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Senadores realizam primeiro debate sobre a reforma trabalhista (PLC-38/17)

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Nesta quinta-feira (11), o Plenário do Senado Federal realizou o primeiro debate sobre o Projeto de Lei Complementar – PLC 38/2017, que trata da Reforma Trabalhista, a partir do projeto que foi aprovado na Câmara dos Deputados, à toque de caixa, na semana passada.

O evento ficou configurado como audiência pública de duas das comissões onde o PLC deverá tramitar – a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e CAS (Comissão de Assuntos Sociais), o que já demonstra uma forma de atropelo do procedimento que havia sido acordado anteriormente, quando não deveriam ocorrer atividades conjuntas ou concomitantes das comissões envolvidas.

O presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Feliciano, foi um dos convidados da audiência e falou que a entidade não concorda com a proposta aprovada pela Câmara que modifica totalmente a legislação trabalhista, já que, são raros os pontos positivos do projeto.

“De modo geral a proposta representa um retrocesso. Não é possível pensar em modernização quando nem a Constituição que tem 30 anos foi regulamentada, como a proteção do emprego contra a automação, a cogestão de empresas, a proteção contra dispensa arbitrária, a greve no serviço público e o adicional de periculosidade”, disse o representante da Anamatra.

Outro convidado da audiência foi o vice-presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores, José Reginaldo Inácio, que fixou sua intervenção em torno do fim da contribuição sindical, contido na proposta. Ele fez questão de comparar o financiamento da representação dos sindicatos, em relação aos valores de financiamento das entidades patronais e os partidos políticos.

Senadores se revezaram na defesa da proposta e contrários ao PLC 38/2017. Na próxima terça-feira (16) deverá acontecer nova audiência pública para dar continuidade ao debate.

De Brasília, Sônia Corrêa – Portal CTB

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Reforma trabalhista debateu 7 pontos e aprovou 100 mudanças,diz Fleury

O Procurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ronaldo Curado Fleury, avaliou que não houve amplo debate sobre a proposta da reforma trabalhista aprovada pela Câmara no dia 27 de abril. Fleury participou de debate sobre o tema em sessão conjunta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, na manhã desta quarta-feira, 10.

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“A discussão que se operou na Câmara debateu os sete artigos da proposta original. O que foi aprovado (no plenário) foi um substitutivo com mais de 100 artigos”, criticou.

Fleury considerou que houve um “déficit democrático” na tramitação da reforma na Câmara, que deve ser corrigido pelo Senado – onde a proposta tramita simultaneamente em três comissões “Todas as audiências, todas essas mais de 700 entidades que teriam sido ouvidas pelo (relator na Câmara) Rogério Marinho (PSDB), foram feitas sobre os sete artigos que estavam propostos no projeto, e não os 100 que foram propostos na alteração. Essa discussão foi no plenário em regime de urgência”, reforçou.

Ele disse que o projeto da reforma subverte as leis trabalhistas, pois trata o empregado como hipersuficiente e o empregador como hipossuficiente. O procurador afirmou que o MPT está “à disposição para evoluir e não involuir as relações dos trabalhos”.

Flexibilização

Ele defendeu que já existe flexibilização no Brasil, e que ela precisa ser negociada. Fleury também considerou que é preciso pensar no Brasil “como um todo”, e não apenas em locais como o ABC Paulista e o Rio de Janeiro. “Vamos pensar no Brasil como um País que ainda sofre a chaga do trabalho escravo, do trabalho infantil”, pediu aos parlamentares.

Em sua explanação, o procurador citou estudos sobre experiências de países que optaram por flexibilizar as leis trabalhistas, que, segundo ele, demonstram que a diminuição de direitos não gera mais emprego como defendem os governistas. “O que cria mais emprego é o aumento da demanda”, disse. Para ele, a proposta da reforma resultará em mais empregos desprotegidos com menores salários, além de maior precariedade nas condições de trabalho e de mão de obra menos qualificada.

Terceirização

Fleury também pediu que os senadores reavaliem a regulamentação da terceirização, lembrando que mais de 80% dos acidentes do trabalho são com trabalhadores terceirizados. Ele afirmou que o projeto “reforça” a chamada a “pejotização”, permitindo que existam empresas só com pessoas jurídicas individuais prestando serviço, e que essas pessoas ainda vão poder terceirizar outros serviços. “É uma coisa surreal no mundo do direito”, declarou.

Ele também criticou a possibilidade de um trabalhador autônomo só poder trabalhar em uma empresa. “Isso vai contra toda a lógica jurídica. Os trabalhadores perdem todos os direitos trabalhistas quando se tornam autônomos.”

Contrato intermitente

Sobre o contrato intermitente, ele avaliou que gera insegurança aos trabalhadores, que não saberão quando serão chamados para trabalhar, e, se forem convocados e não comparecerem, ainda poderão ser multados. “O trabalhador pode chegar ao final do mês devendo ao empregador”, destacou. Para ele um dos maiores “retrocessos” e danos do projeto é a tarifação do dano extrapatrimonial, que só oferece punição financeira, e não “pedagógica”.

 

 

Fonte: Portal Vermelho

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SINPRO GOIÁS realiza projeto Sinpro nas Escolas em São Luís de Montes Belos

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Da esquerda para a direita: Vereador Joaquim Monteiro, Prof. Railton Nascimento, Prof. Geraldo Profírio e Pres. do Conselho Municipal Prof. Marciel Ferreira.

O presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – SINPRO GOIÁS, Prof. Railton Nascimento Souza e o secretário de Formação, Prof. Geraldo Profírio estiveram em São Luís de Montes Belos onde percorrem juntamente com o vereador Joaquim Monteiro, os colégios de ensino privado, Inovar, Machado de Assis, Ápice, Nova Visão e Atena, com o projeto Sinpro na Escola.

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Visita do projeto Sinpro na Escola no Colégio Inovar

Durante visita a cidade também, foram recebidos pelo presidente do Conselho Municipal de Educação Prof. Marciel Ferreira, que se mostrou interessado em realizar uma Jornada de Formação Continuada, no município, para professores da Educação Infantil, assim como acontece aqui em Goiânia. A ideia é atender a São Luís de Montes Belos e mais 13 municípios da região.

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Visita do projeto Sinpro na Escola no Colégio Machado de Assis

Nesse sentido o vereador Joaquim Monteiro também propôs apresentar ao prefeito da cidade uma proposta de parceria com a administração municipal, por meio da Secretaria de Educação em que possa contribuir com a realização do evento.

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do SINPRO GOIÁS

 

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Contee pede apoio a parlamentares em defesa da Previdência e do FNE

Uma comissão de diretores da Contee visitou, dia 9, o Congresso Nacional, onde se encontrou com os presidentes das comissões de Educação (CE) do Senado e da Câmara, com o relator da Reforma da Previdência no Senado e com membros do CE do Senado. “Foi uma visita proveitosa, onde os parlamentares nos ouviram e se comprometeram em levar em conta nossas opiniões”, avaliou o coordenador da Secretaria de Comunicação Social da Contee, Alan Francisco de Carvalho.

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Ao senador Helio José (PMDB-DF), relator da CPI da Previdência, a comissão – integrada também por Adércia Bezerra Hostin dos Santos, Nara Teixeira de Souza, Aparecida de Oliveira Pinto, Rodrigo Pereira de Paula, Ribamar Virgolino Barroso e Geraldo Profírio Pessoa – apresentou os argumentos contra a Reforma da Previdência, que estão no documento “O que querem fazer com a aposentadoria?”, a “Nota de repúdio da Contee à dissolução do Fórum Nacional de Educação (FNE)” e as críticas da entidade à Reforma Trabalhista. A CPI irá apurar os números do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e identificar casos de fraude e sonegação. O senador registrou o encontro em sua página no Youtube.

Durante a reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, a comissão entregou a nota de repúdio à dissoluão do FNE aos senadores Lúcia Vânia (PSB/GO, presidenta), Fátima Bezerra (PT/RN), Ana Amélia (PP/RS) e Cristovam Buarque (PPS/DF). Fátima e Cristovam ficaram, após a reunião, conversando com os dirigentes da Contee e se comprometeram a intervir para que haja diálogo entre o Ministério da Educação e as entidades excluídas do FNE. Fátima inclusive gravou vídeo com os dirigentes, e disponibilizou-o em sua página no Facebook. Também o senador Paulo Rocha (PT/PA), registrou o encontro da comissão, em seu gabinete, no Facebook.

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Na Câmara, os dirigentes da Contee se encontraram com o presidente da CE, deputado Caio Narcio (PSDB/MG). Entregaram o documento sobre a dissolução do FNE e pediram sua intermidiação para ajudar no diálogo com o MEC. O deputado disse que a Comissão é apartidária e plural e sugeriu que seja feita, a pedido dos parlamentares que a compõem, Audiência Pública sobre o FNE. Comprometeu-se, também, a buscar estabelecer o diálogo direto entre as entidades excluídas do o MEC.

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Carlos Pompe, repórter da Contee

 

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SINPRO GOIÁS realiza ciclo de debates sobre saúde do professor

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Nesta sexta-feira, 05/05, aconteceu no Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – SINPRO GOIÁS, o ciclo de debates sobre saúde do professor com roda de conversa: “Trabalho Docente e sofrimento psíquico”. O evento foi coordenado pelo diretor do sindicato, professor em psicologia, Luciano Montalvão, que também é doutorando em psicologia. Participaram do encontro, diretores do SINPRO GOIÁS, SINPRO DF, professores da base e público em geral.

SINPRO GOIÁS - SAÚDE DO PROFESSOR00001Durante abertura, o presidente do SINPRO GOIÁS, Prof. Railton Nascimento Souza ressaltou a importância de se discutir assuntos envolvendo a saúde do professor, nesse momento de retirada de direitos por parte do Governo Temer. “Esse debate se faz necessário neste momento em especial, em que as ações do governo, apresentadas com a reforma trabalhista, com a reforma da previdência, a terceirização, atingem principalmente a categoria docente, que vai ter que submeter a uma jornada maior, trabalhar mais, ganhar menos, além da precarização das suas relações de trabalho”, destacou.

 

Em sua abordagem, Prof. Luciano provocou os participantes sobre o porquê de ser professor, se já se imaginou deixando a profissão, sobre o reconhecimento do seu trabalho perante a comunidade escolar, a falta de estabilidade, entre outras questões. O Professor explicou que “à margem de um pequeno contingente de professores que trabalham em escolas de classe alta, com boa estrutura, bem localizadas e com boa remuneração, a grande maioria dos docentes vivenciam realidades bem mais duras, com baixos salários, duplas (ou triplas) jornadas de trabalho, falta de reconhecimento, descumprimento das convenções coletivas e da legislação educacional, dentre outros fatores adoecedores e de risco”.

SINPRO GOIÁS - SAÚDE DO PROFESSOR00002Presentes no evento, os diretores do SINPRO DF, Prof. Manoel Filho e Alberto Ribeiro deram suas contribuições apresentando material sobre pesquisa que foi feita pelo seu sindicato em parceria com a UNB, relativo à saúde do professor em que 38% do adoecimento de professores está ligado diretamente ao medo de fracassar e o relacionamento no ambiente de trabalho.

 

Ao final houve sorteio de brindes e foi servido um saudável e delicioso lanche.

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do SINPRO GOIÁS

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Reforma Trabalhista não terá urgência no Senado

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A pressão feita pela base governista para acelerar a tramitação da Reforma Trabalhista no Senado não funcionou. Nesta terça-feira (2), o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), afirmou que a proposta será analisada pelas comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Assuntos Econômicos (CAE) e Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) daquela Casa antes de ser apreciada em Plenário.

Para a líder do PCdoB no Senado, Vanessa Grazziotin (AM), o anúncio já é resultado das mobilizações populares. “Eles tentam acelerar no Senado como fizeram na Câmara, mas não deu certo. Isso significa que essa greve deu o que falar e que pode mudar o resultado dessa votação. No Senado há uma opinião majoritária contrária a essa reforma. Se os trabalhadores se mantiverem nas ruas, mobilizados, acredito que conseguimos derrotar esse retrocesso”, afirma.

O texto (PL 6787/16) foi aprovado na Câmara na última semana por 296 votos favoráveis e 177 contrários e altera 117 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Entre outros pontos, a reforma estabelece regras para que acordos entre empresários e representantes dos trabalhadores prevaleçam sobre a legislação; o fim da contribuição sindical; a possibilidade de grávidas e lactantes trabalharem em lugares insalubres.

O texto que ganha novo número no Senado (PLC 38/17), é um ataque às conquistas dos trabalhadores brasileiros, pois rasga a CLT e leva os brasileiros de volta à década de 1930.

O jogo político vai ficando a cada dia mais pesado. Na tentativa de garantir os 308 votos necessários para aprovar a Reforma da Previdência, Temer resolveu mostrar “quem manda”, após algumas dissidências na votação da Reforma Trabalhista.

Em retaliação aos deputados que disseram não ao desmonte trabalhista, o peemedebista começou a punir sua “base”. No Diário Oficial da União (DOU) da última terça-feira (02), apadrinhados de deputados ligados ao PTB, Pros e PSD foram exonerados. Outras demissões não entraram no DOU, apenas em atos internos. De acordo com a Folha de S.Paulo, um integrante do governo Temer informou que as exonerações já passam de 30.

 

Fonte: Portal CTB

Com informações da Liderança do PCdoB no Congresso

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Mais um golpe: Governo ilegítimo dissolve Fórum Nacional de Educação

 

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Mais um golpe foi dado pelo governo ilegítimo de Michel Temer na educação brasileira. A exemplo do aparelhamento do Conselho Nacional de Educação (CNE) feito pelo Ministério da Educação no ano passado, com a destituição de nomes indicados pela presidenta Dilma Rousseff e a nomeação de outros ligados aos interesses privatistas, dessa vez o MEC alterou a composição do Fórum Nacional de Educação (FNE).

A mudança amplia a presença de entidades de governo e/ou mais alinhadas com os interesses golpistas e do empresariado, como o Sistema S e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e exclui entidades históricas do campo, como a Contee, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras (Fasubra), a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), entre outras.

A medida foi tomada por portaria ministerial publicada no Diário Oficial da União no último dia 28 de abril. Na prática, ao revogar as portarias anteriores que dispõem sobre o FNE e, de forma autoritária e centralizada, “arbitrar” sobre quem entra e quem sai do Fórum, atropelando todos os regulamentos e procedimentos que dispõem sobre o ingresso de entidades, que cabiam exclusivamente à avaliação do Colegiado do Pleno do FNE, o que o MEC promove é a própria dissolução do Fórum Nacional de Educação.

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Segundo a coordenadora da Secretaria-Geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto, que, até então, representava a Contee no Fórum, o governo passou a contar com nada menos do que 25 votos dos 34 membros do Pleno. Além disso, diante da exclusão da Contee, da Fasubra e do Proifes, os trabalhadores do ensino superior encontram-se completamente alijados de qualquer processo de discussão

A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) permanece, mas, mesmo as demais organizações educacionais remanescentes, como a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, os Fóruns de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o movimento Todos Pela Educação, terão de indicar seus representantes, sendo que caberá ao governo a decisão sobre qual deles de fato ocupará a cadeira. Desse modo, a escolha certamente recairá sobre aquele mais alinhado com os interesses do governo ilegítimo e dos privatistas. O mesmo vale para as centrais sindicais, que indicarão nomes para uma mesma vaga de representante do movimento sindical, sendo que a escolha final será do MEC.

“A portaria aumenta a representação patronal e diminui a representação das entidades educacionais — sendo que Contee, Proifes e Fasubra estão fora até da consulta”, resume Madalena. Acredita-se que um dos próximos passos será a destituição do presidente da CNTE, Heleno Araújo, da coordenação-geral do FNE. “É mais um golpe contra a educação.”

A coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais da Contee, Adércia Bezerra Hostin dos Santos, até então também representante da Confederação no FNE, ressalta que o Fórum Nacional de Educação é um espaço de interlocução entre a sociedade civil e o Estado brasileiro, reivindicação histórica da comunidade educacional e fruto de deliberação da Conae/2010. Para a Contee, o que o governo golpista faz agora é um atentado contra toda a luta da sociedade brasileira em defesa da educação e mostra mais uma vez o autoritarismo e o descompromisso desse governo com qualquer avanço social. Um golpe contra o qual as entidades educacionais certamente irão reagir.

A situação impacta diretamente também a discussão da Conferência Nacional de Educação (Conae/2018), um dos temas da reunião realizada hoje (2), em Curitiba, pelo Comitê Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública, de cuja coordenação executiva a Contee faz parte.

Por Táscia Souza, da Contee

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Caso Mateus: Contee pressiona governo goiano e aciona entidades nacionais e internacionais

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O estudante Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, agredido violentamente por um policial militar durante protesto em Goiânia na greve geral do último 28 de abril, ainda se encontra na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência da capital de Goiás, mas seu quadro apresentou melhora e, de acordo com o informado hoje (3) pela equipe médica, não há mais risco de morte. O caso do estudante, que foi atingido na cabeça por um cassetete e sofreu traumatismo cranioencefálico, provocou uma comoção na sociedade e acendeu o debate sobre a violência policial e o cerceamento ao direito à livre manifestação. Diversas entidades, entre as quais a Contee, estão mobilizadas na exigência de medidas por parte do governo goiano.

O secretário de Segurança Pública de Goiás, Ricardo Balestreri, informou ontem (2), segundo noticiado pelo Portal G1 que acompanhará de perto a Investigação Policial Militar (IPM) que apura a conduta do capitão da PM Augusto Sampaio, afastado das ruas pela agressão ao estudante. Balestreri já havia criticado a ação policial em nota, mas a nova manifestação do titular da pasta — que é historiador, especialista na área de direitos humanos, ex-secretário Nacional de Segurança Pública entre 2008 e 2010 e um dos principais estudiosos sobre políticas públicas de segurança do país — é também uma resposta à cobrança da sociedade por esclarecimentos e providências e à pressão feita por entidades como a Contee.

Ainda ontem, o coordenador da Secretaria de Comunicação Social da Confederação, Alan Francisco de Carvalho, também diretor do Sinpro Goiás, participou de reunião com o delegado de Polícia Civil e assessor especial do secretário de Segurança Pública de Goiás, Eraldo Augusto. No encontro, estavam presentes a deputada estadual Isaura Lemos (PCdoB), o advogado Bruno Pena, representante da Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás, o presidente da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro) no estado, André Luiz do Nascimento, o presidente estadual da União da Juventude Socialista (UJS), Lucas Ribeiro — que é colega de Mateus no curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG) —, além de representantes do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno.

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“Foi uma conversa muito produtiva. A deputada protocolou um ofício de solicitação de uma audiência pública a ser realizada na Assembleia Legislativa, cujo formato vamos discutir com o assessor e o secretário ao longo desta semana”, relatou o diretor da Contee, que destacou ao representante do governo goiano que a Confederação está tomando todas as providências no sentido de denunciar aos organismos internacionais de direitos humanos, especialmente instituições que atuam no campo da educação, a brutalidade e a violência à qual Mateus foi submetido.

“O assessor nos disse que o secretário não apoia esse tipo de ‘técnica’ para lidar com os movimentos sociais, que ele é contrário a isso, que é um defensor dos direitos humanos e que, se fosse o caso, o Mateus deveria ter sido imobilizado e encaminhado à autoridade, e não receber um golpe covarde”, contou Alan. “Eu disse a ele que, na nossa interpretação, o que houve foi uma tentativa de homicídio. Na verdade, o golpe desferido contra o Mateus foi uma tentativa de assassiná-lo e, portanto, o inquérito e todo tipo de averiguação tem que caminhar necessariamente nesse sentido.”

Essa é justamente a denúncia encaminhada pela Contee às organizações internacionais de educação e direitos humanos — incluindo a Confederação dos Educadores Americanos (CEA), a Federação Nacional de Docentes Universitários da Argentina (Conadu), a Federação Internacional de Sindicatos de Educadores (Fise), a Sindical de Educação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE), a Internacional da Educação (IE), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas — sobre o estado de exceção no Brasil.

A denúncia da Contee sobre a violência exercida contra os manifestantes da greve geral do dia 28 de abril foi imediatamente repassada pela CEA a seus membros afiliados e organizações-irmãs “Uma vez mais, a violência do estado se impõe sobre o legítimo direito de protesto dos povos, sobretudo quando defendem direitos básicos de trabalho e seguridade social”, salientou o presidente da entidade, Fernando Rodal. Solicitamos dar ampla difusão à situação mencionada e convocamos a manter elevada a unidade continental dos trabalhadores da educação!”

A Contee também enviará ofício às entidades que atuam na defesa dos direitos humanos no Brasil, especialmente às comissões da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e à OAB, no sentido de solicitar o acompanhamento da apuração desse crime cometido em Goiás, mas também de todos os outros ocorridos durante as manifestações dos dias 28 de abril e 1° de maio.

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Solidariedade e exigência de apuração

Depois da reunião de ontem na Secretaria de Segurança Pública de Goiás, o coordenador da Secretaria de Comunicação Social da Contee, Alan Francisco de Carvalho, visitou a vigília que amigos e familiares de Mateus fazem na porta no Hospital de Urgência de Goiânia. Hoje (3), por sua vez, chegaram à capital goiana as senadoras Regina Sousa (PT-PI), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Fátima Bezerra (PT-RN) e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal.

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De acordo com o diretor da Contee, eles manifestaram sua solidariedade aos pais e irmãos de Mateus e expressaram que o caso provocou uma comoção nacional contra a truculência, a violência e a covardia em relação ao estudante. O ex-presidente Lula também telefonou à família para prestar solidariedade e sua defesa da livre manifestação e do exercício da cidadania.

Os senadores conversaram com membros da equipe médica, recebendo a informação de que Mateus já não corre risco de morte. Os parlamentares ainda se encontraram com os estudantes em vigília e seguiram para reunião na Secretaria de Segurança Pública, a fim de solicitar medidas imediatas a Ricardo Balestreri.

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Discussão no Senado

Antes da visita de hoje, os senadores discutiram a gravidade do caso Mateus ontem à noite no Senado. “Parece que abriram as portas do Inferno, e este governo tem toda a responsabilidade por esses atos de violência”, disse a senadora Gleisi Hoffmann. Para ela, embora não tenha sido a polícia de Temer que tenha cometido violência contra trabalhadores e índios na semana passada, inclusive durante da greve do dia 28, “o comportamento do governo Temer permite isso. Mais, ele estimula, ao não receber representantes dos movimentos sociais, ao ministro da Justiça não reconhecer as populações indígenas, ao Incra não receber o Movimento dos Sem-Terra, ao não ter diálogo com os movimentos de luta pela moradia. É isso o que acontece”.

O senador Lindbergh Farias e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) bateram-boca com o senador José Medeiros (PSD-MT), que chamou, na Tribuna, o jovem Mateus de baderneiro. Lindbergh e Vanessa disseram que Medeiros devia respeitar um jovem que estava entre a vida e a morte como consequência do espancamento efetuado por policial, durante manifestação do dia 28. Trata-se do mesmo senador que, no dia 18 de abril, desrespeitou o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, durante audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. Naquela ocasião, a senadora Regina Sousa, presidenta da Comissão, pediu desculpas, em nome da Casa, pela atitude do senador mato-grossense e solicitou que fosse dado direito de resposta ao sindicalista agredido.

Por Táscia Souza e Carlos Pompe, repórteres da Contee

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