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Relatório do Insaes não é apresentado

A coordenadora da Secretaria de Assuntos Institucionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Nara Teixeira de Souza, compareceu à Câmara dos Deputados hoje, 22, para acompanhar de perto a apresentação do relatório do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) sobre o Projeto de Lei 4.372/2012, que cria o Instituto de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes). A proposta, que tramita em regime de prioridade, era a única na pauta da reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), mas a sessão acabou sendo cancelada por falta de quórum.

Do último dia 12 até ontem, a matéria recebeu 177 propostas de emendas na comissão, incluindo tentativas desconstruir o papel do Insaes como instrumento para assegurar ao Estado condições de exercer seu papel de zelar pela qualidade da educação, tanto pública quanto privada, essencial para um projeto de desenvolvimento e soberania nacional. Algumas emendas propõem a supressão da palavra “supervisionar” das atribuições do Insaes – modificando a sigla para “Inaes”. Além disso, outras propostas de alteração buscam eliminar do texto – ou pelo menos modificar substancialmente – o ponto que a Contee considera essencial ao Insaes: a prerrogativa de “aprovar previamente aquisições, fusões, cisões, transferências de mantença, unificação de mantidas ou descredenciamento voluntário de Instituições de Educação Superior integrantes do sistema federal de ensino”.

Diante das recentes notícias que mostram a intensificação da financeirização, da desnacionalização e da oligopolização do ensino superior, como o caso Kroton-Anhanguera, esse dispositivo é primordial para garantir que qualquer fusão ou incorporação de empresas do setor passe por autorização prévia do órgão – e, por extensão, do Ministério da Educação –, e não apenas do Cade, uma vez que não se caracteriza como uma operação financeira qualquer, de compra e venda de mercadorias, mas como um direito constitucional de cada cidadão, cuja oferta é dever do Estado.

Neste momento, a Contee enfatiza a importância da mobilização e os argumentos elencados em sua carta aberta em defesa da aprovação do Insaes, bem como a necessidade de regulamentação do setor privado de ensino sob as mesmas exigências legais aplicadas à rede pública. Porque educação não é mercadoria!

 

 

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Fonte: Contee

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Presidente do Sinpro Goiás prestigia evento comemorativo em Brasília

Alan Francisco e  Maria Prestes, viúva de Luis Carlos Prestes.

                               Professor Alan Francisco e Maria Prestes, viúva de Luis Carlos Prestes.

 

O Presidente do Sinpro Goiás e Diretor da Secretaria de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), o Prof. Alan Francisco de Carvalho e a diretora, também da Contee , Nara Teixeira de Souza (Secretaria de Assuntos Institucionais) representaram suas entidades no início da tarde desta terça-feira, 20, da sessão comemorativa alusiva aos 90 anos da Coluna Prestes, no Congresso Nacional, em Brasília.

Considerada o ápice do Movimento Tenentista, a Coluna Prestes ficou ativa por dois anos e três meses, percorrendo 25 mil quilômetros e 11 estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A marcha enfrentou as tropas do Exército ao lado de forças policiais de vários estados, além de tropas de jagunços, sem ser vencida.

O discurso oficial da sessão solene foi lido pela deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que destacou que os participantes da Coluna Prestes enfrentaram adversidades e confrontos ao denunciar a situação precária das condições do povo brasileiro e a luta pela implantação do voto secreto e da educação fundamental obrigatória. “Além do significado histórico da Coluna, ela tinha bandeiras que ainda hoje são atuais, como as bandeiras da educação, o combate às oligarquias, o feminismo. Algumas foram conquistadas, mas outras ainda estão por vir, o que mostra a atualidade da marcha”, destacou o diretor da Contee. “Na medida em que iam passando pelos lugares, eles incorporavam bandeiras populares, importantes para o povo, em defesa da soberania, do desenvolvimento econômico. Simbolicamente, podemos dizer que a marcha continua viva”.

Após a leitura do discurso oficial, foi feita a homenagem aos combatentes da Coluna Prestes, com entrega de certificados honoríficos à viúva de Luís Carlos Prestes, Maria Ribeiro Prestes; Letícia de Barros Azevedo, neta de João Cabanas; Iuri, neto do Miguel Costa; e Cleiton, que recebeu em nome de Izidro Pires Nardes, ainda vivo, com 104 anos.

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que presidiu a sessão, compôs a mesa com parlamentares e homenageados, entre eles Maria Prestes. Em seu pronunciamento, Inácio Arruda disse que os revolucionários queriam o progresso do país, um país de população ainda pequena, naquela década de 1920, mas gigantesco, rico e poderoso, com capacidade produtiva extraordinária. E, falando aos estudantes, destacou que “a Coluna era formada de jovens oficiais do Exército brasileiro, todos desejosos do desenvolvimento da nação.”

“Por isso homenageamos a Coluna Prestes, para resgatar para a juventude brasileira o resultado da história”, disse Inácio, acrescentando que “é possível o povo viver muito e muito bem, e não acontecia esse grau de desenvolvimento porque a elite dirigia a nação e frustrava todas as tentativas de desenvolvimento mais largo do país.”

A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) também se dirigiu diretamente aos estudantes presentes. “O espírito da Coluna Prestes deve se manter vivo na combatividade da nossa juventude, por isso é importante que se conheça a história e se compreenda as mudanças e avanços resultantes dos atos de coragem dos heróis da nossa Pátria. Assim a marcha segue nas lutas do povo, para fazer avançar o Brasil que a Coluna descortinou.”

Truculência

Apesar da importância história, a sessão foi encerrada de forma abrupta e truculenta pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), que presidiria a sessão plenária. Como a solenidade começou com mais de uma hora de atraso em função da demora de outra sessão solene que acontecia no Plenário da Câmara, o deputado simplesmente assumiu o posto na Mesa Diretora e, interrompendo a fala do senador Inácio Arruda, encerrou a sessão.

A atitude desrespeitosa foi criticada por outros parlamentares e pelos diretores da Contee. “O deputado Inocêncio de Oliveira, de maneira truculenta, se apossou da Mesa Diretora e encerrou. Regimentalmente, tinha extrapolado o prazo, mas se tratava de uma sessão que inclusive, contava com a presença de muitos estudantes, os quais presenciaram uma situação deplorável do ponto de vista do que deveria ser o Congresso Nacional, a Casa do Povo”, destacou Alan. “A Coluna ainda está viva e o coronelismo também. Foi uma lição de como não se faz democracia.

O evento tem o apoio do Sinpro Goiás, da Fundação Maurício Grabois e de várias outras entidades e movimentos do povo.

 

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Fonte: Contee, com informações da Agência Câmara

 

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

 

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O mal feito pela ditadura à educação

Qual o mal feito pela ditadura militar à educação brasileira? A perseguição a professores e estudantes – que resultou em demissões, exílios, prisões, torturas, mortes – é bem conhecida e reconhecida na história do país. No entanto, para além da violência física, houve também uma violação simbólica que contribuiu para o desmanche da escola pública e a desestruturação da essência do processo pedagógico: a formação de pensamento crítico.

A reportagem de capa da 26ª edição da Revista Conteúdo, intitulada “Estilhaços do regime militar”, traz uma análise aprofundada sobre o perverso legado deixado pelo governo ditatorial à educação, o qual tem impacto, inclusive, no processo de privatização do ensino no Brasil. Além disso, a revista traz reportagens sobre a mentira perpetuada pelos colégios militares (que continuam a tratar o gole de 1964 como “revolução democrática”), a relação entre as medidas ditatoriais e a expansão do ensino privado no continente americano (abordada pelo pesquisador espanhol Antoni Verger) e o lançamento da Comissão da Verdade dos Trabalhadores em Educação do Setor Privado de Ensino pela Contee, a qual se articula com o trabalho da Comissão Nacional da Verdade e o grupo que apura violações de direitos humanos contra trabalhadores e sindicalistas.

A Revista Conteúdo deste mês faz ainda, na entrevista com as diretoras Adércia Bezerra Hostin (Secretaria de Assuntos Educacionais) e Nara Teixeira de Souza (Secretaria de Assuntos Institucionais), uma reflexão sobre as ditaduras “invisíveis” que se impõem atualmente sobre a educação.

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Fonte: Portal Contee

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Jorn. Fernanda Machado

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Vencedora do The Voice Brasil encerra nesta quarta-feira, 21, evento da Igualdade Racial em Goiânia

Ellen Oléria

 

Ellen Oléria

 

A cantora irá se apresentar nesta quarta-feira, 21, às 20 h, no Teatro SESI, encerrando a 1ª Mostra de Arte Negra de Goiânia, no Circuito da Igualdade Racial 2014 ” Por uma Goiânia sem racismo”. O Sinpro Goiás é um dos patrocinadores!

Troque seu ingresso por 2 kg de alimento na sede do Sinpro Goiás

Sinpro Goiás: Av. Independência, nº942, Leste Vila Nova (abaixo do terminal da Praça da Bíblia)

Ellen nasceu em Brasília e foi criada em Taguatinga. Inicialmente interessada mais em instrumentos,começou cantando em coros de igreja, por influência dos pais. Iniciou a carreira de cantora aos 16 anos. Ellen Oléria é atriz formada pela UnB. Atua desde o ano 2000 no circuito cultural como cantora, compositora e instrumentista autodidata. Ganhou inúmeras edições do Festival Universitário Finca (Festival Interno de Música Candanga) da UnB, sendo a maior vencedora da história do Festival de Música Tom Jobim do SESC – DF, multipremiada no Festival de Música dos Correios.

Com um repertório que atinge grande diversidade de público, Ellen Oléria abre shows de artistas de vários segmentos, com aprovação da crítica midiática e do público desde o jazz ao samba, do samba ao pop, do pop ao hip hop e do hip hop às manifestações do regionalismo brasileiro como o congado, os afoxés e o carimbó.

Em 2006 abre os shows de Lenine e do camaronês Richard Bona. Em 2007 participa da gravação do DVD comemorativo de 25 anos de carreira de GOG, grande referência do hip hop nacional, Ellen Oléria dividiu o palco com artistas como Lenine, Maria Rita e Paulo Diniz. Em agosto do mesmo ano, Ellen Oléria abre os shows de Geraldo Azevedo, Paulinho Moska e Monobloco.

O início de 2008 é marcado pela abertura do show de Chico César. É aplaudida de pé pelo público que a assistiu ao lado do amigo e guitarrista Rodrigo Bezerra no Femusic em Maringá. Em seguida, Oléria abre o show de Guilherme Arantes, e recebe ao lado de GOG no Canecão (RJ) inúmeros prêmios Hutúz com o CD Aviso às Gerações, que marca o encontro da brasiliense com o rapper GOG, parceria que, em 2009, a leva para o Fórum Social Mundial (PA), onde canta ao lado do grupo argentino Actitud María Marta. Ainda em 2009, Ellen Oléria abre o show de Ney MatogrossoMargareth MenezesMilton Nascimento e Sandra de Sá. Realiza também um show em Salvador e outro em São Paulo. Neste mesmo ano, lança o disco independente Peça, produzido pelo parceiro e guitarrista Rodrigo Bezerra. Em 2010, Ellen Oléria abriu o show de Leci Brandão na Marcha Mundial de Mulheres em São Paulo e dividiu o palco com Hamilton de Holanda, Yamandú Costa, Diogo NogueiraMóveis Coloniais de Acaju e no aniversário de 50 anos de Brasília Ellen Oléria recebeu em seu palcoSandra de Sá. Também em 2010 integrando a banda Soatá a cantora participa da gravação do primeiro disco da banda que mistura ritmos amazônicos com rock’n roll. Em 2011 a cantora grava seu DVD com a banda Pretutu, Ellen Oléria e Pret.utu – Ao Vivo no Garagem, com as participações de Hamilton de Holanda e o rapper Emicida. No ano de 2012 além de gravar um documentário pelos interiores do Estado do Pará com a banda Soatá e mestres do carimbó a cantora ganha notória visibilidade ao ganhar o título de a voz do Brasil no reality show The Voice Brasil exibido pela TV Globo.1 Em 2013, Ellen Oléria grava seu 4º disco, pela Gravadora Universal Music do Brasil com participação de Carlinhos Brown. Atualmente a cantora apresenta seu novo trabalho pelo país.

A cantora apresenta seu projeto autoral como fio condutor em um novo momento de expressão no cenário musical. Costurado a esse fio, seu projeto apresenta também versões poderosas da consagrada música brasileira que se expande na voz de Ellen em arranjos modernos.

Sua voz vai da emoção mais singela de “anunciação” (Alceu Valença), aos scratches vocais da autoral “testando”. É um encanto ouví-la cantar tanto “geminiana” (parceria dela com Felipe Viegas e Poliana Martins), e “linha de nazca” (só de Ellen), quanto “Maria, Maria” (de Milton Nascimento e Fernando Brant), interpretada no álbum com esplendor de quem canta para o mundo, assumindo a letra com uma certeza quase autobiográfica.

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Fonte: Wikipédia / ellenoleria.com.br

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Dia do Pedagogo (a)

Hoje, 20, é o dia do pedagogo; que há milhares de anos é um dos baloartes da construção social da humanidade, quer na educação e seu sentido lato, quer na escolar.

O Sinpro Goiás presta-lhe a justa e merecida homenagem, com  votos de que continuem a sua trajetória vitoriosa por todo o sempre. Parabéns pedagogo (a)!

dia-do-pedagogo

 

 

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Gibis na alfabetização

Linguagem visual e características lúdicas fazem das histórias em quadrinhos bons instrumentos para a alfabetização, mas nem sempre eles foram bem vistos dentro da escola

As histórias em quadrinhos contribuem para despertar o interesse pela leitura e pela escrita nas crianças e para sistematizar a alfabetização. Como as HQs em geral unem palavra e imagem, elas contemplam tanto alunos que já leem fluentemente quanto os que estão iniciando, pois conseguem deduzir o significado da história observando os desenhos. A curiosidade em saber o que está escrito dentro dos balões cria o gosto pela leitura e, assim, os gibis podem ter grande eficácia nas aulas de alfabetização.

Se hoje essa visão é consagrada entre professores e pesquisadores, nem sempre foi assim. Os quadrinhos usados atualmente em sala de aula eram vistos como concorrentes dos livros de alfabetização, entendidos, portanto, como uma distração prejudicial ao aprendizado. “Os quadrinhos apareceram com mais frequência dentro da escola a partir da metade do século passado. Primeiro, porque quase não existiam. Segundo, porque havia esse preconceito contra eles”, diz Maria Angela Barbato Carneiro, professora titular do Departamento de Fundamentos da Educação e coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da Faculdade de Educação da PUC-SP.

Falta de hábito
Maria Angela acredita que, dentro da escola, os professores ainda usam predominantemente muitos materiais mais tradicionais, como é o caso do livro didático, em detrimento de outros recursos. “Penso que o professor não está habituado com outros procedimentos – como um jornal, uma revista –, e o fato de não estar habituado não lhe traz segurança”, diz. Outro ponto que pode inibir a presença das HQs na alfabetização é o entendimento de que os gibis são meros passatempos e, por isso, serem deixados de lado por conta da crença de que eles serão lidos pelas crianças em casa de todo modo.

Lucinea Rezende, professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR), que desenvolve e orienta trabalhos na área de formação de leitores, concorda que ainda que se tenha avançado bastante na direção de usar múltiplas formas de leitura em sala de aula, fugindo do monopólio do livro didático, ainda se está voltado predominantemente para o texto escrito. “Todos os gêneros que empregam outras linguagens entram devagarinho nas salas de aula”, diz.

Os benefícios da história em quadrinhos para a educação, em particular no ensino fundamental e na alfabetização, são oficialmente reconhecidos. As HQs fazem parte do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), que possibilita a professores e alunos o acesso a obras distribuídas em escolas públicas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) também incentivam o uso de quadrinhos e indicam que nas bibliotecas é necessário que estejam à disposição dos alunos textos dos mais variados gêneros (livros de contos, romances, jornais, quadrinhos, entre outros). O PCN lista ainda a HQ como um gênero adequado para o trabalho com a linguagem escrita.

“Alguns professores olham para a HQ e veem algo distante. Assim não têm entusiasmo, não conseguem comentar sobre aquilo com os alunos”, acredita José Felipe da Silva, professor de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – a disciplina é oferecida a diversos cursos de graduação na Universidade. Ex-professor do ensino fundamental e colecionador de HQs, Felipe da Silva afirma que os quadrinhos foram um impulso para ele mesmo se alfabetizar quando criança. Na escola em que dava aula, na rede municipal de Natal, costumava fazer exposições com revistas e bonecos dos personagens das HQs para atrair a atenção dos alunos.

Imaginação e fantasia
Luciana Begatini Silvério, professora de pós-graduação na área de educação, lembra ainda que o PCN pede que o leitor seja formado como alguém capaz de ler, compreender e interagir com a leitura – entendida não só por meio de palavras e frases, mas, também, por diferentes tipos de linguagem. Com os quadrinhos, a criança em fase de alfabetização que ainda não domina a leitura e a escrita do alfabeto consegue fazer uma leitura competente com o recurso das imagens. “Além disso, a criança precisa muito ser formada no concreto. E nas HQs, os recursos de imagens, expressões dos personagens, letras, metáforas visuais ajudam a ter maior compreensão do que ela está lendo”, afirma.

Entre os elementos que se reconhecem como mais atrativos para as crianças nas histórias em quadrinhos estão aspectos lúdicos, como cores, onomatopeias, personagens e traços. Na dissertação de mestrado de Luciana Begatini Silvério, defendida em 2012 – orientada por Lucinea Rezende, na UEL –, ela fez uma pesquisa de campo com professores e alunos da rede municipal da cidade Primeiro de Maio, no Paraná. A pesquisa não foi feita com alunos em alfabetização e, sim, com estudantes do segundo ciclo do EF. Dos 58 alunos participantes, 30 listaram as HQs entre seus gêneros de leitura preferidos. E três, apenas, afirmaram não gostar de HQs (dois deles alegaram que os quadrinhos são para serem lidos em casa).

Luciana Novello, professora do 1o ano do EF no Colégio Ofélia Fonseca, em São Paulo, destaca justamente o caráter lúdico como um dos elementos de atratividade dos quadrinhos. “As histórias em geral são divertidas, somadas ao colorido das imagens. E temos gibis com histórias bem curtas, de uma página, e para a criança ler fica uma leitura mais prazerosa”, diz. Além disso, a professora afirma que, entre seus alunos, o gibi já faz parte do cotidiano fora da escola: por isso, a familiaridade com os personagens por si só já desperta o interesse das crianças.

Os quadrinhos podem, ainda, ser trabalhados com as crianças em idade de alfabetização em relação com o brincar – como, por exemplo, uma forma de trabalhar a imaginação, o “faz de conta”. “Alguns quadrinhos fazem parte da literatura infantil, e a literatura infantil se alia à brincadeira justamente através do simbólico, da fantasia. Quando você permite que atuem a imaginação e a fantasia da criança é possível que isso faça parte das atividades lúdicas”, diz Maria Angela Barbato Carneiro.

Corrigindo a Mônica
Professor da Escola Polo Municipal Venita Ribeiro Marques, em Aral Moreira (MS), Gilson Matoso considera a HQ uma das melhores maneiras para chamar a atenção das crianças. Pós-graduado em Mídias na Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), ele costuma aliar o trabalho com os quadrinhos a datas especiais – como as festas juninas. E, no segundo ano do EF, trabalha também a gramática. Personagens conhecidos das HQs da Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa, o Cebolinha troca o “R” pelo “L” e o Chico Bento tem o registro da sua fala acaipirada, com erros ortográficos. “Fazemos exercícios em que corrigimos algumas palavras dos personagens, passando para a norma culta”, diz Matoso.

