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Professores no Brasil estão entre mais mal pagos em ranking internacional

 

O Brasil é o lanterninha em um ranking internacional que compara a eficiência dos sistemas educacionais de vários países, levando em conta parâmetros como os salários dos professores, as condições de trabalho na escola e o desempenho escolar dos alunos.

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(Foto: Tânia Rêgo/ABr)

 

O ranking é de setembro do ano passado, mas volta à tona no momento em que o governo paranaense aprova uma redução nos benefícios previdenciários dos professores do Estado.

A votação da lei elevou as tensões e levou a um tumulto no qual pelo menos 170 pessoas ficaram feridas após a repressão policial de um protesto de professores em Curitiba. Os professores paranaenses estão em greve desde sábado (25 de abril).

Em São Paulo, professores da rede estadual estão em greve desde 13 de março, reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

O estudo internacional foi elaborado pela consultoria Gems Education Solutions usando dados dos mais de 30 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns emergentes, como o Brasil.

 

Nele, o país aparece como um dos últimos em termos de salário pago aos professores, por exemplo.

O valor que os educadores brasileiros recebem (US$ 14,8 mil por ano, calculado por uma média de 15 anos e usando o critério de paridade de poder de compra) fica imediatamente abaixo do valor pago na Turquia e no Chile, e acima apenas de Hungria e Indonésia.

Os salários mais altos são na Suíça (US$ 68,8 mil) e na Holanda (US$ 57,8 mil).

Os professores brasileiros também são responsáveis por mais estudantes na sala de aula: 32 alunos, em média, para cada orientador, comparado com 27 no segundo lugar, o Chile, e menos de 8 em Portugal.

Combinando fatores como estes com o desempenho dos alunos – entre os piores entre os países pesquisados – a consultoria coloca o sistema educacional brasileiro como o mais ineficiente da lista.

 

“Nossas conclusões sugerem que o Brasil deveria cuidar do salário dos professores para alcançar o objetivo da eficiência educacional”, diz o relatório.

Para a consultoria, a meta seria um salário quase três vezes maior que o atual.

 

Deficiências no gasto

Os dados mais recentes da OCDE mostram as debilidades no gasto educacional brasileiro.

Segundo a organização, o gasto do governo brasileiro com educação cresceu rapidamente desde o ano 2000, atingindo 19% do seu orçamento em 2011 – a média da OCDE foi de 13%.

O gasto público com educação chegou a 6,1% do PIB brasileiro, acima da média da OCDE de 5,6%, e à frente da proporção de outros latino-americanos como Chile (4,5%) e México (5,2%).

Porém, o gasto do Brasil com a educação pública foi o segundo menor de todos os países da OCDE e parceiros – US 3.066, contra uma média de US$ 9.487. O país ficou em 34º no ranking de 35 países da organização.

 

Fonte: BBC Brasil

 

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Iniciativas em todo mundo sugerem materiais didáticos

Diversas iniciativas de combate ao machismo e ao preconceito e esclarecimentos sobre gênero e sexualidade estão presentes em sites, livros e cartilhas como forma de contribuição para a formação de professores em vários países. A matéria abaixo, publicada na Revista Conteúdo, faz um panorama destas iniciativas, incluindo material distribuído pela ONU Mulheres, e compara à situação no Brasil, onde a discussão de gênero e sexualidade enfrenta a barreira do conservadorismo.

 

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Para combater o machismo e a consequente violência doméstica, cada vez mais surgem iniciativas no mundo para contribuir com a formação de professores, desde um site preparado pelo movimento sindical espanhol, até um material da Organização das Nações Unidas (ONU Mulheres). Na Argentina, já há uma lei que institui cartilhas de educação sexual nas escolas. Estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), com dados de 2012, aponta que, em todo mundo, 35% das mulheres já foram vítimas de violência doméstica.

Enquanto por aqui a inclusão da perspectiva de gênero e produção de material didático sobre sexualidade vem sendo proibidos há alguns anos, que culminou com a retirada do termo gênero dos planos de educação,um país vizinho ao nosso possui desde 2006 uma Lei Nacional de Educação Sexual Integral (ESI). A lei argentina garante que estudantes tanto da rede pública, quanto da privada, desde a educação infantil (até cinco anos) ao ensino médio, tenham o direito a receber informações sobre sexualidade nas salas de aula de todo o país. O Conselho Federal de Educação argentino definiu que o conteúdo deva ser transmitido a partir dos seguintes princípios: perspectiva de gênero, direitos, respeito à diversidade, cuidado com o corpo e a saúde e valorização da afetividade.

No entanto, após quase dez anos da criação dessa política, ainda há dificuldades para que a lei seja cumprida em todos os estados de uma federação. O fato da capacitação não ser obrigatória e de ter caráter transversal também acabam dificultando sua implementação já que professores de todas as matérias podem trabalhar com os conteúdos e isso, de certa maneira, acaba desobrigando os profissionais.

Educar para a igualdade

Na Espanha, a Federação de Trabalhadores em Educação (FETE), ligada à confederação sindical UniãoGeral de Trabalhadores (UGT), em parceria com o Instituto da Mulher da Espanha, que tem status de ministério, e o também espanhol Ministério da Saúde, Serviços Sociais e Igualdade, mantém o site Educar para a Igualdade (http://www.educandoenigualdad.com) com diversos materiais didáticos para a formação do trabalhador, produção de materiais didáticos, pesquisas, oficinas com estudantes, campanhas de sensibilização, publicações e notícias atuais.

O conteúdo está disponível em espanhol, organizado no menu horizontal, localizado na parte superior do site, e a maioria do conjunto está disponível para fazer download no link “materiais FETE-UGT”. Neste link, existem guias que dão orientações específicas para trabalhadores em educação, contribuindo com definições de termos como “igualdade”: “às vezes a palavra igualdade é interpretada de forma errada, como se fosse para eliminar as diferenças entre meninas e meninos, tornando-os idênticos, ou tentar que elas sejam como eles, o que é um erro. Precisamente, a igualdade valoriza a diferença, sem desigualdade, o que significa sem injustiça, sem violência e sem dominação de um sexo sobre o outro.”

Também existem guias para trabalhar comeducação infantil e outros dois para trabalhar com educação primária e secundária – equivalente ao ensino fundamental. Neles, há dicas de jogos e brincadeiras e de atividades que podem ser aplicadas em aula.

Entre os materiais, também há o “Dicionário Online de Coeducação”, cuja definição no dicionário portuguêsé “educação conjunta para pessoas dos dois sexos”. Já no dicionário espanhol produzido pela entidade sindical e órgãos governamentais espanhóis , trata-se de um processo de intervenção deliberada por meio do qual o desenvolvimento, de meninos e meninas, parta da realidade de dois sexos diferentes, garantindo desenvolvimento pessoal e construção social comum e não confrontados.

ONU

Currículo educativo para o ensino médio sobre gênero, sexualidades e prevenção de violências e seis planos de aulas complementares. Estes são materiais pedagógicos disponibilizados para as escolas brasileiras, elaborados pela ONU Mulheres a partir da iniciativa “O valente não é violento”, que integra a campanha do Secretário-Geral da ONU “Una-se pelo fim da violência contra as mulheres”.

O currículo traz uma proposta pedagógica para conscientizar adolescentes sobre o direito das mulheres de viver uma vida livre de violência. As aulas abordam temas como sexo, gênero e poder; violências e suas interfaces; estereótipos de gênero e esportes; estereótipos de gênero, raça/ etnia e mídia; estereótipos de gênero, carreiras e profissões: diferenças, desigualdades, vulnerabilidades e prevenção.

O projeto é financiado pela União Europeia e revisado pela área de Projetos de Educação da Unesco. Durante seu lançamento, em 24 de julho deste ano, a ONU Mulheres declarou que “reconhece as instituições de ensino como contextos privilegiados para uma formação integral de meninos e meninas e para o exercício da cidadania, considerando seu papel central na promoção de mudanças sociais”.

Ainda sobre o material, que pode ser conferido na página da campanha – www.ovalentenaoeviolento. org.br – a ONU Mulheres afirma que pretende contribuir com “uma lacuna no ensino de gênero nas escolas” do Brasil, oferecendo aos docentes e estudantes ferramentas pedagógicas de liderança e empoderamento para as mulheres, para desconstruir comportamentos machistas.

“Educadoras, educadores e estudantes são agentes importantes de transformação e de ação para a prevenção da violência e rumo à igualdade de gênero”, diz Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

O organismo explica que uma das fontes para a construção do material foi o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM 2013-2015), que aponta para a necessidade de promover a inserção de temas voltados para a igualdade de gênero e valorização das diversidades nos currículos, materiais didáticos e paradidáticos da educação básica. O PNPM destaca a necessidade de “consolidar na política educacional as perspectivas de gênero, raça, etnia, orientação sexual, geracional, das pessoas com deficiência e o respeito à diversidade em todas as suas formas, de modo a garantir uma educação igualitária e cidadã”. Para saber mais sobre o currículo pode mandar e-mail para ovalentenaoeviolento@gmail.com .

Outra iniciativa do organismo multilateral foi uma nota denunciando trotes universitários com práticas machistas, lesbofóbicas, homofóbicas, transfóbicas e racistas, assinada em conjunto com organizações de mulheres nas universidades.

 

 

Fonte: Contee

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Nota de Esclarecimento aos Professores, Pais e Alunos do Colégio Olimpo – Goiânia

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Diante dos acontecimentos envolvendo o Colégio Olimpo, o Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás vem por meio de nota esclarecer aos professores, pais e alunos as providências tomadas por esta instituição.

 

 

Confira abaixo:

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Mesa sobre Educação Popular no Fórum Social elogia ocupação de escolas

As ocupações de escolas por estudantes secundaristas – como ocorreu em São Paulo e ocorre, neste momento, em Goiás – foram lembradas hoje (22) no Fórum Social Temático, em Porto Alegre, como um movimento exemplar para a democracia. 

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Marcelo Camargo/Agencia Brasil

 

“O estudante chega para a gente e fala assim: ‘estamos aqui fazendo a revolução’. É isso que temos que escutar dos estudantes hoje. Eles mostraram aos professores que têm conhecimento, deram aula de educação popular aos gestores”.

A presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, acompanhou a mobilização nas escolas paulistas e destacou a necessidade de mudanças no modelo de ensino atual.

“Precisamos mudar a forma como educamos as nossas crianças. Entender sobre capitalismo, feminismo”, citou Camila. Ela destacou a necessidade de mudanças no modelo de ensino atual

O professor Moacir Gadotti, do Instituto Paulo Freire, também falou sobre as ocupações. Segundo ele, os jovens envolvidos nas ações mostraram como a educação pode ser “libertadora”. .

Conservadorismo

A ministra de Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, também participou do debate e falou sobre a reação conservadora aos avanços sociais conquistados no âmbito dos direitos humanos.

“A situação política que temos visto no Brasil hoje, o grau de ódio que tem incidido nas lutas sociais sobre os direitos, sobre as próprias ações dos governos quando atende a direitos sociais. Esse ódio é proporcional a um certo desespero das forças conservadoras diante dos avanços sociais que nós tivemos”, disse.

Segundo a ministra, os direitos conquistados por alguns grupos sociais envolvem mudanças de estruturas e, historicamente, a reação a essas transformações é violenta. “Nesse aspecto, um dos desafios que os direitos humanos e a educação popular têm é, como nós, enquanto governo, vamos pensar, realizar, concretizar esses direitos humanos considerando que a própria interpretação de direito e de humanidade assume contornos diferentes de acordo com os consensos culturais, históricos e as relações de poder”, apontou.

Conhecimento popular

O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos destacou a importância de aproximar a sabedoria popular do conhecimento produzido na Academia. “A educação popular só é necessária porque a outra educação é antipopular. Sempre foi assim, mas não tem que ser assim até o final”, disse.

Boaventura destacou o conhecimento produzido em espaços como as experiências de economia solidária e as comunidades indígenas. “Que se perceba a ideia de que é possível outra economia. É possível outra democracia”.

 

 

Fonte: Portal Vermelho

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Dilma: Redação do Enem trouxe reflexão sobre violência contra mulher

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Agência Brasil

 

Nesta terça-feira (12), em sua página no Twitter, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o tema da redação do Enem deste ano fez a sociedade refletir sobre a violência contra a mulher. Para a União Brasileira de Mulheres (UBM) as jovens estudantes buscam formas de denunciar e enfrentar o machismo.

Este ano o tema foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Apesar da atualidade do assunto, a direita conservadora não gostou do tema, afirmando se tratava de “doutrinação feminista”.

“Muitas redações preocuparam os avaliadores com depoimentos de pessoas que foram assediadas, estupradas ou testemunharam violência. Em muitos destes casos a violência está bem próxima. A redação foi momento de reflexão não só para os participantes, mas para toda a sociedade”, salientou a presidenta.

O Ministério da Educação (MEC) informou nesta segunda-feira (11) que mulheres aproveitaram a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para denunciar casos de agressão. De acordo com o ministério, pelo menos 55 mulheres denunciaram atos de violência que elas mesmas sofreram ou que presenciaram.

O MEC informou que reforçará a divulgação de meios de atendimento e proteção à mulher. “Como se trata de uma redação, não sabemos se necessariamente é um depoimento, mas tudo indica que sim. Tudo indica que ela descreve uma situação que viveu”, afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante coletiva de imprensa.

No Twitter, Dilma acrescentou: “O aumento da conscientização sobre a violência contra a mulher ajuda a combater a violência. A sociedade brasileira precisa avançar e acabar de vez c/ a cultura da violência. Não aceite e não compactue! Denuncie! #Ligue180”.

Nas mensagens, a presidenta aproveitou para informar que a variedade de cursos oferecidos pelo Enem aos candidatos aumentou 380% e que o número de vagas ofertadas também cresceu em 376% nos últimos seis anos.

“O balanço do #Enem2015 apresenta os avanços da educação pública superior nos últimos anos e demonstra a prioridade que meu governo dá à área”, completou.

Enfrentando o machismo

Falando com exclusividade para o Portal Vermelho, a  Coordenadora de Juventude da União Brasileira de Mulheres (UBM), Maria das Neves, destacou a importância do tema da redação do Enem no contexto de lutas das mulheres. Segundo ela “o ano de 2015 foi marcado pela Primavera Feminista que eclodiu na ruas do Brasil contra o PL 5069 e ganhou força com o tema da redação do Enem fazendo mais de 7 milhões de jovens a refletirem sobre a violência contra as mulheres”.

Maria ressalta que “temos uma geração de meninas que tão jovens passaram a identificar mais a violência que sofrem, estão desnaturalizando o machismo e buscando formas de enfrenta-lo”. Para ela “as redações só afirmam o papel estratégico da educação para enfrentar o machismo e todas as formas de opressão”.

A coordenadora da UBM destaca ainda que “é preciso ampliar a rede de proteção e enfrentamento à violência contra as mulheres. Essas meninas estão rompendo séculos e séculos de silenciamento, estão enfrentando o medo de denunciar. Precisamos continuar encorajando-as”.

“Espero encontrar essas meninas nas Universidades, no Encontro de Mulheres da UNE, para montarmos coletivos feministas e seguirmos lutando pelo fim da violência contra as mulheres”, concluiu a dirigente feminista.

Fonte: Portal Vermelho

 

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UNE e ANPG repudiam PL que institui cobrança na universidade pública

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Alunos da Universidade de São Paulo (USP)

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, e Tamara Naiz, presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) contestaram o Projeto de Lei do Senado (PLS) 782/2015, de autoria do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que institui a cobrança de anuidade nas universidades públicas. O projeto aguarda manifestação das comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Educação, Cultura e Esporte (CE).

 

Apresentado no Senado no final de 2015, o PLS institui a cobrança de anuidade aos estudantes que tem renda familiar superior a 30 salários mínimos.

É a segunda vez que o parlamentar apresenta este projeto no Senado. Em 2005, a proposta foi rejeitada na comissão de Educação da Casa.

“É preocupante esse projeto que fere o princípio da gratuidade que é o que temos de mais avançado nas universidades públicas”, ressaltou Tamara.

“Começa taxando quem tem mais dinheiro, depois taxa a classe média e depois taxa todo mundo. É um precedente perigoso que não mexe no acesso, que é uma das justificativas. Vamos combater esse projeto”, argumentou.

Para a presidenta da UNE, o projeto mexe com um direito garantido na Constituição Federal. “A educação é um bem público a que todos tem direito independente do nível de renda”, defendeu Carina.

Na opinião dela a iniciativa vem na contramão de conquistas que são referência para o movimento pela educação no continente latino-americano.

“No Chile houve um processo de luta para que o ensino superior de lá, que era pago, pudesse ser gratuito, o que vai acontecer a partir deste ano. E no Brasil há essa possibilidade de retrocesso”, comparou.

Retrocessos

Antes da apresentação do PLS 782/2015, a ANPG foi surpreendida, também em dezembro, com a Proposta de Emenda à Constiyuição 395/2015 que altera o artigo 206 da Constituição e prevê a cobrança de mensalidade e taxas de serviços nos cursos de pós-gradução e extensão. A PEC foi aprovada em primeiro turno na Câmara Federal em outubro de 2015.

“Dai só sobraria a graduação sem cobrança e aí vem esse projeto que institui a cobrança na graduação também. Além da ANPG diversas entidades estão se movimentando para combater essas iniciativas que ferem o direito à educação pública, gratuita e de qualidade”, finalizou Tamara.

 

 

Fonte: Portal Vermelho

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Secretárias da Mulher defendem autonomia do trabalhador em educação para tratar gênero

Diante da polêmica envolvendo a retirada da expressão de gênero do Plano Nacional de Educação (PNE), diversos grupos se manifestaram sobre a questão, incluindo a Contee. Abaixo você confere a matéria veiculada na edição 33 da Revista Conteúdo em que dirigentes feministas da Contee e de outras entidades defendem a autonomia dos educadores para abordarem temas atuais e relevantes em sala de aula, entre eles a igualdade de gêneros.

 

 

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Secretárias da Mulher defendem autonomia do trabalhador em educação para tratar gênero

Retrocesso. Assim as lideranças feministas do meio sindical classificam a retirada da expressão gênero do Plano Nacional de Educação (PNE). Para as dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino (Contee) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), independente de legislação, a questão de gênero deve continuar sendo abordada nas escolas, já que o professor não depende de lei para discutir temas que julga relevantes em sala de aula.

“Enquanto professora e agente educacional eu tenho minha autonomia em sala de aula. Não há a necessidade de que tenha no currículo escolar porque é um tema transversal, assim como não é necessária uma lei para trabalhar noções de cidadania. Essa é uma discussão que nós devemos levar para as salas de aula, independente de legislação”, afirma Rita de Fraga Almeida Zambon, coordenadora da Secretaria de Gênero e Etnia, da Contee.

Ela ressalta o papel da Confederação em estimular a autonomia em sua base, apontando a importância do protagonismo do professor no sistema de ensino, dentro de sua escola, uma vez que somente a educação muda padrões de comportamento de uma sociedade. Fraga acredita que houve “perda política” e que há “inconstitucionalidade” na retirada do termo do PNE, já que a Constituição Federal garante, em seu artigo 5º, que “todos são iguais perante a lei”. Todos têm “direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

Ísis Tavares Neves, secretária de Relações de Gênero da CNTE, reforça que a educação é primordial para a mudança comportamental e que “o espaço da sala de aula é privilegiado para a formação de pessoas na construção de uma sociedade mais justa”.

“Não é uma questão religiosa, é uma questão política e estratégica para a construção de um projeto para o País”, diz Ísis Tavares.

Ela também enfatiza a necessidade de o movimento de base voltar a preencher os espaços de mobilização. “Melhoramos a qualidade de vida da população, mas não houve formação dessas pessoas, no sentido mais amplo, não somente entre os muros das escolas, mas a formação indireta como pela mídia, que é quem fala com a população 24 horas por dia”, explica a dirigente da CNTE, que defende a regulamentação dos meios de comunicação e lamenta que o governo não tenha feito esse enfrentamento. Ela lembra, ainda, que não existem TVs e rádios comunitárias que contribuam com o debate. “Isso tudo é educação popular, que também é formação”, conclui.

A nova secretária da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Junéia Martins Batista, eleita em outubro no 12º congresso da entidade, para gestão 2015-2019, concorda com uma abordagem que valorize a autonomia do professor, porém, depende de cada escola e do compromisso que cada uma tem: “Partir da realidade local é uma opção pedagógica e abre portas para que muitos temas enfrentados no cotidiano sejam problematizados. Aí, os Parâmetros Curriculares Nacionais, ao reconhecerem a complexidade da prática educativa, podem ser um importante instrumento de apoio ao profissional”.

A dirigente da CUT lembra que, além da Constituição, o Brasil é signatário de acordos mundiais como a “Declaração e Plataforma de Ação de Pequim”, de 1995, que listou 12 pontos prioritários de trabalho, além de ações detalhadas para alcançar seus objetivos estratégicos, e a “Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra Mulher”, da Organização dos Estados Americano (OEA), adotada em 1994 e que conceitua a violência contra as mulheres, reconhecendo-a como uma violação aos direitos humanos, e estabelece deveres aos Estados signatários, com o propósito de criar condições reais de rompimento com o ciclo de violência identificado contra mulheres em escala mundial.

Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que concedeu entrevista em meio a um movimento grevista da categoria a qual pertence, os bancários, também falou da importância em, diante de tantos embates, reunir movimento sindical, estudantil, e toda a comunidade escolar em um trabalho de base para que não se retroceda “aos patamares da década de 1990, quando ainda existiam cursos que meninas não eram incluídas”.

Ela enfatizou a importância em aprofundar as discussões de gênero dentro dos sindicatos. “É preciso transgredir a fronteira da hipocrisia, da dicotomia entre heterossexualidade e homossexualidade, como se os seres humanos pudessem ser resumidos a isso. Precisamos debater esse tema, que é maior que tudo isso de que vem sendo acusado”, exclama a dirigente cetebista, referindo-se à tese da “ideologia de gênero” defendida pelos religiosos, de que há uma tentativa de tornar meninas e meninos assexuados, ou com sexo neutro. Diversos sites e blogs católicos e evangélicos disseminam essas ideias que foram fortalecidas com a divulgação de notas públicas da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Conjuntura

A conjuntura política também foi citada pelas dirigentes feministas como sendo algo que dificultou a mobilização, diante do crescimento das bancadas conservadoras no Congresso Nacional, bem como nas câmaras e assembleias legislativas, após o pleito de 2014. A representante da CTB reconheceu que a articulação dos religiosos no Congresso entorno do PNE “pegou o movimento sindical de surpresa”. “Estamos enfrentando o avanço da direita no Brasil, que vem de maneira violenta sobre as conquistas sociais dos últimos anos. E eles têm agido também nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores. É preciso ser mais rápido que eles”, enfatiza Ivânia Pereira.

A secretária da CNTE recorda que os trabalhadores em educação fizeram bastante barulho e receberam apoio dos demais setores, mas observa que a correlação de força está desigual, com a perda de representantes dos trabalhadores nos parlamentos.

“Essa perda do espaço nos parlamentos faz parte, inclusive, da cartilha do chamado golpe suave, que está ocorrendo nos países da América Latina em que os governos são progressistas. Estamos com dificuldade para mobilizar porque ocorre, ainda, uma criminalização e demonização dos movimentos sociais em especial o sindical”, exclama Ísis Tavares. Na opinião da representante da Contee, a perda maior foi política e a sociedade precisará defender nos próximos anos a manutenção do estado laico: “Enquanto não houver laicidade, não avançaremos mais em nada. O lobby das instituições confessionais (comprometidas com uma religião) foi muito forte e envolveu jovens das alas mais conservadoras das igrejas, com conceitos errados de gênero”.

Ação

Após um balanço sobre os últimos acontecimentos, as sindicalistas lembram que é preciso criar unidade e conscientizar as bases das confederações e centrais sindicais para despertar sobre a importância de lutar pela igualdade de gênero. “Nós sindicalistas temos a responsabilidade de mostrar para nossas bases o que está ocorrendo, o que está em jogo no pano de fundo nacional e perceber os movimentos locais”, afirma Tavares, que se diz otimista com a articulação dos sindicatos e movimento social também pela internet.

Além de ações nas redes, as dirigentes afirmam que não tem outra saída a não ser arregaçar as mangas e fazer o enfrentamento no Congresso e nas ruas.

Diante das inúmeras ameaças aos direitos dos trabalhadores, como a tentativa de regularizar a terceirização, cujo PL tramita agora no Senado, e a tentativa de enfraquecer a legislação trabalhista, como a Medida Provisória 680/15, que instituía o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) impondo a negociação sobre a legislação, as centrais sindicais têm ocupado espaços públicos para chamar a atenção sobre essas pautas.

“O Congresso Nacional tem atacado vários direitos dos trabalhadores e isso tem demandado de nós permanente mobilização”, explica Junéia Martins, que lembra que faltam parlamentares que representem mais setores que têm interesse no tema, como jovens, mulheres, negros e índios.

 

Fonte: Contee

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Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional analisa as experiências de estudantes LGBT

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A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) lança, em parceria com o Grupo Dignidade, a Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil (2015) voltada para estudantes lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), principalmente do segundo ciclo do Ensino Fundamental e também do Ensino Médio.

O objetivo da pesquisa é mapear as experiências de estudantes LGBT nas instituições educacionais para que sejam coletadas informações para fundamentar políticas públicas que possam transformar as instituições de educação em locais mais seguros e acolhedores para o público-alvo da pesquisa.

O estudo também aborda questões como como ocorrência de comentários homo/lesbo/transfóbicos e sexistas; segurança, agressão e violência; sentimentos dos(as) estudantes LGBT em relação à instituição de ensino e em relação a si mesmos(as). Um dos diferenciais da pesquisa é ser inteiramente realizada via internet, garantindo anonimato dos(as) participantes.

Além de ser realizada no Brasil, a pesquisa também está presente em outros oito países – Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Israel, México, Peru e Uruguai –, e será repetida a cada dois anos.

A Contee, que defende uma educação inclusiva e sem nenhuma forma de preconceito, divulga e apóia a iniciativa por entender que políticas públicas precisam ajudar no combate à toda forma de discriminação.

 

Para acessar o questionário, clique aqui.

 

Fonte: Contee

Com informações da ABGLT e Grupo Dignidade

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Sobe para 12 o número de escolas ocupadas em Goiás

Movimento estudantil protesta contra OSs na Educação

 

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Já são 12 as escolas ocupadas por estudantes que protestam contra as OSs na Educação em Goiás. O Colégio Estadual Ismael Silva de Jesus, no Bairro da Vitória, em Goiânia, foi ocupado no início da manhã de quarta-feira (16) pelo movimento estudantil. Por volta das 19 horas de terça-feira (15), a Escola Estadual Francisco Maria Dantas, no Residencial Mansões Paraíso, na região noroeste de Goiânia, que funciona em período integral desde novembro de 2013, foi tomada pelo movimento.

As outras escolas ocupadas em Goiás são o Colégio Estadual José Ludovico de Almeida e Colégio Polivalente Frei João Batista, em Anápolis; Colégio Estadual Cecília Meireles, no Bairro Santo Antônio, em Aparecida de Goiânia; Colégio Pré-Universitário (Colu),no Setor Leste Universitário; Colégio Estadual Robinho Azevedo, no Jardim Nova Esperança; Colégio Estadual José Carlos de Almeida, no Centro; Instituto de Educação de Goiás (IEG) e Colégio Estadual Murilo Braga, ambos no Setor Vila Nova; Colégio Estadual José Lobo, no Setor Rodoviário e Colégio Estadual de Período Integral Lyceu, no Centro.

Uma mobilização feita pelas redes sociais, o movimento estudantil pede doações de alimentos e materiais de limpeza e higiene. Os itens devem ser entregues aos alunos nas escolas ocupadas. Pedem ainda que se apresentem projetos de aulas a serem ministradas aos estudantes durante a ocupação das escolas. Todos os projetos devem ser apresentados na página oficial do movimento no Facebook (Secundaristas em Luta – GO)

 

Por:

Rosana Melo

Jornal O Popular