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Alta do papel e do dólar pesa no preço do material escolar

A alta do preço do papel, do dólar e a elevada carga tributária são os principais vilões do aumento do preço dos livros didáticos e de material escolar, segundo entidades ligadas ao setor. Em 2013, o dólar subiu pouco mais de 15% em relação ao real, encarecendo os produtos importados. Já o papel, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), aumentou em torno de 12%. Somado a esse cenário, a Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae) aponta a alta cobrança de tributos, que pode chegar a 47% do preço final.

Na hora de comprar, os altos preços são evidentes. Mãe de três filhos, a bacharel em direito Raíres Cunha, chegou a gastar cerca de 20% a mais que no ano passado. O valor pago, relata, deve superar a mensalidade que paga no colégio particular onde os filhos estudam. As compras ainda não terminaram e ela já desembolsou mais de R$ 800. “E isso apenas para um dos filhos”, diz.

De acordo com as entidades do setor, os aumentos têm justificativa. Em relação aos livros, a presidenta do Snel, Sônia Machado Jardim, explica que ainda não foi feito um levantamento do reajuste este ano. “Vários aumentos ocorreram no último ano, causando impacto no custo de produção do livro. Por exemplo, o papel aumentou em torno de 12%, o dissídio da categoria foi 6,40%. Infelizmente, esses aumentos acabaram refletindo no preço do livro”.

Segundo ela, as isenções concedidas ao setor não são suficientes para garantir a diminuição dos preços. Desde 2004, o livro é isento do PIS e da Cofins, inclusive na importação, que variavam entre 3,65% e 9,25%, dependendo do regime tributário da empresa. “No mesmo período, só o reajuste salarial da categoria foi 79,96%, ou seja, o benefício da isenção fiscal teve seu reflexo acumulado ao longo desses dez anos pelo aumento dos insumos”, explica Sônia.

Nos itens de papelaria, como cadernos, canetas, cola, giz de cera, que fazem parte da lista de material dos estudantes, a Abfiae, que reúne marcas como a Faber-Castell, Tilibra e Bic, diz que não é possível padronizar a taxa de aumento. O setor é “bastante pulverizado e os preços variam muito de acordo com a concorrência”, argumenta o presidente da associação, Rubens Passos. Segundo ele, são os tributos que encarecem os produtos.

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostra que a carga tributária responde por 47,49% do preço de uma caneta, por exemplo. No caso de uma régua, a taxa chega a 44,65%, e de um lápis, a 34,99%. A associação acredita que uma redução do PIS e da Cofins e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) poderia significar queda de 10%.

O professor da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, e especialista em varejo Roberto Kanter acrescenta outro componente para o aumento: o dólar. A alta da moeda norte-americana tem impacto nos produtos importados do setor, o que nem sempre é fácil de identificar. “Quando vemos na papelaria que um produto é de outro país, é fácil evitar a compra e economizar, mas boa parte dos produtos e insumos é importada pelas indústrias e elas revendem”.

Kanter ressalta que, no início do ano, a demanda cresce e o comércio aproveita para lucrar. “O ano de 2013 não foi bom para o varejo, o empresário aproveita então esse período de maior demanda para aumentar os preços. E nem sempre isso é proporcional ao aumento dos índices. Se um produto custa R$ 0,70, ele arredonda para R$ 1, sem perceber que isso representa um aumento de 40%”.

A dica do professor é fazer uma boa pesquisa de preço e optar por lojas menores, onde se possam negociar preços menores. Raíres Cunha está fazendo a pesquisa e deixou os itens de papelaria para as últimas compras. Ela adianta que na capital federal são encontrados produtos de todo preço. “Achei canetas bem baratinhas e canetas de até R$ 6”.

 

Veja a carga tributária sobre o material escolar:

Agenda Escolar: 43,19%

Apontador: 43,19%

Borracha: 43,19%

Caderno Universitário: 34,99%

Caneta: 47,49%

Cola Tenaz: 42,71%

Estojo para Lápis: 40,33%

Fichário: 39,38%

Folhas para Fichário: 37,77%

Lancheira: 39,74%

Lápis: 34,99%

Livro: 15,52%

Mochilas: 39,62%

Papel Pardo: 34,99%

Papel Carbono: 38,68%

Papel Sulfite: 37,77%

Pastas Plásticas: 40,09%

Régua: 44,65%

Tinta Guache: 36,13%

Tinta Plástica: 36,22%

Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Inscrições para bolsas do Prouni começam nesta segunda-feira, 13

Começaram nesta segunda-feira as inscrições para a primeira edição de 2014 do Programa Universidade para Todos (ProUni) pela internet. O prazo vai até as 23h59 da sexta-feira, 17. A primeira chamada dos estudantes pré-selecionados será divulgada no dia 20 de janeiro no site do programa, que vai publicar a segunda chamada no dia 3 de fevereiro.

O ProUni é destinado a alunos que querem concorrer a bolsas de estudo, integrais ou parciais, em instituições particulares de educação superior. As bolsas integrais são para os estudantes com renda bruta familiar, por pessoa, até um salário mínimo e meio. As bolsas parciais são destinadas aos candidatos com renda bruta familiar até três salários mínimos por pessoa. O bolsista parcial poderá utilizar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para custear o restante da mensalidade.

Pode participar da seleção o estudante que tenha feito a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 e obtido no mínimo 450 pontos na média das notas. O candidato não pode ter tirado zero na redação e precisa ter cursado o ensino médio na rede pública ou com bolsa integral na rede privada.

Neste ano, há mudança quanto aos procedimentos da lista de espera. Agora, o estudante que não for pré-selecionado nas duas chamadas regulares e quiser participar da lista terá de manifestar interesse pela internet e, em seguida, nas datas previstas em edital, comparecer à instituição de ensino na qual pretende estudar com os documentos necessários.

Após esse processo, a instituição terá prazo para avaliar a documentação. O estudante selecionado receberá o resultado por meio do boletim do candidato, disponível online na página do ProUni. Nas edições anteriores, o candidato tinha de manifestar interesse na lista de espera e aguardar a convocação da instituição.

Veja abaixo o cronograma do Prouni:

  • Inscrições
    13 de janeiro a 17 de janeiro
  • Primeira chamada dos pré-selecionados
    20 de janeiro
  • Comprovação das informações nas instituições
    20 a 24 de janeiro
  • Matrícula da primeira chamada
    20 a 29 de janeiro
  • Segunda chamada dos pré-selecionados
    3 de fevereiro
  • Comprovação das informações nas instituições
    3 a 6 de fevereiro
  • Matrícula da segunda chamada
    3 a 10 de fevereiro
  • Adesão à lista de espera na internet
    3 a 14 de fevereiro
  • Comprovação das informações da lista de espera
    19 a 20 de fevereiro
  • Matrícula dos selecionados em lista de espera
    21 a 26 de fevereiro

 

Fonte: Agência Brasil /portal terra

 

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Cursos de capacitação on-line têm alta desistência

Um estudo da Faculdade de Educação da Universidade da Pensilvânia (Penn GSE), nos Estados Unidos, concluiu que há pouco engajamento dos estudantes aos MOOCs (massive open online course). O novo conceito de cursos abertos, via internet, busca levar o conhecimento a um público grande e diversificado de maneira gratuita. No entanto, ainda que a procura seja bastante significativa, o número de usuários ativos tende a cair consideravelmente após uma ou duas semanas de curso. A Penn GSE analisou um milhão de usuários em dezesseis cursos da Coursera, uma das mais conhecidas empresas do ramo.

A pesquisa apontou que apenas 4% dos alunos, aproximadamente, concluem o curso em que estão inscritos, e as aulas que exigem menos trabalhos tendem a ter mais alunos completando as atividades. Somente metade dos registrados assistiu a, pelo menos, uma lição do curso.

