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O fortalecimento do FNE como espaço de construção e debate de políticas

A sanção da Lei 13.005/2014, que, na semana passada, instituiu oficialmente o novo Plano Nacional de Educação (PNE), não representa apenas a conquista e o estabelecimento de uma série de diretrizes e metas para a educação brasileira, entre as quais a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor. O que a Lei 13.005/2014 instituiu foi também o próprio Fórum Nacional de Educação (FNE), do qual a Contee faz parte e que tanto lutou pela concretização do PNE. Fórum que, antes da lei, havia sido formalizado apenas pela Portaria 1.407/2010 do Ministério da Educação (MEC).

“O Plano Nacional de Educação foi uma deliberação da Conferência Nacional de Educação de 2010 e o Fórum Nacional da Educação acompanhou a efetivação dessa deliberação atentamente, participando de diálogos e mediações para que essa deliberação fosse concretizada”, destacou a coordenação do PNE em sua 24ª Nota Pública, divulgada pelo portal Contee. “Por este motivo, o FNE comemora essa conquista histórica e conclama todos/as brasileiros/as para participarem do processo de implementação do Plano Nacional de Educação, diante os desafios do nosso complexo modelo federativo e da necessidade de consolidação do Estado Democrático de Direto no Brasil.”

A Contee reitera a convocação do Fórum acrescentando que a participação da sociedade é imprescindível não apenas para assegurar a execução do PNE, mas também para fortalecer o próprio FNE como espaço de construção e debate de políticas para a educação. A Lei 13.005/2014 reafirma o Fórum como articulador e coordenador das conferências nacionais de educação, bem como de seu diálogo com as conferências municipais, estaduais e distritais. Mais do que isso, porém, a norma determina, em seu texto, a inclusão do FNE como uma das instâncias competentes para o monitoramento contínuo e a avaliação periódica da execução do Plano Nacional e do cumprimento de suas metas, juntamente com o MEC, as comissões de Educação da Câmara e do Senado e o Conselho Nacional de Educação (CNE). Trata-se de uma importante conquista, que não estava expressa no projeto original enviado à Câmara em 2010.

Feita essa garantia na letra da lei, a Contee volta a enfatizar a importância do FNE e seu papel muito maior do que o de organizador de conferências, constituindo-se, na verdade, como uma representação fundamental de segmentos extremamente relevantes da sociedade civil e um espaço capaz de aglutinar as forças sociais dos setores organizados, principalmente os que estão, como a Contee, empenhados na defesa da educação pública e na instituição do Sistema Nacional de Educação (SNE), com a necessária regulamentação da educação privada. Lutar pelo fortalecimento dessa instância – o Fórum Nacional de Educação –  é lutar também pelo fortalecimento da própria educação.

 

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Fonte: Contee

 

 

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Salário de professor é metade do que recebem outros profissionais

A remuneração média dos professores brasileiros é equivalente a 51% do valor médio obtido, em 2012, pelos demais profissionais com nível superior completo. Há sete anos, esse porcentual era de 44%. Atualmente, o salário médio do docente da educação básica no País é de R$ 1.874,50. Essa quantia é 3 vezes menor que o valor recebido por profissionais da área de Exatas, como por exemplo, os engenheiros.

Uma das metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE), que aguarda sanção presidencial, é equiparar o rendimento médio dos profissionais do magistério das redes públicas com as outras categorias.

Os dados comparativos de evolução salarial ente os professores e as demais categorias estão presentes no Relatório de Observação sobre as Desigualdades na Escolarização do Brasil produzido por um comitê técnico do Conselho de Desenvolvimento de Econômico e Social (Cdes) da Presidência da República. O documento foi apresentado a todos os membros do Cdes, entre eles a presidente Dilma Rousseff, no último dia 5 de junho em Brasília.

O relatório traz dados de indicadores construídos a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), além de outras fontes oficiais referentes a data base de 2012. O documento tem o objetivo de propor ao Conselhão – como é conhecido – ações que deveriam ser priorizadas na política educacional do País.

`A remuneração dos professores da educação básica tem melhorado, embora lentamente. Aprofundar e acelerar as mudanças nos nossos indicadores educacionais depende de esforços integrados de atores e instituições nas três esferas de governo e em toda a sociedade`, afirmam os técnicos do Comitê do Observatório da Equidade, que elaborou o relatório em nome do Cdes.

Para o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo Filho o quadro apresentado pelo Cdes é reflexo de uma `situação histórica` do Brasil. `O argumento dos gestores para manter esses baixos salários é que os profissionais de educação estaduais e municipais são numerosos. Esse argumento de contingente é sem sentido. Percebe-se que não dá para acreditar no que os políticos dizem na televisão, quando defendem a melhoria das condições e salários dos professores. É um discurso que não é verdadeiro`, diz Araújo Filho.

Valor por hora

Se os valores do rendimento médio de professores e de outros profissionais já são díspares por si só, a desigualdade também é sentida no valor da hora de trabalho. Enquanto outras categorias com curso superior recebem, em média, R$ 29 por hora trabalhada, o professor recebe apenas R$ 18.

A situação fica ainda mais complicada para os docentes quando é feita a comparação por áreas. Profissionais da saúde, por exemplo, recebem em torno de R$ 35 por hora de trabalho. Os dados, também de 2012, são do Observatório do PNE, que sistematiza dados educacionais relacionados ao Plano Nacional de Educação.

Diante desse quadro, os técnicos que elaboraram o relatório dizem que é preciso `avançar na valorização e reconhecimento dos trabalhadores em educação, com o estabelecimento de programas e ações que estabeleçam maiores oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional aos professores e demais trabalhadores da educação`.

Essa posição é compartilhada por José Fernandes de Lima, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE). `Se queremos modificar essa situação, primeiro temos que ter consciência desses fatos, em seguida fazer investimentos não só em formação como na valorização`, fala Lima.

Tal questão, a da valorização, é vista como fundamental para que os estudantes recém saídos do colégio passem a enxergar a carreira de professor como uma opção profissional viável. Isso é o que afirma o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2014, lançado no final de maio deste ano. Atualmente, não são muitos os jovens que têm como sonho trilhar a carreira docente no País.

`Só teremos Educação de qualidade com bons professores e, para isso, é preciso atrair para a carreira do magistério os melhores alunos egressos do Ensino Médio. O magistério precisa ter atratividade suficiente, pois ´concorre´ com outras carreiras mais rentáveis ou de mais prestígio`, afirma texto do Anuário, produzido pela ONG Todos pela Educação e a Editora Moderna.

Aquém do ideal

Se o valor do rendimento médio do docente já é inferior ao ser comparado com outras profissões, o presidente do CNE lembra que há alguns anos, a situação era ainda mais complicada. `O salário do professor já ficou abaixo do salário mínimo. Era irrisório mesmo. E, infelizmente, ele ainda continua baixo. Os esforços para mudar essa situação ainda não foram suficientes`, diz Lima.

Um desses esforços citados pelo presidente do CNE foi a criação do piso salarial do magistério. O valor atual desse piso nacional é de R$ 1.697. O rendimento tem como referência o professor com jornada de 40 horas semanais.

Mas, se a definição do piso da carreira docente é visto como algo positivo, o seu valor ainda está aquém do devido, afirma o diretor da CNTE. `O piso é importante para o país, mas questionamos o valor que ele vem sendo reajustado desde o seu começo. Hoje, ele deveria estar em torno de R$ 2.380`.

Além disso, Heleno Araújo Filho ainda fala que nem todos os professores recebem o piso. `Ainda há Estados onde o professor em início de carreira ganha R$ 480 como salário base. O resto é completado com gratificação. Isso está em desacordo com a Lei do Piso`, diz.

Araújo Filho ainda aponta outro `risco` para o não cumprimento da meta do PNE. `Há um projeto de lei, atualmente no Congresso, que prevê o reajuste do piso pela inflação. Isso é outra ameaça para o devido cumprimento da meta`, explica o diretor do CNTE.

Cálculo

De acordo com comunicado emitido no início do ano pelo Ministério da Educação (MEC), `durante o período de 2009 a 2014 a correção do piso foi de 78,63%, valor superior à elevação do salário mínimo no período (55,69%) e ao reajuste das principais categorias profissionais`.

Atualmente, segundo o informe da pasta, `a correção reflete a variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno definido`. Ou seja, o índice é apurado com base na variação do valor aluno-ano do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

“Para o cálculo desse valor aluno, cabe ao MEC apurar o quantitativo de matriculas que serão a base para a distribuição dos recursos, e ao Tesouro Nacional a estimativa das receitas da União e dos Estados que compõem o fundo e a definição do índice de reajuste”, afirma o comunicado.

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Fonte: Sinpro Minas / Davi Lira – iG Último Segundo – São Paulo, SP

 

 

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Pesquisa revela perfil de professor do ensino fundamental e diretor de escola no Brasil

Segundo a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (TALIS), realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e coordenada no Brasil pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), no Brasil, 94% dos professores dos anos finais do ensino fundamental concluíram o ensino superior (contra 89% da média dos outros países estudados) e mais de 95,1% dos professores acreditam que podem ajudar os alunos a pensar de forma crítica. A Pesquisa coletou dados por amostragem no ano de 2013 em 34 países (24 países da OCDE e mais 10 países parceiros: Brasil, Bulgária, Croácia, Chipre, Emirados Árabes Unidos, Letônia, Malásia, Romênia, Sérvia e Singapura) e ouviu mais de 106 mil professores do que corresponderia aos últimos anos do ensino fundamental no Brasil (6º a 9º ano). No Brasil, a amostra foi composta por 14.291 professores de 6º a 9º ano do ensino fundamental e 1.057 diretores de 1.070 escolas, com o objetivo de comparar internacionalmente a opinião de professores e diretores sobre desenvolvimento profissional, condições de trabalho, crenças e práticas de ensino, apreciação do trabalho dos professores, feedback e reconhecimento do trabalho, além de questões sobre liderança, gestão e ambiente de trabalho. Segundo o INEP, os dados da pesquisa serão incorporados aos dados do Censo Escolar e das avaliações nacionais, a fim de permitir uma melhor descrição da situação educacional no país.

Segundo a pesquisa, o professor típico brasileiro é do sexo feminino (71%, contra 68% na média dos outros países em 2013 e 73% de média brasileira em 2008), tem 39 anos de idade (contra média de 43 nos outros países) e em média 14 anos de experiência no magistério (contra 16 de média nos outros países). Mulheres também são maioria em cargos de direção no Brasil (75% contra 49% na média nos outros países). A maior parte dos professores entrevistados (88%) participou de algum programa de desenvolvimento profissional nos 12 meses anteriores à pesquisa. No Brasil, os docentes passaram, em média, 21 dias em treinamento em organizações externas, contra média de 7 dias nos outros países. A pesquisa mostra também uma diminuição de 51% para 40%, de 2008 para 2013, no Brasil, de professores contratados em tempo integral, com correspondente aumento nas contratações a tempo parcial. Ainda, 76,5% dos professores têm contratos por tempo indeterminado no estabelecimento de trabalho, contra a média do país de 74% em 2008 e a média de 82,5% nos outros países. Os professores brasileiros estão entre os que passam o maior número de horas por semana ensinando: 25 horas semanais contra a média de 19 horas nos outros países. Por outro lado, relatam investir 20% do tempo de aula mantendo a ordem em sala, contra a média de 13% nos outros países.

Quanto às percepções dos professores, no Brasil, 86,9% dos professores dizem estar de modo geral satisfeitos com o trabalho e apenas 13,5% se dizem arrependidos de terem optado pelo magistério. A pesquisa também aponta que 60% dos professores brasileiros declararam ter grande necessidade de desenvolvimento profissional na área de ensino para alunos com necessidades especiais, o maior percentual entre os países pesquisados. Também segundo a pesquisa, 18,4% dos professores brasileiros concordam que os professores com melhor desempenho em sua escola recebem maior reconhecimento.

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Fonte: Sinpro Minas / Fundação Perseu Abramo

 

 

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Dia do Bombeiro

No dia 02 de julho comemora-se o dia do bombeiro, uma corporação da Defesa Civil que se encontra diretamente ligada à Polícia Militar.

A data foi decretada oficial no Brasil no ano de 1954.

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O Sinpro Goiás parabeniza todos os bombeiros!!!

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Fonte: Brasil Escola

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Boas férias, colegas professores (as)!

Hoje é um dia feliz e triste. Feliz porque marca o início das férias de milhares de professores no país e, especialmente, em Goiás, estado que mantém uma conquista histórica: férias dos professores no mês de julho. Direito que muitos proprietários de instituições de ensino de educação básica querem abolir pelo menos parcialmente, disfarçadamente, com a justificativa da iminência da prova do   tal ENEM.

Ao amanhecer, depois de poucas horas dormidas, pois fiquei até de madrugada corrigindo provas infindas, ainda precisei fazer um movimento mecânico de virar centenas de folhas de provas, já corrigidas, para poder somar uma por uma e lançar as notas na planilha (em muitas escolas devemos depois de tudo isso lançar em um sistema que se encerra em hora determinada, impossibilitando ao professor qualquer segundo de atraso, como no esquema fordista-taylorista).
Os professores da escola privada são submetidos a um esquema rotineiro de ministração de aulas e aulas e aulas, elaboração de provas e correções contínuas. Muitos colegas preferem terceirizar a correção, contratando corretores (e vejam como a terceirização conforme o que reza o projeto de Lei do Dep. Sandro Mabel, tem como único objetivo claro, a precarização das relações de trabalho, com a perda objetiva dos direitos trabalhistas que passam a se perderem em cadeias infindas de transferências de responsabilidades e de instabilidade configurada na efemeridade do contrato de trabalho que em muitos casos não chegam à 12 meses).
A LDB estadual obriga as escolas a destinarem um terço da carga horária para hora-atividade, destinadas a esse tipo de trabalho. Essa lei não é regulamentada em Goiás. As escolas não têm limites. Colocam provas todas as semanas. Algumas obrigam o professor a elaborar provas até duas vezes por semana. Além disso, são submetidos à elaboração contínua de recuperações contínuas, simulados de ENEM e VESTIBULARES, à vontade do empregador, sem limites. O professor que não recebe nada por isso, deve se submeter. Caso contrário, levantado a voz, teme por seu emprego. A cultura goiana, tradicionalista e conservadora, vê nessas escolas que adestram alunos, que os mantêm cativos num processo de assimilação, repetição e reprodução de “telespecção” passiva de aulas e aulas… e de reprodução irracional de provas, simulados, provas, recuperações, provas, segundas chamadas, simulados ENEM, simulados de recuperação, provas, novas provas, outras provas, aulas, aulas show e provas…. E o mais grave… não recebem por todo esse trabalho. Mais-valia pura. Aqueles que pagam corretores podem mensurar a mais-valia que produzem para seus patrões ou que já produziram ao longo desses anos todos. Não tenho dúvida que somam dezenas de milhares de reais.
Isso sem falar nas professoras da EDUCAÇÃO INFANTIL E DO ENSINO FUNDAMENTAL. Em geral, levam uma pilha de cadernos de alunos, planilhas, planejamentos semanais, quinzenais, mensais, bimestrais ou semestrais, sem remuneração alguma para tanto.
Digo sem remuneração porque o professor do setor privado recebe por “aula em pé”, ou seja, hora aula. Todas as demais atividades, reuniões ou provas a elaborar ou corrigir, não entram no cálculo do pagamento. O que configura, como já foi dito, a mais pura e límpida mais-valia. Tanto é verdade o que digo que muitos proprietários de escolas não se importam em criar provas, e provas em modalidades novas, por saberem que os professores se submetem e corrigem sem a ninguém reclamar. Isso sem falar no desvio de função docente, muito comum em Goiás, que obriga professoras e professores a montarem festas juninas, limparem a escola, fazerem matriculas…
Comecei minha história de professor de escolas particulares em 1997. Antes eu já tinha experiência como orador em movimentos religiosos, inclusive grandiosas experiências de falar a milhares de pessoas em grandes ginásios ou estádios pelo país a fora.
Como professor já tive muitas, muitas, muitas alegrias. Gosto muito do que faço. Gosto muito de ensinar filosofia e cidadania para a juventude.
Ao longo do meu caminho já vi todo o tipo de desrespeito ao professor. Eu mesmo fui vitimado algumas vezes. Diretores proprietários, ou coordenadores subalternos, entrando na sala de aula e repreendo o professor frente aos alunos com toda a grosseria. Vigias que lembram, pobres coitados, seguranças de boates, constrangendo e intimidando professores e alunos com olhares invasivos por janelas feitas nas portas das salas de aula. Coordenadores gritando loucamente para professores ou para alunos pelos corredores da escola. Tudo isso e muito mais já vi. Meus colegas podem relatar muito mais. Ameaças de demissão por nada. Assédio moral. Obrigar os professores a visitar portas de faculdades em dia de vestibulares. Correções gratuitas de provas de vestibulares. Aulas de reforço ou extras gratuitas. Participação em reuniões de pais ou atendimento a alunos sem recebimento nenhum por isso.
Mas hoje, dia que marca o início das minhas férias, eu que sou um dos dirigentes do SINDICATO DOS PROFESSORES DA REDE PRIVADA DO ESTADO DE GOIÁS, pude sentir na pele o que é o desrespeito ao professor.
Trabalho dia e noite para ganhar cada centavo de meu salário, destinado a pagamento de impostos, contas e mais contas. Não tenho cargo público ou empresa paralela à minha atividade docente. Vivo de minhas aulas. Em geral, trabalho em três turnos como muitos colegas. O tempo que me resta livre quando não estou em sala de aula nos três turnos é dedicado ao SINDICATO e à elaboração e correção de provas.
Pois bem, hoje acordei feliz, como geralmente acontece. Fui até as escolas que trabalho para entregar as provas corrigidas que ainda estavam em minha posse e receber as minhas férias já que não pude fazê-lo antes por estar trabalhando.
Todos sabem que o pagamento das suas férias deve ser realizado dois dias antes do gozo das mesmas, sendo o salário de julho+1/3 das férias. Mas o que encontro ao reclamar meu direito? A primeira escola diz: só pagaremos as férias no dia do pagamento de junho, no quinto dia julho. A outra: não sabemos ainda como ficará o pagamento das férias. Fiquei sabendo que o meu caso é o mesmo de centenas de colegas. O que nos resta? Denunciar ao SINDICATO, à Justiça do Trabalho, ao Ministério Público do Trabalho.
Ou seja, a realidade de precarização do trabalho é generalizada. Temos uma taxa baixa de desemprego no Brasil atualmente. Mas lhes pergunto: que emprego ou subemprego é esse e sob quais condições objetivas e legais está assentado?
Fico muito decepcionado com a realidade da educação brasileira. São poucas as escolas privadas que valorizam o professor. Quanto ao Estado e ao Município, já somos sabedores da precarização imposta pelo governador Marconi que retirou e continua retirando direitos dos professores e do caso do prefeito Paulo Garcia que amarga uma greve que com seus integrantes ocupando a Câmara Municipal, exigindo o mínimo de dignidade e de respeito aos direitos dos professores do município.
Quanta irresponsabilidade de empresários e do Estado. Essa moçada que estamos formando, parafraseando Renato Russo, é o futuro na nação… “vamos fazer nosso dever de casa, aí então vocês vão ver nossas crianças derrubando reis, fazer comédia no cinema com as suas leis”. Como consolidar o projeto de uma grande nação com essa EDUCAÇÃO MEIA BOCA?
São poucas as escolas privadas que respeitam o direito de férias do professor. Em geral, são as confessionais tradicionais. Aquelas que ainda são tipificadas como filantrópicas. As demais, em sua maioria, não respeitam a CONVENÇÃO assinada como o sindicato dos professores. Negam direitos primários: assinatura na carteira de trabalho, pagamento de descanso remunerado, pagamento de hora aula sobre 5.25 semanas, pagamento de férias e décimo terceiro.
Em fim, estamos vivendo um momento complicado da EDUCAÇÃO no país. A sombra da escravidão, da servidão e ditadura que silenciava os trabalhadores, está pairando sobre nós.
Grande parte das vagas oferecidas para a educação básica é oriunda do setor privado e a MAIOR PARTE das vagas ofertadas para o ENSINO SUPERIOR (mais de 80%) é ofertada também pela rede privada.
Sabemos que a maioria dessas instituições está focada (obcecada) em aprovações em exames (ENEM, VESTIBULARES, ENADE). Ou seja, tudo gira em torno das avaliações. Todos passam a estudar os critérios das avaliações e como treinar melhor os alunos para o sucesso em suas resoluções. Como dizia Foucault em Vigiar e Punir, a escola é um lugar de realização ininterrupta de exames.
Não encontramos escolas, por exemplo, em Goiás, com um centro olímpico ainda que pequeno. Os estudantes, quando muito, ficam ali presos nessas escolas durante um período e voltam depois para casa. Não encontram emprego como aprendizes ou oportunidades de ingressar no primeiro emprego. Muitos jovens não veem sentido de estar na escola, como já não viam na própria família.
Resultado: suportam a escola por causa das amizades, da merenda, da criatividade dos professores com seus projetos heroicos. A conta é simples, muitos serão aliciados pelo tráfico, pela criminalidade. Aí setores conservadores da sociedade civil, orquestrados pela mídia, vão clamar mais uma vez pela redução da menoridade penal sem antes garantir aos jovens direitos básicos de educação e políticas de lazer, desporto e cultura.
O que vemos, portanto, é a inserção de centenas de jovens na criminalidade.
Imaginem se a escola fosse de fato integral, se possibilitasse aos alunos a iniciação esportiva na natação, atletismo, basquete, vôlei, futebol ou artes marciais. Ou mesmo na iniciação artística e musical para aprenderem a pintar, tocar um instrumento ou atuar.
Mas não. O que vemos é a escola que confina, enfileira e fica repetindo aulas, aulas, provas, provas, simulados, simulados. Tudo isso sem estética, cidadania, sem consciência política ou filosófica.
O que podemos esperar de um país que silenciosamente assiste a tudo isso e consente?
Caso não façamos nada agora, o futuro de nosso país será sombrio.
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http://professorrailtonsouza.blogspot.com.br/
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Prof. Raílton Nascimento Souza
Secretário de Formação do Sinpro Goiás
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Jorn. FERNANDA MACHADO
Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás
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Carteirinha do Professor (a)

Ao se associar ao Sinpro Goiás, os professores (as) recebem a sua carteirinha, Com ela em mãos, entre outras vantagens, você garante seu direito ao benefício (Lei 17.575/2012), que assegura aos filiados (professores (as) de escolas particulares), o privilégio à meia entrada em cinemas, teatros, casas de diversões, praças desportivas e similares, no Estado de Goiás.

A sua carteirinha do Sinpro Goiás, acompanhada de qualquer documento oficial, além da assistência jurídica profissional e do livre acesso ao Clube do Sinpro Goiás, garante a você e a seus dependentes, os benefícios e vantagens proporcionados pelos nossos convênios ( em reestruturação).

Se você é professor de instituição particular de ensino (com carteira assinada) e ainda não é filiado (a) ao Sinpro Goiás, junte-se a nós aqui

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Atenção, Professores (as)!

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), assinada com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Município de Goiânia (Sepe), determina, em sua Cláusula 7ª, que as férias dos professores devam ser  concedidas e gozadas, obrigatoriamente, no mês de julho, com duração de 30 (trinta) dias ininterrupto.

Nos termos do Art. 145, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),  a remuneração das férias, acrescida de 1/3 (um terço), tem de ser creditada na conta dos (as) professores (as), com a antecedência mínima de seu início, sob pena de o período não ser considerado como tal, consoante determina a Súmula N. 450, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Chegaram ao Sinpro Goiás, nos últimos dias,  reiteradas informações de que a maioria dos colégios de Goiânia, apesar de formalmente, haver concedido as férias a todos os seus professores, não as pagou, antecipadamente. Com isto, o mês de julho destes professores não será de férias e, sim, de recesso escolar. Em decorrência do descumprimento da inarredável obrigação, repita-se, determinada pelo Art. 145, da CLT, tais colégios, além de serem compelidos a concedê-las, de forma correta, em outra data, terão de remunerá-las em dobro, por força do que estipulam o Art. 137, da CLT, e a Súmula N. 450, do TST.

O Sinpro Goiás ajuizará, no próximo mês de agosto, ação de cumprimento da CCT, em face de todos os colégios que a descumpriram, quanto às férias.

Professores, informem ao Sinpro Goiás, se o colégio em que trabalham pagou as sua férias antecipadamente, ou fez como a maioria, deixou o pagamento delas para agosto; o que é ilegal e inaceitável.

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Disque Denúncia: 0800-607 22 27

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Encerra-se hoje, 30, cortesia oferecida pela Odontoclinic

Professor (a),

 

O Sinpro Goiás informa que a limpeza e avaliação (gratuitas), oferecidas como cortesia aos associados (as) e funcionários (as) do Sinpro Goiás e seus dependentes, pela Odontoclinic (conveniada a entidade), se encerra hoje, 30. Aproveite o último dia e agende já o seu horário!

 

 

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Endereço: Rua Dr. Olinto Manso Pereira, nº 1026, Setor Sul – Goiânia-Go

Telefone: (62) 3997-9700

 

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Professores brasileiros se sentem desvalorizados

Quase 90% dos professores brasileiros acreditam que a profissão não é valorizada na sociedade. Mesmo assim, a maioria está satisfeita com o emprego. O resultado foi apresentado semana passada pela Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que ouviu 100 mil professores e diretores escolares em 34 países.

De acordo com o levantamento, somente 12,6% dos professores brasileiros consideram-se valorizados. A proporção está abaixo da média internacional, de 30,9%. No entanto, 87% dos professores brasileiros consideram-se realizados no emprego, próximo da média global de 91,1%.

Apesar de não se sentirem valorizados, os professores brasileiros estão entre os que mais trabalham, com 25 horas de ensino por semana, seis horas a mais do que a média internacional. Em relação ao tempo em sala de aula, os professores brasileiros ficam atrás apenas da província de Alberta, no Canadá, com 26,4 horas trabalhadas por semana, e do Chile, com 26,7 horas.

Mesmo trabalhando mais que a média, os professores brasileiros gastam mais tempo para manter a ordem em sala de aula. Segundo o levantamento, 20% do tempo em sala é usado para controlar o comportamento dos alunos, contra 13% na média internacional.

Todos os entrevistados na pesquisa dão aula para a faixa etária de 11 a 16 anos. A publicação também mostra que nos países em que os professores se sentem valorizados, os resultados no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) tendem a ser melhores.

Quanto à formação, mais de 90% dos professores brasileiros dos anos finais do ensino fundamental concluíram o ensino superior, mas cerca de 25% não fizeram curso de formação de professores. A falta de especialização reflete-se no ensino. Professores com conhecimento de pedagogia e de práticas das disciplinas que lecionam relataram se sentir mais preparados do que aqueles cuja educação formal não continha esses elementos.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os dados serão incorporados aos dados do Censo Escolar e das avaliações nacionais, para que se possam criar descrições ainda mais detalhadas da situação educacional brasileira.

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Fonte: Portal Vermelho

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás