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Faculdades que recebem recursos do Fies reajustam preços

As instituições apoiadas pelo Fies vêm reajustando as mensalidades bem acima dos aumentos promovidos pelas universidades que não contam com essa linha de crédito. Essa diferença tem girado em torno de 2,5% ao ano

A inflação que atormenta os brasileiros e tira o poder de compra dos consumidores chegou com tudo às salas de aula. As instituições de ensino superior credenciadas pelo Ministério da Educação para receber recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) vêm reajustando as mensalidades bem acima dos aumentos promovidos pelas universidades que não contam com essa linha de crédito. Em média, essa diferença tem girado em torno de 2,5% ao ano. Mas há cursos, como os de medicina, em que o aumento adicional chega a 9,3%. Ou seja, os alunos estão se endividando para pagar cursos cada vez mais caros.

Que o Fies é importante para facilitar o acesso dos brasileiros mais pobres às universidades, ninguém duvida. Sobretudo se for levando em conta que, no Brasil, somente 11% dos cidadão adultos têm diploma de nível superior e que, de cada 10 jovens da nova classe média que entram em faculdades, oito são os primeiros de suas famílias a terem tal oportunidade. O problema é que o governo fechou os olhos para os abusos cometidos pelas escolas que têm no Fies uma de suas principais bases de crescimento. Sem o programa de crédito, muitas delas já teriam fechado as portas ou estariam em dificuldade para se sustentarem.

Procurado pelo Estado de Minas, o Ministério da Educação se recusou a comentar o assunto, o que, na visão dos especialistas, só comprova a omissão do poder público em conter os abusos nos reajustes das mensalidades. Também faz pouco para garantir a qualidade dos cursos oferecidos. Em 2009, foram fechados 32.781 contatos pelo Fies. No ano passado, 556,5 mil. No mesmo período, o total de recursos liberados pelo programa educacional saltou de R$ 900 milhões para R$ 7,7 bilhões. É esse volume de dinheiro disponível que estimula as universidades a pesarem a mão nos reajustes das mensalidades.

Autora de um estudo sobre o assunto, a economista Isabela Duarte, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), explica que o forte aumento das mensalidades por escolas que usam o Fies não está pesando apenas no bolso dos estudantes. Também se tornou mais caro para o governo que é obrigado a desembolsar cada vez mais para cobrir os reajustes. Para ela, essa inflação pode gerar perda de eficiência do programa. “Mais pesquisas sobre o assunto precisam ser feitas para identificar o que o governo deve fazer para controlar ou não esse fenômeno”, comenta.

Em 2013, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o custo das mensalidades de ensino superior subiu 7,46%, acima da média geral de 5,91%. No primeiro trimestre deste ano, os aumentos impostos aos alunos foi de 7,23%, enquanto o indicador médio para o período ficou em 2,18%. Mesmo com variações acima da inflação, estudantes procuram qualidade na hora de selecionar a instituição em que vão cursar o ensino superior. O renome no mercado é um dos fatores apontados para a seleção da faculdade. Universitários dizem preferir comprometer uma maior parte da renda para conseguir ter o retorno do investimento em um espaço mais curto de tempo.

Prestes a completar o curso de administração, o universitário Paulo Abdo recorda que ao ingressar na faculdade pagava R$ 570 de mensalidade. No último período, o valor subiu para mais de R$ 900. “A diferença é grande”, diz ele sobre o valor pago no início e no fim do curso. Mas, mesmo assim, no longo prazo ele acredita ser possível recuperar o montante investido. Segundo ele, o mesmo não seria possível dizer de instituições que cobram R$ 200, R$ 300 de mensalidade, mas não têm o mesmo renome que a escolhida por ele. “No mercado, as empresas ficam com um pé atrás com essas faculdades”, diz Abdo.

Variação O curso de administração (noite) é o que apresenta a maior variação entre instituições de ensino em Belo Horizonte, segundo pesquisa do site Mercado Mineiro. As mensalidades variam 218,82% entre as nove faculdades privadas que integram o levantamento. No Instituto Belo Horizonte de Ensino Superior (Ibhes), o estudante paga R$ 500,27 por mês, enquanto no Ibmec o valor sobe para R$ 1.595. A qualidade do ensino e outros fatores podem influenciar nos preços, como infraestrutura, carga horária, grade curricular e metodologia.

Considerando as variações médias dos cursos em relação ao ano passado, o aumento mais significativo foi nas faculdades de engenharia civil, com elevação de 11,64%. O segundo colocado foram os de medicina, com 10,53%, custando até R$ 5,5 mil. Com isso, a média das mensalidades foi de R$ 4.572 para R$ 5.035, de 2013 patra 2014. A mensalidade para cursar publicidade e propaganda ficou 9,94% mais cara.

Ao se discriminarem as altas no curso de engenharia é possível identificar elevações de até 34,74%, caso da Faculdade Anhanguera, que aumentou de R$ 1.036 para R$ 1.396 a mensalidade do curso. Em outras quatro das nove faculdades também houve alta acima de dois dígitos. Apenas uma apresentou leve redução. E o pior: a alta média de 11,64% em 2014 é antecedida de outra elevação. Em 2013, em média, as mensalidades de engenharia civil subiram 10,53%.

A futura arquiteta Isabel Lima optou pelo Fies. Ela tem bolsa integral enquanto estiver na faculdade. Depois de concluir o curso, terá 18 meses de carência até iniciar o pagamento das parcelas. A previsão é quitar o débito até 2036, mas ela pretende antecipar parcelas para reduzir o tempo de financiamento. Assim como Abdo, ela diz ter selecionado a instituição não pelo valor, mas pela qualidade do ensino. E diz que a escolhida tirou a nota mais alta no Enade entre as faculdades da capital que têm o curso de arquitetura. “Não fosse isso, poderia não ter o retorno que pretendo”, diz Isabel.

Multiplicação de crítica

Coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito a Educação, Daniel Cara é enfático quanto se refere ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies): “O setor privado vê no Fies o caminho para expandir as matrículas, uma vez que o governo não regula os custos e não se preocupa com a qualidade do ensino”.

Para ele, os reajustes exagerados das mensalidades deveriam ser monitorados com maior precisão pelo Ministério da Educação, de forma a evitar distorções. “É uma questão social. O aluno que se endivida muito corre o risco de acabar entrando no mercado de trabalho por meio de vagas com baixas remunerações e fora da área para a qual estudou. Muitas vezes, isso acontece por causa da formação ruim”, diz.

Na opinião de Cara, a baixa qualidade do ensino oferecido por instituições beneficiadas pelo Fies pode elevar a taxa de inadimplência dos alunos. Ele explica que, mesmo com o prazo estendido para pagamento dos débitos, as baixas taxas de juros e a possibilidade de renegociação da dívida, os estudantes que não conseguirem um bom emprego deixarão de honrar os compromissos. “Não podemos esquecer que o Fies é subsidiado pelos contribuintes. São eles que fazem a alegria das instituições privadas de ensino, que não são fiscalizadas como deveriam”, completa.

Na opinião do doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP) Luiz Araújo, o Fies é um ótimo negócio para o setor privado de ensino, porque há a garantia de que as mensalidades serão pagas pelo governo, que assume os riscos de inadimplência. Sendo assim, seria possível reduzir o valor das mensalidades. “Há uma distorção nesse processo. Em vez de caírem, as mensalidades aumentam muito acima da inflação. Os empresários passam a lucrar mais às custas do governo”, detalha.

Defesa Vice-presidente da Associação Nacional de Universidades Particulares, Elizabeth Guedes argumenta que as instituições privadas de ensino que fazem parte do Fies precisam de certidões de regularidade fiscal, pagam os impostos em dia, cumprem as leis trabalhistas e precisam de boas notas nas avaliações feitas pelo governo. Ela explica que os cursos com maior procura são os de medicina e engenharia, os mais caros e os que têm se beneficiado da maior demanda por profissionais qualificados no mercado.

Diretora técnica da Associação Brasileira de Mantenedoras das Faculdades Isoladas Integradas (Abrafi), Iara Xavier afirma que, antes de verificar uma possível inflação das mensalidades provocada pela maior oferta de crédito por meio do Fies, é preciso olhar os componentes que pesam na formação de preço das escolas. Ela assinala que é preciso levar em consideração, por exemplo, a concorrência na cidade onde a instituição de ensino está instalada e o Índice Geral de Cursos (IGC), medido pelo governo e pelo corpo docente. “Vários fatores interferem nos custos que são repassados aos alunos, que são livres para escolher onde querem estudar. Além disso, a oferta de cursos mostra que o mercado privado de ensino é bem competitivo”, frisa.

 

Por Antonio Temóteo e Pedro Franco

 

Fonte: Portal Contee  / Do Estado de Minas

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Pesquisa on line investiga condições de trabalho de professores

A Internacional da Educação iniciou uma pesquisa online que investiga as condições de trabalho de professores em todo o mundo com o objetivo de fazer a ponte entre a formulação de políticas e a realidade da sala de aula. Os resultados serão apresentados ao Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, em 2014.

A pesquisa está no ar desde 04 de abril e milhares de professores em todo o mundo já enviaram suas respostas, mas é ainda mais importante envolver os trabalhadores e trabalhadores da educação para ter mais entrada, especialmente da América Latina.

As perguntas são sobre as condições de ensino e aprendizagem e será on-line até o final de julho, em mais de 10 línguas diferentes, e é parte da avaliação da Educação para Todos no International Education.

A Internacional da Educação fez um apelo mais amplo para os trabalhadores e professores e do setor de educação em todo o mundo para participar desta pesquisa , que irá avaliar as condições de ensino e aprendizagem.

Seu objetivo é permitir que os profissionais da educação pode influenciar as discussões que ocorrem no momento em que as Nações Unidas estabelecer agenda global de desenvolvimento para os próximos 15 anos.

As perguntas se concentram em questões como as condições de trabalho e dos professores em termos de carga de trabalho, número de alunos e os recursos disponíveis, as capacidades dos educadores, seus direitos, sua motivação e capacidade de participar ativamente no sistema escolar.

Em 2000, a comunidade internacional prometeu que em 2015 “Todos os meninos/meninas, jovens e adultos teriam educação básica de qualidade”. No ponto em que estamos, há um amplo consenso e provas suficientes para dizer que esse objetivo não será alcançado dentro do cronograma.

O debate global pós-2015 sobre a educação deveria, na opinião da Internacional da Educação, refletir a realidade da sala de aula e levar em conta especialmente a voz dos profissionais desta área.

Assim, a pesquisa concentra-se nas áreas-chave necessárias para oferecer educação de qualidade: professores de qualidade, ferramentas de qualidade e um ambiente de qualidade, e pede aos participantes para refletirem sobre sua experiência pessoal.

O Secretário-Geral da Internacional da Educação, Fred van Leeuwen, falou sobre o quanto é importante para o sistema de ensino poder contar com professores altamente qualificados, diligentes e motivados.

“Afinal de contas, são os professores e sua voz coletiva que definem o sucesso de um sistema educacional. Chegar diretamente aos professores pode moldar a política que irá melhorar as condições na sala de aula”, disse van Leeuwen.

Acesse a pesquisa e responda em poucos minutos aqui

Fonte: Portal Contee

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Abordagem dos males feitos à educação pela ditadura militar

A descomemoração dos 50 anos do golpe militar lembrou, entre tantos casos de tortura e morte, a perseguição a estudantes e professores brasileiros durante a repressão. No entanto, os danos à educação provocados pela ditadura vão além de violência física, assumindo também um caráter de violação simbólica e estratégica que desmontou a escola pública, contribui para o fortalecimento do setor privado e deixou resquícios que são sentidos ainda hoje.

Confira aqui

Fonte: Portal Contee

Jorn. Fernanda Machado

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Segue para a votação no plenário da Câmara e sanção da presidente

A comissão especial da Câmara dos Deputados encerrou na tarde do dia 6, as mudanças propostas pelos senadores ao Projeto de Lei 8.035/10, que institui o Plano Nacional de Educação (PNE). Entre os destaques aprovados está a adoção de mecanismos de estímulo a escolas com melhor desempenho em indicadores como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que articula dados sobre aprovação escolar e as notas dos alunos em provas padronizadas de português e matemática.

A decisão contraria os movimentos educacionais organizados, que defendem a retirada do destaque. Para a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que reúne mais de 200 grupos e entidades, políticas de bonificações, como as existentes em São Paulo, não resolvem o problema. Ao favorecer escolas com melhor desempenho, a medida penaliza justamente as que enfrentam maiores dificuldades e necessitam de estímulos e investimentos.

Esse ponto é um dos problemas do texto aprovado hoje, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que integra a campanha. Para o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, o outro é que parcerias público-privadas como o Programa Universidade para Todos (Prouni), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o Fies, o Ciência sem Fronteiras e mesmo convênios com creches entendidos como educação pública sejam financiados com recursos oriundos dos 10% do PIB que deverão ser investidos gradativamente no setor. “Defendemos que os 10% do PIB sejam aplicados exclusivamente na escola pública”, diz Leão.

Na avaliação do dirigente, não será fácil modificar esses dois pontos na votação no plenário da Câmara, ainda sem data marcada. “É forte a pressão da base de apoio do governo e de setores da educação privada que defendem a inclusão das parcerias nos 10% do PIB, mas vamos pressionar também, fazer mobilizações em todo o país”, promete.

No entanto, segundo Leão, o texto aprovado traz avanços, como a adoção do Custo Aluno Qualidade (CAQ), um valor mínimo a ser investido por aluno para se garantir qualidade na educação, que é superior ao calculado hoje pelo Ministério da Educação. Isso muda a forma de financiamento da educação ao obrigar a União a repassar para estados e municípios recursos complementares para que alcancem esse valor.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação estima que, com a mudança, o repasse de recursos do governo federal para estados e municípios passe de R$ 9 bilhões para R$ 46,4 bilhões.

Outro avanço do texto, para Leão, é determinar prazo de dois anos para que os municípios aprovem leis que disciplinem a gestão democrática da educação pública.