No Brasil, a realidade não é muito diferente – o que não é entendido necessariamente como algo ruim por especialistas. Dos 400 inscritos no MOOC Moodle 2.5, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), aproximadamente 200 concluirão, afirma o coordenador do núcleo de educação a distância (EAD) da universidade, Klaus Schlünzen Jr. “Em termos relativos, o abandono é questionável. Mesmo com a evasão elevada, o número é interessante, por ser um curso de massa”, afirma. Além disso, esta é uma oportunidade para que a universidade chegue a cidades pequenas, como no interior de São Paulo, e a lugares distantes.

João Mattar, professor especialista em EAD da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e da Universidade Anhembi Morumbi, está ciente de que o nível de abandono é grande. “A pessoa não está acostumada com EAD e se inscreve achando que vai ser fácil”, afirma. Para ele, a noção de abandono deve ser reconsiderada quando se trata de curso gratuito. Além disso, muitos dos alunos dos MOOCs estão interessados no aprendizado e não na obtenção do certificado de conclusão.

De fato, a noção de cursos massivos, abertos e online não está originalmente vinculada ao certificado, explica Mattar. Os MOOCs tiveram origem com as experiências pedagógicas dos conectivistas, como George Siemens. Eles propunham uma nova teoria de aprendizagem pensando os alunos dentro da rede que os liga. Em 2009, buscando entender como suas teorias funcionariam em grupos maiores, eles organizam os primeiros MOOCs. “No início, com os conectivistas, não havia a ideia de certificados. Depois é que veio isso com a criação de um modelo de negócios”, diz Mattar.

MOOCs no Brasil
A experiência dos MOOCs no Brasil ainda é incipiente. Ainda que o País seja o terceiro em número de usuários (atrás apenas de Estados Unidos e Índia), a oferta de cursos é pequena. A grande onda de procura pelos cursos, a nível mundial, veio em 2012, mas até pouco tempo atrás não havia nada organizado em língua portuguesa, afirma Mattar. A experiência do Veduca, com docentes de grandes universidades oferecendo cursos gratuitos, foi um importante passo. Contudo, o professor ressalta que, em muitos casos, o portal não oferece exatamente MOOCs, mas disponibiliza aulas.

Na Unesp Aberta, plataforma que oferece cursos gratuitos, sem avaliação, certificado ou acompanhamento, há 53 mil cadastrados e uma média de 40 mil acessos ao mês, afirma Schlünzen Jr. Na universidade, há apenas um MOOC certificado, o Moodle 2.5, que introduz docentes e servidores à plataforma de apoio à aprendizagem Moodle. A instituição trabalha para mudar isso em 2014, mas a alteração exige mais recursos e pessoas.

João Mattar destaca que, com o surgimento dessa modalidade de cursos, o EAD pago perdeu força no Brasil ao caminhar para um modelo muito voltado para o lucro. “A instituição (de EAD pago) disponibiliza o material e faz um teste de múltipla escolha, o que não exige um professor para acompanhar ou corrigir provas. Eu não gosto desse modelo. Em um ou outro caso até funciona, mas em geral precisa de interação e acompanhamento do professor, até para manter a motivação do aluno”, diz. Para ele, é positivo que o aluno tenha, pelos MOOCs, a oportunidade de ter aulas com os melhores professores gratuitamente, em vez de pagar por aulas que nem sempre oferecem acompanhamento.

Perfil do aluno
Uma das características mais marcantes dos MOOCs é o perfil variado dos usuários. “Temos professoras em meio período que utilizam nossos materiais para se aprimorar, temos jovens que ainda nem têm idade universitária, mas que querem se preparar para o ensino superior. É um público bem diversificado”, afirma Schlünzen Jr.

Em um curso de língua portuguesa lecionado por Mattar, voltado para alunos que precisavam compensar a formação fraca para entrar na universidade, o perfil dos usuários acabou indo bem além do previsto. Alunos do ensino médio, estrangeiros, concurseiros e até mesmo uma senhora de 81 anos, que buscava exercitar o cérebro, se matricularam.

Fonte: Terra Educação/Sinpro-RS

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Câmara estuda proposta que assegura alfabetização até os seis anos

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 5609/13, do deputado Roberto Freire (PPS-SP), que busca garantir a alfabetização de toda criança aos seis anos. Pela proposta, as escolas e os sistemas de ensino devem se adequar para que as crianças estejam alfabetizadas, no máximo, até o segundo ano do ensino fundamental, a partir de estratégias desenvolvidas na pré-escola, obrigatória a partir de 2016.

Atualmente, a Lei 12.801/13, que trata do apoio da União aos entes federados no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, tem como finalidade promover a alfabetização dos estudantes até os oito anos de idade ao final do terceiro ano do ensino fundamental.

Para Freire, a meta do governo de alfabetizar todas as crianças até oito anos, pode parecer um avanço, mas significa uma desconsideração às necessidades e singularidades de cada criança. “Diversas pesquisas acadêmicas indicam que seis anos é a idade ideal para se alfabetizar”, afirmou.

Estudos divulgados em seminário internacional de 2011 promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e citados pelo deputado, apontam que o Brasil usa métodos de alfabetização superados, com ineficácia já comprovada. Segundo esses estudos, o impacto desses métodos de alfabetização ultrapassados é mais forte entre crianças mais pobres.

“Já passou da hora de romper com o dogmatismo ideológico das universidades e núcleos de educadores que insistem em propagar métodos equivocados e ineficientes há décadas”, disse Freire.
A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Educação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Participação da família no processo educativo

As famílias passaram a ser convocadas – mais do que convidadas – a participar do processo educativo de seus filhos. Mas a pergunta que deve anteceder a parceria é: o que cada escola realmente quer quando procura o envolvimento da família? Veja a matéria da Revista Educação desta semana:

Parece a velha imagem da propaganda de margarina revivida no ambiente escolar: os pais chegam juntos à escola e se encontram com o professor aos sorrisos. Nos livros, nos projetos pedagógicos, nas políticas públicas, encontra-se uma criança feliz na sala de aula e na vida doméstica. Já nos estudos acadêmicos, nas pesquisas de opinião, no portão da escola ou na sala dos professores, surge o reverso caricatural da imagem: uma relação de conflito, incompreensão, ressentimento, onde um lado culpa o outro por alunos que não se parecem com o retrato esperado – nem na escola, nem na vida. Entre as idealizações frequentes na educação, a tão falada parceria entre escola e família briga para sair do plano da teoria e do discurso para um diálogo honesto, explícito e prático sobre o que vem a ser esta palavra que parece resumir tudo, sem explicar nada: participação.

Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Cair no Ideb: proibido por lei

Em tramitação no Congresso Nacional, as discussões sobre a proposta de Lei de Responsabilidade Educacional (LRE), que pretende punir prefeitos e governadores que não melhorarem a qualidade da Educação Básica, pode se estender até a Conferência Nacional de Educação (Conae), em fevereiro. Algumas propostas apresentadas pelo relator Raul Henry (PMDB/PE) para o projeto de lei nº 7.420/06 têm sido alvo de críticas, como é o caso da escolha do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) como parâmetro de qualidade.

O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, é um dos que se opõem ao uso do índice e chegou a sugerir ao deputado sua substituição pelos indicadores gerados pela Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e pela Prova Brasil. Jamil Cury, professor adjunto da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), também foi contra a decisão, pois de seu ponto de vista o Ideb deveria ser reformulado nos moldes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). “Aí sim ele poderia ser considerado um índice e não a soma de dois indicadores interessantes, mas insuficientes”, aponta.

De acordo com o PL, que está sob apreciação dos membros da Comissão de Educação (CE) da Câmara dos Deputados desde 12 de dezembro de 2013, prefeitos e governadores que piorarem, sem justificativa, o Ideb no final do mandato terão “férias pedagógicas” de cinco anos, como gosta de definir o deputado. Ou seja, sofrerão as sanções da Lei de Inelegibilidades.

O projeto tem outros quatro principais eixos (veja mais no box), entre os quais se destaca a adoção de um padrão mínimo de qualidade para as escolas públicas brasileiras. O padrão – que deverá ser implantado no prazo de cinco anos após a aprovação da lei – envolve 16 pontos, incluindo a criação de um plano de carreira para o magistério público; a reserva de tempo, dentro da jornada de trabalho, para o planejamento das aulas; a oferta de infraestrutura e equipamentos adequados, como bibliotecas e laboratórios; a disponibilização de horários de reforço escolar para alunos com rendimento insuficiente e o desenvolvimento de programas de correção de fluxo para estudantes com rendimento escolar defasado no ensino fundamental.

De acordo com Henry, a lei é necessária porque a educação brasileira não dá sinais de melhorias, o que torna preciso uma ação institucional para impulsionar mudanças. “As séries estatísticas de 1997 a 2011 mostram que a qualidade da escola pública no Brasil, no final dos ciclos fundamental e médio, ou está estagnada ou em declínio. E isso é inaceitável para um país com os desafios que tem o Brasil”, diz o deputado, que aguarda as apreciações dos membros da CE antes de submeter o PL ao plenário da Casa e, finalmente, ao Senado.

 

Lei inócua

A implantação do padrão de qualidade seria financiada pelo governo federal caso os municípios e estados comprovem insuficiência de recursos, segundo o PL. “Hoje, a União fica com 60% do bolo tributário, mas sua participação no financiamento da educação básica é de apenas 11%”, aponta o deputado. “A Constituição, inclusive, prevê que a União financie a Educação Básica em caráter supletivo e redistributivo, o que está coerente com o projeto da LRE”, completa.

O Ministério Público e o Poder Judiciário serão as instâncias responsáveis por fiscalizar e cobrar o cumprimento da lei. Em caso de descumprimento, caberá ação civil pública de responsabilidade educacional.

Cleuza Rodrigues Repulho, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), diz que a entidade se tornou favorável à iniciativa depois que as considerações feitas por seus membros foram incorporadas. Uma delas diz respeito às excepcionalidades que podem impactar o resultado do Ideb. “Situações de calamidade pública ou grandes fluxos migratórios são exemplos de circunstâncias que podem influenciar o desempenho de uma escola”, explica.

Essas e outras ponderações foram feitas durante vários encontros com o deputado e agora a entidade aguarda as emendas que eventualmente serão apresentadas antes da configuração final da LRE. “A lei será mais um mecanismo de controle ao lado de outros já existentes, como Lei de Responsabilidade Fiscal e das atividades exercidas por conselhos, como o do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Mas espero que ela tenha amparo para ser cumprida”, avalia Cleuza.

Justamente pelo fato de já existirem leis que fazem referência à qualidade da Educação Básica, Cury enxerga no PL algumas redundâncias. “O Brasil, a rigor, não necessitaria de uma LRE. O importante é reunir os dispositivos da Constituição Federal e da Lei de Diretrizes e Bases em um só, de modo a deixar mais claras as obrigações de cada sujeito da educação e permitir à população cobrar seus direitos.”

Para Daniel Cara, outro problema do PL está em sua abrangência, que se tornou excessiva. “Existem visões diferentes sobre o que deveria ser uma LRE e o deputado tentou agregar parcialmente todas elas em seu relatório final. É uma pena que não tenha assumido algumas posições mais polêmicas”, lamenta.

Entre essas posições estão obrigar o cumprimento irrestrito do piso salarial dos professores, estabelecer uma diretriz nacional de carreira e determinar um número de alunos por turma. Cara acha que a lei pode ser inócua por mais um motivo: trata-se de lei ordinária, ou seja, com pouco poder para pressionar o governo federal para alocar mais recursos na Educação Básica. “Seria preciso uma lei complementar para exigir a transferência de recursos por parte da União”, avalia.

De quem é a responsabilidade?


Se não houver um aumento nos recursos investidos, contudo, não será possível cumprir o padrão de qualidade estabelecido no PL, afirma Cury, que também foi membro do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais e do Conselho Nacional de Educação (CNE) na Câmara de Educação Básica (CEB).

A pressão que recairá sobre os professores, caso a lei seja aprovada, é outro tópico questionado. Em versões anteriores do texto, estava prevista a responsabilização de secretários de Educação, diretores e professores. “Tomamos a decisão de não responsabilizar essas pessoas, nem pela ação civil pública, nem pela inelegibilidade, porque já está difícil demais recrutar talentos para a educação pública. Não poderíamos agravar essa situação, criando a ideia de uma perspectiva punitiva para essas pessoas”, comenta o deputado. “Além disso, elas não são responsáveis nem pela escolha das políticas educacionais nem pela administração dos recursos públicos. Em última análise, quem tem essa responsabilidade são os mandatários”, acrescenta Henry.

Apesar disso, Cara pensa que os docentes, mesmo não possuindo condições de resolver o problema, serão cobrados de qualquer forma pelos resultados, afinal, são eles que estão na linha de frente com os alunos. A LRE pode se tornar mais eficaz, em sua opinião, se a Lei de Responsabilidade Fiscal for flexibilizada para ampliar o limite com gasto de pessoal na área da educação. Isso poderia dar condições de construir políticas de carreira para os professores e, consequentemente, melhorar a qualidade da Educação Básica.

Em função dessas questões, o professor da PUC-MG é favorável à ideia de debater o projeto de lei na próxima edição do Conae, que será realizada em fevereiro, em Brasília. Com o recesso na Câmara dos Deputados entre o final de dezembro e o começo de fevereiro, é possível que nesse período o PL ainda esteja sob apreciação dos membros da Comissão de Educação. Se isso ocorrer, ainda há chance de que pontos importantes defendidos no setor sejam contemplados nas emendas apresentadas pelos deputados.

 

 Fonte: revistaeducacao.uol.com.br

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Bolsas de mestrado nos EUA têm inscrições até o dia 31 deste mês

Profissionais que pretendem obter bolsas de mestrado profissional nos Estados Unidos têm prazo até o dia 31 deste mês para fazer a inscrição. Para concorrer, é necessário ser graduado em 17 áreas do conhecimento, entre as quais engenharias, biotecnologia, energias renováveis e produção agrícola sustentável. Estão previstas mil bolsas de estudos para 21 meses de atividades acadêmicas em tempo integral, com início das aulas em agosto e setembro deste ano.

Ao fazer a inscrição, o candidato pode indicar até três cursos de mestrado profissional de seu interesse em instituições de ensino norte-americanas, sem ordem de preferência. Para facilitar a escolha, a Chamada Pública nº 1/2013, do programa Ciência sem Fronteiras, relaciona os programas de mestrado oferecidos por 52 instituições.

Os profissionais que forem selecionados receberão bolsa de US$ 1.150 [R$ 2.733,8] durante 21 meses, terão custeadas as taxas escolares e benefícios como:

  • Auxílio-deslocamento de US$ 1.604 [R$ 3.813]
  • Auxílio-instalação de US$ 1,3 mil [R$ 3.090], em cota única
  • Auxílio adicional mensal de manutenção de US$ 400 [R$ 950] para estada em cidades de alto custo
  • Seguro-saúde, a ser pago diretamente à instituição de destino do bolsista, que providenciará a aquisição do benefício
  • Passagens aéreas de ida e volta em classe econômica.

Todos os pagamentos serão feitos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

 

Áreas — O candidato precisa ser brasileiro, ter concluído a graduação depois de 1998 ou ter previsão de terminar o curso antes de agosto próximo, apresentar teste de proficiência em língua inglesa, com a pontuação mínima indicada e relacionada na chamada pública. Devem ter ainda graduação em uma das áreas:

  • Engenharias e demais áreas tecnológicas
  • Ciências exatas e da terra
  • Biologia, ciências biomédicas e da saúde
  • Computação e tecnologias da informação
  • Tecnologia aeroespacial
  • Fármacos
  • Produção agrícola sustentável
  • Petróleo, gás e carvão mineral
  • Energias renováveis
  • Tecnologia mineral
  • Biotecnologia
  • Nanotecnologia e novos materiais
  • Tecnologias de prevenção e mitigação de desastres naturais
  • Biodiversidade e bioprospecção
  • Ciências do mar
  • Indústria criativa, com ênfase em produtos e processos para desenvolvimento tecnológico e inovação
  • Novas tecnologias de engenharia criativa.

 

O programa de mestrado profissional nos Estados Unidos integra o Ciência sem Fronteiras, programa do Ministério da Educação, criado há três anos, que concede bolsas de estudos para períodos da graduação e pós-graduação no exterior. Até o final de 2013 foram concedidas 60 mil bolsas, das quais 48 mil para cursos de graduação em instituições de educação superior de 40 países de todos os continentes. A meta do Ciência sem Fronteiras é fechar 2014 com 101 mil bolsas. Serão 75 mil garantidas pelo governo federal e 26 mil por empresas particulares.

Fonte: Portal MEC

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

 

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CNTE questiona ministro da Educação sobre novo piso do professor

Na primeira reunião do ano com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, entregou ofício cobrando uma revisão no percentual definido pelo MEC para correção do piso do magistério para 2014, que passou para R$ 1.697,37.

Em dezembro de 2013 foi publicado o reajuste de 8,32% no piso do magistério, que seria o percentual de crescimento entre os valores do custo aluno dos últimos meses de 2012 e 2013. Entretanto, a previsão de atualização era de 19% e dados já consolidados do Fundeb até novembro apontavam crescimento do valor mínimo de aproximadamente 13%.

A CNTE discorda do índice reduzido e, de acordo com Leão, considera graves os sucessivos artifícios promovidos nas contas do Fundeb, que além de prejudicarem a valorização dos profissionais do magistério, ainda colocam em descrédito a própria política de financiamento da educação básica.

Mercadante se comprometeu a encaminhar o documento para análise do Tesouro Nacional, mas reforçou que o Brasil vive um cenário de queda de receita e de desaceleração da economia, sendo que “a previsão para o PIB era de um crescimento de 4,5%, mas ficou em 2,3%”. Segundo ele, a trajetória de crescimento de salário e valorização do professor é superior a das demais categorias do serviço público.

Roberto Leão avisa que os trabalhadores em educação vão organizar uma grande mobilização nacional em defesa da valorização da categoria: “Nós vamos apresentar a proposta de mobilização no nosso 32° Congresso Nacional, que vai reunir mais de 2.500 delegados em Brasília nos dias 16 a 19/1, para exigir que esse percentual seja revisto e também para garantir que o PNE seja um plano nacional que atenda de verdade as necessidades da educação pública brasileira”.

Fonte: CTB e Portal Vermelho

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Universidades receberão verba inicial de R$ 20 milhões para investimentos em cultura

Ainda em fase de criação, o programa tem a finalidade de ampliar o papel das universidades e institutos federais na difusão e preservação da cultura brasileira e na construção e implementação das políticas culturais.

A ministra Marta Suplicy explicou que o programa foi construído pelo grupo de trabalho interministerial – Ministérios da Educação (MEC) e da Cultura (MinC), com o objetivo de ampliar o uso das instituições de ensino público como espaço de produção e circulação da cultura brasileira e de acesso aos bens culturais, de respeito à diversidade e pluralidade da nossa cultura. “Estamos muito empolgados, é uma coisa nova, mas que não temos dúvida que será um grande sucesso”, acrescentou.

O ministro Mercadante observou que existe uma demanda fortíssima de cultura e que é preciso incrementar o setor. “A cultura tem um papel decisivo para o turismo, que é o setor que mais cresce na economia mundial. O Brasil precisa olhar a cultura com uma visão mais estratégica”, disse ele.

Segundo o ministro, o orçamento do Programa Mais Cultura nas Universidades é de R$ 20 milhões, podendo ser ampliado para R$ 100 milhões. “Os editais ainda serão construídos e vão desenhar os eixos temáticos e definir as possibilidades. A relação com a rede pública é uma coisa que queremos valorizar, o trabalho da universidade com a rede pública, com atividades culturais e artísticas nas escolas vai ter valor importante”, acrescentou Mercadante.

A implementação do programa se dará ao longo de 2014 por meio da comissão interministerial – Cultura e Educação. Também será dado um prazo para as universidades apresentarem seus planos de cultura.

Fonte: Fitraebc

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás