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Sinpro Goiás parabeniza as mulheres pelo seu dia

 

 

 

 

 

 

Uma singela homenagem dos Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás a todas as mulheres!

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Começa a Semana da Mulher do Sinpro Goiás

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Stand do O Boticário abre a Semana da Mulher Sinpro Goiás

 

A Semana da Mulher começou com Coffee Break, oferecido aos visitantes, stand do O Boticário e entrega das Nécessaires a todas as associadas que vieram ao Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás, nesta segunda-feira, 07/03.

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Durante todo o dia foi oferecido lanche para nossos visitantes

A Profa. do Colégio Uno Sales, Edileusa Garcia ficou satisfeita com as ações oferecida pelo sindicato. “Achei muito interessante porque a programação está muito bacana. A festa é boa, mas cuidar da beleza é melhor e tem muitas ações pra gente ficar bonita”, ressalta.

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Profa. Edileusa ao lado do presidente do Sinpro Goiás Prof. Alan Carvalho

Para a professora as parcerias que foram feitas para o evento chama atenção e desperta a vontade de participar. “Essas parcerias vieram para somar. Eu quero participar de tudo que puder”, informou dizendo que ainda está ansiosa com o sorteio dos brindes. “Eu quero ganhar o jantar no Zen Adega. Já vi fotos de lá e achei lindo! Além da nécessarie, amei os brindes e quero muito ganhar”, enfatizou.

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Professora atualizou o cadastro, pegou sua nécessarie e aproveitou para conhecer o presidente

A programação acontece até sexta-feira com a palestra Bem Mulher encerrando as ações do sindicato. Após a palestra haverá o sorteio de dois jantares no Zen Adega, uma limpeza e clareamento odontológico completo da Bandeira Odontologia.

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Prof. Alan Carvalho prestigiando a programação da Drogapop – unidade Praça da Bíblia ao lado da proprietária, Gerdane Soares

Nesta terça-feira a Drogapop – unidade Praça da Bíblia promove aferição de pressão, teste de glicemia e análise capilar, além do Salão Bio Extratus.

 

Confira a programação

 

07/03 (segunda-feira):

8h as 16h: Coffee Break e stand do O Boticário na sede do Sinpro Goiás;

 

08/03 (terça-feira):

9h às 16h: Café da manhã, entrega de brindes, salão Bio Extratus, aferição de pressão, teste de glicemia e análise capilar na Drogapop – unidade Praça da Bíblia;

 

09/03 (quarta-feira):

14h as 17h: Reparos e manutenção de óculos promovidos pela Ótica Diniz na sede do Sinpro Goiás;

 

10/03 (quinta-feira):

17h: Sorteio de uma Consulta de Acompanhamento Nutricional doada pela Dra. Stéfanie Nobre e 05 (cinco) óculos de sol das Óticas Diniz;

 

11/03 (sexta-feira):

9h as 12h: Massagem Relaxante com uma terapeuta na farmácia Drogapop;

16h: Palestra “Bem Mulher”, com a Dra. Jaqueline Olina e tarde de beleza com a Mary Kay;

 

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação e Marketing do Sinpro Goiás

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Diretoras do Sinpro Goiás recebem Prêmio Mulheres Combativas

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Da esq. Profa Zilmarina, Deputada Isaura Lemos, Profa. Rosilayne e Vereadora Tatiana Lemos

 

As diretoras do Sinpro Goiás, Profa. Rosilayne Cavalcante e Profa. Zilmarina Camilo foram agraciadas com o “Prêmio Mulher Combativa”.  O evento aconteceu nesta segunda-feira, na Câmara Municipal.

A premiação é uma proposta da vereadora Tatiana Lemos juntamente com a deputada Isaura Lemos em homenagem a mulheres que, de alguma forma, desempenham papel de destaque na sociedade em prol da igualdade de gênero.

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação e Marketing do Sinpro Goiás

 

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Sinpro Goiás e Nisa Hyundai distribuem nécessaries na Semana da Mulher

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Durante a programação da Semana da Mulher do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás, que acontece de 07 a 11 de março, serão distribuídas 300 nécessáries para nossas filiadas.

Para que recebam o brinde é necessário que compareçam ao sindicato para que, ao atualizar seu cadastro, possa ter seu número de matrícula adicionado a uma lista de sorteio, de 5 (cinco) óculos de sol das Óticas Diniz, dois jantares no Zen Adega, uma limpeza e clareamento odontológico completo da Bandeira Odontologia. O sorteio vai acontecer no encerramento da semana, sexta-feira 11/03, após palestra Bem Mulher, ministrada pela psicóloga Dra. Jaqueline Olina.

Para atender nossas associadas, na entrega das nécessaires, excepcionalmente nos dias 07 e 09 de março segunda-feira e quarta-feira respectivamente, o Sinpro ficará aberto até as 19 h.

 

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação e Marketing do Sinpro Goiás

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Vitória do direito de expressão contra a PUC Goiás

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A 1ª Turma Mista dos Juizados Especiais de Goiânia (GO) desproveu recurso que a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) havia interposto contra a sentença que rejeitara a sua queixa-crime contra o Professor Mardônio Pereira da Silva.

Entenda o caso

Mardônio Pereira da Silva é docente da PUC Goiás, Mestre em Educação, professor de Filosofia, vinculado ao Sindicato dos Professores de Goiás (SINPRO), à Associação dos Professores da PUC Goiás (APUC) e redigiu artigo publicado no jornal Diário da Manhã intitulado “A PUC GOIÁS E A TORRE DE BABEL”, onde promoveu duras críticas àquela instituição de ensino por demitir compulsoriamente os professores aos 70 anos de idade e por pagar aos professores mais novos salários inferiores aos mais antigos de casa.

Na tentativa de calar a voz do insurgente, a PUC Goiás propôs, em represália, queixa-crime, sob n. 5402566.97.2013.8.09.0061, alegando que o professor Mardônio teria praticado crime de difamação por ter induzido ao pensamento de que a instituição de ensino priorizava o lucro, a idolatria ao dinheiro, o descarte dos professores mais velhos e a exploração dos mais jovens.

Afirmou a PUC Goiás que foi vítima de difamação, “maledicências”, “ódio, frustração e desequilíbrio” ao ser associada a sua administração aos construtores da Torre de Babel, “interessados no lucro e descuidados para com os operários”, que “supervalorizava os tijolos em detrimento das pessoas” e que sorri cinicamente pelo “superavit financeiro, que permite a construção da obra”, mas sem a contrapartida salarial suficientemente valorizada aos seus professores, em feroz idolatria do dinheiro, num comportamento “vergonhoso e desumano”.

Sentença

A queixa-crime foi rejeitada pela juíza Viviane Silva de Moraes Azevedo, do 5º Juizado Especial Criminal de Goiânia, em acatamento aos fundamentos da defesa patrocinada pelos advogados Paulo Sérgio Pereira da Silva e Rayff Machado de Freitas Matos, sócios do escritório Machado & Pereira Advogados Associados S/S, de que o Professor Mardônio nada mais fizera do que exercer o seu direito constitucional de crítica e de liberdade de expressão.

Recurso

Inconformada com a derrota, a PUC Goiás interpôs apelação contra a sentença, onde alegou que “rejeitar a queixa com base no direito de crítica é estimular a prática de injúria e/ou difamação e assegurar aos malfeitores a honra alheia”. Não aceitava a instituição superior ser desafiada por um simples professor, que bradava a sua voz contra as irregularidades por ele denunciadas.

Julgamento pela Turma Recursal

Mais uma vez, em proteção ao direito constitucional da liberdade de expressão e de crítica, a pretensão da PUC/GO foi fulminada. A 1ª Turma Mista dos Juizados Especiais, composta pelos juízes Rodrigo de Silveira (Presidente), Fernando de Mello Xavier e Sandro Cássio de Melo Fagundes (juízes membros), à unanimidade de votos, negaram provimento ao recurso da instituição e mantiveram a sentença que rejeitara a queixa-crime.

Entenderam que a manifestação do Professor Mardônio “ainda que em jornal de ampla circulação, sob o título “A PUC Goiás e a Torre de Babel”, associando-a com sua supervalorização de tijolos em detrimento das pessoas, não é suficiente para perfectibilizar qualquer dos crimes contra a honra, porquanto não passou o fato de uma análise critica, amparada pela excludente do artigo 142, II do CP”, que diz: “Não constituem injúria ou difamação punível: a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar”.

Fonte: Apuc

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Marconi prende manifestantes que ocuparam secretaria

 

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O governador Marconi Perillo (PSDB) e a secretária de Educação, Raquel Texeira, mostraram mais uma vez sua face autoritária nesta segunda-feira, 15. A noite, secundaristas ocuparam a sede Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduce), em Goiânia. De imediato, um forte aparato de policiais foi mobilizado para o local.O saldo foi a prisão de 31 manifestantes, entre alunos e professores apoiadores.

A página Secundaristas em Luta-GO denunciou que não houve nenhum tipo de negociação. “(a polícia) Já chegou com violência e prendeu todos os presentes, inclusive armou para maiores que estavam do lado de fora convidando para acompanhar a operação para garantir que não seria usada violência, mas ao chegarem lá foram presos”, afirmou o coletivo de secundaristas, em nota postada no Facebook.

Os 31 manifestantes foram conduzidos para a Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), em Campinas. Amanhã, haverá audiência de custódia na 7ª Vara Criminal, no Jardim Goiás. Secundaristas e apoiadores preparam mobilização a favor dos detidos, que estão na Depai, na Deic e no 14º DP, na Vila Pedroso.

 

Fonte: Goiás Real

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PEC 395/14 ainda é pauta na Câmara; confira a agenda da semana

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A Educação volta a ser pauta no Legislativo a partir de terça-feira (16), quando o Congresso e a Comissão de Educação, Cultura e Esporte retomam votações de matérias e audiências, como a PEC 395/14 e a aplicação de teste vocacional no Ensino Médio.

Na tarde do mesmo dia, no Plenário da Câmara, a votação da Proposta de Emenda à Constituição nº 395/2014 deverá ser retomada. A continuidade e encerramento da votação da matéria, em primeiro turno, se arrasta desde outubro de 2015, quando o substitutivo adotado pela Comissão Especial foi aprovado. A PEC 395 prevê a alteração do inciso IV do art. 206 da Constituição Federal, referente à gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

Na pauta também está o PL 2016/15, que tipifica o crime de terrorismo. Os deputados precisam votar o substitutivo do Senado, que, entre outras mudanças, retira do texto a exclusão do conceito de crime de terrorismo para a conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional.

No Senado, na terça-feira, a Comissão de Educação discute diversos Projetos de Lei do Senado (PLS), a partir das 11h30: PLS 282/2015 Altera as Leis nos 9.424, de 24 de dezembro de 1996, e 9.766, de 18 de dezembro de 1998, para dispor sobre a distribuição nacional dos recursos do salário-educação; PLS 312/2015, que altera a Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, que institui o Programa Mais Médicos, para determinar a participação do Conselho Federal de Medicina nas avaliações dos cursos de Medicina; PLS 426/2015, que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1994, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para instituir a aplicação de teste vocacional no ensino médio, e dispõe sobre a oferta gratuita de cursos preparatórios para o ensino superior aos estudantes de ensino médio da rede pública de ensino; PLS 109/2013, que determina a disponibilidade de tablets para o uso individual dos estudantes das escolas públicas de educação básica, até 2023; PLS 10/2012, que insere parágrafo no art. 15 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que fixa as diretrizes e bases da educação nacional, para regular a extinção de unidades escolares da educação básica públicas e o destino de seu patrimônio; PLS 281/ 2014, que altera a Lei nº 13.018, de 22 de julho de 2014, que institui a Política Nacional de Cultura Viva, para incluir a previsão de apresentação mensal de ações culturais dos pontos e pontões de cultura nas escolas da rede pública.

 

Fonte: Contee

*Com informações da Câmara e Senado

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Aluno não será indenizado porque professor “o mandou estudar”

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Fonte: Shutterstock

O juiz de Direito Marcos Thadeu, titular do 2º Juizado Especial Cível da Comarca de Rio Branco/AC, negou pedido de um aluno contra a Faculdade Meta, por suposta irregularidade cometida por um professor.

O aluno alegou que foi injustamente reprovado em uma das disciplinas do curso que realiza em decorrência do professor ter lhe atribuído erroneamente nota zero em uma avaliação “na qual só resolveu metade das questões propostas”.

Indignado com a nota que lhe fora atribuída, o reclamante procurou o docente e disse que ele “o mandou ir estudar”, motivo pelo qual buscou o departamento jurídico da Fameta em busca de uma solução consensual para o problema, sem ter obtido êxito.

Ao analisar o conteúdo probatório, o magistrado entendeu não haver motivos para a condenação da Fameta ao pagamento de indenização por danos morais por não existir, nos autos, prova de “qualquer ato ilícito praticado” pela IES.

O magistrado também assinalou que tampouco restou comprovado que a prova do reclamante foi corrigida de forma equivocada. “Ao contrário, restou plenamente demonstrado que o autor não possui o domínio da matéria e, desta forma, de fato, não poderia ser aprovado ou sequer obter a nota que ‘almeja’”.

Marcos Thadeu ressaltou ainda que a tanto a IES quanto o professor “possuem total autonomia na sala de aula e fora dela, cabendo ao professor orientar e inclusive, advertir seus alunos a respeito do empenho necessário para a aprovação nos exames”, sendo, assim, incabíveis os danos morais pleiteados pelo reclamante.

  • Processo: 0012733-56.2015.8.01.0070

 

 

Fonte: Migalhas

 

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Aprender a aprender: um slogan para a ignorância

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Essa ideia da liberdade do aluno, liberdade de aprendizagem, é um enunciado ideológico. O aprendiz nunca é livre. Ele só é livre depois de dominar o objecto de aprendizagem; e quando domina deixou de ser aprendiz», afirma o pedagogo marxista brasileiro Dermeval Saviani, numa entrevista que lhe fizeram Raquel Varela e Sandra Duarte para a Rubra n.º 3 e que fui repescar para contribuir para este interessante debate sobre a educação iniciado pela Mariana Canotilho. Aqui vai a entrevista completa:

Qual é o papel da escola?

O papel da escola é o de ser o ambiente adequado para que o professor possa exercer da melhor forma possível o seu papel.

E qual é o papel do professor?

O papel do professor é elevar os alunos do nível não elaborado, do nível do conhecimento espontâneo, de senso comum, para o nível do conhecimento científico, filosófico, capaz de compreender o mundo nas suas múltiplas relações e portanto, passar da visão empírica, fragmentada do Mundo, para uma visão concreta, articulada.

Quem são, politicamente falando, os defensores da pedagogia do «aprender a aprender»?

Hoje em dia a pedagogia do «aprender a aprender» é a grande referência da orientação dominante. Tanto que está nos documentos oficiais e internacionais que depois se reproduzem em cada nação, como está nos meios de comunicação onde tentam convencer os professores das suas virtudes. O Relatório Jacques Delors das Nações Unidas sobre educação para o século XXI tem como eixo essa orientação do «aprender a aprender» e os países reproduzem isso nas suas políticas educativas. É uma pedagogia que tem origem na escola nova, no construtivismo de Piaget, que estava apoiado no keynesianismo. Agora foi recuperada, no contexto político do neoliberalismo, pelos pós-modernos. A ideia é que todo o ambiente é educativo – aprende-se em diferentes lugar, em diferentes circunstâncias e … também na escola! O argumento que dão para isso é que aquela visão rígida foi superada em benefício de uma sociedade flexível em que nada se pode prever. A escola não pode formar para 5 ou 10 anos, não se sabe como vai ser o futuro que está em constante mudança. Portanto a escola não deve ensinar algo mas apenas aprender. Mas este novo aprender a aprender já nem sequer dá a importância que os construtivistas davam à ciência. Não sei como é aqui, mas no Brasil introduzem parâmetros curriculares nos temas «transversais» – é como se os temas não fossem objecto desta ou daquela disciplina mas atravessam todo o currículo – educação cívica, moral, ambiental, sexual.

Nos seus livros defende que deve haver uma diferença clara entre currículo e extra currículo?

As actividades devem integrar as actividades da escola desde que elas colaborem para aquilo que é central no currículo. Não se pode apagar essa diferença, como fazem os pós-modernos, para quem tudo tem a mesma importância. Fazer um passeio na cidade e estudar matemática não tem a mesma importância.

O que pensa da memória, da repetição, no processo de ensino?

Esse é um outro aspecto que me parece importante. As teorias psicológicas modernas e pós-modernas tendem a secundarizar a memória enquanto faculdade psicológica e a repetição enquanto estratégia pedagógica. Mas isso é algo que as pesquisas psicológicas de base dialéctica, marxistas, como a da escola de Vigotsky, questionam. Elas mostram o papel da memória e da repetição no desenvolvimento. Eu elaborei algo nessa direcção não pela via das teorias psicológicas mas pela via da observação dos processos pedagógicos. A tese de que a criatividade é o oposto da mecanização, da automatização, não se sustenta porque essa visão dá à criatividade um carácter espontaneísta, como se a pessoa pudesse ser criativa a partir do nada. O que se constata no processo de desenvolvimento das crianças, da própria formação, é que a fixação de mecanismos não é impeditiva da criatividade, pelo contrário, é condição da criatividade.

Um músico só é livre de compor, livre de ser criativo, depois de muitos anos de estudo…

Sim, outro exemplo que dei é o do aprender a dirigir o automóvel. Enquanto não se mecaniza as operações não se é livre de conduzir um automóvel. Eu fui mais longe e generalizei numa espécie de lei pedagógica. O aprendiz nunca é livre. Ele só é livre depois de dominar o objecto de aprendizagem e quando domina deixou de ser aprendiz. Essa ideia da liberdade do aluno, liberdade de aprendizagem, é um enunciado ideológico.

Os alunos devem reprovar?

A reprovação não é uma exigência pedagógica porque a tendência das crianças e dos jovens é aprender. Nesse sentido se organizarmos adequadamente o processo educativo não vai haver reprovação.

É preciso estar na escola o dia todo, como estão as crianças portuguesas, para aprender?

Na educação infantil ou primária não acho produtivo as crianças ficarem 8, 9 horas na escola. Mas isso tem muito a ver com as condições sociais do país em causa – no Brasil a maioria das crianças não tem uma secretária, um lugar para estudar em casa.

O que pensa de políticas educativas como as que se estão a implementar em Portugal, em que os alunos vão passar a ter só um professor até ao 6.º ano?

No contexto em que isto está a ser posto há aí um objectivo político e que concorre para esvaziar as escolas do conhecimento elaborado, científico, que é a sua função. A burguesia tende a esvaziar a escola dos conteúdos mais elaborados mediante os quais os trabalhadores poderiam fazer valer os seus direitos, as suas reivindicações.

Defende que a escola que luta pelo socialismo é aquela onde se ensina o saber da classe dominante à classe dominada? Isto coloca em causa quase tudo o que a esquerda tem vindo a defender a respeito da pedagogia

Essa é uma ideia central da proposta pedagógica que formulei. Eu acredito que ela tem base empírica e teórica. Ela tem base empírica a partir daquilo que observamos no dia a dia. Os trabalhadores consideram a escola algo importante, enviam os seus filhos para a escola na expectativa de que lá eles vão aprender. A expectativa deles é que os filhos estudando adquiram condições que eles não tiveram. No livro Escola e Democracia sintetizo assim a fala dos pais: «Se o meu filho não quer aprender o professor tem que fazer com que ele queira.» Essa frase foi interpretada por alguns colegas como sendo a evidência de que eu defendia uma pedagogia autoritária. Eu respondi a esses sectores a dois níveis: primeiro ao nível da linguagem. Eu disse: «Se o meu filho não quer aprender o professor tem que fazer com que ele queira.» Não disse: «Se o meu filho não quer aprender o professor tem que fazer com que ele aprenda, mesmo que não queira.» Isso sim seria impositivo – se ele não quer aprender vai aprender na marra, vou enfiar goela abaixo! O filho, que não tem experiência da vida, das lutas sociais, é compreensível que não perceba, mas o professor tem condições e obrigação de saber a importância do estudo e mostrar para a criança essa importância.

Mas a nível teórico, uma resposta mais elaborada a essa crítica deve começar pela diferença entre o empírico e o concreto. Comummente se usa o termo concreto como sinónimo de empírico, mas em Marx há uma diferença muito clara. No Método da Economia Política vai-se do empírico ao concreto pela mediação do abstracto. O concreto não é o ponto de partida mas o ponto de chegada do conhecimento. Eu traduzo isso na pedagogia da seguinte forma: parte-se do confuso, das primeiras impressões, para uma visão articulada, uma visão de síntese, pela mediação do abstracto, ou seja, da análise.

Quando o professor se defronta com o aluno ele tem que estar frente ao aluno concreto não ao aluno empírico. O aluno empírico é essa criança que está aí, com essas manifestações que eu capto à primeira vista, que eu capto pelos sentidos na aparência. Mas o ser humano é síntese de relações sociais, por isso eu tenho que o encarar enquanto indivíduo concreto e não apenas enquanto indivíduo empírico. Por isso quando me dizem que tenho que ter em conta os interesses dos alunos eu pergunto: do aluno empírico ou do aluno concreto? A escola nova fica no aluno empírico, por isso devemos fazer o que ele tem vontade e cai-se no espontaneísmo. Agora para o aluno concreto – enquanto síntese de relações sociais – é da maior importância passar da visão de senso comum para uma visão articulada, uma visão científica, ter acesso a conteúdos elaborados. Eu tenho que levar em conta os interesses do aluno concreto e portanto deve-se estruturar um ensino que vai além das primeiras impressões, subjectivas, dos desejos subjectivos que esse aluno tem. Mas ele só vai perceber isso na medida em que o professor lhe mostra, fazendo-lhe ver a importância dos conhecimentos para ele assimilar.

Defende que o conhecimento é um meio de produção e que a burguesia se apropriou dele?

O conhecimento elaborado é um produto do desenvolvimento da humanidade, um produto do desenvolvimento social do homem no processo de produção da sua existência. A burguesia apropria-se disto como se apropria dos outros elementos, mas isto não significa que ele seja inerentemente burguês. Trata-se de arrancar do controle dominante aquilo que são produções humanas, neste caso o conhecimento. Quando a burguesia era revolucionária, na passagem do feudalismo para o capitalismo, fez isso, arrancou o conhecimento das mãos estritas do clero e da nobreza.

E só liberta esse conhecimento na estrita medida em que o trabalhador precisa dele para desempenhar o seu papel no processo produtivo?

A minha posição é que considerar que o saber elaborado corresponde aos interesses dominantes, como fazem os reprodutivistas (ver caixa) é sonegar aos trabalhadores um instrumento de luta e nesse sentido manter os trabalhadores subordinados.

Os alunos portugueses são os piores da Europa a Matemática mas dominam a máquina de calcular desde a primeira classe. Têm Inglês e Informática desde o jardim-de-infância. O que significa para si este domínio da tecnologia combinado com uma absoluta ignorância da ciência?

A educação vai-se cada vez mais reduzindo a operações mecânicas. As máquinas da revolução industrial substituíam a força física do homem, hoje há máquinas que também realizam operações intelectuais. Isso deveria ter como função libertar o homem das funções repetitivas, tanto as braçais quanto as intelectuais, para assim libertar o homem para fruir, pensar, elaborar. Nas condições capitalistas a maioria é colocada na posição de só operar. O que possibilitou a existência dessas máquinas, que envolve matemática avançada, fica restrito a um grupo muito pequeno que frequenta universidades de ponta. O projecto de Bolonha ilustra bem isto, destrói toda a experiência da riqueza universitária europeia, que era um contraponto à americana onde eles têm grandes universidades para formar cientistas de ponta e depois uma grande diversificação de universidades de diferentes níveis.

Nós travamos esta luta, entre uma educação ao serviço da ordem dominante e uma educação que seja enriquecedora do homem. É claro que essa outra educação só se pode desenvolver na medida em que está articulada com aqueles que têm interesse nessa nova educação.

Dermeval Saviani, doutor em filosofia da educação, é professor emérito da UNICAMP (São Paulo, Brasil) e autor de grande número de livros, como Escola e Democracia (Ed. Autores Associados, 40.ª edição, 2008), História da Educação, Pedagogia Histórico-Crítica, Intelectual, Educador, Mestre ou Capitalismo, Trabalho e Educação, entre outros.

 

 

 

Fonte: 5dias.net