De acordo com o relator do PNE na comissão especial, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), que não pretende modificar o texto caso seja escolhido novamente relator da matéria, qualquer um dos 513 deputados podem apresentar emendas ao texto no plenário da Câmara. “Mas tem sido praxe prevalecer a redação da comissão especial”, diz Vanhoni, que antevê duas grandes polêmicas: a inclusão do financiamento das parcerias entre os 10% do PIB e a definição do combate à discriminação de gênero, raça e identidade sexual entre os princípios do plano.

O projeto do PNE prevê uma avaliação a cada dois anos para acompanhamento da implementação das metas. Essa fiscalização será feita pelo MEC, pelas comissões de Educação da Câmara e do Senado, pelo Conselho Nacional de Educação e pelo Fórum Nacional de Educação. Os dados serão publicados nos sites dessas instituições.
No quarto ano de vigência do plano, os gastos serão reavaliados e poderão ser ampliados para atender às demandas.

O texto segue agora para votação no plenário da Câmara e, na sequência, para sanção da presidenta Dilma Rousseff.

 

Fonte: Portal Contee / Rede Brasil Atual

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

 

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MEC discute marco mais exigente para cursos de especialização

Abrir um curso de especialização ou MBA pode ficar mais difícil para as instituições de ensino, porque o Conselho Nacional de Educação (CNE) está preparando um marco regulatório para os cursos lato sensu. O objetivo é dar maior segurança para os estudantes e oferecer um mínimo de qualidade.

Uma comissão trabalha há cerca de oito meses no novo marco regulatório, que ainda passará por audiência pública antes de ser aprovado pelo MEC. Entre as mudanças, a especialização poderá ser oferecida por instituições de ensino superior e pós-graduação, instituições de pesquisa científica e escolas de governo, desde que na mesma área em que as instituições atuam.

“Essa forma de especialização está fora da regulação. Para oferecer o curso, basta ser credenciada para graduação. Isso acabou por provocar uma oferta descontrolada de especialização no País. Tem instituições com um curso de graduação e oferecem 30 especializações fora da área em que atuam”, explica o conselheiro da Câmara de Educação Superior do CNE Erasto Fortes.

Além dessa mudança, no caso das instituições de graduação, elas deverão ter uma nota igual ou maior que 4 nas avaliações do MEC (cujas notas vão de 1 a 5) para abrir uma especialização. Atualmente, é preciso ter uma avaliação igual ou superior a 3. As instituições deverão ter cursos reconhecidos e não apenas autorizados pela pasta. Para serem reconhecidos precisam ter cerca de dois anos de funcionamento.

Também será desenvolvido instrumento próprio de avaliação da especialização. Segundo Fortes, esse instrumento deverá se basear nos instrumentos que já existem.

A expectativa é que o marco entre em vigor no ano que vem. Outra mudança na área, essa já homologada, faltando apenas ser regulamentada pelo ministério, é a criação de um cadastro nacional dos cursos de especialização. Os cursos não registrados no MEC serão considerados cursos livres.

“Os cursos atuais terão que se enquadrar às novas normas. Ou se enquadram, ou serão considerados cursos livres”, diz o conselheiro. Ele acrescenta que o objetivo é dar segurança aos alunos. “Não se pode iludir a boa fé das pessoas que vão procurar esses cursos”.

Fonte: Sinpro/RS – Agência Brasil

 

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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ONG destaca 15 projetos de educação que devem ser monitorados no Congresso

A Fundação Abrinq lançou nesta quarta-feira, 7, na Câmara dos Deputados, em Brasília, um levantamento com os principais projetos que tratam dos direitos da criança e do adolescente no Congresso. No “Caderno Legislativo da Criança e do Adolescente” foram reunidas 60 propostas, divididas em quatro eixos: educação, emergência, proteção e saúde.

Entre os 15 projetos de educação, o mais importante para a organização é o PNE (Plano Nacional de Educação), aprovado ontem, 6, na Comissão Especial da Câmara.

“Ele [PNE] é a base das políticas de proteção. É o projeto mais importante para o futuro das crianças e adolescentes”, disse Heloísa Oliveira, administradora executiva da Fundação Abrinq.

Entre os principais pontos que devem constar no texto final do PNE, disse Heloísa, está a destinação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação pública e a adoção de parâmetros de qualidade.

O texto do PNE, que foi enviado ao Congresso no fim de 2010 e que deveria entrar em vigor em 2011, ainda precisa ser aprovado novamente pelo plenário da Câmara antes da sanção presidencial.

Além do PNE, as demais propostas que devem ser monitoradas na educação estão concentradas em três áreas: financiamento, direitos sociais ligados à educação e alterações na LDB (Lei de diretrizes e Bases da Educação).

Na lista estão projetos como o que obriga o Estado a fornecer creche ou pré-escola a crianças de até cinco anos, outro que dispõe sobre a garantia de cursos profissionalizantes para adolescentes que moram e orfanatos, e o que destina 50% do fundo social do pré-sal para a educação.

Veja abaixo os projetos mais importantes ligados à educação:

Financiamento
  • PLP 15/2011

    Do deputado Felipe Bornier (PHS/RJ), estabelece normas para a cooperação entre a união e os Estados, o Distrito Federal e os municípios, com relação à responsabilidade na gestão pública da educação escolar brasileira

  • PLS 138/2011

    Do senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), destina 50% dos recursos do fundo social do pré-sal para a educação, sendo o mínimo de 80% desse recurso para a educação básica e infantil

  • PL 8.035/2010

    Do Poder Executivo, trata do Plano Nacional e de Educação

  • PL 5.847/2013

    Do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT/PE), destina à educação 50% dos proventos recebidos pelo Tesouro Nacional para o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação)

  • PEC 20/2010

    Do senador Flávio Arns (PSDB/PR), desvincula percentual da receita de certas contribuições sociais para custear ações de manutenção e desenvolvimento do ensino

Direitos Sociais
  • PEC 6/2011

    Do deputado Vieira Cunha (PDT/RS), garante oferta de educação integral a estudantes de famílias em baixa renda

  • PL 563/2011

    Do deputado Lindomar Garçon (PV/RO), prevê a garantia de cursos profissionalizantes e estágios a adolescentes residentes em orfanatos e/ou abrigos

  • PL 854/2011

    Do deputado Jonas Donizette (PSB/SP), torna obrigatória a presença de profissional de saúde em todas as escolas públicas e privadas

  • PL 5.609/2013

    Do deputado Roberto Freire (PPS/SP), determina que municípios devem reestruturar o ensino fundamental até 2016 a fim de garantir a alfabetização das crianças a partir dos 6 anos

Alterações na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)
  • PL 2.357/2007

    Do deputado Ayrton Xerez (DEM/RJ), trata das obrigatoriedade de permanência dos alunos de redes públicas nas dependências da escola, no caso de falta e professores

  • PL 6.755/2010

    Do senador Flávio Arns (PSDB/PR), a emenda que prevê o dever do Estado de garantir educação infantil e creche ou pré-escola para as crianças de até cinco anos

  • PL 285/2011

    Do deputado Sebastião Bala Rocha (PDT/AP), inclui o parágrafo terceiro ao artigo 23 da LDB, e determina que a oferta de educação infantil em creches públicas tenha 240 dias de atendimento anual

  • PL 2.384/2011

    Da deputada Fátima Bezerra (PT/RN), trata da participação dos conselheiros escolares na elaboração do projeto pedagógico da escola, determinando funções e atribuições desses conselheiros

  • PL 4.731/2012

    Do senador Humberto Costa (PT/PE), estabelece o número máximo de alunos por turma na pré-escola e nos ensinos fundamental e médio

  • PL 3.179/2012

    Do deputado Lincoln Portela (PR/MG), dispõe sobre a possibilidade de oferta domiciliar da educação básica

O levantamento

As 60 propostas reunidas no caderno foram selecionadas a partir dos 24.495 projetos apresentados por deputados e senadores entre outubro de 1988, quando a Constituição entrou e vigor, e dezembro de 2013.

Desse montante, a Fundação Abrinq monitorou, em 2013, 711 projetos — sendo 224 da área de educação, 389 de proteção, 78 de saúde e 20 de emergência. Eles tratam da redução, da ampliação ou da promoção dos direitos das crianças e adolescentes.

O caderno tem análises sobre propostas como a que reduz a maioridade penal, a que aumenta o tempo de internação de menores autores de atos inflacionais e o projeto que proíbe maus-tratos contra crianças.

Fonte: Uol educação

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Automutilação na adolescência é indício de tristeza

O fenômeno – um transtorno mental manifestado em pequenos cortes pelo corpo – é diferente de tentativa de suicídio, mas a automutilação deve ser sempre tratada como uma demonstração de tristeza

O que fazer ao perceber que seu filho está machucando a si mesmo? “A mesma coisa que faria ao perceber que ele está chorando”. Esta é a orientação da psiquiatra do Ambulatório da Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq HC – USP), Jackeline Giusti. A automutilação deve ser sempre tratada como uma demonstração de tristeza, diz.

Pequenos cortes pelo corpo e a tentativa de escondê-los dos pais são os principais sintomas da automutilação, ou cutting, que é reconhecida como um transtorno mental desde 2013, segundo a psiquiatra. No Brasil, não existem estudos epidemiológicos sobre a automutilação, mas pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que a prática está ficando mais frequente na última década.

O mais importante é reconhecê-la como um transtorno mental que precisa de atenção e cuidado, por meio de avaliação psiquiátrica. Em casa, o apoio da família é essencial. Os pais não devem dar bronca ao perceber os cortes ou tratar o ato como travessura, mas sim oferecer conforto e compreensão. A família precisa entender que é um problema e que existe tratamento.

O cutting não tem como objetivo chamar a atenção, mas é usado como um escape para aliviar a tensão. Quem o pratica não quer que os pais saibam, porque quer continuar usando esse “analgésico” para dor emocional. Segundo Jackeline, quanto mais cedo o transtorno for tratado, maiores são as chances de a prática não se repetir.

As principais características do transtorno, que normalmente começa em torno dos 13 anos de idade, são pequenos cortes superficiais feitos pelo próprio adolescente, em locais do corpo que possam ficar escondidos sob a roupa, sendo os braços o local mais comum.

Segundo Jackeline, no entanto, a automutilação é diferente da tentativa de suicídio; a pessoa se corta mas sabe que não vai morrer por causa disso. “A motivação referida pelos pacientes é que eles se cortam para aliviar uma sensação ruim”, diz. Sensação de vazio, angústia, raiva de si mesmo, tristeza com ou sem motivo e até para relaxar são outros motivos apontados.

Filmes e vídeos podem incentivar
A automutilação muitas vezes está relacionada a outros problemas psicológicos, como depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e transtornos alimentares. Até a influência da mídia pode iniciar um episódio de cutting, porque o adolescente fica sabendo que a prática existe por meio de filmes, seriados ou em vídeos na internet. Segundo a psiquiatra, a adolescência é uma fase de experimentação, de modo que ver alguém se cortando pode ser suficiente para fazer também, seguir como se fosse uma “moda”, diz.

Nem todo adolescente que tenta o cutting uma vez vai continuar praticando. A pessoa só sente o alívio ao se cortar se já tem uma situação de estresse prévia; caso contrário, só sente dor. Se o paciente está em condição psicológica normal, ele não repete mais.

O transtorno também pode se manifestar sem a necessidade de influência externa. Segundo Jackeline, em um acesso de raiva, o adolescente se machuca, se fere sem querer com algum objeto e percebe que, com a dor física, ele sente algum alívio. Em pacientes que praticam por períodos longos, um ano ou mais, pode acontecer de se cortarem em momentos de tristeza e também de euforia. É como um vício, e a pessoa pode sentir a necessidade de se machucar mesmo sem estar passando por problema algum.

Apesar de diminuir ou até desaparecer com o tempo, a automutilação pode ocorrer em adultos. É um transtorno que tem idade para começar mas não para acabar, segundo a psiquiatra. Tende a diminuir depois dos 20 anos, mas, se não tratado, pode continuar ao longo da vida. E se o prejuízo social já é grande quando ocorre na adolescência, na vida adulta pode ser ainda pior.

O papel da escola
A escola precisa reagir ao observar qualquer processo de sofrimento com crianças e adolescentes, diz a integrante do Núcleo Vida e Cuidado e professora aposentada de Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Maria Borges de Souza. O professor que está em contato direto com os alunos tem que olhar com atenção para qualquer forma de sofrimento – observar o corpo, porque, muitas vezes, é ele que expressa o sofrimento.

A escola deve acolher afetivamente esse aluno, demostrar que está disponível para escuta e que pode compreender seus problemas. Segundo a professora, a conversa deve ser primeiro com o aluno, mostrando que a palavra da criança tem valor na escola. Essa conversa também deve servir para verificar se existe algum conflito familiar, e só depois a escola deve chamar a família para discutir o problema. “Se o motivo está em um problema em casa, chamar os pais primeiro pode ser ainda mais prejudicial para a criança”, diz.

Bullying
Sofrer bullying pode provocar o transtorno porque o adolescente busca uma forma de liberar a tensão que vive na escola. Se os cortes e marcas na pele são descobertos por outros alunos, podem virar motivo para o bullying. Segundo Ana Maria, nesses casos, a escola deve promover uma conversa com todos os envolvidos na situação. Levar o tema para a sala de aula, conversar com os amigos próximos da criança ou adolescente que está sofrendo, com os alunos que promovem o bullying, com o namorado ou a namorada.

De acordo com a professora, é necessária uma medida pedagógica que não foque apenas no sujeito que se corta, mas que também absorva o contexto e busque compreender os motivos que levam ao sofrimento, se é homofobia, racismo ou qualquer outro tipo de preconceito. A escola também precisa oferecer proteção – não individualmente, mas criar uma rede em torno do aluno vulnerável, mobilizando todo o grupo escolar. E, se identificada uma situação de violência doméstica, o caso precisa ser encaminhado para as autoridades competentes.

Tratamento
Transtornos mentais como o cutting não podem ser tratados apenas com medicamentos. Segundo Jackeline, o tratamento deve ser metade medicação e metade psicoterapia (acompanhamento psicológico). Como é muito comum ter outros problemas psiquiátricos associados, eles devem ser tratados ao mesmo tempo, mas sempre com o cuidado de utilizar remédios que não atrapalhem a vida escolar do adolescente.

Fonte: Portal Terra / Educação

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Os alunos leem pouco?

Dados são essenciais por possibilitar o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes. Além disso, permitem à imprensa informar melhor a população. Para Andrea Bergamaschi, gerente de projetos do Todos Pela Educação, a avaliação educacional brasileira é uma das mais avançadas do mundo. “Há muitos estudos sobre o tema, evoluímos muito nos últimos 20 anos no desenvolvimento de pesquisas”.

É através de estatísticas que a reportagem tenta responder cinco perguntas referentes à educação brasileira. Que tal discutir o desempenho dos alunos brasileiros em matemática utilizando sua principal ferramenta, os números? Ou medir falhas no acesso à educação com percentuais? Todos os dados a seguir são de fontes oficiais.

Falta acompanhamento dos pais no aprendizado dos alunos?
Na pesquisa feita pela Prova Brasil 2011 aplicada aos alunos do 5º ano, 97% responderam que os pais os incentivam a estudar e 95% a fazer o dever de casa e trabalhos escolares. Ainda que alto, o número diminui para 83% quando questionados se as famílias conversam sobre o que acontece na escola.

Para o 9º ano, os números não são muito diferentes. 99% dos alunos responderam que há incentivo dos pais ao estudo e 95% das respostas foram positivas quanto à motivação para fazer os deveres de casa e trabalhos escolares. 74% afirmaram que os pais conversam sobre sua rotina estudantil.

Por fim, o número percentual de alunos do 5º e 9º ano que declaram que os pais vão sempre ou quase sempre à reunião dos pais e professores é o mesmo: 59%.

Por sua vez…

Questão 55: Assinale sua posição em relação às afirmações abaixo, que se referem aos possíveis problemas de aprendizagem dos alunos da(s) série(s) avaliada(s): estão relacionadas à falta de assistência e acompanhamento da família nos deveres de casa e pesquisas dos alunos. (Prova Brasil 2011 – aplicada a professores de escolas públicas brasileiras)

…95% dos 225.569 docentes que responderam a questão concordaram com a afirmação. Para eles, as ações dos familiares são um dos fatores que definem o desempenho dos estudantes brasileiros – e isso não vai bem.

Andrea Bergamaschi, gerente de projetos do Todos Pela Educação, acredita que o incentivo dos pais ao estudo dos filhos existe na maioria dos casos. Mas, por conta da alfabetização dos familiares, geralmente não há como estes ajudarem mais diretamente nos deveres e trabalhos escolares. “O quanto os pais poderão ajudar vai depender de suas limitações no aprendizado. Quando isso acontece, cabe à escola suprir essas necessidades”, afirma.

A maioria das escolas públicas brasileiras não tem estrutura para atender alunos com deficiência?
Segundo dados preliminares do Censo Escolar da Educação Básica do INEP, 516.610 alunos com deficiência se matricularam na Educação Especial das redes estaduais e municipais brasileiras em 2013. A julgar pelas estatísticas do Censo Escolar 2011, a maioria das escolas não apresenta estrutura para receber esses alunos. Somente 194.932 têm dependências acessíveis aos portadores de deficiência – ou seja, 18%.

Analisando-se especificamente alguns casos, observa-se que a estrutura é deficitária em muitos aspectos. Mais da metade (51%) dos diretores consultados na Prova Brasil 2011 afirma que não há, na sua escola, um sanitário adequado a pessoas com deficiência. 54% relatam, ainda, que não há, nos ambientes de sua escola, soleiras niveladas com o piso do corredor, pequenas rampas ou degraus de no máximo um centímetro e meio. Além disso, 69% dos diretores dizem que não há materiais didáticos e paradidáticos (braile, caracteres ampliados, libras, texturas, contrastes) em suas escolas.

Além de melhorar a estrutura escolar para atender aos deficientes, Andrea aponta a qualidade do ensino especial como outra grande necessidade da educação brasileira. “Só assim seria possível cumprir a Constituição, que prega acesso à educação para todos”.

Alunos são piores em Matemática do que em Português?
Dados da Prova Brasil 2011 mostram que 67% dos alunos de escolas públicas do 5º ano e 88% dos alunos de 9º ano não aprenderam o adequado em matemática, na competência de resolução de problemas. Ambos os números são maiores que os apresentados para a disciplina de português. Na leitura e interpretação de textos, 63% dos estudantes do 5º ano e 78% dos estudantes do 9º ano não tiveram desempenho satisfatório.

Avaliando os valores de aprendizado em alguns Estados, a tendência se repete:

São Paulo: 44% (5°) e 25% (9°) tiveram desempenho adequado em português. 42% e 12%, em matemática.
Rio de Janeiro: 41% e 25% em português. 38% e 14% em matemática.
Rio Grande do Sul: 42% e 28% em português. 38% e 17% em matemática.
Bahia: 20% e 13% em português. 15% e 5% em matemática.
Amazonas: 28% e 16% em português. 22% e 8% em matemática.

Apenas os estudantes do 5° ano no Paraná apresentaram desempenho melhor em matemática do que em português: 46% contra 45%.

Apesar das estatísticas de desempenho sugerirem o contrário, a maioria dos alunos – tanto de 5º, quanto de 9º ano – procura fixar o conteúdo através dos deveres de casa. Segundo as respostas da Prova Brasil, 73% dos estudantes de 5º ano e 58% dos estudantes de 9º ano fazem as lições de língua portuguesa sempre ou quase sempre. O número é próximo aos de que também o fazem em matemática, 76% e 57% nos respectivos anos. Para o 9º ano, há outro dado interessante: 65% gostam de estudar matemática, valor menor que os que gostam de português, 74%.

Uma explicação exposta por Andrea é a de que o contato com a língua portuguesa é mais presente no cotidiano que os números, “ainda que estejam mais presentes do que se imagina”. No entanto, faz questão de apontar os números de aprendizado de ambas as matérias como péssimos. “Os alunos acumulam dificuldades ao longo dos anos, o que se reflete no Ensino Médio”.

Alunos brasileiros leem pouco?
Segundo o questionário da Prova Brasil, a leitura ainda está longe de ser uma unanimidade entre os estudantes brasileiros. Apenas 30% dos alunos de 9º ano leem livros sempre ou quase sempre, número menor que o apresentado pelos de 5º ano: 45%. Também não se mantêm atualizados por meio de jornais. 39% (5º) e 34% (9º) deles nunca ou quase nunca busca notícias no veículo impresso.

As preferências de leitura são diferentes entre os dois anos avaliados. Os estudantes de 5º ano optam pelas revistas em quadrinhos (58%), batendo o percentual dos que preferem a internet (40%). Para o 9º ano, os lugares se invertem – 53% leem conteúdo virtual sempre ou quase sempre, diante dos 31% que recorre frequentemente às HQs.

Gustavo Gouveia, coordenador de projetos do Instituto Brasil Leitor, acredita que a falta de leitura ocasiona desempenhos mais baixos. “O livro é um objeto que proporciona conhecimento, motiva a pensar. A falta do recurso torna o aluno totalmente dependente da explicação do professor. Não há um complemento”, diz. Uma das soluções para o problema apontadas por Gouveia é estimular o hábito a partir de outros materiais – como as HQs e a internet.

O coordenador defende ainda investimentos e projetos para oferecer melhor estrutura e acesso aos livros, adaptando desde os locais onde eles são disponibilizados até seus preços. De acordo com Gouveia, é isso que dá força ao incentivo dos pais e professores, as pessoas que mais influenciam na questão. A motivação, assim como os projetos de leitura desenvolvidos no País, tem de ser contínua e frequente, além de existir por um longo tempo.

As taxas de reprovação e de abandono escolar andam juntas?
Pelos últimos dados consolidados do Censo Escolar do INEP, de 2012, é possível observar as taxas de reprovação e abandono escolar na rede pública dos municípios brasileiros. Usando exemplos, se observa que a taxas são proporcionais em algumas cidades, como Pelotas. No entanto, em outras, como São Caetano do Sul, essa tendência não se confirma.

Na cidade gaúcha de Pelotas, o índice de reprovações no ensino médio em 2012 foi de 18,4%. O valor é um alerta para intervenção imediata no trabalho pedagógico das escolas públicas do município, segundo o INEP – assim como o índice de abandonos no mesmo período e nível, que foi praticamente o mesmo: 18,3%.

Em São Caetano do Sul, porém, há alto número de reprovações no ensino médio e poucos abandonos. Em 2012, 20,4% dos estudantes não obtiveram aprovação em uma das três séries. O número de abandonos, de 2,7%, é considerado baixo segundo o INEP. Analisando os dados de 2011, as estatísticas se repetem. Diante de 17,1% de alunos reprovados, houve taxa de 2,2% para os abandonos.

Para Salvador, a ordem das taxas se inverte. A cidade baiana teve 21,6% dos estudantes deixando a escola em 2012. Houve menos reprovações no período: 17,6% dos alunos tiveram que repetir as séries.

 

Fonte: Terra / Educação

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás