória (MP) com a intenção de promover (re)organização curricular e outras alterações para a última etapa da Educação Básica, o Ensino Médio, tema tão caro aos que se preocupam com a educação nacional. Preliminarmente, convém registrar que se trata de grave equívoco, já que mudanças estruturais na educação, especialmente no Ensino Médio, são necessárias e, portanto, exigem ampla, responsável e qualificada discussão entre os(as) educadores(as), educandos(as), pais, mães, responsáveis, gestores(as), pesquisadores(as) em todo o país. Consequentemente, não pode dispensar e descuidar de ampla participação, compreensão e consenso entre entidades, movimentos e instituições. Ademais, deve considerar as dimensões de nosso país, sua rica diversidade e, também, as enormes desigualdades que ainda o caracterizam.

A edição de uma Medida Provisória, gestada em gabinetes e construída a poucas mãos, para tratar de tema tão fundamental e complexo para a educação do país, não é instrumento adequado e não pode prosperar.

Ademais, a proposição ignora o debate que vem sendo travado, com centralidade, há anos, pelo campo educacional, pela sociedade e pelo próprio Congresso Nacional. De maneira impositiva, solitária e açodada, pretende o Executivo, por meio do instrumento excepcional da MP, resolver questões complexas de reorganização curricular, pedagógica e formativa que impactarão, inadvertidamente, nada menos que 26 estados, o Distrito Federal, 5570 municípios e milhões de profissionais da educação, estudantes e estabelecimentos públicos e privados, além do próprio Executivo Federal.

O governo Temer erra no método e no processo, restritivos e impeditivos do debate e do encaminhamento adequado sobre a matéria nas redes e sistemas de educação e, também, erra no conteúdo e suas repercussões no país, o que gerará mais atrasos e retrocessos em face da necessária formulação e implementação de medidas consistentes e bem fundamentadas para o Ensino Médio. A proposição do governo Temer, em linhas gerais:

a. reforça a fragmentação e hierarquia do conhecimento escolar que as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, amplamente debatidas, buscaram enfrentar;

b. não trata de questões basilares, como as condições objetivas e infraestruturais das escolas, a profissionalização e valorização dos profissionais da educação, a relação discente-turma- docente, a inovação nas/das práticas pedagógicas, entre outros aspectos;

c. empobrece a formação para reduzir custos e precarizar o trabalho docente, desconhecendo que para a oferta de qualquer modelo formativo é necessário enfrentar o déficit de docentes em muitas áreas;

d. pretende eliminar a estreita e fundamental relação entre o conhecimento tratado na escola e sua relação com a sociedade que o produz;

e. induz, de forma quase compulsória e nada clara, a educação integral, sem deixar explicitas quais concepções a presidirão e em que condições objetivas de apoio do Governo Federal se dará sua implementação que, assim, será provavelmente “progressivamente ampliada” ao arrepio de gestores não consultados, de docentes sobrecarregados, de educandos que trabalham e de escolas sem condições objetivas;

f. torna o inglês obrigatório sem ocupar-se das objetivas e distintas realidades das redes e sistemas, abrindo enorme flanco para sua oferta por “grupos e empresas interessadas” junto à redes e sistemas fragilizados e compelidos a cumprir uma obrigação;

g. retoma a discussão sobre organização curricular com base em temas transversais às disciplinas, reeditando formato experimentado em período recente da educação brasileira a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais anteriores às que estão em vigência, e que se mostrou inócuo;

h. ignora a instância permanente de negociação e cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, plural, prevista pelo PNE e editada, em caráter transitório, pela Portaria no 619 de 24 de junho de 2015, ao tratar dos processos de escuta e aprovação para inclusão de novos componentes curriculares de caráter obrigatório na BNC;

i. busca ressignificar e restringir o objetivo da BNC, reposicionando os conceitos de competências, habilidades e expectativas de aprendizagem;

j. dispensa, na prática, o corpo, a alma, a estética e a ética dos nossos jovens com a supressão das artes, da educação física, da sociologia e da filosofia que, ao contrário de serem reconhecidas como campos fundamentais para o desenvolvimento integral da pessoa e o desenvolvimento da cidadania, são vistas como coisas que atrapalham a formação;

k. refere-se aos aspectos socioemocionais e, no contexto de uma proposição restritiva, abre- se oportunidade para sua mensuração;

l. possibilita a ampliação da presença do “setor produtivo” no campo da formação técnica e profissional;

m. abre enorme espaço para a pressão local de grupos interessados sobre os sistemas ao tratar das possibilidades de cumprimento de exigências curriculares do Ensino Médio, “mediante regulamentação própria” dos sistemas;

n. vilipendia a formação docente e desmonta a meta 15 constante da Lei no 13.005/14, do Plano Nacional de Educação, ao cristalizar a atuação de “profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação”, sem estabelecer qualquer diálogo com conselhos de educação e instituições formadoras;

o. propõe, em um contexto de precaríssima discussão no campo e junto às instituições, bem como a pretexto de abrir espaços para novos formatos de aproveitamento de estudos e carga horária, a convalidação de conteúdos cursados para aproveitamento de créditos na Educação Superior, abrindo “uma avenida” para a conclusão aligeirada e sem qualidade nas Licenciaturas;

p. propõe à comunidade educacional “um salto no escuro” ao sugerir a necessária substituição de disciplinas por “itinerários formativos” ancorados em uma Base Nacional Comum ainda não concluída e em uma articulação com o mercado de trabalho, alicerçados na reedição da dualidade e fragmentação entre a educação que será oferecida aos jovens das elites (formação intelectual) e aos jovens trabalhadores e filhos e filhas de trabalhadores (formação manual), reeditando o modelo do período ditatorial, marcado pelo viés eficienticista e mercadológico;

q. propõe uma “Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral” que, no contexto das medidas regressivas de ajuste fiscal e restrição do gasto público em educação, a exemplo da PEC 241/16, representará, na prática, uma medida para atrair e ludibriar redes e sistemas de educação que, malgrado, serão deixados à própria sorte em curto espaço de tempo;

r. estabelece que o acesso ao apoio financeiro para implementação do modelo será viabilizado àqueles que “atendam às condições previstas em ato do Ministro de Educação”, mais uma vez ignorando o diálogo por meio da instância permanente de negociação e cooperação federativa;

s. estabelece que “transferência de recursos será realizada anualmente, a partir de valor único por aluno, respeitada a disponibilidade orçamentária para atendimento, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Educação” ignorando, mais uma vez, a instância permanente de negociação e cooperação federativa e, particularmente, desconhecendo a legislação (PNE) e toda a discussão sobre o Custo Aluno Qualidade (CAQ) e Custo Aluno Qualidade inicial (CAQi) e as diversidades regionais;

t. atribui competências aos conselhos na prestações de contas dos recursos repassados no abrangida pela MP sem que tenha havido qualquer diálogo para viabilizar o cumprimento de tais atribuições pelos entes, bem como realizada qualquer análise sobre as condições objetivas dos conselhos para tal;

u. revoga a Lei no 11.161, de 5 de agosto de 2005 que dispõe sobre o Ensino da Língua Espanhola;

v. silencia em relação à forma como se garantirá o direito de acesso à Educação Básica para mais de dois milhões de jovens de 15 a 17 anos que estudam e trabalham ou só trabalham;

w. desconsidera as especificidades dos sujeitos que estudam à noite, em suas especificidades etárias, socioculturais e relativas à experiência escolar que culminam por destituir de sentido a escola para milhões de jovens, adultos e idosos;

Entendemos que o diagnóstico de que o Ensino Médio não vem preparando bem os estudantes, de que os currículos são pouco ou nada atrativos e que a qualidade é questionável não autoriza soluções mágicas, verticais e autoritárias que ignoram o acúmulo do campo e, na prática, se aprovadas, só produzirão retrocessos e ampliação das desigualdades educacionais no país e, consequentemente, das sociais.

Somamo-nos àqueles que propõem a organização de um currículo que integre de forma orgânica e consistente às dimensões da ciência, da tecnologia, da cultura e do trabalho, como formas de atribuir significado ao conhecimento escolar e, em uma abordagem integrada, produzir maior diálogo entre os componentes curriculares, estejam eles organizados na forma de disciplinas, áreas do conhecimento ou ainda outras formas previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio.

Assim, compreendemos que uma ampla e efetiva transformação no Ensino Médio e na Educação brasileira não se dará no afogadilho e não pode ignorar movimentos que já tem propostas construídas para a melhoria do Ensino Médio e da Educação como um todo. Não existe medida precipitada, apressada e ilegítima que seja capaz de garantir o direito à educação de qualidade aos(às) estudantes, razões pelas quais nossa posição é pela retirada da Medida Provisória e que a discussão seja encaminhada em outros termos e instrumentos, inclusive no Congresso Nacional, também pressionado e desrespeitado pelo açodamento do Governo, que não se propôs garantir nem tempo nem espaço nem participação da sociedade civil para o debate qualificado e responsável que é requerido para o trato de matéria tão cara ao povo brasileiro, a saber, a Educação de nossa juventude.

 

Fórum Nacional de Educação

 

 

Fonte: Contee