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Secretário de Formação e Analista de Mídias Sociais, ambos do Sinpro Goiás, participam do evento

O Secretário de Formação, o Prof. Railton Nascimento e a Analista de Mídias Sociais, Déborah de Sousa, ambos do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro Goiás) e também, a Coordenadora da Secretaria de Comunicação Social da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Cristina de Castro, participam a partir de hoje, 16, do 4º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, que acontece no Hotel Braston, em São Paulo. O evento, que tem a expectativa de receber cerca de 500 participantes de todo o país, acontece até domingo, 18.

O encontro contará com a participação do ex-presidente Lula, que ainda nesta manhã de sexta-feira, deverá tratar de vários temas, como o papel da mídia tradicional, as eleições de 2014 e a importância do ativismo digital.

Segundo o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, diante das manipulações da mídia monopolizada, Lula tem dado grande importância aos que atuam na internet, tento concedido em 2010, em pleno Palácio do Planalto, a primeira entrevista coletiva na história do Brasil a um grupo de blogueiros e participado, em junho de 2011, do II Encontro Nacional dos Blogueiros, em Brasília. Em abril passado, o ex-presidente voltou a falar com os blogueiros, numa segunda entrevista coletiva que também gerou violenta reação da velha mídia.

Hoje ainda, 16, será promovido um seminário internacional que se propõe a dar continuidade aos debates do 1º Encontro Mundial de Blogueiros realizado em outubro de 2011, em Foz do Iguaçu (PR). Seis conferencistas internacionais discutirão mídia, poder e América Latina, seguido de um debate sobre a luta pela democratização da mídia no Brasil.

No sábado, 17, a proposta é retomar a experiência do primeiro encontro nacional realizado em 2010. As atividades serão iniciadas com uma discussão sobre a juventude e a força das novas mídias e seguidas por “desconferências”, com formação por grupos de debates, nos quais ativistas convidados e todos os participantes terão vez e voz para relatar suas experiências e participar das discussões. Após as desconferências, os grupos voltam a se reunir para discutir a mídia e as eleições de 2014 e, na sequência, haverá uma festa de confraternização.

Já no domingo, os trabalhos serão sobre a Carta de São Paulo e as ações do movimento de blogueiros e ativistas digitais.

 

PROGRAMAÇÃO

 

Data: 16/5 –  6ª feira

9h — Abertura

10h — Debate: Mídia, poder e contrapoder

Ignácio Ramonet – fundador do jornal Le Monde Diplomatique (França);

Pascual Serrano – criador do sítio Rebelion (Espanha);

Andrés Conteris – Integrante do movimento Democracy Now (Estados Unidos);

Dênis de Moraes – professor da Universidade Federal Fluminense.

 

14h — A mídia na América Latina

Osvaldo Leon – integrante da Agência Latina Americana de Informação (Alai-Equador)

Damian Loreti – professor (Argentina)*;

Iroel Sánchez – blogueiro cubano;

Emir Sader – sociólogo e cientista político.

 

17h — A luta pela democratização da mídia no Brasil

Luiza Erundina – coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão (Frentecom)*;

Rosane Bertoti – coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC);

Laurindo Lalo Leal Filho – professor da USP e ex-ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC);

Luciana Santos – vice-presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e deputada federal por Pernambuco.

 

Data: 17/5 – Sábado

9h — A juventude e a força das novas mídias

Pablo Capilé – Fora do Eixo;

Renato Rovai – revista Fórum;

Beá Tibiriçá – Coletivo Digital

14h — Troca de experiências sobre a blogosfera e o ciberativismo;

19h — Festa de confraternização.

 

Data: 18/5 – Domingo

10h — Plano de ação do movimento nacional de blogueiros;

Definição do local do V Encontro Nacional, em 2016;

Aprovação da Carta de São Paulo;

Eleição da nova comissão nacional organizadora.

 

Convidados para iniciar os debates das desconferências:

  • Marco Aurélio Weissheimer (RS);
  • Esmael Morais (PR);
  • Zé de Abreu (RJ)*;
  • Tarso Cabral (PR);
  • Leonardo Sakamoto (SP);
  • Cynara Menezes (DF);
  • Miguel do Rosário (RJ);
  • Gilberto Maringoni (SP);
  • Fernando Brito (RJ)*;
  • Fábio Malini (ES);
  • Lola Aronovich (CE);
  • Daniel Pearl (CE);
  • Altino Machado (AC);
  • Diógenes “Jimmy” Brandão (PA);
  • Altino Machado (AC);
  • Marcos Vinicius (GO)*;
  • Jean Wyllys (RJ)*;
  • Túlio Viana (MG);
  • Lucio Flávio Pinto (PA);
  • Claudio Nunes (SE)*;
  • Vito Giannotti (RJ);
  • Oldack Miranda (BA)*;
  • Douglas Belchior (SP);
  • Edmilson Costa (SP);
  • Daniel Menezes (RN)*;
  • Deodato Ramalho (CE);
  • Beto Mafra (MG);
  • Cido Araujo (SP);
  • Bemvindo Siqueira (RJ).

 

 

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Fonte: Contee / Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Seminário Jurídico Nacional da CTB

Seminário Júridico

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A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), irá realizar nos dias 22 e 23 de maio, no Hotel Braston, em São Paulo, o Seminário Jurídico Nacional.

O evento terá como tema principal, o Direito Sindical e do Trabalho sob um viés classista.

 

 

Confira aqui, a programação.

Inscrições aqui ( R$ 100,00)

Localização: Ver mapa

 

 

Para mais informações: (11) 3106-0700

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

 

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O 13 de maio e o brado dos(as) negros(as) contra a escravidão e pela cidadania

Voltaire – filósofo francês do século XVIII, considerado um das mais autorizadas vozes do iluminismo – bradava que só tinha esperança no clamor popular.

Os acontecimentos da vida social, que correu e corre nos séculos seguintes – XIX, XX e XXI -, cuidaram de dar razão a esta ilustrada metáfora, a começar pela revolução francesa, que rebentou logo depois de ela ser lançada à posteridade por todo o sempre, bem como todos os movimentos sociais que a esta se sucederam e que se contam às centenas.

Apesar de muitos assim não considerarem, a Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, que, portanto, acaba de completar 126 anos, simboliza o coroamento da primeira etapa do multissecular clamor social dos milhões de negros(as),  trazidos(as) e/ou transportados(as) à força das armas e da crueldade para o Brasil nas fases colonial e imperial, do início do século XVI ao final do XVIII; clamor ao qual se associaram retumbantes vozes, como a do imortal poeta Castro Alves. Esta lei pôs fim à odiosa, caduca e desumana legalização da escravidão.

Se é fato que a efetiva libertação dos(as) negros(as) ainda não se consumou com a conquista da cidadania plena, como provam os persistentes atos de racismo, aqui e alhures, demonstrados por palavras, gestos e estatísticas, como as do mundo e do mercado de trabalho, as educacionais e as carcerárias, a perseverança destas chagas sociais não pode servir de mote para se desqualificar o simbolismo da Lei Áurea, pois que isto significaria negar o eco dos retumbantes gritos dos quilombos, personificados em Zumbi do Palmares, de Luís Gama, que simbolizou a luta pelo abolicionismo nas últimas décadas do século XIX, e dos milhares que morreram em busca da liberdade, ao longo de quase quatro séculos de escravidão; gritos que percorrem, de forma infinita e atemporal, o tempo e o espaço.

O poeta Castro Alves, no seu poema “O navio negreiro”, de marcas indeléveis na luta contra o tráfico negreiro e, por conseguinte, da escravidão, criada e mantida por ele, diz que os negros escravizados nem sequer eram livres para morrer.

Com a abolição oficial da escravatura, em 1888, não veio a conquista da liberdade plena, que é corolário da cidadania, sendo que uma não existe sem a outra; no entanto, ao menos, os negros tornaram-se livres para nascer e para morrer, parafraseando o poeta; o que, convenha-se, não é pouco para quem durante mais de 350 anos nem a isso tinha direito.

Fausto, lendário personagem da Idade Média – magnificamente, retratado pelo romancista e poeta alemão Goethe -, que fez um pacto com Mefistófeles (Lúcifer) para manter a eterna juventude, dizia, com a sua soberba ímpar, que os vestígios de seus dias na Terra passados nem em milênios seriam apagados.

O mesmo se pode e se deve dizer da escravidão, cujas marcas de desumanidade em tempo algum serão apagadas.

O poeta alemão do século XVIII Heinriche Heine – ferrenho adversário do tráfico negreiro e de sua face indissociável, a escravidão – e que inspirou Castro Alves -, em seu colossal poema “O navio negreiro”, escrito no início da segunda metade do século XIX (1853), que tem como tema o tráfico e como destino o Porto do Rio de Janeiro, dá a exata dimensão do que este comércio representava e como os(as) negros(as) eram vistos e tratados.

Vide-o:

O navio negreiro

I

Sr. Van Koek, o sobrecarga,

Mergulha em contas na cabine,

Calcula os gastos da empreitada,

Depois o lucro ele define.

“Pimenta e pelas de borracha,

Marfim do bom e ouro em pó –

Tonéis e caixas – mas eu acho

A carga escura bem melhor.

Seiscentos negros lá do Níger

Que barganhei no Senegal;

Tendões de aço e pele rija,

Tal qual estátuas de metal.

Troquei por caixas de birita,

Contas de vidro e armamento;

Caso a metade sobreviva,

Hei de lucrar uns mil por cento.

Se ao cais do Rio, em bom estado,

Levar trezentos, venderei

Cada cabeça a cem ducados

À Casa Gonçalves Pereira.”

De súbito, a meditação

Do sobrecarga é interrompida;

O médico da embarcação,

Van der Smissen, o requisita.

Um narigudo macilento

De cara toda enverrugada –

Van Koek pergunta: “Aí, barbeiro,

A quantas anda essa negrada?”

“Estou aqui nesse tocante”,

Diz o doutor com gravidade,

“Cresceu a nível preocupante

A taxa de mortalidade.

Em média perco dois por dia,

Mas hoje sete já morreram,

No livro-caixa eu fiz a lista:

São quatro machos e três fêmeas.

Examinei bastante os corpos,

Pois amiúde é negro esperto

Apenas fingindo de morto,

Pra se soltar no mar aberto.

As gargalheiras e grilhões

Eu removi; mandei jogar,

Assim que o dia clareou,

Os tais cadáveres ao mar.

Mal afundaram no oceano,

Já os abocanham os tubarões –

Ah, como gosta de africano

A clientela de glutões!

As feras seguem o navio

Desde que entrou em mar profundo,

E com que gozo doentio

Farejam o cheiro de um defunto.

É até engraçado observá-los

Estraçalhando a carne humana –

Uns mordem os braços, outros rasgam

Pernas e tronco, e com que gana!

E quando acabam de comer,

Todo o cardume olha pra mim,

Como se fosse agradecer

Por mais um matinal festim.”

Findo o relato, o tal Van Koek

Suspira fundo: “Ora, eu preciso

Saber depressa o que fazer

Para estancar o prejuízo!”

Diz o doutor: “Morrem os negros

Por culpa própria nos porões,

Empesteando-o com doença

Que trazem dentro dos pulmões.

De tédio eles também se afundam,

Pois não se ocupam de trabalhos;

Talvez ar fresco, dança e música

Seja o remédio pra curá-los”.

Van Koek se agita: “Boa dica!

Este barbeiro é mesmo grande,

Tão sábio quanto o Estagirita

Que deu lições para Alexandre.

O diretor da Sociedade

De Criadores de Tulipa

É esperto mas nem a metade –

A tua inteligência é ímpar.

Vamos à música! A negrada

Há de dançar lá no convés.

Quem não gostar de rebolar

Mando chicotear os pés”.

II

No azul da abóboda infinita,

De olho sagaz e arregalado,

Feito os de uma mulher bonita,

Milhões de estrelas num bordado –

Olhando atentas o oceano

Se agasalhar em névoa púrpura,

Fosforecente-irradiante;

As ondas lânguidas sussurram.

Nada se move no velame

Da nau negreira; a calmaria

Envolve tudo; e só as chamas

Tremulam sob a algaravia.

Toca a rabeca o contramestre,

O cozinheiro no flautim,

A percussão faz um grumete,

O médico sopra o clarim.

Uma centena de africanos

Saracoteia, urrando alto;

A cada passo os ferros rangem

Num ritmo cadenciado.

Batem no chão em gozo e fúria;

E escravas lindas, sensuais,

Esfregam-se nos homens nus –

No ar espalham-se os ais.

O beleguim se faz de mestre

De cerimônia, e com o chicote

Anima aqueles que se negam

A requebrar e dar pinote.

Praticumbum prugurundum!

Todo o barulho despertou,

Na escuridão do mar profundo,

Estranhos seres do torpor.

Tontos de sono, os tubarões

Em bando vão subindo à tona,

Pra ver, esbugalhando os olhos,

O que lhes trouxe aquela insônia.

Já sabem que é de madrugada,

Cedo demais pro dejejum;

Bocejam pra conter a raiva,

Mostrando os dentes um por um.

Praticumbum prugurundum –

Se arrasta a dança noite adentro.

De impaciência, os tubarões

Cravam na própria cauda os dentes.

Eu creio que não apreciam

A música. Já disse um vate

Famoso inglês: “Jamais confie

Em feras que desprezam a arte”.

Praticumbum prugurundum –

Se arrasta a dança noite afora.

Na gávea, o sobrecarga então

Faz o sinal da cruz e ora:

“Deus, pelo amor de Jesus Cristo,

Me poupa a vida da negrada!

Pecam por serem quase bichos –

Perdoa – não sabem de nada.

Cristo Jesus, lá do teu horto,

Salva meus pretos, eu te peço!

Se não chegar metade ao porto,

Deste negócio eu me despeço.”

Castro Alves, o poeta da liberdade, inspirado em Heine, também imortalizou o seu repúdio aos odiosos tráfico negreiro e escravidão negra, em seu magnífico poema que, igualmente, recebeu o título de “O navio negreiro”; vide- a parte da tragédia:

“(…)

Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!

Desce mais … inda mais… não pode olhar humano

Como o teu mergulhar no brigue voador!

Mas que vejo eu aí… Que quadro d’amarguras!

É canto funeral! … Que tétricas figuras! …

Que cena infame e vil… Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

IV

Era um sonho dantesco… o tombadilho

Que das luzernas avermelha o brilho.

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros… estalar de açoite…

Legiões de homens negros como a noite,

Horrendos a dançar…

 

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!

 

E ri-se a orquestra irônica, estridente…

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais …

Se o velho arqueja, se no chão resvala,

Ouvem-se gritos… o chicote estala.

E voam mais e mais…

 

Presa nos elos de uma só cadeia,

A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece,

Cantando, geme e ri!

 

No entanto o capitão manda a manobra,

E após fitando o céu que se desdobra,

Tão puro sobre o mar,

Diz do fumo entre os densos nevoeiros:

“Vibrai rijo o chicote, marinheiros!

Fazei-os mais dançar!…”

 

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais…

Qual um sonho dantesco as sombras voam!…

Gritos, ais, maldições, preces ressoam!

E ri-se Satanás!…

V

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura… se é verdade

Tanto horror perante os céus?!

Ó mar, por que não apagas

Co’a esponja de tuas vagas

De teu manto este borrão?…

Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!

 

Quem são estes desgraçados

Que não encontram em vós

Mais que o rir calmo da turba

Que excita a fúria do algoz?

Quem são? Se a estrela se cala,

Se a vaga à pressa resvala

Como um cúmplice fugaz,

Perante a noite confusa…

Dize-o tu, severa Musa,

Musa libérrima, audaz!…

 

São os filhos do deserto,

Onde a terra esposa a luz.

Onde vive em campo aberto

A tribo dos homens nus…

São os guerreiros ousados

Que com os tigres mosqueados

Combatem na solidão.

Ontem simples, fortes, bravos.

Hoje míseros escravos,

Sem luz, sem ar, sem razão. . .

 

São mulheres desgraçadas,

Como Agar o foi também.

Que sedentas, alquebradas,

De longe… bem longe vêm…

Trazendo com tíbios passos,

Filhos e algemas nos braços,

N’alma — lágrimas e fel…

Como Agar sofrendo tanto,

Que nem o leite de pranto

Têm que dar para Ismael.

 

Lá nas areias infindas,

Das palmeiras no país,

Nasceram crianças lindas,

Viveram moças gentis…

Passa um dia a caravana,

Quando a virgem na cabana

Cisma da noite nos véus …

… Adeus, ó choça do monte,

… Adeus, palmeiras da fonte!…

… Adeus, amores… adeus!…

 

Depois, o areal extenso…

Depois, o oceano de pó.

Depois no horizonte imenso

Desertos… desertos só…

E a fome, o cansaço, a sede…

Ai! quanto infeliz que cede,

E cai p’ra não mais s’erguer!…

Vaga um lugar na cadeia,

Mas o chacal sobre a areia

Acha um corpo que roer.

 

Ontem a Serra Leoa,

A guerra, a caça ao leão,

O sono dormido à toa

Sob as tendas d’amplidão!

Hoje… o porão negro, fundo,

Infecto, apertado, imundo,

Tendo a peste por jaguar…

E o sono sempre cortado

Pelo arranco de um finado,

E o baque de um corpo ao mar…

 

Ontem plena liberdade,

A vontade por poder…

Hoje… cúm’lo de maldade,

Nem são livres p’ra morrer. .

Prende-os a mesma corrente

— Férrea, lúgubre serpente —

Nas roscas da escravidão.

E assim zombando da morte,

Dança a lúgubre coorte

Ao som do açoute… Irrisão!…

 

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus,

Se eu deliro… ou se é verdade

Tanto horror perante os céus?!…

Ó mar, por que não apagas

Co’a esponja de tuas vagas

Do teu manto este borrão?

Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão! …

VI

Existe um povo que a bandeira empresta

P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…

E deixa-a transformar-se nessa festa

Em manto impuro de bacante fria!…

Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,

Que impudente na gávea tripudia?

Silêncio. Musa… chora, e chora tanto

Que o pavilhão se lave no teu pranto! …

 

Auriverde pendão de minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança,

Estandarte que a luz do sol encerra

E as promessas divinas da esperança…

Tu que, da liberdade após a guerra,

Foste hasteado dos heróis na lança

Antes te houvessem roto na batalha,

Que servires a um povo de mortalha!…

 

Fatalidade atroz que a mente esmaga!

Extingue nesta hora o brigue imundo

O trilho que Colombo abriu nas vagas,

Como um íris no pélago profundo!

Mas é infâmia demais! … Da etérea plaga

Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!

Andrada! arranca esse pendão dos ares!

Colombo! Fecha a porta dos teus mares!”

Machado de Assis, um dos maiores – senão o maior – romancistas brasileiros, em sua obra “O memorial de Ayres”, de 1908, ilustra bem o que significou a abolição da escravatura:

“Enfim, lei. Nunca fui, nem o cargo me consentia ser propagandista da abolição, mas confesso que senti grande prazer quando soube da votação final do Senado e da sanção da Regente. Estava na rua do Ouvidor, onde a agitação era grande e a alegria geral.

Um conhecido meu, homem de imprensa, achando-me ali, ofereceu-me lugar no seu carro, que estava na rua Nova, e ia enfileirar no cortejo organizado para rodear o paço da cidade, e fazer ovação à Regente. Estive quase, quase a aceitar, tal era o meu atordoamento, mas os meus hábitos quietos, os costumes diplomáticos, a própria índole e a idade me retiveram melhor que as rédeas do cocheiro aos cavalos do carro, e recusei. Recusei com pena. Deixei-os ir, a ele e aos outros, que se juntaram e partiram da rua Primeiro de Março. Disseram-me depois que os manifestantes erguiam-se nos carros, que iam abertos, e faziam grandes aclamações, em frente ao paço, onde estavam também todos os ministros. Se eu lá fosse, provavelmente faria o mesmo e ainda agora não me teria entendido… Não, não faria nada; meteria a cara entre os joelhos.

Ainda bem que acabamos com isto. Era tempo. Embora queimemos todas as leis, decretos e avisos, não poderemos acabar com os atos particulares, escrituras e inventários, nem apagar a instituição da história, ou até da poesia. A poesia falará dela, particularmente naqueles versos de Heine, em que o nosso nome está perpétuo. Neles conta o capitão do navio negreiro haver deixado trezentos negros no Rio de Janeiro, onde “a casa Gonçalves Pereira” lhe pagou cem ducados por peça. Não importa que o poeta corrompa o nome do comprador e lhe chame Gonzales Perreiro; foi a rima ou a sua má pronúncia que o levou a isso. Também não temos ducados, mas aí foi o vendedor que trocou na sua língua o dinheiro do comprador”.

Por tudo o quanto se disse aqui, que o dia 13 de maio seja de reverência aos milhares que, por séculos, tombaram em prol da liberdade, e de renovação da luta pela conquista da cidadania plena, o que implica o fim das múltiplas formas de discriminação, para todos os(as) brasileiros(as), de todas as etnias, cores e credos.

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Por José Geraldo de Santana Oliveira 

Assessor Jurídico do Sinpro Goiás, da Fitrae-BC, Fitrae MTMS, Sintrae-MS, Sintrae-MT, Sinpro Pernambuco e Consultor Jurídico da Contee.

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Convocação para Assembleia Geral Ordinária

O Presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás, Alan Francisco de Carvalho, no uso das atribuições que lhe conferem os Estatutos Sociais da Entidade, convoca os associados (as) quites e em condições de votar, para participarem da Assembleia Geral Ordinária, no dia 31 de maio, às 15 h, na sede do Sinpro Goiás.

O encontro irá deliberar  a apreciação e votação de prestação de contas referentes ao período de janeiro a dezembro de 2013.

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Edital publicado nesta sexta-feira, 16, no jornal O Hoje, na editoria de Classificados, página 4:

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

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Serviço:

Assembleia Geral Ordinária

Data: 31/5/2014

Horários: 15 h e 16 h

Local: Sinpro Goiás

End.: Av. Independência, nº 942, Qd. 943, Lt. 33, Leste Vila Nova / Goiânia-Go

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Psicóloga na rede conveniada do Sinpro Goiás

O Sinpro Goiás trás para seus associados (as) e funcionários (as), convênio com a psicóloga, a Drª Isabela Márcia Freitas Montes, que atende na Santé Espaço Terapêutico. Mediante a apresentação da carteirinha de sindicalizado/empregado, você obtém 50% de desconto em avaliação psicológica e atendimento psicológico (psicoterapia).

Agende o seu horário no telefone (62) 3088-6797

 

Santé Espaço Terapêutico

End.: Rua 1.125, nº 282, Qd. 219, Lt. 10, St. Marista

 

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

 

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Pesquisador analisa como a globalização está impactando a educação ao redor do mundo e os atores que influenciam a agenda educacional mundial

Pesquisador da Universidade Autônoma de Barcelona, Antoni Verger analisa como a globalização está impactando a educação ao redor do mundo e os atores que influenciam a agenda educacional mundial

 

A influência exercida pelo setor privado e pelas or­ga­nizações internacio­nais nas políticas educacionais é um dos principais temas de estudo de Antoni Verger, pesquisador da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB) que, em março, esteve no Brasil para participar do II Seminário Regional sobre a Privatização da Educação, realizado pela Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade). Ph.D. em Sociologia, Verger explora como tais instituições estão moldando ou tentando moldar a agenda educacional ao redor do mundo, e os impactos das políticas globais criadas a partir dessas influências.

Na entrevista a seguir, Verger explica como, direta ou indiretamente, esses organismos tentam impor aos governos mudanças em seus sistemas educacionais sob o argumento de que melhorarão o acesso da população à educação e de que tornarão o setor mais eficiente e desburocratizado, movimento percebido principalmente nos países em desenvolvimento. Mas o pesquisador alerta: as nações ricas não estão imunes a esse processo, principalmente quando contam com a presença de instituições de prestígio, como a Fundação Bill e Melinda Gates.

Uma das conclusões de seu estudo é que a globalização está afetando drasticamente o cenário das políticas educacionais ao redor do mundo. O que estamos testemunhando hoje em dia?
A globalização afeta a educação de muitas maneiras e por razões de naturezas diversas. Sobre isso, podemos mencionar desde a revitalização do papel desempenhado pelas organizações internacionais nas políticas educacionais – papel tradicionalmente reservado para os governos nacionais ou locais – até os avanços tecnológicos que têm permitido a disseminação de formas de educação transfronteiriças, como os Moocs [Massive Online Open Courses, sigla em inglês para cursos online massivos e abertos]. No entanto, os efeitos mais significativos da globalização têm uma natureza bastante indireta. Refiro-me a todas as mudanças sociais e econômicas trazidas por esse processo, como o crescimento das desigualdades sociais ou a aceleração da dinâmica da competitividade econômica entre os países. São mudanças importantes que transformam significativamente as prioridades educacionais dos governos, bem como o ambiente socioeconômico onde os agentes educacionais atuam. E não é só isso. A globalização gera novos desafios para os sistemas educacionais e altera a capacidade dos Estados e dos organismos de segurança social de responder a esses problemas por meio de políticas educativas. Por exemplo, no contexto de uma economia globalizada, muitos governos têm dificuldade para responder diretamente às novas demandas educacionais, o que facilita ao setor privado assumir um papel maior na prestação e no financiamento da educação.

Quais organizações internacionais e políticas estão moldando a agenda educacional e disseminando práticas educativas globais?
Sobre esta questão é inevitável começar pelo famoso Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes] da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico], que avalia e compara as competências adquiridas por alunos de 15 anos em uma ampla gama de países. Esse relatório exerce nos governos uma pressão sutil, mas ao mesmo tempo muito eficaz, para que modifiquem seus sistemas educacionais. Ele, inclusive, tem gerado modelos de referência, como o da Finlândia, que muitos governos têm buscado imitar. A própria OCDE, por meio de periódicos como o Pisa em Foco, também recomenda aos países quais práticas e políticas podem levar ao sucesso educativo tomando como base os resultados da prova. Os países que levam mais a sério os desafios deste relatório têm tentado melhorar a sua educação por meio da equidade. Em contrapartida, aqueles que procuram resultados mais imediatos se limitam a intensificar a carga curricular nas áreas de conhecimento avaliadas pelo Pisa. Também cabe mencionar, principalmente nos países dependentes financeiramente, a grande influência exercida pelas instituições financeiras internacionais e pelos bancos de desenvolvimento em função da capacidade deles de condicionar a concessão de crédito. Ainda sobre esta questão, é importante referir novamente os efeitos indiretos da globalização e, em particular, as organizações internacionais. Por exemplo, em países europeus, especialmente nos países do sul da Europa, as políticas macroeconômicas e a austeridade impostas pela União Europeia – e pelo FMI – tiveram um efeito mais significativo sobre os sistemas de ensino dos países-membros que a própria “agenda educacional europeia”. Essas políticas de austeridade impuseram cortes orçamentários muito graves na educação e, claramente, limitaram a margem de ação política dos governos nesta área.

Quais fatores motivam os governos a adotar novas políticas?
Para responder a esta pergunta é melhor partir de um exemplo concreto como a privatização da educação, uma política que ocupa, sem dúvida, uma posição central na agenda global da educação. Mas, na realidade, não é possível identificar um único padrão que explique por que os países importam ou adotam políticas educacionais de privatização em escala global. As razões que impulsionam os governos variam muito.

Desde os anos 80, com o surgimento do neoliberalimo, a privatização da educação tem tido grande aceitação entre os governos conservadores e liberais, que acreditam que o setor privado é inerentemente superior ao público na gestão de todos os tipos de serviços, incluindo a educação. No entanto, nos últimos anos, estamos vendo a privatização avançar também em países com uma tradição social-democrata, onde os governos adotam medidas de privatização educacional não porque eles achem que o setor privado é melhor do que o público, mas porque eles pensam que a privatização pode ser um bom caminho para a desburocratização dos sistemas de segurança social e para a promoção de oferta educativa mais diversificada. Em países de baixa renda, por outro lado, a privatização avança sob lógicas muito diversas. Nas últimas décadas, muitos têm recebido pressões internas e externas para expandir a educação, o que, a priori, é muito positivo. O problema surge quando, diante de restrições financeiras, os gestores pensam que a única forma de expandir o acesso à educação é por meio do setor privado. Sob uma lógica semelhante, a privatização também avançou nos países mais desenvolvidos em profunda crise econômica. Também acrescentaria que em países europeus com uma presença significativa de escolas religiosas, como Bélgica, Holanda, Espanha e muitos países da América Latina, as políticas de terceirização do setor privado são comuns. Estas políticas de “aliança” com o setor de ensino privado, principalmente o religioso, são rea­lizadas por uma série de razões, entre elas para conferir eficiência ao setor, para garantir a liberdade na oferta de ensino para a população e para responder a um lobby que costumava ser muito poderoso, como o da Igreja Católica ou Protestante. Finalmente, outra razão para o avanço da privatização é a existência de uma série de organismos internacionais e consultorias influentes que, como mencionei acima, estão promovendo de forma entusiástica tais políticas e tentando convencer os governos de seus potenciais benefícios. No entanto, vale dizer que a privatização geralmente é promovida por razões ideológicas, já que não há evidências acadêmicas suficientes para justificar a política a favor da privatização.

Quais são as principais diferenças desse processo nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento?
Hoje em dia estão muito diluídas as diferenças na forma como operam os mecanismos da globalização. O exemplo que acabei de colocar sobre o sul da Europa – sobre as condicionalidades e imposições das organizações internacionais – mostra isso. Outros exemplos podem ser extraídos das fundações filantrópicas que atuam não só em países pobres, mas também em países ricos. Nos Estados Unidos, a Fundação Bill e Melinda Gates tem uma grande capacidade de influenciar a agenda educacional do governo federal e de muitos de seus membros e, entre outras coisas, está conseguindo promover eficazmente o modelo das escolas charter. Apesar disso, os países de baixa renda, que continuam dependentes de financiamento externo, são sim mais vulneráveis ​​aos critérios e prioridades estabelecidos pelos países ricos e organizações doadoras. Em muitos países onde houve uma descentralização da educação, sem garantia de transferência de competências para o nível local, se abriu um grande mercado para as consultorias internacionais, como a Pearson ou a Cambridge Education, que vendem pacotes curriculares e de reformas educativas com os quais prometem resolver muitos problemas educacionais. Esse mercado de consultoria internacional não prospera, pelo menos com tanto êxito, nos países mais ricos, pois eles contam com uma maior capacidade técnica nos governos regionais e locais para resolver certos problemas sem a necessidade de recorrer a intermediários externos.

