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Juristas defendem unicidade sindical

Cerca de 200 sindicalistas, assessoras e assessores participaram  do segundo dia de debates do 2º Seminário Jurídico Nacional da CTB, que na manhã da última sexta-feira (23), abordou o poder normativo da Justiça do Trabalho e o princípio da unidade sindical.

O advogado e dirigente da CTB, Mário Teixeira, compôs a mesa “O poder normativo da justiça do trabalho em face da jurisprudência do TST” ,que também contou com a presença do desembargador David Furtado Meireles e Luís Carlos Moro, diretor da Associação dos Advogados de SP.

Comum Acordo

Mário Teixeira, que também é diretor da CONTTMAF (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos ) e presidente da FENCCOVIB (Federação de Portuários), fez uma apresentação sobre o Comum Acordo. Tema muito polêmico ainda presente no Direito do Trabalho é o decorrente da modificação ocorrida na Constituição da República, ao exigir o “comum acordo” entre as partes para o ajuizamento do dissídio coletivo de natureza econômica, consoante norma prevista no art. 114, § 2º.

Teixeira expôs a debate travado acerca do tema e o desequilíbrio de interpretação do Tribunal Superior do Trabalho. “O princípio constitucional e o da razoabilidade, não autorizam a interpretação adotada pelo TST, para as normas constitucionais enfocadas. A Constituição não deve ser utilizada como instrumento político e jurídico para acentuar o desequilíbrio entre capital e trabalho. É inconcebível conferir desmesurada força ao silêncio ou recusa expressa empresarial à negociação coletiva ou arbitragem no plano das relações coletivas laborais. E mais, o TST tem deixado de aplicar – ou ignorado – o disposto no Art. 616 da CLT que não permite a recusa à negociação coletiva”, destacou durante sua apresentação.

Para o sindicalista, a melhor alternativa até que o STF se pronuncie definitivamente, é optar, quando possível, pelo dissídio de natureza jurídica cuja instauração tem sido admitida pela Justiça do Trabalho sem o “comum acordo”. “O objeto do mesmo deve ser a reconhecimento da legalidade de greve dos trabalhadores pela recusa da negociação ou por outras ilegalidades cometidas pela outra parte e, sobretudo, pela apreciação dos pleitos que se pretendia discutir em mesa de negociação. Alternativa que não era possível até 2010, época da revogação  da OJ 12, que vetava a iniciativa desse procedimento pelo sindicato em greve”, analisou.

Visão do TST

O advogado Luís Moro, em sua fala fez duras críticas aos sindicalistas que vislumbram cargos no governo. Para ele, a que se tomar partido por apenas um lado do debate. “O sindicalismo não pode servir de catapulta”, analisou.

Em consonância com as intervenções dos sindicalistas o advogado também criticou o atual judiciário, que não compreende o papel que deveria exercer, principalmente, no que diz respeito à luta dos trabalhadores. “Vivemos o passivismo no campo do direito do trabalho. E no corporativismo o ativismo”, defendeu o advogado.

Portanto, para Moro, é preciso que os trabalhados se articulem, pois um juiz nunca terá o mesmo olhar e compreensão do trabalhador.

Opinião compartilhada pelo desembargador David Furtado, que destacou as dificuldades nas negociações e a questão do poder normativo. O desembargador explicou onde cabe a interferência do poder normativo, na intermediação da negociação entre trabalhadores e patrões.  “Se puderem, se tiverem força negociem, usem o poder normativo em último caso. Porque o tribunal não está no chão da fábrica e não sabe o que é melhor para vocês. Não percam de vista a necessidade de sempre negociar”, defendeu.

Unicidade Sindical

No período da manhã, os debates prosseguiram com a mesa sobre “A atualidade da unicidade sindical”, coordenada pela presidenta da CTB Roraima, Sueli Cardozo e composta pelo reconhecido desembargador aposentado do Tribunal Regional do Trabalho e advogado José Carlos Arouca; Stanley Gacek, diretor Adjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT no Brasil); e Marcos Antas, advogado trabalhista da CTB Bahia, que reforçaram a importância da unicidade sindical, para o fortalecimento da luta de trabalhadores e trabalhadoras.

“Vivemos uma crise sindical. Não podemos enganar os trabalhadores”, defendeu Arouca, que fez uma retrospectiva acerca da organização sindical, relacionando as medidas que refletem a pluralidade sindical presente no sistema e defendida por uma parte do movimento sindical.

O ex-desembargador defendeu a unicidade e destacou sua importância para o fortalecimento da luta dos trabalhadores, feita através dos sindicatos comprometidos com a luta. Arouca também citou a polemica Convenção 87 da OIT, que assegura a liberdade individual de ingressar ou não num sindicato.

Para o respeitado advogado, “se a Convenção 87 da OIT for ratificada vai ser possível a organização conforme a atividade econômica da  empresa, conforme a profissão (categorias diferenciadas) e conforme  local de trabalho. Se a organização passar a ser por profissão é muito mais difícil haver  convenção coletiva. Seguindo para o Tribunal do Trabalho, dificilmente os processos, que demoram três ou quatro anos, resultam em vitória dos trabalhadores. Portanto é um sistema elitista que nós combatemos”.

Fortalecimento sindical

Já Stanley Gacek, representante da OIT, no Brasil, defendeu o fortalecimento dos sindicatos. Em seu painel, Gacek trouxe para o plenário o olhar da entidade acerca da questão da representação sindical (unicidade e pluralidade). “Sem sindicatos fortes não podemos ter diálogo sindical autêntico. É a autorização democrática dos trabalhadores”, defendeu o diretor da OIT.

Defesa feita também pelo advogado da CTB Bahia, Marcos Antas. A história do movimento sindical é uma historia construída pelos braços de homens. “Somos fruto de tudo que foi construído por milhares de homens e mulheres ao longo da história.  Então, ao construir um sindicato, não podemos nos esquecer de princípios básicos que devem balizar uma entidade sindical. Um tripé que inclui o associado, regras definidas e a democracia”, analisou.

Antes defendeu que a democracia é substancial para o movimento sindical. “Portanto, ao debatermos a unicidade e a pluralidade, temos que ter a democracia dentro do sindicato como principio fundamental”, defendeu o advogado da CTB-BA.

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Fonte: CTB

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Atendimento Educacional Especializado ou sala de recursos

A educação, em seus mais variados meios, ao longo dos anos vem sofrendo adaptações, com a finalidade de levar ao maior número possível de pessoas o acesso aos estudos. Dentre várias alternativas encontra-se a sala de recursos, que é uma ferramenta de inclusão educacional aos alunos. O Atendimento Educacional Especializado é garantido através de decreto que tem efeito de lei para todos os casos (7.611/11), além da CF de 1988 e, é claro, da lei de diretrizes educacionais – LDB (9.394/96). A sala de recursos deve ser  organizada por um profissional devidamente habilitado para exercer tais funções, em um ambiente de natureza pedagógica. A lei determina que somente quem tenha deficiência, transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades seja atendido nesses ambientes, não podendo ser excluído absolutamente ninguém, seja por sua distinção social, cultural, étnica ou gênero. Portanto, quanto mais cedo a família perceber que o estudante apresenta algum sintoma que necessite de cuidado especial, deve procurar um profissional para detectar o que pode estar acontecendo, seja quem tem condições financeiras seja quem não tem, pois podem procurar um posto de saúde, ou um CRAS.

Segundo a Secretaria de Educação Especial do MEC, o ambiente pode ser trabalhado de maneira individual ou em grupo, para alunos que tenham necessidades educacionais especiais,  e em horário diferente das suas atividades escolares comuns; são consideradas pessoas que necessitam de atendimento. A sala de recursos complementa ou suplementa a formação dos estudantes, elabora e organiza elementos que de acessibilidade e eliminem barreiras que impossibilita os estudantes de se inserirem no meio escolar, atendendo alunos com necessidades especiais. A sala de recursos complementa ou suplementa, como já foi citado, aquilo que os alunos estudam em sala de aula. No entanto, o aluno não pode se sentir excluído; é importante a inserção conjunta do profissional que atua na sala de recursos com os professores que estão no ensino regular.

O Atendimento Educacional Especializado, no que tange ao Decreto 6.578/08, não prevê a obrigatoriedade no setor privado de ensino. Apenas haverá essa exigência em escolas com fins filantrópicos, confessionais e comunitárias sem fins lucrativos, e as conveniadas com o Poder Executivo competente (na rede pública é possível a dupla matrícula recebendo recursos do Fundeb). Porém, a Lei 7.853/89 prevê inclusive a prisão por até quatro anos do agente do estabelecimento público ou particular que recusar a matrícula de algum estudante que necessite de atendimento especial.

Em uma escola não deve ter apenas sala de recursos, deve haver também recursos arquitetônicos, que são aqueles que dão acessibilidade a pessoas com dificuldades de locomoção ou que carecem de atendimento diferenciado, assim como os recursos multifuncionais, tecnológicos didáticos e até algo que pode parecer simples, mas é essencial, como a mesa redonda e o piso tátil. Em nosso dia a dia podem parecer comuns, mas fazem toda a diferença na vida desses estudantes. Portanto, a sala de recursos não é reforço escolar, ela é uma complementação. Não é depósito, pois pais e professores devem acompanhar a trajetória dos estudantes, e não “empurrá-los” para o atendimento. Não é clinica de psicoterapia e nem psiquiatria, pois não emite laudos médicos e nem está ali para trabalhar personalidade. A sala de recursos não existe para facilitar a vida escolar de ninguém, e também não é um lugar de aconselhamento, não é um lugar para corrigir a falta de educação de ninguém; isso deve ser feito em casa, com os pais.

Portanto, nós, educadores, estamos avançando no que se trata de inclusão educacional. Ainda faltam aspectos a serem discutidos e trabalhados; enfim, é uma luta de todos: professores, gestores, pais, médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e todos os que acreditam numa educação libertadora, progressista. É importante ser divulgada, no que tange a sala de atendimento especializado, sua importância e também a de se respeitar os profissionais que ali se dedicam no intuito de dias melhores. O trabalhador em educação especial deve ter atenção especial e redobrada, bons salários, valorização da carreira, liberdade e dignidade em seu oficio, além de excelentes condições de trabalho para que possa exercer de maneira ímpar sua função. A educação não escolhe governo e nem partido político; a educação é um mecanismo de libertação social e cultural que deve estar sempre aberto a mudanças, se adaptando e se moldando, para que no futuro possamos ser um país com mais oportunidade e dignidade para todos.

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Fonte: Contee – Vítor Andrade (Professor de história, diretor do Sinproep-DF e membro efetivo do Fórum Distrital de Educação)

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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A partir de hoje, 23, associados (as) não terão dificuldade em pagar meia entrada na pecuária de Goiânia

O Sinpro Goiás resolveu com a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), no início desta tarde de sexta-feira, 23, o problema relacionado com as diversas reclamações que tivemos, de que os associados (as) do sindicato estavam sendo impedidos de utilizarem a carteirinha do professor para pagarem meia entrada na bilheteria da Pecuária.

Professor (a), você tem direito por lei (N. 17.575 de 30/1/2012 – Art. 1) de pagar meia entrada, (50%) de desconto no valor cobrado para ingressos em casas de diversões, praças desportivas e similares, aos professores da rede pública e privada de ensino do Estado.

Caso a situação se repita, dirigir-se para portão de entrada (5º avenida), falar com Cláudio (das 07h às 19h) e Bruno (das 19h – 7h).

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Reclamações: (62) 3261-5455

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Custo da Copa equivale a um mês de gastos com educação

Confira a matéria na íntegra na página da Folha: aqui

 

 

 

Jorn. Fernanda Machado

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Fórum Nacional de Educação

A coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais da Contee, Adércia Bezerra Hostin, participou nesta quinta-feira (22) de encontro do Fórum Nacional de Educação (FNE). As Comissões Especiais de Monitoramento e Sistematização e de Mobilização e Divulgação do FNE se reuniram durante todo o dia.

A reunião foi realizada no Ministério da Educação (MEC), em Brasília. A pauta incluiu os seguintes temas: atualização do Regimento Interno do FNE; acompanhamento da tramitação do Projeto de Lei 8.035/10, que institui o no Plano Nacional de Educação (PNE); e a situação dos delegados dos setores para a II Conferência Nacional de Educação (Conae/2014).

Na reunião também ficou prevista a análise da viabilização do 5º Encontro do Fórum Nacional de Educação com os Fóruns Estaduais de Educação. A previsão é de que isso ocorra na primeira quinzena de agosto, em Brasília. O evento deve ter como um dos temas de discussão a realização da etapa nacional da Conae. A deliberação de data será feita pelo Pleno do Fórum, que se reúne nesta sexta-feira (23).

Ata de registro de preços

As ações para concretização da etapa nacional da Conae/2014 também integraram a pauta de discussões dos encontros desta quinta-feira. O subsecretário de Assuntos Administrativos do MEC, Antonio Leonel da Silva Cunha, esteve presente na reunião da Comissão Especial de Mobilização e Divulgação e informou como está o processo licitatório da ata de registros para realização de eventos do Ministério. Ela é um cardápio de itens essenciais para a realização de eventos, feita através de um pregão eletrônico. Entre esse serviços a serem contratados pelo MEC está justamente a etapa nacional da Conae, marcada para o período que vai de 19 a 23 de novembro deste ano. Leonel afirma que a previsão de conclusão desse processo é a segunda quinzena de julho.

 

PNE

Em relação ao PNE, o Fórum reiterou sua manifestação em prol da celeridade da votação do projeto. Nesta quinta, o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) se reuniu com integrantes do Fórum e reforçou a importância da votação deste PNE. “Há um consenso de que este Plano Nacional de Educação, na conjuntura na conjuntura em que nos encontramos, sobretudo nestes últimos anos, mais que do primeiro PNE, é um Plano que precisa ser entendido como uma estratégia de um novo projeto de desenvolvimento do país”, ressaltou o parlamentar.

Paulo Rubem reforçou que o PNE ainda não entrou na pauta de votação da casa devido à quantidade de Medidas Provisórias que estão travando a pauta da Casa. Porém, apesar da demora na apreciação do Plano, o deputado prevê que, nas próximas segunda e terça-feira, deve ser feita a votação das MPs. Com o destrave, a previsão, segundo o deputado, é de que a votação do PL aconteça na próxima quarta-feira. O parlamentar ainda levantou a possibilidade de o PL, caso não seja votado em sessão da Casa, poder ser inserido na pauta de uma sessão extraordinária, o que agilizaria a apreciação.

Nesta sexta-feira, deve ser divulgada a 22ª Nota Pública do FNE, a respeito da tramitação do Plano Nacional de Educação. Na próxima semana, também em relação a esse tema, membros do FNE pretendem se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMB-RN), para tratar da celeridade da votação do Plano.

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Fonte: Contee/ FNE

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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A América e os modelos privatistas de educação

O pesquisador Antoni Verger, da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), ao discutir a privatização no contexto dos sistemas de ensino, conversou com a Revista Conteúdo sobre a relação entre os processos privatistas e os governos ditatoriais, como ocorreu no Brasil e no Chile.

 

Os modelos de privatização no ensino latino-americano sofreram influência direta dos regimes ditatoriais implantados nos países do continente. Essa ponderação foi feita, no fim de março, pelo pesquisador Antoni Verger, do Departamento de Sociologia da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), que esteve no Brasil para participar do II Seminário Regional sobre a Privatização da Educação. Os debates foram promovidos pela Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade) e pela Open Society Foundations, em colaboração com a Internacional da Educação (IE) e a própria UAB.

Em sua pesquisa, Verger aborda as características que definem a privatização no contexto dos sistemas de ensino. Diante das crescentes tendências de ampliação das políticas e práticas privatistas em âmbito mundial, ele considera fundamental a atuação da sociedade civil, não apenas de resistência, mas também na articulação de propostas que visem aprimorar a educação pública.

Um dos exemplos mais significativos é o do Chile, já abordado em outras edições da CONTEÚDO. Há mais de 30 anos o Chile convive com um mecanismo polêmico de financiamento da educação, implementado pela ditadura do general Augusto Pinochet, em que o governo oferece subsídios para o pagamento das mensalidades escolares, num sistema de vouchers: o dinheiro é repassado na forma de um documento, uma espécie de vale, que os pais apresentam ao colégio, público ou privado, onde desejam matricular o filho. Na disputa por mais estudantes (e mais recursos), as escolas seriam obrigadas a melhorar a “qualidade” do ensino ofertado.

As escolas do país foram separadas em três grupos: as públicas, que foram municipalizadas; as privadas subsidiadas, cujos alunos recebem “abonos” do governo; e aquelas que são totalmente particulares. Essa divisão, porém, levou o Chile a um ensino repleto de contrastes sociais e econômicos, que interferem na qualidade da educação. O objetivo, a princípio, era forçar as escolas, na competição por mais alunos (e, portanto, por mais recursos), a melhorar sua “qualidade”. A competição, porém, não promoveu melhorias. Como grande parte dosvouchers tem preço único e há um índice grande de desigualdade social no Chile, os alunos mais pobres, que exigem mais dedicação, passaram a ser relegados pelas instituições. O que se produziu foi uma educação com uma enorme segregação econômica. Além disso, há um mecanismo perverso denominado “financiamento compartilhado”, o qual permite que, mesmo recebendo subsídios do Estado, os estabelecimentos particulares cobrem um valor adicional.

“Numa reforma como a que se produziu no Chile, tão drástica, tão radical, que introduziu experimento de mercado com a adoção do voucher – e naquele momento era inédito que um país fizesse uma reforma em prol do mercado em tal escala –, isso só se pode dar, eu creio, num contexto ditatorial, no qual não haja oposição ou que a oposição seja reprimida para não interferir”, considera o pesquisador.

É claro que um regime de exceção não é o único contexto em que se adotam modelos privatistas, senão o próprio Brasil teria superado – e não agravado – esse processo com a reabertura política. O fato de o país viver uma democracia, contudo, pode interferir para que as consequências não sejam tão extremas. Nos Estados Unidos, por exemplo, desde que assumiu, o presidente democrata Barack Obama mostrou uma faceta republicana ao dar continuidade a uma reforma educacional iniciada por George W. Bush. As medidas, porém, enfrentam resistência e acusações de que o governo norte-americano se vale de uma suposta crise educacional para orquestrar ataques às escolas, aos professores e aos princípios da responsabilidade pública pela educação pública, servindo aos interesses daqueles que querem privatizar as escolas públicas.

“Em relação a essa reforma que há muitos anos está acontecendo nos Estados Unidos, por ser uma democracia, há muitos pontos de vetos, muita oposição. Com isso, a reforma está avançando de forma muito pontual em determinados estados e municípios, mas não consegue ter essa envergadura que adquiriu no Chile, precisamente porque havia uma ditadura”, explica Verger.

O mesmo se dá na Colômbia, onde o governo criou as “escolas de concessão”, bem próximas às chamadas charter schools, que surgiram no início da década de 1990, nos Estados Unidos, onde a cultura comunitária e associacionista favoreceu o modelo. Geralmente, essas instituições, embora pertencentes ao Estado, são geridas por entidades privadas e financiadas pelo sistema público, cujo funcionamento é autorizado a partir da apresentação de um projeto educativo (pedagógico e financeiro-administrativo). Qualquer semelhança não é mera coincidência, já que o modelo tem avançado no Brasil.

No caso colombiano, os contratos são feitos apenas com organizações sociais sem fins lucrativos (o que se difere do modelo norte-americano). As instituições são escolhidas mediante licitação, para gerir escolas em áreas marginais. Os contratos são celebrados com no mínimo 12 anos de duração e o governo desembolsa aproximadamente o valor médio que custa um aluno da rede pública.

Mas, segundo Verger, não era exatamente essa a intenção do ex-presidente Álvaro Uribe, que adotou o modelo. “Mesmo na Colômbia, com o governo de Uribe, quando se implantou uma reforma educativa, teve-se o Chile como referência. No entanto, a oposição dos sindicatos e da sociedade civil foi tão forte que somente avançaram nesse modelo de escolas charter”, esclarece. “Mas, quando planejaram essa reforma, queriam fazer uma coisa mais parecida com a que aconteceu no Chile; não conseguiram justamente pela atuação importante da oposição.”

Assim, para o pesquisador, combater a privatização requer que a sociedade civil e as entidades sindicais de trabalhadores em educação sejam capazes de ir além da resistência a esse processo e às políticas neoliberais em sentido amplo, mas também que promovam campanhas de sensibilização para que a classe média se engaje de fato na defesa da escola pública.

A matéria está na Revista Conteúdo, da Contee, nº 26.

Confira esta e outras matérias aqui

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Fonte: Contee

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Adesão deve ser confirmada até o dia 1/8/14

Em Ofício-Circular 001/2014 – PRODIN, recebido nesta quinta-feira, o Sinpro Goiás informa:

 

 

A Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional, representada pela Pró-Reitora , comunica aos Professores da Puc Goiás que:

 

1) de 02/06/14 a 27/06/14, estará aberto o prazo para inscrição de adesão ao Plano de Demissão Voluntária (PDV), destinado aos Professores que:

 

a) contarem com 65 anos completos e estar em efetivo exercício;

b) ou que, no mínimo, tenham 20 anos de efetivo exercício na atividade docente;

 

2) a DRH atenderá aos interessados;

3) os valores correspondentes ao Plano de Demissão Voluntária estarão à disposição a partir do sia 25/07/14;

4) a adesão ao Plano de Demissão Voluntária deverá ser confirmada pelo interessado, impreterivelmente, até o dia 01/08/14;

5) a Puc Goiás apreciará e aprovará os pedidos de adesão observando, para tanto, a sua disponibilidade financeira, o efetivo exercício no magistério na data do requerimento e priorizará os requerimentos dos mais idosos e de quem apresenta problemas de saúde.

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Oftalmologista com 50% de desconto

oftalmo ja

 

O Dr. Carlos Eurípedes Pereira (CRM-3265 – oftalmologista) é  o mais novo parceiro na rede conveniada do Sinpro Goiás.

Ele concede aos funcionários (as) e  associados (as) do Sinpro Goiás e seus dependentes, 50% de desconto em consultas e exames realizados em seu consultório e, em caso de cirurgia, 30% de desconto.

 

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Instituto Goiano de Oftalmologia

End.: Rua 11-A, nº 267, no Setor Aeroporto

Fone: (62) 3224-7118/3229-3584

 

 

Agende já a sua consulta e lembre-se de apresentar a sua carteirinha do SInpro Goiás para obter o desconto.

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

 

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Saiba quais são os quatro pilares básicos para uma educação sustentável

 

Especialista destaca que normas usadas em outros setores da indústria também podem ser aplicadas na escola para alcançar padrão de qualidade

 

A experiência de três décadas em gestão de educação fez com que a economista e educadora chilena María-Teresa Lepeley, fundadora e presidente do Instituto Global de Qualidade em Educação, conseguisse desenvolver um sistema de avaliação e certificação da gestão de qualidade sustentável da educação, tema sobre o qual palestrou na Educar Educador e Bett Brasil 2014, na tarde desta quarta-feira (21).

“Ser professor é uma das profissões mais desafiadoras e gratificantes que existe. Afinal, ajudamos as pessoas a encontrarem seus talentos, colaborando com o desenvolvimento da sociedade local e globalmente e preparando os cidadãos para o futuro”, destaca. Diante de tanta responsabilidade, a qualidade do sistema educacional é essencial para que o conhecimento transmitido chegue da maneira necessária ao educando.

A educação na América Latina

María-Teresa diz que há normas e padrões usados em outros setores industriais que podem ser emprestados para a criação de um padrão de qualidade nas escolas e lembra que a qualidade da educação, na década passada, praticamente não evoluiu em toda a América Latina, mas o fez em países asiáticos.

“Em abril deste ano a Pearson divulgou a pesquisa ‘The Learning Curve’ que mostra os melhores sistemas educacionais do mundo e as quatro primeiras colocações são asiáticas, enquanto as quatro últimas, latino-americanas. Precisamos comparar os melhores para saber o que fazer e como nos aprimorar”, ela afirma. María-Teresa lembra que nos países em melhor colocação no ranking, o professor tem papel de destaque e há uma descentralização do sistema, onde a instituição tem obrigação de entregar resultados. “Nos sistemas centralizados e burocráticos da América Latina, evita-se que o professor assuma a responsabilidade. Ele não tem autonomia para mudar nada sozinho.”

Isso acontece, segundo a profissional chilena, porque viemos de uma Era Industrial na qual o material e o chefe estavam no topo da hierarquia. Atualmente, na Era do Conhecimento, as pessoas são a prioridade e há uma concorrência construtiva na qual todos se ajudam e todos têm uma mesma responsabilidade – o que ainda não foi plenamente assimilado nas sociedades latino-americanas.

“Nossas aulas têm de ser interessantes. Os alunos precisam usar o que aprendem hoje, lá na frente, no futuro. Por isso, temos que focar nas pessoas e na tomada de decisões para a melhoria continua de todas as organizações. A liderança participativa leva à melhora do emprego, do conhecimento afetivo e da recompensa financeira. Não há fraquezas, mas áreas a serem melhoradas.”

 

A educação sustentável


Por formar seres humanos, a educação sustentável deve seguir quatro pilares básicos, de acordo com a profissional:

– Ideias e inovação: a educadora diz que todos temos boas ideias, mas poucos têm persistência e consistência para seguir em frente com elas. Logo, temos que transmitir nossas ideias e a inovação é requisito básico para o crescimento.

– Colaboração, equipe e qualidade: porque os trabalhos que são feitos em grupos são melhores e mais duradouros.

– Avaliação permanente, instrumentos e desenvolvimento: é preciso conhecer os instrumentos usados para sua avaliação para melhorar.

– Tecnologia: são variadas e os alunos as dominam. María-Teresa propõe a formação de grupos com os alunos para que educadores e educandos se ajudem mutuamente e dividam o conhecimento.

“Desenvolvi um modelo que facilita a tomada de decisões. Ele é baseado em sete áreas de gestão, 45 elementos de avaliação e um ciclo de qualidade de medição de melhoramento chamado IPIEM. Acredito que os professores precisam ter suas necessidades atendidas para poder atender às dos alunos e a instituição deve ser um exemplo a ser seguido. Para isso, precisa de um padrão de qualidade.” Segundo ela, é por meio de instrumentos de avaliação em todas as áreas de gestão da escola e pela demonstração de resultados que a instituição pode alcançar o padrão de gestão de excelência educacional que almeja, pois “se há melhoria contínua, há qualidade”.

Esse modelo de gestão de María-Teresa Lapeley foi desenvolvido para ser utilizado nas instituições de ensino e ela estimula seu uso: “quem não tenta, não avança e não melhora”. O doutorando Figueiredo Kanjangue, de Angola, participou da palestra e achou interessante: “estudo gestão da educação e o modelo apresentado pela María-Teresa se aplica a qualquer instituição em qualquer parte do mundo. Podemos adaptar seu método para qualquer espaço geográfico e obter resultados”, afirmou.

A educadora chilena conclui destacando que sua fundação tem um processo de certificação que atesta a gestão de qualidade educacional em escolas de todo o mundo e convida os profissionais brasileiros a darem esse passo em direção à evolução do ensino.

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Fonte: Revista Educação-Educar 2014

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás