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Nenhum direito a menos: Repúdio às reformas previdenciária e trabalhista

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O coordenador da Secretaria de Políticas Sindicais da Contee, Manoel Henrique da Silva Filho, representou a Confederação hoje (22) no ato de repúdio às reformas previdenciária e trabalhista realizado, na Câmara dos Deputados, pelo Fórum Interinstitucional em Defesa do Direito do Trabalho e da Previdência Social (Fids), composto por diversas entidades, entre elas a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e as centrais sindicais. Diversos deputados e senadores de oposição ao governo golpista de Michel Temer participaram do ato e se manifestaram contra as duas propostas — a reforma da Previdência (PEC 287/16) e a reforma trabalhista (PL 6787/16), em análise na Casa.

 

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Segundo o presidente da ANPT, Ângelo da Costa, as propostas diminuem direitos e correm o risco de serem aprovadas sem transparência e diálogo com a sociedade. “O governo não divulgou dados que realmente convencessem a população. Há, de certa forma, um manuseio dos dados para colocar o foco apenas na Previdência Social, quando a gente sabe que a Previdência também é abastecida com recursos da Seguridade Social.”

 

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O deputado Marco Maia (PT-RS) foi um dos que se pronunciou, afirmando que as duas reformas deveriam ir para o lixo. “Nós precisamos esclarecer a população brasileira, o povo brasileiro, sobre o que significam essas duas reformas. Elas são nefastas. Elas vão acabar com a aposentadoria e vão acabar com os direitos trabalhistas do nosso povo.”

Greve geral

Foi enfatizada, durante o ato, a importância da greve geral nacional da educação, marcada para o dia 15 de março, data para o qual as centrais também convocaram um dia nacional de luta contra a reforma da Previdência. Os parlamentares presentes hoje afirmaram acreditar que a mobilização constituirá uma nova oportunidade de luta contra as reformas.

 

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Fonte: Contee

Com informações da Agência Câmara

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Por nenhum direito a menos: Contee denuncia reforma da Previdência na Câmara

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O coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, denunciou hoje (21), em audiência na Câmara dos Deputados, o que está por trás do debate em torno da reforma da Previdência no país. “Tem um único interesse e um único objetivo: o sistema financeiro nacional e internacional que opera no mercado brasileiro”, declarou, lembrando que esse também tinha sido o princípio norteador da aprovação da Emenda Constitucional 95/16, que limitou em 20 anos os investimentos públicos no Brasil. “Aqui o sistema financeiro ganha nas duas pontas: exigem cada vez mais que o orçamento federal seja destinado aos interesses financeiros e, na outra ponta, estabelecem um mercado altamente lucrativo para ajudar na previdência privada. Esse é o tema central do debate que está colocado aqui.”

 

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Durante o Seminário de Negociação Salarial e Reforma da Previdência realizado pela Contee em Belo Horizonte, ficou claro que derrotar as alterações previdenciárias propostas pelo governo golpista de Michel Temer significa derrotar o próprio governo, o que evidencia ainda mais a necessidade de uma intensa mobilização de toda a sociedade. E Gilson fez questão de deixar isso claro em sua fala de hoje quando, ironicamente, agradeceu ao presidente ilegítimo pelo projeto. “Muito obrigado, Temer, porque você entregou para nós uma bomba que vai estourar. Não sabíamos como enfrentar esse governo diante de tantos ataques que estão acontecendo no país. Na medida em que apresenta uma proposta dessa, vocês não sabem, governo Michel Temer, o quanto vocês nos ajudaram a demonstrar o que está por trás desse processo no Brasil.”

 

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Assista à fala completa:

 

A importância da mobilização tem movido as ações constantes da Contee, incluindo sua atuação junto ao Parlamento. Além da participação de Gilson Reis na audiência, na qual representou a CTB, substituindo o presidente da central, Adílson Araújo, os diretores da Confederação Rodrigo Pereira de Paula (Secretaria de Assuntos Institucionais), Manoel Henrique Filho (Secretaria de Políticas Sindicais) e Alan Francisco de Carvalho (Secretaria de Comunicação Social), acompanhados de assessoria jurídica, se reuniram com o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que atua no segmento dos aposentados, e a deputada Dorinha Seabra (DEM-TO), que se destacou na defesa de importantes conquistas no Plano Nacional de Educação (PNE). Aos dois, a Contee apresentou um documento específico sobre a aposentadoria de professores/as.

 

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Esse diálogo com os parlamentares também foi ressaltado por Gilson em sua participação na audiência, na qual fez um apelo para que os deputados ouçam a sociedade. Ele afirmou que encerrar a tramitação da reforma da Previdência em dez sessões apenas implica desprezar a sociedade civil e fugir do debate. “A sociedade está profundamente atenta. Minha Confederação soltou agora, nesta semana, 500 mil jornais denunciando a reforma da Previdência. Não tenho dúvidas de que estão todos acompanhando essa discussão na sociedade”, alertou. “A tática do governo é acelerar ao máximo para menos pessoas compreendam a profundidade e a situação que estamos vivendo. Isso é um engano. Vocês não conseguirão enganar todos o tempo todo.”

 

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Por isso mesmo, a Contee reafirma que a necessidade de os sindicatos e federações filiadas acionarem os deputados e senadores em suas bases, fazendo com que se posicionem sobre a reforma e expondo suas intenções de voto à sociedade. A unidade nesta luta é essencial: por nenhum direito a menos!

 

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Acesse aqui a seção Fale com o Deputado, com os contatos de cada parlamentar na Câmara

Fonte: Contee

 

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Centrais vão a Brasília nesta terça (21) pressionar o Congresso a vetar fim da Previdência pública

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As principais centrais sindicais convocaram para 15 de março o Dia Nacional de Lutas com Greves e Paralisações contra a “Reforma” da Previdência Social Pública. E nesta terça (21) lideranças e militância das principais centrais vão a Brasília para pressionar os congressistas contra a aprovação das mudanças que irão decretar o fim da aposentadoria.

Lideranças da CTB, CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central Sindical e CSB também chegaram a um acordo sobre o mote que unifica todas as entidades, que será: Resistir a todo custo contra a retirada dos direitos.

O objetivo do encontro é organizar um movimento de pressão sobre o Congresso para que ele não aprove a PEC 287, proposta de emenda à Constituição que pode acabar com a Previdência Social e revoga direitos históricos da classe trabalhadora, com forte impacto sobre a população jovem (que deverá trabalhar 49 anos para conseguir se aposentar com benefício integral), os idosos, os trabalhadores e trabalhadoras rurais e as mulheres.

Na ocasião, no auditório Nereu Ramos, a partir das 14h ocorrerá o lançamento do livro Previdência: reformar para excluir?, coordenado pelo economista Eduardo Fagnani.

A CTB está fortemente engajada na luta contra este desmonte pretendido pelo governo federal e convoca as suas entidades estaduais e a militância a pressionarem os parlamantares para que o país não tenha de encarar este enorme retrocesso.

“Além de reduzir direitos e benefícios, sempre em detrimento dos mais pobres, a perversa proposta ameaça a economia de milhares de pequenos municípios brasileiros, que dependem das aposentadorias e pensões, e abre caminho à privatização do sistema, cobiçado pelo sistema financeiro”, diz Araújo.

A reunião também defiiniu hoje uma agenda com diversas ações que serão realizadas para pressionar os parlamentares.

Na semana que antecede o Carnaval, as centrais mobilizarão sua militância em manifestações nos aeroportos, nas bases eleitorais dos deputados e em Brasília. Confira a agenda:

21/2 – Mobilização e visitas às presidências da Câmara e do Senado

15/3 – Dia Nacional de Lutas com Greves e Paralisações contra a Reforma da Previdência.

 

Fonte: Portal CTB

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SINPRO GOIÁS e SINPROR participam de reunião promovida pela FITRAE BC

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A Federação Interestadual do Trabalhadores em Estabelecimento de Ensinos do Brasil – FITRAE BC promoveu uma reunião entre o Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – SINPRO GOIÁS e Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Privados de Ensino de Anápolis e Região – SINPROR. O encontro aconteceu na sede do SINPRO GOIÁS e teve como pauta a intensificação das ações no interior do Estado em prol da categoria.

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do SINPRO GOIÁS

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Estudo mostra como proposta do governo destrói proteção social garantida na Constituição de 1988

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Especialistas na área econômica, jurídica, de proteção social e do mercado de trabalho elaboraram nos últimos cinco meses o livro Previdência: reformar para excluir?”, de 48 páginas, que acaba de ser lançado online (uma versão em papel será lançada em Brasília, em março) com o objetivo de ser uma “contribuição técnica ao debate sobre a reforma da Previdência Social brasileira”.

Participaram do desenvolvimento do estudo a Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Plataforma Política Social. O trabalho foi coordenado pelo professor do Instituto de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani.

A proposta do documento é apresentar uma denúncia bem fundamentada do quanto a reforma pretendida pelo governo Temer é capaz de destruir a frágil rede de proteção social que o país consolidou a partir da Constituição de 1988. O texto destrincha o caráter excludente da Reforma da Previdência, rebate as premissas lançadas pelo governo para justificá-las e propõe alternativas para o equilíbrio financeiro do setor.

O estudo desconstrói, ponto por ponto, o discurso oficial de que o sistema previdenciário “vai quebrar” se não for reformado. E lembra que essa narrativa é recorrente há quase três décadas, sempre encampada pelos representantes do setor privado. Em 1988, o então presidente da República (José Sarney) tentou convencer os deputados constituintes a modificarem o capítulo sobre direitos sociais argumentando que o país ficaria “ingovernável”.

E essa tese voltou ao debate nos anos 1990, nos anos 2000 e agora novamente, amparada e favorecida por uma forte ofensiva conservadora. “Alerta-se que o infortúnio da desproteção social pode estar começando a ser tecido agora”, dizem os autores, na conclusão do trabalho.

Serviço: 

Livro: Previdência: reforma para excluir?

Lançamento: em março (data a definir)

Portal CTB com Plataforma Política Social

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Calculadora de Idade da Aposentadoria evidencia tamanho do golpe contra os/as trabalhadores/as

A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) disponibilizou a Calculadora de Idade da Aposentadoria, pela qual os trabalhadores, mediante sua idade atual e seu tempo de contribuição até o momento, podem saber ao certo tanto a idade com que teriam direito a se aposentar pelas regras atuais quanto aquela até a qual serão obrigados a permanecer no mercado de trabalho caso a Proposta de Emenda à Constituição 287/16.

 

Por exemplo, uma pessoa com 33 anos e dez anos de contribuição, pela CLT, teria direito a aposentadoria proporcional aos 53 anos e integral aos 54. Já se a “reforma” passar, trabalhará até os 65 anos para receber aposentadoria proporcional e até os 72 para a aposentadoria integral.

 

Use aqui a calculadora

 

Se aprovada, a nova regra para aposentadoria valerá para mulheres de até 45 anos e homens com idade até 50. Os contribuintes que se encontram acima dessa faixa etária ficarão sujeitos a normas especiais de transição. Para esses casos, o sistema não faz o cálculo.

 

No caso da base da Contee, a calculadora também não vale para os professores e professoras, que possui aposentadoria diferenciada, mas pode ser usada pelos técnicos administrativos.

 

Apesar disso, para mostrar o que acontece com os docentes da educação básica, tomemos o exemplo de uma professora de educação infantil que tenha começado a dar aulas aos 18 anos, tão logo tivesse terminado a formação de nível médio do magistério. Após 25 anos de contribuição, como tem direito hoje, poderia se aposentar aos 43 anos (no caso dos docentes do setor privado, há incidência do fator previdenciário).

 

Já pela regra proposta na reforma da Previdência do governo golpista de Michel Temer, essa mesma professora terá que trabalhar até os 65 anos para se aposentar — 47 anos de contribuição, 22 a mais do que trabalharia hoje —, e, mesmo assim, para receber aposentadoria proporcional. Para receber a integral, terá de trabalhar até os 67 anos — 49 anos de contribuição.

 

Os exemplos mostram o tamanho do ataque representado pela reforma da Previdência e reforça a necessidade de uma ampla luta para combatê-la. Por isso, a Contee reafirma a convocação para a mobilização nacional do dia 15 de março: por nenhum direito a menos!

 

Fonte: Contee

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Contee disponibiliza jornal sobre reforma da Previdência: saiba o que vai acontecer com a sua aposentadoria

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Já está disponível a versão digital da primeira edição do jornal Contee Informa, que tem como tema “Reforma da Previdência: Saiba o que vai acontecer com a sua aposentadoria”. Os primeiros cem mil exemplares da publicação impressa foram distribuídos às entidades filiadas durante o Seminário de Negociação Salarial e Reforma da Previdência para serem espalhados por todo o Brasil.

“A Contee apresenta uma contribuição ao debate sobre a proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo golpista. Para desconstruir os avanços sociais em nosso país, a agenda dos sem-votos iniciou-se com o congelamento das despesas do governo federal por 20 anos. Com isso, haverá sérias restrições para o povo soberanamente escolher novos caminhos nas próximas cinco eleições. Agora o governo quer celeridade para aprovar reformas na Previdência e nas relações de trabalho”, apontou o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, no editorial do jornal.

“Em relação à Previdência, as mudanças não pretendem aperfeiçoar o sistema. São alterações que afastam o trabalhador de seu direito previdenciário e impedem que ela continue sendo o maior instrumento de distribuição e interiorização da renda no país.” Ele destacou ainda que a Contee “se soma ao imenso bloco de resistência composto pela classe trabalhadora e seus sindicatos, por associações e movimentos sociais que sempre defenderam a Seguridade Social, a fim de dialogar com toda a sociedade em busca de um novo caminho para o crescimento econômico, dirigido à redução das desigualdades sociais e regionais”.

A publicação traz textos do assessor técnico da Câmara dos Deputados Flávio Tonelli Vaz, que desmontam as mentiras da reforma da Previdência e mostram os principais prejuízos acarretados aos trabalhadores/as.

Acesse o Contee Informa

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TRABALHADORES SE UNEM CONTRA DESMONTE DA PREVIDÊNCIA: ‘PEDALADA NA CONSTITUIÇÃO’

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Foto: Erika Ceconi

Medida emergencial para estancar um suposto rombo no setor, a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo de Michel Temer representa um ataque frontal à aposentadoria e, em especial, à classe trabalhadora. A avaliação é feita por especialistas e dirigentes de centrais sindicais que se reuniram nos dias 7 e 8 de fevereiro, em São Paulo, em seminário promovido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“O projeto de reforma da Previdência apresentada pelo governo é uma pedalada na Constituição”, afirma Vilson Romero. Para o presidente da Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Anfip), a tese de rombo, comprada por todos os grandes meios de comunicação, é fruto de uma “contabilidade criativa”. “Para o governo e para o neoliberalismo em geral, a Previdência é uma questão meramente matemática”, critica.

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Foto: Roberto Parizotti/CUT

Segundo Romero, somadas todas as fontes de financiamento, o sistema não tem déficit. Logo, o governo opta por ‘cortar na carne’ da população ao invés de enfrentar agendas como o combate à sonegação e uma política de juros que só beneficia o rentismo, já que fatias significativas da seguridade social são realocadas para amortizar a dívida pública.

Para o economista Eduardo Fagnani, o argumento do governo de que a reforma da Previdência tem como referência políticas de países desenvolvidos é uma falácia. “Reformar a Previdência com parâmetros europeus é ignorar a realidade socioeconômica do país”, salienta. A analogia feita pelo professor da Unicamp é de que os exemplos tomados são de países que já estão na ‘primeira divisão’. “Como fazer uma reforma de Série A em um país que ainda está na Série C?”, questiona.

Uma reforma a temer

De acordo com Fagnani, as principais vítimas da proposta do governo Temer são as mulheres, os trabalhadores e trabalhadoras do campo, além da juventude pobre.  “Não faz sentido tratar como igual quem é desigual”, argumenta. “O que se gasta com juros, desonerações fiscais, sonegação, entre outros problemas, ultrapassa a cifra do trilhão, o que supera e muito o suposto rombo da Previdência”. Enquanto mantém intocados os privilégios na aposentadoria dos militares ou pautas como as citadas pelo economista, que ‘mexem no queijo’ das elites, o governo agrava a situação de setores mais vulneráveis da sociedade.

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Foto: Erika Ceconi

No caso da mulher, a idade mínima para aposentadoria será igual a dos homens: 65 anos. “É um ataque brutal às mulheres”, alerta Carmen Foro. Segundo a vice-presidenta da CUT, as mulheres serão submetidas a condições de vida ainda mais penosas – além de trabalhar igual ou mais que os homens e receber menos, a mulher ainda sofre, por exemplo, com assédios e abusos. Quanto à população rural e aos jovens das periferias, a necessidade de trabalhar desde cedo e muitas vezes sem carteira assinada amplia a desigualdade de condições ignorada pela reforma. O mesmo vale para os cidadãos que vivem em regiões com baixa expectativa de vida, algumas na qual a longevidade média sequer chega à idade mínima imposta pelo governo.

Centrais somam forças contra retrocesso iminente

Durante o seminário do Dieese, as centrais sindicais reforçaram a necessidade de unidade da classe trabalhadora para enfrentar a luta contra a reforma da Previdência. Apesar da maioria parlamentar disposta a condenar milhões de brasileiros a ‘trabalhar até a morte’, os trabalhadores acreditam que a luta pode barrar ou ao menos reduzir os danos do desmonte. CTB, CSP-Conlutas, CSB, CUT, CGTB, Intersindical, UGT, Força Sindical e NCST foram as entidades participantes da atividade na capital paulista.

“As centrais têm papel crucial nesse momento delicado do país”, defende Raquel Kacelnikas, vice-presidenta do Dieese. “É dever delas disseminar informação e municiar os trabalhadores de conteúdo para a luta contra a reforma. Como o monopólio midiático está ao lado deste governo e sua proposta de reforma, é tarefa dos trabalhadores construir esse contraponto e travar a luta contra o retrocesso”.

 

*Felipe Bianchi é jornalista do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

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Aposentar vai ficar mais difícil para professores e profissões que oferecem risco

Reforma da Previdência proposta pelo governo Temer vai retirar direitos de diversas categorias

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As chamadas aposentadorias especiais ganharão novas regras caso a reforma da Previdência do governo de Michel Temer seja aprovada. Na prática, os brasileiros terão que trabalhar mais anos e vão receber menos na hora de se aposentar, mesmo aquelas pessoas sujeitas à perigos oferecidos pela profissão.

Na regra atual, recebe aposentadoria integral quem tem a soma do tempo de contribuição e a idade superior a 95 no caso dos homens ou 85 no caso das mulheres. Para a aposentadoria integral, a idade mínima para mulheres é de 60 anos e homens 65, no caso da. Isso na regra geral. Contudo, os brasileiros se aposentam em média com 54 anos, segundo dados da Previdência.

Nas aposentadorias especiais, os professores e policiais militares tem direito a solicitar o benefício 5 anos antes. Além disso, outras categorias, profissionais que trabalham exposto a agentes físicos, químicos ou biológicos ou à combinação desses agentes sem os devidos equipamentos de proteção coletivos ou individuais também podem se aposentar antes.

No caso de mineiros que trabalham em minas no subsolo podem solicitar aposentadoria com 15 anos de contribuição. Os trabalhadores de minas abertas precisam de 20 anos de contribuição. Os demais profissionais submetidos a situação insalubre ou periculosidade devem contribui por 25 anos. Isso pode ser feito a qualquer altura da vida, independentemente da idade. Nesses três casos, empregador contribuiu com alíquota adicional ao INSS, de 12%, 9% e 6%.

Pessoas com algum tipo de deficiência causada pelo tipo de trabalho exercido ao longo dos anos também pode se aposentar com 20 anos de contribuição. O fator previdenciário é aplicado em todos esses casos, portando seria considerado a média salarial de 80% dos salários, considerando os mais altos. No entanto, invalidez por doença grave ou acidentes em geral entram em outra categoria e não exige tempo de contribuição nem idade mínima.

Na nova proposta, tudo isso muda. Professores perdem o direito a aposentadoria especial e entram para a regra geral. Os policiais militares ficam de fora da reforma e não serão afetados. No caso das profissões de risco, se elimina a possibilidade aposentar com 15 e 20 anos de contribuição. Fica valendo apenas os 20 anos de contribuição para trabalhadores em situação de insalubridade e perigo, e passa a ter uma idade mínima de 55 anos. Somente seria aceita a solicitação de aposentadoria do trabalhador que apresenta algum problema de saúde devido o esforço e os risco de sua função.

“Na prática, vai acabar a aposentadoria para previnir danos à saúde daquele trabalhadores exposto a riscos, como é o caso do mineiros. Na reforma da Previdência, a proposta é aposentar somente os trabalhares que apresentarem algum problema de saúde”, explica a advogada Jane Berwanger, especialista em Direito previdenciário.

Também a mensalidade recebida seria calculada de outra forma, em uma conta de 51% do salário + 1% por ano trabalhado. Um trabalhador se aposentar com 20 anos de contribuição, vai jubilar com 71% da média salarial ao longo de sua carreira. Se esse média for de R$ 1mil, sua aposentadoria será de R$ 710, portanto menos de um salário mínimo.

A enfermeira Cíntia Ferreira, que trabalha no Centro Cirúrgico do Hospital Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, diz que essa mudança a preocupa. “Por trabalhar em centro cirúrgico, um lugar com alto risco de contaminação, nós temos direito a aposentadoria especial. Mas, é preocupante nossa situação, cada dia com um direito a menos. Por lei, a gente deveria receber por insalubridade e periculosidade, mas só a primeira é reconhecida”, lamenta a enfermeira.

Ela diz que o governo precisa pensar mais no trabalhador. “A gente lida com perigo todos os dias, com pacientes com doenças graves e cirurgias de altos riscos. Cuidamos da população e a gente também deveria ser cuidada e protegida pelo Estado”, afirma Cíntia Ferreira.

Camponeses

Os camponeses também vão sofre um duro golpe na aposentadoria. Atualmente podem requerer o benefício com 5 anos de antecipação. Com a reforma da Previdência esse direito deixa de existir e passa a valer a regra geral, com idade mínima de 65 anos, para homens e mulheres, com 25 anos de contribuição. Nesse caso para receber apenas 76% da média salarial recebidos ao longo da vida. Para receber o salário integral o trabalhador terá que contribuir 49 anos.

“O que vai acontecer é a maioria não vai conseguir se aposentar. Vai morrer antes. Isso é muito triste, porque a gente trabalha a vida inteira pensando: ‘um dia chego lá e finalmente vou poder descansar’, mas esse dia para cada vez mais longe. Quando a gente vai chegando a corda arrebenta”, diz o lavrador Iraci Malaquias, de 59 anos, morador do município de Camapuã, em Mato Grosso do Sul.

Segundo a advogada Jane Berwanger em 80% dos casos os camponeses começam a trabalhar antes dos 14 anos. “Além disso, é um trabalho penoso. Um camponês não tem condições físicas de trabalhar todos esses anos que o governo quer exigir”, garante a advogada.

Iraci Malaquias também destaca o tipo que trabalho que o camponês está sujeito. “O homem do campo não tem horário de trabalho. Levanta antes de amanhecer e as vezes já é noite ele ainda está de trabalho. Pode chover ou o sol estar quente que a gente não pode parar. É sacrificado mesmo”, explica o lavrador, que nasceu e viveu sua vida inteira no campo.

Para o camponês, o sistema previdenciário deveria incluir que não conseguem se aposentar e não excluir as pessoas já tem direito. “Conheço uma senhora aqui já tem mais de 60 anos, que trabalhava com cozinheira em fazendas da região, como não assinavam sua carteira ela não contribuiu e agora vive de favores. Todo mundo tenta ajudar um pouco, mas dá dó de ver ela nessa situação”, relata Iraci Malaquias.

Assim como o camponês e enfermeira entrevistados nessa reportagem, outros brasileiros estão preocupados com a reforma da Previdência. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 56% dos entrevistados têm acompanhado de alguma maneira a discussão sobre a reforma da Previdência. 95% de entrevistados acreditam ser importante se preocupar com a aposentadoria. 47% são contra a reforma e 20% a favor, os outros 23% não responderam.

 

Fonte: Brasil de Fato