Quais são os impactos dessas políticas na prática educacional?
Muitos estudos sobre a relação entre globalização e educação, especialmente aqueles com uma visão mais antropológica, mostram que a adoção formal de políticas globais pelos governos nem sempre se traduz em mudanças reais nas práticas educativas aplicadas em escolas ou na sala de aula. Outros estudiosos da globalização educacional, como Gita Steiner-Khamsi e seus colegas do Teachers College [Faculdade de Educação da Universidade de Columbia], têm mostrado que muitos governos podem estar adotando políticas educacionais globais para aderir às exigências das organizações internacionais a fim de legitimar suas políticas ou, especialmente no caso dos países em desenvolvimento, para obter financiamento externo. Mas, uma vez alcançados os recursos, os governos continuam­ com suas práticas habituais. Essa visão é muito interessante e relevante, pois, de fato, os sistemas educacionais formam redes de agentes, instituições e interesses muito amplos e complexos de tal forma que tendem a ser resistentes a mudanças bruscas ou às constantes demandas por reforma, tanto externa como interna, que recebem. No entanto, não podemos subestimar o fato de que muitas organizações internacionais têm sido muito eficazes tanto em alterar as prioridades e os objetivos educacionais de muitos governos como em divulgar soluções e políticas educacionais.

Há algum efeito positivo das políticas educacionais? Elas podem melhorar o acesso global à educação?
É claro que o simples fato de que há cada vez mais países procurando melhorar a educação a partir de boas práticas internacionais é positivo em si – desde que essa melhoria não esteja relacionada exclusivamente com os resultados dos testes padronizados. Além disso, há agendas educacionais internacionais, como a Educação para Todos, lançada no Congresso Mundial de Educação, realizado em Jomtien (Tailândia), em 1990, que tiveram e têm impactos muito positivos no campo da educação para o desenvolvimento. Agendas como essas se tornaram aliadas de movimentos e grupos sociais que defendem o direito universal à educação e possibilitaram que muitos governos de países em desenvolvimento e agências internacionais de desenvolvimento concentrassem seus esforços para viabilizar e ampliar o acesso de crianças e jovens a uma educação de qualidade.

Você cita em seus textos um estudo, feito por três pesquisadores, sobre transferência condicionada de renda no Brasil. Poderia dar mais detalhes ?
Conheço bem o trabalho de Bonal, Tarabini e Rambla, já que fizemos parte do mesmo grupo de pesquisa, o GEPS (Globalização, Educação e Política Social). O mecanismo estudado por eles é um bom exemplo de política que passou a integrar fortemente a agenda global e, sobretudo, um grande exemplo de como uma política global pode se recontextualizar e ter impactos distintos em diferentes territórios. Eles apontam que, no Brasil, o mesmo programa de transferência de renda condicionada, o Bolsa Escola, foi adotado de forma diferente pelos governos locais. Especificamente sobre isso, eles mostraram que em função de alguns aspectos, como a intensidade da transferência monetária ou o nível de componentes educacionais incluído no projeto final, a Bolsa Escola teve efeitos sociais e educativos muito variados.

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Fonte:Revista Educação/Uol

 

 

 

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Jorn. Fernanda Machado

Assess. de Imprensa e Comum. do Sinpro Goiás

 

 

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Ministra, deputados e sindicalistas defendem adesão de benefício

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, deputados e representantes de centrais sindicais defenderam nesta quinta-feira, 15, que as empresas adotem o vale-cultura e que os trabalhadores pressionem os empregadores a aderir ao benefício. A popularização do vale-cultura foi discutida em seminário da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.

Criado por lei aprovada em 2012, o vale-cultura é um benefício de R$50 mensais que pode ser oferecido pelas empresas aos trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos. Ele pode ser usado para pagar entradas e ingressos de teatro, cinema, circo, museus, shows de música, e para comprar livros e revistas. A expectativa da ministra é que o vale ajude a ampliar o interesse do brasileiro por atividades culturais.

A presidente da Comissão de Cultura, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), afirmou que ter acesso aos bens culturais é um dos principais fatores de desenvolvimento do País. “Temos regiões do País em que 70% da população nunca entrou em um teatro; regiões em que mais de 60% não conhece uma sala de cinema; isso precisa ser superado”, destacou. “Essa lei precisa pegar”, complementou.

Marta Suplicy informou que cerca de 205 mil cartões magnéticos do vale-cultura já foram emitidos. Segundo ela, 36 milhões de trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos poderão ser beneficiados. A ministra explica que a expansão do benefício está ocorrendo aos poucos. Segundo ela, é a empresa que tem de tomar a iniciativa de aderir ao vale-cultura, recebendo benefícios fiscais em troca.

Para aderir, a empresa se credencia pelo site do ministério e escolhe uma das 23 operadoras que estão habilitadas para a emissão do cartão do vale-cultura. A operadora é responsável por credenciar os equipamentos culturais que poderão ser utilizados.

Desde a implantação do benefício, mais de R$ 1,9 milhão já foi consumido no mercado cultural brasileiro com o vale-cultura. A expectativa da ministra é que o vale possa injetar cerca de R$ 25 bilhões ao ano no mercado cultural.

Acordos coletivos

Para estimular as empresas a aderirem ao vale-cultura, a ministra defendeu que os acordos coletivos dos sindicatos dos trabalhadores incorporem o benefício. Isso já foi feito pelos bancários, em âmbito nacional.

O dirigente da Central Única dos Trabalhadores, Benedito Augusto de Oliveira, afirmou que a CUT vai trabalhar para divulgar o vale-cultura entre seus afiliados e para estimular a incorporação do benefício nos acordos coletivo de outras categorias. “Muitas pessoas ainda não sabem da importância de se ter acesso ao produto cultural, até para a formação e educação”, ressaltou.

O representante da (CNS), João Adilberto Xavier, disse que a confederação vai estimular os sindicatos patronais a incorporarem o vale-cultura. Porém, ressaltou que isso não é uma decisão da confederação, e sim uma negociação entre os empresários e os trabalhadores.

Estímulo ao consumo

Já o cineasta Luiz Carlos Barreto afirmou que o Estado brasileiro tem subsidiado a produção cultural, mas não o consumo. “É preciso corrigir esse erro histórico”, disse. Segundo ele, a ideia, com o vale-cultura, é repetir o que já ocorre com o vale-alimentação.

Barreto observou que o subsídio à cultura retorna ao governo na forma de impostos e tributos. Conforme dados apresentados pelo cineasta, de 2001 a 2010, o mercado de cultura e lazer no Brasil cresceu 8,7%, percentual acima da média mundial.

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Fonte: Portal Vermelho /Agência Câmara

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Jorn. Fernanda Machado

Assess. de Imprensa e Comum. do Sinpro Goiás

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Ministro da Educação, Henrique Paim, recebe Medalha do Mérito Cívico Afro-Brasileiro

O ministro da Educação, Henrique Paim, recebeu na noite da última terça-feira, 13, em São Paulo, a Medalha do Mérito Cívico Afro-Brasileiro, entregue às pessoas que trabalham pela inserção do negro na sociedade. A outorga acontece no campus da Faculdade Zumbi dos Palmares, na capital paulista, onde o ministro irá proferir palestra aos estudantes.

A medalha, uma realização da Sociedade Afro-brasileira de Desenvolvimento Sócio Cultural (Afrobras) e da Faculdade Zumbi dos Palmares, homenageia pessoas físicas e jurídicas que se destacam na valorização do respeito à diferença, tolerância e igualdade de oportunidades, contribuindo para a elevação moral, social e inserção socioeconômica, cultural e educacional dos negros brasileiros.

A Faculdade Zumbi dos Palmares, criada pela Afrobras em 2003, tem como objetivo promover a inclusão socioeconômica e educacional de jovens negros e indivíduos de baixa renda na sociedade, garantindo acesso ao ensino superior, capacitação tecnológica de excelência e inserção no mercado de trabalho qualificado.

A instituição conta com 1.500 alunos, dos quais 85% se declaram negros, nos cursos de graduação em administração e direito e tecnológico em transporte terrestre e em recursos humanos, pedagogia e publicidade. Além disso, a faculdade promove cursos livres de capacitação e inserção sociocultural para a população em geral. Além do vestibular tradicional, os alunos também podem usar as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o acesso à universidade.

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Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Portal MEC

 

 

 

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Jorn. Fernanda Machado

Assess. de Imprensa e Comum. do Sinpro Goiás

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Deputados adiam mais uma vez a votação

Sem o quórum mínimo necessário para a análise das emendas do Senado ao Plano Nacional de Educação (PNE), o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), adiou mais uma vez a votação do PNE nesta quarta-feira (14). A previsão agora é de que o plano vá para o plenário na semana que vem. Após apreciação do plenário, a matéria seguirá para sanção da presidenta Dilma Rousseff.

A principal polêmica está na questão dos investimentos serem destinados exclusivamente à educação pública como querem os educadores. “O maior problema nas alterações efetuadas no texto original do PNE consiste na obrigação de o Estado investir 10% do PIB na educação pública e o relator da Câmara abriu a possibilidade de utilização desses recursos pra financiar a educação infantil em creches conveniadas, a educação especial, Fies e os programas Ciência sem Fronteiras, Pronatec e ProUni”, reclama Marilene Betros, dirigente nacional da CTB.

Tanto que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) lançou nesta quarta-feira mesmo a campanha #vetadilma a possibilidade de os 10% do PIB serem desviados para qualquer projeto que não seja da educação pública, como consta no o PNE.

Os deputados já aprovaram, na comissão especial, o relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) para o projeto, que teve origem no Poder Executivo.

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Fonte: De Brasília/Portal CTB

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Jorn. Fernanda Machado

Assess. de Imprensa e Comum. do Sinpro Goiás