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Em duas semanas, consulta sobre “Escola sem Partido” tem maioria contra

Em duas semanas, consulta pública sobre o Escola sem Partido bate recorde e ultrapassa os 360 mil votos.

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No dia em que completa duas semanas, a consulta pública sobre o projeto de lei que institui o programa Escola sem Partido entre as diretrizes e bases da educação ultrapassou nesta segunda-feira as 360 mil votações no portal e-Cidadania, do Senado Federal. Até as 14h30, quase 368 mil pessoas haviam se manifestado contrárias ou favoráveis à proposta – que defende a “neutralidade do ensino” por meio da proibição de suposta “doutrinação ideológica” nas escolas. Desse total, a maioria, com uma diferença de cerca de 10 mil votos, era contrária ao projeto.

A consulta bateu o recorde de votações na história do e-Cidadania — a segunda proposta com mais participação, 183.597 manifestações, é a do projeto que propõe a reformulação da lei do Ato Médico.

A inspiração para o projeto de lei sobre o Escola sem Partido no Senado – a qual embasa outros quatro projetos do tipo, na Câmara dos Deputados, e além de sete Assembleias Legislativas e 12 Câmaras municipais – é a proposta idealizada em 2004 pelo advogado Miguel Nagib, procurador paulista.

No Senado, o autor da matéria é o senador Magno Malta (PR-ES), que justifica ser “fato notório que professores e autores de materiais didáticos vêm se utilizando de suas aulas e de suas obras para tentar obter a adesão dos estudantes à determinadas correntes políticas e ideológicas para fazer com que eles adotem padrões de julgamento e de conduta moral – especialmente moral sexual – incompatíveis com os que lhes são ensinados por seus pais ou responsáveis.”

Além de opinar sobre o projeto, os participantes da consulta também podem enviar comentários e sugestões de mudança de cada item previsto no texto, além de acompanhar a tramitação dele na Casa. O relator é o senador Cristovam Buarque (PPS-DF).

No último dia 22, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do MPF (Ministério Público Federal), encaminhou ao Congresso Nacional uma nota técnica em que aponta a inconstitucionalidade do projeto de lei 867/2015, que inclui o programa Escola sem Partido entre as diretrizes e bases da educação nacional. O projeto de lei tramita na Câmara, com autoria do deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), mas, segundo o MPF, a nota valerá também “para todas as proposições legislativas correlatas”.

Na nota técnica, a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, afirma que o projeto “nasce marcado pela inconstitucionalidade”. A justificativa é que o artigo 205 da Constituição Federal traz como objetivo primeiro da educação o pleno desenvolvimento das pessoas e a sua capacitação para o exercício da cidadania. “Essa ordem de ideias não é fortuita. Ela se insere na virada paradigmática produzida pela Constituição de 1988, de que a atuação do Estado pauta-se por uma concepção plural da sociedade nacional. Apenas uma relação de igualdade permite a autonomia individual, e esta só é possível se se assegura a cada qual sustentar as suas muitas e diferentes concepções do sentido e da finalidade da vida”, escreveu a procuradora.

 

Idealizador do ESP se diz “surpreso” com reação contrária

Em entrevista ao UOL, o procurador Miguel Nagib, idealizador do movimento Escola sem Partido, afirmou ficar surpreso com os posicionamentos contrários à iniciativa.

“Me pergunto: como alguém pode votar contra esse projeto? Quem é contra, reivindica os direitos que o programa nega ao professor – o de se aproveitar da presença obrigatória dos alunos em sala para promover seus próprios direitos, opiniões, preferencias ideológicas ou políticas. Em suma, o direito de fazer propaganda política dentro da sala de aula”, disse, para completar: “Quem faz oposição são professores que não querem e não aceitam os limites colocados pelo programa — defendem, portanto, o direito de praticar essas condutas. Não há outra posição lógica a essa visão. Mesmo discordando do programa, vejo que alguns professores não querem que seus alunos fiquem sabendo que essas obrigações existem – porque não querem que a sua autoridade seja confrontada.”

 

Fonte: Uol

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“Os direitos trabalhistas são inegociáveis”, avisa presidente da CTB

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“Não recebi procuração para vender direitos trabalhistas. As conquistas da classe trabalhadora a ela pertence. Tenho plena consciência, direitos conquistados são inegociáveis”, avisa o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, ao rebater informação de que negociaria com reformas Trabalhista e da Previdência com a gestão interina de Michel Temer.

A reunião ocorreu nesta quarta-feira (27), em Brasília, e estiveram presentes representantes na reuda UGT, NCST, Força Sindical e da CSB. A pauta apresentada pelo ministro interino do Trabalho, Ronaldo Nogueira, era a proposta de “modernização da legislação trabalhista”.

“Com o discurso da “modernização”, no qual o objetivo das empresas capitalistas é baixar o custo da mão de obra e aumentar a cesta de lucros das empresas, a gestão Temer quer aprovar o negociado sobre o Legislado, a terceirização irrefreável e acabar com a Previdência Social, o maior programa de distribuição de renda do país”, alertou Araújo.

Além do ataque direto à CLT, Nogueira abordou a possibilidade de prorrogação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) . Além disso, tratou da tese do acordado sobre o legislado, proposta que rasga a CLT e a Constituição Federal, relativizando a questão. Segundo ele, é preciso “definir quais pontos específicos da negociação coletiva que terão força de lei e não poderão ser desfeitos”. E citou como exemplo o “contrato de serviço especializado”.

O ministro interino só esqueceu de dizer que tais propostas precarizam o mundo do trabalho e abrem espaço para a terceirização. Além disso, as declarações do ministro interino causam estranheza, tendo em vista que após reunião com Temer, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, de que o Brasil deveria ampliar sua carga horária de trabalho em até 80 horas semanais e de 12 horas diárias para classe trabalhadora.

“O que eles chamam de modernização enseja um tipo de escravidão contemporânea. Por trás desse discurso, querem implantar a era do “açoite” digital e quem vai sofrer na pele é a classe trabalhadora. Temerário, o conluio golpista quer desconstruir o Estado Nacional, acabar com a CLT desregulamentando o trabalho e sepultar o sonho de dias melhores de milhões de brasileiros e brasileiras”, ressaltou o presidente da CTB.

 

Fonte: CTB

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Reforma de Temer prevê redução de 40% para aposentadorias em 10 anos

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A Reforma da Previdência apresentada pela gestão interina de Michel Temer tem levantado intensos debates e ascendeu a luz vermelha de diversos setores da sociedade. Propostas como a implantação da idade mínima e a desvinculação as aposentadorias da valorização do Salário Mínimo são temas polêmicos e de impacto negativo sobre os trabalhadores e trabalhadoras.

De acordo com estudos feitos pelos economistas João Sicsú, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Eduardo Fagnani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), se a proposta de Temer de desvincular as aposentadorias do Mínimo tivesse sido implementada em 2006, hoje, os valores dos rendimentos teriam caído cerca de 40%.

Ele ainda apontam que, sem a vinculação ao mínimo, o valor médio do vencimentos pagos aos aposentados e pensionistas cairia dos atuais R$ 1.608 para para R$ 1.013.

É bom destacar que se a medida passar será mais um ataque à Constituição Federal, pois serão aplicadas práticas da ditadura civil- militar,  quando o regime corrigia os benefícios previdenciários abaixo da inflação, o que corroía o poder de consumo dos aposentados. Para enfrentar essa injustiça, os constituintes de 1988 instituíram a exigência de que nenhum benefício poderia ser inferior ao piso do salário mínimo.

Na opinião dos especialistas a proposta da gestão interina levanta o discurso da modernização e garantia de direitos, mas esconde na verdade um modelo para o setor cada vez mais restrito, de menor alcance e gerido pela iniciativa privada.

Sicsú alerta que “a Previdência tem um sentido essencialmente social, e não um sentido econômico e exclusivamente contábil. Essa visão distorcida leva à redução do bem estar da sociedade”. Ele lembra que as aposentadorias e pensões são pagas a [mais de ] 30 milhões de pessoas, que garante não só a sobrevivência das famílias como colabora também para a estabilidade econômica do país. Desses, [cerca de] 70% correspondem ao valor de um salário mínimo.

Segundo o professor, apesar da recuperação de cerca de 70% do valor do salário mínimo nos últimos anos, o valor de R$ 880 ainda é muito pequeno. “Querer pagar menos do que isso representa, de fato, um arrocho aos aposentados, pensionistas e beneficiários da Previdência”, diz Sicsú.

Como funciona?

O Salário Mínimo é reajustado por uma fórmula que associa a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) e a inflação. A indexação das aposentadorias a esse regime garante aumento real todos os anos. Temer quer acabar com isso.

A vinculação dos pagamentos previdenciários ao reajuste do Salário Mínimo é um dos grandes responsáveis pela retirada de famílias da linha pobreza e reflete, de acordo com dados Boletim Estatístico da Previdência Social, na valorização de 22,1 milhões de benefícios.

A expressiva política de valorização do Salário Mínimo elevou a renda dos beneficiários em mais de 70% acima da inflação.

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Como ficará com Temer?

Se a proposta de Temer for aprovada, 22,1 milhões de aposentados e aposentada, que recebem o equivalente a um Salário Mínimo, sofreriam com a mudança. Pois as aposentadorias e benefícios teriam seu valor reduzido e passariam, gradativamente, a valer menos.

Para se ter uma ideia do impacto, com a desindexação das aposentadorias ao Salário Mínimo cerca de 70% dos beneficiários da Previdência Social sofreriam. Um verdadeiro golpe contra os aposentados e para a economia de centenas de municípios.

Durante participação em seminário promovido em São Paulo pela CTB, o vice-presidente de assuntos da seguridade social da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Décio Bruno Lopes, alertou sobre os impactos nocivos sobre os municípios caso a reforma de Temer passe. “Dos 5.566 municípios brasileiros, em 82% deles (4.589) os pagamentos aos aposentados do INSS superam a arrecadação municipal. E em 70% deles, os recursos oriundos da Previdência Social superam os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)”.

“Todos os economistas dizem que a Previdência precisa de reforma. O assunto está na pauta de todos os governos, independentemente de quem está no governo. Mas a Previdência precisa de políticas de Estado e não de políticas de governo”, ressaltou. Lopes ainda defendeu ser fundamental uma reforma reveja a questão das renúncias previdenciárias, em vez de cortar a vinculação ao salário mínimo.

Somente em 2015, as renúncia representaram R$ 65,4 bilhões. Para 2016, elas devem alcançar os R$ 55,1 bilhões. Lopes destaca que, ainda que haja um recuo em relação ao ano passado, as renúncias projetadas para 2016 devem significar 15% do total arrecadado, de R$ 366 bilhões.

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Falso déficit

Sobre o propalado déficit do sistema previdenciário, pano de fundo para as propostas de reforma, Sicsú afirma que para esse cálculo não estão sendo contabilizadas as contribuições obrigatórias do governo, que compõem o sistema tripartite de financiamento da Previdência Social, conforme definido pela Constituição de 1988. Se contabilizadas, o déficit deixa de existir.

“Não existe esse tal déficit da Previdência Social, porque o nosso sistema, como é no mundo avançado, é tripartite. Sustentado por trabalhadores, empregados e governo. Aqui no Brasil não se contabiliza a parte do governo. A Constituição de 1988 estabelece orçamento onde o governo tem participação. Não se pode fazer essa conta só da folha de pagamento, da contribuição de empresários e trabalhadores”, detalha o economista.

 

Fonte: CTB.

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A IMPORTÂNCIA DA BOA POSTURA PROFISSIONAL

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Em meio à convivência proferida no ambiente escolar, salienta-se, de forma inegável, o fato de que o professor é concebido como um referencial para seus alunos. Obviamente que tal concepção tanto pode ser contemplada de forma positiva, quanto negativa.

Tendo em vista que o educador, teoricamente, deve ser o centro das atenções, o mesmo torna-se alvo de constantes avaliações. E tal afirmativa funde-se com a importância a que se deve à constante vigilância no que se concerne à imagem pessoal, uma vez que esta reflete diretamente no bom profissionalismo.

Muitas vezes, atitudes dizem mais do que qualquer discurso, daí a necessidade de as mesmas serem proferidas mediante a uma postura correta e coerente, partindo do pressuposto de que o respeito, a justiça e a moral são elementos primordiais inerentes à conduta cotidiana ética, referente a todo ser humano.

O referencial anteriormente mencionado muitas vezes é atribuído em consonância com o surgimento de possíveis obstáculos, dentre os quais, o posicionamento adotado pelo educador é automaticamente contestado ou aplaudido por parte dos educandos.

Com base nestes postulados, ressalta-se a importância de o educador repensar constantemente suas práticas pedagógicas, procurando aprimorá-las sempre que necessário. Bons exemplos, confiança e autoridade são virtudes conquistadas de acordo com o decorrer da convivência.

Ao assumir uma postura profissional adequada, o educador deverá se ater à importância de se instaurar um clima de reciprocidade, principalmente no que se refere ao respeito. Sendo assim, tal possibilidade se concretizará efetivamente, tendo ele como principal agente de todo o processo.

Primeiramente, antes de conquistar o respeito, é necessário se dar ao respeito, e certas atitudes acabam comprometendo os objetivos propostos. Portanto, algumas medidas tendem a colaborar para que os mesmos sejam concretizados de forma plausível. Entre elas destacam-se:

# Evitar que sejam proferidas palavras de baixo calão no ambiente de sala de aula, pois tal atitude denota falta de respeito para com os alunos;

# Saber contornar de forma autônoma e dinâmica os possíveis obstáculos provenientes das relações interpessoais, bem como dos resultados advindos do processo de ensino-aprendizagem;

# Procurar cumprir com os prazos preestabelecidos quanto à entrega de resultados referentes a trabalhos, avaliações, seminários e outras atividades extraclasse. Posturas como estas conferem confiabilidade.

# Cumprir com regras previamente estabelecidas, seja de forma coletiva ou individual, uma vez que a atitude mantém o instinto de autoridade, fato indispensável na preservação do instinto de liderança.

 

Fonte: Brasil Escola – Canal do Educador.

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Como o gosto pela leitura pode ser estimulado na educação infantil

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Roda de leitura na Escola da Vila

Em um contexto de pouca valorização da leitura, como a escola pode contribuir para a formação de leitores no Brasil? Como superar seus desafios e formar leitores autônomos que gostem de ler? Ensinar algo tão grandioso é uma tarefa desafiadora, mas, talvez por isso mesmo, uma das mais fantásticas que existem.

O estímulo à leitura pode começar desde cedo, ainda na educação infantil. Veja abaixo o cenário da formação de leitores na primeira infância, seus desafios e exemplos de práticas.
Cenário
A Academia Americana de Pediatria recomenda aos médicos que orientem os pais a lerem para os seus filhos. Desde o nascimento, a superestimulação tem se tornado uma constante em casa e invadido o espaço escolar. Livros no banho e e-books são elementos cuja proposta é desencadear o gosto pela leitura logo cedo. O equilíbrio entre inseri-los na cultura letrada e “forçar” funções para as quais ainda não estão preparados, defendem os especialistas, depende de bom senso.

 

Desafio
Como mediadores, pais e educadores têm a missão de apresentar os livros, as histórias e o mundo da imaginação a seus filhos e alunos. A falta de materiais de trabalho nas escolas é um problema a ser enfrentado. Pesquisa da pedagoga Cyntia Girotto revela que os livros do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) não contemplam crianças dos 0 até os 3 anos. O estudo “Literatura e Primeira Infância: dois municípios em cena e o PNBE na formação de crianças leitoras” foi realizado de 2011 a 2014 em Presidente Prudente e Marília, interior paulista. “Negar o acesso desse material aos pequenos é negar a eles a possibilidade de forjarem para si, desde a tenra infância, uma identidade leitora”, diz Cyntia, professora na Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp-Marília.

 

Exemplos de práticas
O primeiro passo é o professor ter um critério para a escolha dos títulos. Afinal, nessa fase pré-alfabetização eles têm especificidades e mudam conforme a idade. “O livro do bebê é especial: tem de ser cartonado, ou emborrachado, e o texto imagético deve se agregar ao texto escrito, o que aguça as percepções, atenção, linguagem oral e memória”, explica Cyntia Girotto. A partir dos 3 anos, obras que se utilizam do lúdico e da fantasia despertam a imaginação. A leitura em voz alta e a contação de histórias são práticas que devem estar presentes na escola. Para as crianças maiores, vale investir em rodas de leitura e na elaboração de ilustrações ou dramatizações a partir de um texto. “Quando partilhada, a leitura se torna saborosa, se transforma em uma experiência formadora”, defende Gilda Carvalho, mestre em Literatura Brasileira e uma das autoras do Manual de reflexões sobre boas práticas de leitura (Editora Unesp).

 

Fonte: www.revistaeducacao.com.br

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Encontro da UNE irá debater plebiscito sobre novas eleições

Entre sexta (15) a domingo (17), 500 lideranças estudantis de Diretórios Centrais, Uniões Estaduais e Executivas de Curso se encontram em São Paulo durante o 64º Conselho de Entidades Gerais da UNE (CONEG). O objetivo será discutir com o conjunto do movimento estudantil a crise política, os desafios na Educação e a defesa da democracia. O tema desta edição, “O Brasil se UNE pela democracia”, aglutinará ideias e vai pautar as ruas para as lutas do próximo período.

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Fonte: Mídia Ninja

“Nesses quase 80 anos de vida, a UNE marcou posição contra o nazi-fascismo, defendeu o petróleo como patrimônio nacional, organizou a resistência à ditadura militar, ao neoliberalismo, às privatizações e sempre se colocou na linha de frente em defesa da democracia”, diz Carina Vitral, presidenta da UNE.

“Nós, da atual geração da UNE, dos DCEs e das UEEs de todo o Brasil também temos um legado. Porém ele está sendo duramente atacado. O golpe de estado planejado por Michel Temer, Eduardo Cunha, aliados a outros conspiradores inconformados com o resultado das últimas eleições, prova-se também um golpe fortíssimo contra os avanços da educação brasileira dos últimos anos” acrescenta Carina.

Programação 

Este ano, a programação do CONEG está muito mais densa do que nas edições anteriores. São 18 debates, divididos entre sexta e sábado (15 e 16), com temas ligados à educação, saúde, juventude, democratização da comunicação, o golpe à democracia, além de discussões acerca do combate ao racismo, à lgbtfobia e sobre a cultura do estupro.

Além disso, os estudantes irão deliberar sobre as pautas da luta estudantil por meio de grupos de trabalhos. Dessas conversas sairão propostas que serão votadas na plenária final, que acontece no domingo (17), a partir das 9h.

Diante da grave crise política pela qual passa o país, um dos assuntos a serem debatidos pelos representantes das entidades estudantis é o plebiscito sobre novas eleições gerais. A partir das discussões, pretende-se chegar num consenso sobre essa questão.

Dentre os convidados do evento, estão o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), e o ex-advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, que participarão da mesa “Diálogo que nos UNE: Saídas para a crise”, no sábado (16), às 15h

O futuro da educação diante da complexa conjuntura do país, com redução de investimentos e silenciamento sobre as metas do PNE por parte do governo golpista será um dos assuntos debatidos em “O Plano Nacional de Educação e os rumos do Sistema Nacional de Educação”, na sexta-feira (15), às 15h. Esta mesa contará com a presença do coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, e do deputado federal Angelo Vanhoni (PT-PR), relator do PNE.

O problema da educação privada também terá destaque. A fusão de megagrupos educacionais como a Kroton e a Estácio e essa preocupante invasão dos tubarões de ensino no setor serão abordadas no debate intitulado “Mercantilização da educação, fusões e monopolização do ensino privado”, no sábado (16), às 10h, com presença de Conceição Aparecida Fornasari (FEPESP) e Maria Clotilde Lemos Petta (CONTEE).

O cientista político e blogueiro Leonardo Sakamoto participará da mesa “A atualidade do debate sobre a democratização da comunicação”, na sexta-feira, às 15h, juntamente com Bia Barbosa (FNDC), Daniel Macedo (Enecos) e Laura Capriglione (Jornalista Livres).

Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, falará na mesa de sexta-feira, “Para onde leva a ponte para o futuro?”, ao lado do diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci, e do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ).

O que é o Coneg? 

CONEG, o Conselho Nacional de Entidades Gerais, é um fórum deliberativo organizado anualmente pela UNE. O objetivo é reunir os representantes de Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs), Uniões Estaduais dos Estudantes (UEEs), federações e executivas de cursos de todo o Brasil. Normalmente, o CONEG é realizado para convocar as atividades da UNE, como o Congresso e a Bienal de Cultura, ou aprovar uma pauta específica, por exemplo, a plataforma política que os estudantes apresentam a cada eleição, com reivindicações dos jovens. Qualquer estudante pode participar.
 

 

Fonte: UNE

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Frente Nacional contra o Escola Sem Partido: Contee presente!

Será lançada hoje (13), no Rio de Janeiro, a Frente Nacional contra o projeto Escola Sem Partido. A mobilização está marcada para 9h30, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Como ressalta o manifesto da Frente Nacional, assinado por diveresas entidades, entre as quais a Contee, ‘‘defender a escola sem partido é defender a escola com apenas um partido. Partido daqueles que são contra uma educação laica e contra o debate sobre gênero, fortalecendo assim a cultura do estupro e a LGBTTIfobia presente em nosso país. Defendemos a escola crítica sim, a educação libertadora, a pluralidade de ideias e a liberdade de expressão e pensamento’’.

Confira abaixo a íntegra do manifesto:

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Fonte: Contee

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UNESCO defende educação sexual e de gênero nas escolas para prevenir violência contra mulheres

Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, aprofundar o debate sobre sexualidade e gênero contribui para uma educação mais inclusiva, equitativa e de qualidade, não restando dúvida sobre a necessidade de a legislação brasileira e os planos de educação incorporarem perspectivas de educação em sexualidade e gênero.

Segundo a organização, declarações foram divulgadas diante de fatos recentes ocorridos no país no que se refere à violência sexual.

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Para a UNESCO no Brasil, aprofundar o debate sobre sexualidade e gênero contribui para uma educação mais inclusiva. Foto: MEC

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil reafirmou nesta terça-feira (7) seu compromisso com a garantia dos direitos das mulheres e da população LGBT, posicionando-se de forma contrária a toda forma de discriminação e violação dos diretos humanos em qualquer circunstância e, em especial, em espaços educativos.

“As desigualdades de gênero, muitas vezes evidenciadas pela violência sexual de meninas, expõem a necessidade de salvaguardar marcos legais e políticos nacionais, assim como tratados internacionais, no que se refere à educação em sexualidade e de gênero no sistema de ensino do país”, disse a agência das Nações Unidas em comunicado.

Segundo a organização, as declarações foram divulgadas diante de “recentes fatos ocorridos no país no que se refere à violência sexual”.

Para a UNESCO no Brasil, aprofundar o debate sobre sexualidade e gênero contribui para uma educação mais inclusiva, equitativa e de qualidade, não restando dúvida sobre a necessidade de a legislação brasileira e os planos de educação incorporarem perspectivas de educação em sexualidade e gênero.

“Isso se torna ainda mais importante uma vez que a educação é compreendida como processo de formar cidadãos que respeitem às várias dimensões humanas e sociais sem preconceitos e discriminações”, disse a agência da ONU.

Um dos compromissos dos países-membros das Nações Unidas é garantir o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada pelo Brasil e todos os outros Estados-membros da ONU em 2015. Entre os 17 objetivos globais da agenda, está a garantia de ambientes de aprendizagem seguros e não violentos, inclusivos e eficazes, e a promoção da educação para a igualdade de gênero e os direitos humanos.

Resultado de amplo debate internacional, o Marco de Ação Educação 2030 joga luz sobre a importância da perspectiva de gênero na educação.

“Esta agenda dedica especial atenção à discriminação baseada em gênero, bem como a grupos vulneráveis, e para assegurar que ninguém seja deixado para trás. Nenhum objetivo de educação deve ser considerado cumprido a menos que seja alcançado por todos”, afirmou trecho do documento da reunião, realizada em novembro do ano passado, paralelamente à 38ª Conferência Geral da UNESCO, com a presença de ministros e especialistas.

A UNESCO ressaltou em todos os seus documentos oficiais que estratégias de educação em sexualidade e o ensino de gênero nas escolas é fundamental para que homens e mulheres, meninos e meninas tenham os mesmos direitos, para prevenir e erradicar toda e qualquer forma de violência, em especial a violência de gênero.

A agência da ONU já possui diversos materiais que podem ajudar os educadores do país a incluírem questões de gêneros nos debates de suas aulas e seus espaços educativos (clique aqui para saber mais).

“A eliminação das desigualdades de gênero é determinante para a construção de uma sociedade inclusiva e equitativa”, disse a UNESCO. “Todos os estudantes têm o direito de viver e aprender em um ambiente livre de discriminação e violência. Com educação e diálogo é possível prevenir a violência de gênero”.

 

Fonte: UNESCO.

 

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‘ANDAR NOS ENSINA A DESOBEDECER’ DIZ FILÓSOFO FRANCÊS

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CAPA DE ‘ANDAR. UMA FILOSOFIA’ DE FRÉDERIC GROS. TAURUS / REPRODUÇÃO.

 

Especialista em psiquiatria, filosofia penal e editor dos últimos cursos de Michel Foucault no Collège de France, Frederic Gros escreveu um tratado sobre o caminhar que conecta as idéias de pensadores como Kant, Thoreau, Nietzsche e Rousseau com suas caminhadas. Uma reinvindicação ao prazer de passear.

Kant, Rousseau, Nietzsche e Rimbaud gostavam de caminhar. E eles o faziam de formas diferentes. As caminhadas do jovem Rimbaud, dispersas e desorganizadas, estavam cheias de raiva, enquanto Nietzsche procurava nelas o tom e a energia da marcha. Kant era metódico e sistemático: o fazia todo dia, à mesma hora, na mesma rota. Todos acabaram mudando seus escritórios de trabalho para o campo, onde as idéias fluíam mais livremente e em plena natureza. Analisando de perto, estas caminhadas guardam alguns paralelos com seus pensamentos, diz o filósofo francês (e grande caminhador ) Frederic Gros no livro ‘Andar. Uma filosofia’, um best-seller que por enquanto, só foi traduzido na França.

Quando você começou a caminhar? 
Foi relativamente tarde, aos 20 anos. Foram alguns amigos que me convenceram. Quando eu era criança, gostava de ir sozinho para as montanhas, mas a verdade é que o passeio consistente como uma excursão, veio mais tarde. Minha primeira experiência importante foi no verão quando eu dei uma volta pela Córsega. Eu andei a estrada GR-20. Foi difícil, mas a aliança entre as altas montanhas e o mar fez com que fosse maravilhoso.

 

Quantos quilómetros fez? 
Éramos em sete pessoas e durou 15 dias, mas não sei quantos quilômetros fizemos. A verdade é que, quando se caminha não se conta, porque a dificuldade das trilhas faz você percorrer às vezes, poucos quilômetros em um dia. Quando se caminha mais fácil, através de estradas planas, como os andarilhos, a média é de 40 quilômetros por dia.

 

E o que acha dos aplicativos que calculam a distância e até mesmo as calorias consumidas? 
Não uso. O importante é ter uma visão geral e que você só consegue com um mapa desdobrável. Em relação as calorias, quando se caminha sete ou mais horas, a maior preocupação é chegar ao próximo abrigo.

Em seu ensaio você associa a caminhada com grandes filósofos, por quê?

Esses pensadores transformaram as montanhas e florestas em locais de trabalho. Para eles, o andar não era um esporte ou um passeio turístico. Realmente, eles saíam com seus cadernos e lápis para encontrar novas ideias. Solidão era uma das condições para a criação.

 

E a relação entre a caminhadas e as suas ideias? 
Existem maneiras de caminhar que na verdade são estilos filosóficos. Por exemplo: Kant era sério e disciplinado, e é um filósofo que exige provas muito rigorosas com definições estritas. Ele tinha um jeito de andar que consistia em fazer todos os dias a mesma caminhada, na mesma hora. A escrita de Nietzsche, muito mais dispersa, com menos coesão, tem a ver com o fato de que ele procurava com o caminhar, sentimentos de energia e luz. Sua escrita é muito forte e rápida, não tão demonstrativa como a de Kant.

O que você quer dizer quando escreve sobre a perda da identidade que acontece quando se anda? 
Bem, os efeitos da intensidade do passeio podem variar. Se você andar por quatro ou seis horas você está acompanhado de si mesmo, você pode dar atenção às suas memórias ou ter novas idéias. Mas depois de oito ou nove horas, o cansaço é tal que já não se sente o corpo. Toda a concentração é dirigida para o impulso de avançar. É quando ocorre a perda de identidade, devido à fadiga extrema. Caminhamos para nos reinventar, para nos dar outras identidades, outras possibilidades. Acima de tudo, ao nosso papel social. Na vida diária tudo está associado a função, uma profissão, um discurso, uma postura. Andar a pé é se livrar disso tudo. No final, a caminhada é não mais do que uma relação entre um corpo, uma paisagem e uma trilha.

Mas cada vez se anda menos, especialmente nas cidades, onde cada vez mais pessoas vivem.

No Terceiro Mundo, ao contrário, se anda muito. Mas é verdade que nas cidades isto está desaparecendo. Elas não são feitas para os pedestres.

 

Os jovens também não andam a pé.

As novas gerações consideram, e eles podem estar certos, que você tem que ser louco para ir aos lugares a pé, especialmente quando têm à disposição todos os tipos de invenções técnicas que fazem com que não tenham que andar. Para eles, a caminhada é um pouco monótona, em parte porque eles se acostumaram a mudar as telas de imagens que usam muito rapidamente e, quando andamos, as paisagens evoluem muito lentamente. Além disso, quando caminhamos, é sempre a mesma coisa.

 

E isso é visto como chato.

Para algumas pessoas, a caminhada é o exato oposto do significado de prazer porque nós tendemos a comparar prazer com excitação. E para que haja excitação é preciso uma novidade. Diante disso, descobrir o prazer de caminhar pode ser algo completamente exótico. Descobre-se uma dimensão que hoje está praticamente banida de nossa vida: a lentidão, a presença física. Durante a caminhada, todos os sentidos estão presentes: ouvimos os ruídos da floresta, se percebem as luzes.

 

E quem mais caminha são os aposentados?

Os sábios de antigamente tinham um ditado que pode nos supreender hoje, “tenha pressa para chegar à velhice.” Eles consideravam que a velhice seria o tempo de vida em que poderíamos nos livrar de tudo e nos envolver com o cuidar de nós mesmos, “le souci de soi” (a atenção para si, apud Michel Foucault ), cura sui em latim. A caminhada também não tem nada de violenta ou brutal. Há uma regularidade nela que tranquiliza, acalma. E isso está longe de qualquer busca de resultado. Assim, a primeira frase do livro é “andar não é um esporte.” Não faça marcas, não tente superar a si mesmo. Andar a pé é uma experiência autêntica, embora talvez não seja moderna.

 

Andar libertou você da vida acadêmica? Eu li que você está preparando um livro sobre a desobediência.

Thoreau escreveu o primeiro livro em pé e, curiosamente, também escreveu o primeiro livro sobre a desobediência civil. É verdade que a caminhada nos ensina a desobedecer. Porque andar nos obriga a ter uma distância que é também uma distância crítica. No mundo acadêmico, todo mundo é obrigado a provar o que diz. Neste livro eu queria explorar sonhos. A provocação que faço aos pensadores, é que você não é o que você pensa, mas como você anda. Eu não queria voltar para as doutrinas, mas sim explorar os estilos.

 

Fonte: São Paulo São

Com informações: El Mundo