Antes de o aluno desenvolver a leitura das palavras e dos desenhos em si – como personagens e cenários – há outros elementos típicos das HQs que as crianças aprendem a ler e a interpretar. “O texto está ali, não podemos ignorá-lo, mas mesmo que as palavras escritas sejam estranhas para o aluno, ele vai fazer a leitura visual­ da narrativa e vai entender que aquilo pode ser uma fala, um grito”, diz José Felipe da Silva.

A leitura do texto em si é facilitada ainda por conta do tipo de letra normalmente grafada dentro dos balões, que é a letra em bastão. Como na maior parte das escolas, a professora Luciana Novello explica que no Colégio Ofélia Fonseca a letra bastão é usada desde o ensino infantil até o primeiro ano, quando é introduzida então a letra cursiva, entre o final do primeiro ano e o segundo ano do EF.

Lucinea Rezende, da UEL, afirma que é importante ainda ter como premissa o tratamento da leitura como algo a ser construído continuamente. Ela ressalta que isso é válido não somente na alfabetização e no ensino fundamental, mas até mesmo na universidade. “Alguns estudantes gostam de ler, outros, não – ou porque não puderam ou porque não se interessaram suficientemente. Nesse caso, a gente precisa usar todos os recursos possíveis: se a criança já lê HQ, o que a escola pode fazer para a criança ler melhor, explorar outras possibilidades?”, questiona. A professora e pesquisadora defende que a escola deve trabalhar, sempre, com uma boa multiplicidade de textos, incluindo as HQs.

Além disso, Lucinea lembra que os alunos acabam desenvolvendo gostos por diferentes tipos de leitura. Por isso, a escola precisa se apropriar de todos os recursos possíveis. “Precisamos pensar ainda o que o professor está almejando quando trabalha a leitura. Quanto à HQ, por exemplo, o que se consegue ver nesse gênero literário? Pensamos na palavra, na imagem, nos personagens?”. A reflexão sobre os materiais usados pelos educadores deve levar em conta, afirma Lucinea, não somente questões da linguagem, mas também, de fundo social das narrativas. “É a partir dessa compreensão que se devem usar as HQs na alfabetização. Alfabetizar é trazer para o mundo da escrita, dos números, para que o aluno possa dialogar e interagir com o mundo”, explica.

Produção do texto
Com as HQs pode-se ainda propor a construção de histórias. “Para a produção de texto os alunos em geral gostam muito dos quadrinhos, por conta do desenho. É uma boa ferramenta para a sequência didática, em que é preciso ter um resultado final da produção deles”, diz Gilson Matoso.

Além de desenhar, pode-se tra­balhar com o texto produzido sobre histórias já feitas, com os ba­lões em branco. “Nesse caso o objetivo não é pensar em inventar a história, mas na escrita, na língua”, diz Luciana Novello, do Ofélia Fonseca. “No 1o ano, a principal ideia do uso do gibi é a aquisição de leitura e escrita. E, eventualmente, um trabalho com arte e ilustrações”, completa.

A professora afirma que os gibis são trabalhados em aula como um gênero textual. Em momentos de leitura planejada, cada aluno escolhe um exemplar para ler – seja ela leitura convencional (fluente) ou não. “Também se lê em dupla, um leitor mais fluente com outro menos fluente”, explica.

Gêneros e interdisciplinaridade

O quadrinho é um gênero em si mesmo, mas, dentro dele, há subgêneros – como romances adaptados e até reportagens em forma de HQ, o que se torna uma vantagem para apresentar outros gêneros de narrativa. “Claro que é preferível ampliar a leitura dos gêneros para outros textos, não somente os quadrinhos. Mas é importante que o professor apresente uma diversidade de gêneros de HQ”, diz José Felipe da Silva, da UFRN.

Além dos gêneros, as diferentes temáticas dos quadrinhos também são um elemento importante em sala de aula – e podem ser trabalhadas tanto com crianças em idade de alfabetização quanto com as maiores. “O foco de minha pesquisa foi buscar a interface entre HQ e a literatura, mas há outros aspectos transversais também, como noções de higiene, temas culturais e históricos”, diz Luciana Begatini Silvério.

Se na alfabetização os quadrinhos podem atrair a atenção das crianças para ler e escrever, nessa mesma fase as HQs podem servir como suporte ou tema para desenvolver outras habilidades – como adivinhas. “Existem também várias atividades que podem ser feitas com a linguagem dos quadrinhos, como noções abstratas de química. Pensamos no Asterix e na sua poção mágica, por exemplo, à qual podemos relacionar uma receita – um suco de laranja – e fazer essa brincadeira”, diz Maria Angela Barbato Carneiro, da PUC-SP.

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Fonte: Revista Educação Uol

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

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8,5 milhões de alunos estão atrasados duas séries na escola

Mais de 8,5 milhões de alunos brasileiros estão atrasados pelo menos dois anos na escola. Os dados são do Censo da Educação Básica 2013 e mostram que 6,1 milhões de estudantes do ensino fundamental e 2,4 milhões do ensino médio não estão na série ideal.

Nessas duas etapas de ensino o país tinha 37,3 milhões de matrículas em 2013. São crianças e adolescentes que reprovaram, abandonaram a escola ou já foram alfabetizados com atraso.

“Nós temos esse descompasso, que é a falta de correspondência entre e a idade e o ano escolar. A responsabilidade de solucionar esse problema é do governo federal e dos governos estaduais e municipais, junto com a sociedade. Não é só um problema de gestão do setor público, é uma questão das prioridades que a sociedade estabelece”, afirma Maria Beatriz Luce, secretária de Educação Básica do MEC (Ministério da Educação).

O ideal é que o aluno tenha 6 anos no 1º ano do ensino fundamental e complete 14 anos no 9ª ano. Já as três séries do ensino médio devem ser feitas entre os 15 e os 17 anos. A realidade, porém, é que 21% dos estudantes do fundamental e 29,5% do ensino médio não estão na sala correta.

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Fonte: Uol educação

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Atrasar aprovação do Plano Nacional de Educação é jogar contra o Brasil

Ainda não foi dessa vez que o Plano Nacional de Educação (PNE – Projeto de Lei 8035/10), que tramita no Congresso Nacional há três anos, passou por votação no plenário da Câmara dos Deputados. Sob a alegação de que a falta de consenso sobre uma medida provisória atrapalhou a pauta, os parlamentares adiaram a decisão sobre o tema nessa quarta-feira (14).

Com 14 artigos, 21 metas e 177 estratégias, o PNE estabelece diretrizes a serem cumpridas pelo Brasil para oferecer um ensino público de qualidade. A expectativa é que volte à pauta na próxima quarta (21).

Entre os avanços, o programa determina a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública, quase o dobro dos atuais 5,3%. Com isso, o plano pretende erradicar o analfabetismo, universalizar a educação infantil, o ensino fundamental e médio e elevar para 12 anos de estudo a escolaridade média da população entre 18 e 29 anos. Pretende ainda formar mais de 60 mil mestres e 25 mil doutores.

Todas essas metas tem como base a valorização dos profissionais da educação. Os professores terão de ter a equiparação salarial com outros servidores que possuam e mesma escolaridade. E os demais trabalhadores das escolas deverão ser concursados, passar por um processo de formação e ter um plano de carreira.

Justamente por trazer esses avanços e estabelecer uma estratégia para melhorar a qualidade do ensino, a votação do PNE é tão importante. “Cada vez que adiam a votação, os parlamentares atrasam a existência de um norte para que o Brasil possa melhorar o ensino. Com isso, criam-se expectativas, tensões, porque o tempo vai se esgotando, daqui a pouco teremos recesso do Congresso, eleições, a Copa. A votação deve ser prioridade na agente dos deputados”, alertou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão.

Sem unanimidade – Apesar dessas conquistas, o dirigente da CNTE aponta que, ao deixar a Câmara e seguir para o Senado, o projeto de lei do Plano Nacional de Educação sofreu alterações prejudiciais.

De acordo com Leão, os trabalhadores do setor pressionarão os parlamentares para que modifiquem quatro pontos.

O primeiro deles trata da destinação de recursos públicos. A última das metas do PNE determina 10% do PIB para a educação pública, mas, o corpo da lei, que tem grau maior, abre a possibilidade de o dinheiro ser repassado para instituições privadas que atuem no setor por meio de convênios.

Caso, por exemplo, de creches mantidas por instituições filantrópicas ou mesmo bolsas de estudos em universidades privadas.

O segundo é a orientação do governo federal para retirada da estratégia 20.10 do projeto de lei. O item eleva os recursos destinados pela União para implementação do Custo Aluno Qualidade (CAQ) e do Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQI). Na prática, aumenta o investimento em estados e municípios com menor orçamento e maior dificuldade para oferecer um ensino de qualidade.

“Não é bom que um governo popular e democrático intervenha dessa forma para retirar um ponto tão importante”, avalia Leão.

O terceiro item é a estratégia da bonificação para escolas que melhorarem o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O indicador mede os dados de aprovação escolar e das notas dos alunos.

Para o dirigente, a medida estabelece uma política que não é solidária e ainda retira do Estado para jogar nas mãos dos profissionais da educação a única responsabilidade pela melhoria do ensino.

“Os profissionais precisam ter carreira e não bônus eventuais de avaliação, que sequer levam em conta fatores como extra escola, como condições sociais da criança e condição familiar. A educação de qualidade deve ser construída com base na solidariedade e na democracia. Além disso, como aquelas que não atingirem o índice poderão investir para melhorar, se não receberam o bônus?”, questiona.

O último ponto foi a supressão de uma das diretrizes que tratava da promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual, por conta da pressão da bancada religiosa do Congresso.

Por conta dessas intervenções, Roberto Leão afirma que os trabalhadores da educação não abrirão mão de lutar pelo projeto original. “Consenso houve sobre o texto que passou pela Comissão Especial da Câmara e é esse que iremos defender”, enfatizou.

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Fonte: CUT

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comun. do Sinpro Goiás

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Contee participa de debate sobre a estratégia global para a educação

A coordenadora-geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto, o coordenador da Secretaria de Finanças, Fábio Eduardo Zambon, e a coordenadora da Secretaria de Gênero e Etnia, Rita Fraga, representaram a Contee no XI Congresso da Federação Nacional da Educação (FNE), de Portugal, realizado neste último fim de semana.

A atividade, que reelegeu João Dias da Silva como secretário-geral da entidade para os próximos quatro anos, contou com a presença de representantes de todos os estados da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), à qual a Contee é filiada. Os cerca de 500 delegados reunidos na cidade portuguesa de Matosinhos ainda aprovaram duas resoluções: a primeira pelo fim da austeridade e por políticas de crescimento e emprego; e a segunda, pelo reforço da Europa social através da participação nas eleições de 25 de maio, aprovada por unanimidade. Além disso, foi votado o Plano de Ação Sindical para a nova gestão.

Antes do congresso, na última sexta-feira (16), foi realizado um seminário internacional em que as delegações internacionais promoveram uma reflexão sobre os efeitos da crise na educação. A coordenadora-geral da Contee apresentou uma síntese do panorama educacional no Brasil, com destaque para o perverso processo de financeirização e desnacionalização do ensino, bem como para a tramitação de matérias importantes, como o Plano Nacional de Educação (FNE) e o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes).

Segundo a FNE, a perspectiva da CPLP sobre os efeitos da crise na educação esteve a cargo de Maria Arminda Bragança, que apresentou alguns números, enfatizando os altos níveis de abandono escolar, os baixos padrões de escolaridade e as disparidades de gênero no domínio do acesso à escola. O debate concluiu pela necessidade de todas as organizações sindicais afinarem uma estratégia global para definir aquela que deverá ser a agenda pós-2015 para a educação.

 

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Fonte: Contee

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás