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Contee divulga seu posicionamento sobre o Plano Nacional de Educação

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee está, juntamente com as demais entidades nacionais que lutam pelo fortalecimento da educação pública, mobilizada em defesa da aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) nos moldes do que foi votado pela Câmara dos Deputados em 2012, sem os graves retrocessos embutidos na matéria pelo substitutivo aprovado no fim do ano passado pelo plenário do Senado Federal.

Embora reconheça que o substitutivo do Senado traz alguns pontos positivos – entre os quais a inclusão do Fórum Nacional de Educação (FNE) como instância responsável pelo monitoramento e avaliação da execução do PNE (Artigo 5º); o reconhecimento das Conferências de Educação como fonte de insumos para avaliação do PNE e elaboração do plano subsequente (Artigo 6º); a ampliação progressiva da jornada docente em uma única escola (Estratégia 6.1); e maior detalhamento sobre a meta que trata da gestão democrática –, a Contee considera que esses avanços são insuficientes para compensar os prejuízos trazidos à proposta pelas modificações feitas pelos senadores.

Para a Confederação, um dos principais danos diz respeito ao Artigo 13 do projeto de lei, no qual o Senado transformou o prazo de dois anos para instituição do Sistema Nacional de Educação (SNE) em prazo para a apresentação de proposta nesse sentido, sem garantia de que o SNE seja assegurado de fato e sem o estabelecimento de data-limite para que se concretize. A Contee considera que a educação é sistêmica, conforme estabelecido pela Constituição da República, o que significa que tanto a educação pública quanto a privada compõem o mesmo sistema e devem ser entendidas como passíveis de regulação e de exigências de padrão de qualidade, autonomia e gestão democrática iguais. Portanto, qualquer atraso ou prorrogação em se instituir uma lei que regulamente o SNE representa um retrocesso para a educação brasileira. A instituição do SNE, com a regulamentação da educação privada nos mesmos marcos e exigências legais da educação pública, é uma das principais bandeiras defendidas pela Confederação ao longo de seus mais de 20 anos de atuação em defesa da educação e dos trabalhadores do setor privado de ensino.

Outro profundo dano acarretado pelo substitutivo do Senado se refere à Meta 11, que trata da educação profissional técnica de nível médio. Pelo texto aprovado pelos senadores, ficam garantidos 50% de gratuidade na expansão das vagas nesse nível de ensino, ao invés de assegurar 50% das vagas do segmento público. A retirada da palavra público da meta de ampliação das vagas de expansão indica uma política de fortalecimento do papel do setor privado no oferecimento da formação profissional no nosso país, política que vem desde o Estado Novo.

Além disso, na Estratégia 11.7, o Senado estabeleceu equivocadamente uma expansão da oferta particular, inclusive por meio de financiamento estudantil – que não estava nem prevista nem debatida no projeto aprovado pela Câmara –, ampliando a remessa de dinheiro público para o setor privado. A redação defendida pela Contee – aquela presente no texto da Câmara, que estabelece um compromisso com a expansão da escola pública –, ao contrário do que alegam os privatistas, não acaba com a contribuição do setor privado, mas garante uma política de ampliação do papel do setor público no oferecimento da educação profissional.

Retrocesso semelhante foi cometido na Meta 12, com supressão da determinação de que 40% das novas matrículas no ensino superior sejam feitos na rede pública. Tal como a anterior, essa alteração feita pelo Senado também indica um política de expansão privatista.

Na Meta 15, que aborda a política nacional de formação dos profissionais da educação, outro grave prejuízo: a meta foi modificada de tal forma que, ao se referir à formação de todos os profissionais de educação, não menciona sua valorização, questões que são indissociáveis. Como se não bastasse, a Estratégia 15.1 inclui, entre as instituições formadoras de docentes, as escolas de nível médio, o que representa rebaixamento da formação e um retrocesso inclusive em relação ao que indica a Lei de Diretrizes e Bases (LDB).

Além de todos esses pontos, há ainda a questão central do PNE, que diz respeito ao financiamento da educação. A Contee defende, como aprovado pela Câmara, que o investimento público de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ser destinado exclusivamente à educação pública. Num jogo de palavras perverso, porém, o substitutivo do Senado menciona investimento público em educação, e não exclusivamente em educação pública, o que dá ao texto, mais uma vez, um caráter notadamente privatista.

Diante desses argumentos, a Contee reitera seu posicionamento contrário ao substitutivo aprovado pelo Senado e em favor do texto votado pela Câmara em 2012, o qual, apesar de não ter contemplado todas as deliberações da I Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada em 2010, foi acordado com a sociedade e é o que mais se aproxima de um real compromisso com a educação pública, prioritária para o desenvolvimento nacional, dever do Estado e direito de cada cidadão.

Profª Dra. Madalena Guasco Peixoto – coordenadora-geral da Contee

Fonte: Contee

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Sinpro Goiás realizou seminário de Seguridade Social e novas súmulas do TST

O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro Goiás) realizou,  na última sexta-feira, 14,   das 8 h  às 11 h, em seu auditório, o seminário de Seguridade Social e novas súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST).  Antes, foi oferecido ao participantes, um coffee break.

O evento, gratuito, reuniu profissionais de diversas áreas, com o objetivo de orientar e esclarecer sobre os direitos previdenciários e trabalhistas de professores, que englobam regência de classe, coordenação, orientação, assessoramento e direção pedagógicos; e de auxiliares de administração escolar. O seminário contou, também, com momento de interação entre participantes e ministrador, onde debateram e extraíram dúvidas.

A palestra foi ministrada por José Geraldo de Santana Oliveira (Assessor Jurídico do Sinpro Goiás, da Fitrae-BC, Fitrae MTMS, Sintrae-MS,Sintrae-MT, Sinditransporte, Sinpro Pernambuco e Consultor Jurídico da Contee).

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Professores e alunos vão debater Acordo Ortográfico

Professores e alunos das nações que têm o português como língua oficial têm até julho para debater possíveis mudanças no Acordo Ortográfico, fazer propostas e preparar relatórios sobre o assunto. As melhores sugestões serão selecionadas em setembro, no Seminário Internacional Linguístico-Ortográfico da Língua Portuguesa.

Na sequência, os governos dos países de Língua Portuguesa terão aproximadamente um ano para determinar o que deve ser simplificado. O prazo para a adoção total do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, firmado em 1990 e promulgado em 2008, foi aumentado para até 2016. Os novos preceitos linguísticos valerão para Brasil, Portugal e mais seis nações de Língua Portuguesa.

De acordo com a Agência Senado, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) da Casa formou em 2013 o Grupo de Trabalho Técnico (GTT) para tornar mais simples e aprimorar o conjunto das regras ortográficas. O propósito é estabelecer – em grupo – um idioma claro e compreensível a todos.

A prorrogação do início da aplicação obrigatória da nova ortografia e a reformulação das regras adotadas são demandas de especialistas do setor. Para tornar menor o número de regras e exceções, o GTT agrupa o Centro de Estudos Linguísticos da Língua Portuguesa (Cellp), a Academia de Letras de Brasília (ALB) e o movimento Simplificando a Ortografia, que visa facilitar o ensino e a aprendizagem da escrita. As discussões poderão ser feitas pela página do Simplificando a Ortografia na internet.

Fonte: Sinpro RS / Agência Estado.

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SPA dos Pés

O Instituto da Postura, conveniado ao Sinpro Goiás, está com promoção (neste mês de março):

 

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Site do Sinpro Goiás está de volta

Prezados (as) Associados (as) do Sinpro Goiás,

 

Por motivos técnicos, nosso site ficou temporariamente indisponível, porém, o problema já está solucionado. Agradecemos a compreensão.

 

 

 

Jorn. Fernanda Machado

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Sobre o processo de negociação salarial – reajuste 2014

O piso de Goiânia já tem assegurado,  para 1° de março de 2015 ( e não para janeiro, como citado na matéria),  reajuste de 8,46%, passando para R$ 9,22; importando um reajuste acumulado, de março de 214 a março de 2015, de 21,65%.

 

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Saúde: Professor (a) mantenha suas alunas informadas

Professor (a),

 

Começou ontem, 10, a campanha de vacinação, em meninas de 11 a 13 anos, contra o papiloma vírus humano (HPV). Leve o tema para sala de aula, alerte suas alunas, mantenha seus (as) alunos (as) bem informados (as) e  ensinando-os (as) a cuidarem da saúde.

O HPV é a principal causa do câncer de colo de útero, por conter um agente que causa alterações celulares. O Ministério da Saúde orientou que a primeira dose, fosse oferecida nas escolas (públicas e particulares), mas a vacinação também está sendo realizada em postos de saúde.

A vacina previne contra quatro subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18). Os subtipos 16 e 18 são os responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo o mundo. Para se imunizar é necessário apresentar o cartão de vacinação ou um documento de identificação.

Cada adolescente deverá tomar três doses para completar o quadro de proteção, sendo a segunda, aplicada depois de seis meses e, a última, cinco anos após a primeira. Em 2015, a vacina contra o HPV será oferecida também, a meninas de 9 a 11 anos e, em 2016, para as de 9 anos.

O câncer de colo de útero tem a terceira maior taxa de incidência entre os cânceres que atingem as mulheres, ficando atrás somente, do câncer de mama e de cólon e reto. Existem no total, mais de 150 tipos de HPV e, se não diagnosticado precocemente, pode causar o câncer de colo de útero.

Sintomas do HPV na mulher

(lembrando que homens também contraem a doença)

Várias pequenas verrugas de tamanhos variáveis na vulva, grandes ou pequenos lábios, vagina, colo do útero e/ou ânus, que podem estar tão juntas que formam placas.

São sintomas do HPV na boca:

Várias pequenas verrugas de tamanhos variáveis que podem estar nos lábios, bochechas, língua ou garganta. Elas também podem estar tão juntas que formam placas.

Sintomas do HPV no homem

Os sintomas do HPV no homem podem ser: Várias pequenas verrugas de tamanhos variáveis, no pênis e/ou no ânus, que podem estar tão juntas que formam placas.

Contudo, o homem e mulher, apesar de estarem contaminados com o vírus do HPV, podem não apresentar sintomas, embora possam transmitir a doença a outros através do contato íntimo sem preservativo.

Diagnóstico do HPV

O diagnóstico do HPV pode ser feito através do exame clínico-visual. Na mulher, as lesões do colo do útero relacionadas com o HPV podem ser detectadas pelo teste de Papanicolau(preventivo) ou colposcopia com biópsia.

Assim que a doença for diagnosticada, deve-se iniciar o tratamento.

Tratamento para HPV

O tratamento para o HPV consiste em utilizar pomadas específicas diariamente durante, aproximadamente, 2 anos. Algumas lesões do HPV podem ainda ser tratadas com a utilização da cauterização  e do laser. Cabe ao médico e a paciente a decisão de qual tratamento será mais indicado, avaliando a questão custo/benefício.

Fonte: http://www.tuasaude.com/sintomas-de-hpv

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Ensino médio aumenta atendimento, mas tem o desafio de melhorar a qualidade

Proposta em análise na Câmara dos Deputados e iniciativas federais e estaduais tentam mudar realidade marcada pelo desinteresse e pouco efeito prático para estudantes.

Em 20 anos o número de jovens matriculados no ensino médio aumentou 120%. Agora, o País tem o desafio de garantir uma educação atrativa e de qualidade, evitando a evasão e recuperando os alunos que, apesar da idade, ainda não concluíram o ensino fundamental.

Um projeto de reformulação do ensino médio está em tramitação na Câmara. A proposta é de autoria de uma comissão especial de deputados.

Na tentativa de solucionar as distorções encontradas atualmente, existem algumas opções: educação em tempo integral, melhoria no ensino profissionalizante e uma grade curricular flexível.

Durante o ano de 2013, uma comissão especial da Câmara estudou o problema e apresentou um relatório com sugestões para mudar o ensino médio. A proposta se transformou no Projeto de Lei 6840/13, que será analisada por uma nova comissão especial antes de ser votada em Plenário.

O relator da comissão, deputado Wilson Filho (PTB-PB), destacou que apenas 12% dos alunos que concluem o ensino médio cursam o ensino superior.

“Doze por cento vão para o ensino superior, 88% não vão. Para esses 88%, para que serviu o ensino médio? Eles não usam o ensino médio para nada. Se nem para os 88% serve, nem para os 12% serve, dá 100%, não serve para ninguém. Então é esse o ensino médio atual”, resume o deputado.

Wilson Filho diz que é necessário “retomar a atenção, fazer com que o estudante passe a ter novamente interesse no ensino médio e aí sim nós estaremos no caminho certo”.

A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Manuela Braga, destacou que a falta de interesse dos alunos se reflete na evasão escolar. “Há uma evasão de 10%. E os que permanecem no ensino médio não conseguem se identificar. Porque ele sai do ensino médio, ele não está preparado para a vida, para o mercado de trabalho. A maioria dos estudantes que saem do ensino médio lê uma redação do Enem e não consegue interpretar, não consegue trabalhar em cima dessa redação”.

Falta de professores

Outro problema do ensino médio é a falta de 170 mil professores na rede pública, em especial nas áreas de química, física, biologia e matemática. Na tentativa de estimular os jovens a seguirem a carreira de magistério o Ministério da Educação lançou um programa que concede bolsas para os estudantes do ensino médio que demonstrarem interesse por essas áreas do conhecimento.

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante, que já ocupou o cargo de ministro da Educação, explicou na Câmara que o programa será voltado principalmente aos estudantes do programa Ensino Médio Inovador, que tem jornada de ensino ampliada. A ideia é que as atividades sejam consolidadas nas três horas do contraturno. Alunos que obtenham destaque nos anos finais do ensino fundamental também poderão participar. Terão prioridade, ainda, estudantes premiados em olimpíadas científicas.

“Nós estamos dando 40 mil bolsas, vamos chegar a 100 mil para os estudantes de matemática, física, química e biologia que querem fazer ciência e querem ser professores”, anunciou Mercadante.

Os estudantes vão participar de atividades de monitoria, pesquisa científica e tecnológica. Os bolsistas, que vão receber R$ 150 por mês, vão ter orientação e supervisão de professores e estudantes universitários que já recebem bolsas de estímulo à pesquisa. A seleção dos bolsistas será feita pelas secretarias estaduais de Educação e por universidades.

Incentivo na universidade

Para aproximar as universidades desse esforço para a formação de mais professores, foi criado o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid). O programa concede bolsas a alunos de licenciatura que participam de projetos de iniciação à docência desenvolvidos por instituições de educação superior em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino.

A diretora de Formação de Professores da Educação Básica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Carmen Moreira de Castro Neves, explica que os alunos que participam do programa mudam a realidade das escolas e das universidades.

“A universidade começa a tentar responder a essas perguntas todas que o aluno traz, a trabalhar com novas metodologias, novas tecnologias, a rever seu próprio currículo de formação de professores adequando à realidade da escola pública. E a escola pública ao receber esse bolsista consegue trabalhar em novas ações, aperfeiçoando seu projeto pedagógico, investindo mais na formação dos próprios professores que às vezes estavam afastados de processos formativos”, explica a diretora.

O Pibid oferece bolsas em 14 áreas, entre elas química, matemática, português, história e educação física.

Resultados demoram
Para o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa, o País está avançando, mas quando se trata de educação os resultados só são percebidos depois de alguns anos.

“O Brasil vem fazendo inclusão e o mesmo tempo melhorando a qualidade. É por isso que quando a gente olha o filme o Brasil está muito bem avaliado. Não existe no mundo história como a nossa, de você ter essa inclusão em tão curto espaço, ao mesmo tempo em que você consegue fazer esse controle de qualidade. Mas, com coragem de avaliar e discutir com a sociedade, sem esconder que aqui estamos com dificuldade, isso é muito bom para o País”, avalia Costa.

Fonte: Contee

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Contee reafirma posição contrária à oligopolização do ensino superior no Brasil

A Contee encaminha, nesta terça-feira (11), uma carta aberta ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reiterando seu posicionamento contrário à fusão entre a Anhanguera Educacional Participações S/A e a Kroton Educacional S/A, que ainda se encontra sob análise do Tribunal da autarquia. Ontem (10), a imprensa econômica especializada noticiou que, faltando três meses para Cade dar seu parecer final sobre a questão, a operação financeira tem sido bastante questionada. Conforme informações do jornal Valor Econômico, dentro do próprio Cada a transação é considerada extremamente complexa, principalmente na área de ensino a distância (EaD).

“O ponto sensível da transação é a competição no mercado nacional. Segundo a autarquia, Anhanguera e Kroton juntas detinham cerca de 40% do mercado de ensino a distância em 2012. O caso de cinco cursos foi considerado crítico: administração, ciências contábeis, serviço social, gestão de RH e gestão hospitalar. Com exceção de administração, as empresas têm entre 78% e 94% de participação de mercado nos quatro cursos em questão. Outro agravante é que os cursos de ciências contábeis, serviço social, gestão de RH e gestão hospitalar estão entre os cinco mais procurados pelos alunos”, diz a reportagem do Valor.

Diante desse cenário, a Contee manifesta sua posição contrária à fusão e a quaisquer outras operações financeiras que representem a oligopolização do ensino superior no Brasil, as quais vão de encontro à qualidade da educação, cuja garantia é dever do Estado – do qual o Cade faz parte – e direito de cada cidadão.

Leia abaixo a carta aberta da Contee:

 

Carta aberta ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee, entidade sindical de terceiro grau que congrega 77 sindicatos e sete federações de trabalhadores(as) do setor privado de ensino, da educação infantil à superior – representando, atualmente, cerca de 1 milhão de trabalhadores(as) brasileiros(as) –, conhece de perto a realidade do ensino superior no país e atua fortemente no combate à mercantilização e à financeirização do setor, uma vez que educação é um direito garantido pela Constituição, e não reles mercadoria a ser negociada na bolsa de valores.

Nesse sentido, a Contee vem mais uma vez reiterar sua manifestação junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que não efetive a fusão entre as empresas Anhanguera Educacional Participações S/A e Kroton Educacional S/A, que se encontra sob análise do Tribunal desse Conselho, cujo parecer deve ser publicado nos próximos três meses. A Confederação demonstra ainda sua confiança na decisão do órgão em prol da educação brasileira, uma vez que a própria Superintendência-Geral do Cade já detectou problemas concorrenciais na fusão entre os dois grupos educacionais e recomendou que sejam aplicadas restrições à operação financeira em face da geração de concentração em alguns municípios e do risco de prejuízo aos estudantes, como redução da oferta de serviços, aumento de preços e queda na qualidade de ensino.

Desde o primeiro anúncio acerca da fusão, em abril de 2013, a Contee se posicionou veementemente contrária à operação financeira. Se autorizada, esta representará um atentado à educação superior no Brasil, porque símbolo máximo da já mencionada mercantilização do ensino que teve início com a política neoliberal implantada nos anos 1990 e que culminou, a partir de 2005, no processo de financeirização e desnacionalização da educação superior no país. No início de maio do ano passado, a Confederação encaminhou ofício ao Cade alertando sobre como a negociação prejudica a livre concorrência e a livre iniciativa, com o domínio do mercado, permitindo o exercício abusivo de posição hegemônica, bem como o aumento arbitrário de lucros extorsivos.

Além disso, a Contee também destacou na ocasião – e volta a fazê-lo – que os dois grupos empresariais jamais demonstraram qualquer preocupação com o cumprimento da função social da propriedade, que, para eles, só tem o objetivo do lucro máximo e fácil. Para consegui-lo, praticam todos os atos necessários à desvalorização do trabalho, incluindo demissão em massa de profissionais da educação, inclusive de mestres e doutores, para a contratação de especialistas, com salários menores e condições de trabalho mais precárias, o que se caracteriza, indiscutivelmente, como dumping social, com graves reflexos na qualidade do ensino ministrado.

Pelos argumentos expostos, a Contee confia que o Cade, cujo papel é orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico, não permitirá a concretização de tal negociação financeira e quaisquer outras que signifiquem a instauração de oligopólio no setor de ensino superior, o que contraria tanto a economia quanto, e sobretudo, o papel do Estado de zelar pela educação como direito constitucional de cada cidadão.

Fonte: Contee