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Diretora do Banco Mundial diz que é preciso valorizar mais o professor

A diretora-sênior do Banco Mundial para Educação Global diz que chegou a hora de se repensar a questão do salário de professores em todo o mundo. Segundo Claudia Costin, os professores não devem ser tratados como vítimas. Segundo ela, é preciso haver mais respeito da sociedade pela função do mestre.

Claudia Costin, que já foi secretária municipal de Educação, no Rio de Janeiro, falou à Rádio ONU de Washington. Desde que assumiu o novo posto no Banco Mundial ela tem investido na nova estratégia da entidade para renovar sistemas de ensino, principalmente nos países em desenvolvimento.

Dignidade
“É muito importante revisitar a questão dos salários dos professores. Certamente não vai ser da noite para o dia, mas é importante valorizar socialmente o professor. A sociedade considerar que o professor não pode ser tratado como uma vítima. E nem ele deve se ver como uma vítima. Ele tem que se tratado como um profissional com dignidade. Isso não quer dizer não só um salário contente, como quer dizer também respeito social pelas suas práticas.”

Claudia Costin explicou que em alguns casos, em países africanos, houve a contratação em massa de professores, o que terminou pondo pressão sobre o orçamento de vários governos.

O Banco Mundial atua na área de educação em 72 países com um portifólio de US$ 9,5 bilhões. A diretora mencionou ainda um dos programas de Moçambique que focam na educação na primeira infância.

 

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Fonte: Sinpro RS/Com informações de Rádio ONU.

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Não falta professor, mas interesse de seguir a carreira

Apesar de haver Escolas sem Professores no Brasil, o número de licenciados entre 1990 e 2010 seria suficiente para atender à demanda atual por Docentes. É o que revela a pesquisa inédita do Professor José Marcelino de Rezende Pinto, da Universidade de São Paulo (USP). Faltam, portanto, profissionais interessados em seguir carreira dentro da sala de aula.

O estudo aponta para a necessidade de tornar a profissão mais atrativa e de incentivar a permanência estudantil na área. Isso porque o número total de vagas na graduação é três vezes maior que a demanda por Professores estimada nas disciplinas da Educação básica (mais informações nesta página). Em todas as áreas, só as vagas de graduação nas universidades públicas já seriam suficientes para atender à demanda.

Para realizar a pesquisa, o autor cruzou a demanda atual por profissionais na Educação básica com o número de formados nas diferentes disciplinas curriculares entre 1990 e 2010. Assim,apenas em Física é possível afirmar de fato que o número de formandos não é suficiente para suprir a necessidade. Segundo Marcelino, os titulados preferem ir para outras áreas a seguir a docência. “A grande atratividade de uma carreira é o salário. Mas, além da remuneração, o Professor tem um grau de desgaste no exercício profissional muito grande. E isso espanta”, afirma o pesquisador, que é da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto.

Os cursos de formação de Professores têm evasão maior que 30%, acima da média registrada por outras graduações. “Em vez de financiar novas vagas, muitas vezes em modalidade a distância sem qualidade, precisamos investir para que o Aluno entre e conclua.” Dados recentes mostram que há um déficit nas Escolas brasileiras de 170 mil Professores apenas nas áreas de Matemática, Física e Química. Só na rede estadual de São Paulo, 21% dos cargos necessários estavam vagos no ano passado, como revelou o Estado na ocasião.

A maior lacuna era em Matemática e Português, esse último com falta de 7,1 mil Docentes – o governo do Estado afirma que os Alunos não ficam sem aula, mesmo que acompanhados por Professores de outras formações. Em Língua Portuguesa, a pesquisa revela um dos maiores abismos. O número de concluintes entre 1990 e 2010, de 325 mil, é quase três vezes maior que a demanda calculada, em torno de 131 mil.

Só três disciplinas aparecem com razão negativa entre concluintes e demanda: Ciências, Língua Estrangeira e a já citada Física (veja o infográfico ao lado). Nas duas primeiras, os dados não refletem algumas condições: a área de Língua Estrangeira é atendida por formados em Letras, que tem alto índice de estudantes, e muitos Professores de Ciências têm formação em Biologia – que tem a maior proporção de concluintes.

Ganho.O salário de um Professor é, em média, 40% menor que o de um profissional de formação superior. Foi essa diferença de renda que fez Simone Ricobom, de 40 anos, deixar a docência em 1998 – após cinco anos na área – para trabalhar na Previdência Social. “Havia o pensamento de que o Professor tinha de ser um pouco mãe e eu queria ser profissional. Também percebi que não havia projeção na carreira.” Ela voltou a atuar na Educação infantil entre 2008 e 2012, dessa vez na rede particular, mas se decepcionou novamente.

O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que o resultado da pesquisa desconstrói um falso consenso sobre um “apagão”. “Os dados reforçam que a principal agenda na questão Docente é a da valorização”, diz. “Valorização é garantia de boa formação inicial e continuada, salário inicial atraente, política de carreira motivadora e boas condições de trabalho.”

Mínimo de 30%. Deliberação de 2014 do Conselho Estadual de Educação de São Paulo exige que as instituições de ensino superior sob sua responsabilidade, que incluem as estaduais (USP, Unicamp e Unesp) e fundações municipais, deverão oferecer nos cursos de formação de professores o mínimo de 30% da carga horária de conteúdo didático-pedagógico.

O documento ainda exige que cursos deem atenção a atividades práticas. O texto atual altera dispositivos de deliberação similar redigida em 2012. As instituições teriam até o ano passado para realizar as mudanças. Como cabe ao conselho aprovar o reconhecimento dos cursos, as estaduais conseguiram renovação temporária de um ano e depois devem se adequar.

 

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Fonte: Sinpro RS / com informações de O Estado de S. Paulo.

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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UFG está em 22º lugar e UEG em 113º

A Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e a Universidade de Rio Verde (Fesurv) ocupam os 94º e 171º lugares, respectivamente

O jornal “Folha de S. Paulo” divulgou nesta segunda-feira (8/9) a lista com o desempenho de 192 universidades brasileiras públicas e privadas. Com base em dados oficiais e publicações científicas, o Ranking Universitário Folha (RUF) mostra a Universidade Federal de Goiás (UFG) na 22ª colocação e a Universidade Estadual de Goiás na 113ª. A Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e a Universidade de Rio Verde (Fesurv) ocupam os 94º e 171º lugares, respectivamente.

Mesmo enfrentando uma crise financeira, a Universidade São Paulo (USP) aparece em primeiro lugar na lista, seguida da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O RUF é elaborado a partir de cinco indicadores, são eles: ensino, pesquisa, mercado, inovação e internacionalização. Dentre as universidades goianas presentes na lista, o item “internacionalização” foi o que mais deixou a desejar. Na classificação geral para o indicador, a UEG aparece na 172ª colocação, dois pontos atrás da Fesurv.

Em relação ao “mercado”, a PUC-GO aparece em 11º lugar e a UFG em 16º. Quanto ao item “ensino”, a UFG segue isolada em detrimento das demais unidades do Estado na 27ª colocação. Confira abaixo o ranking para as universidades goianas:

Sem títuloReprodução/ Folha de S. Paulo

Em relação ao ranking do ano anterior, a UFG avançou três posições e a UEG 43 posições, saindo do 156º lugar para o 113º. Em entrevista ao Jornal Opção Online na tarde desta segunda-feira (8/9), o reitor da Universidade Estadual de Goiás, Haroldo Reimer, disse que a unidade mantém uma posição intermediária no RUF, mas que há muito a comemorar devido ao salto verificado em apenas um ano.

Dentre as fragilidades da UEG encontra-se a deficiência quanto à produção científica tanto por parte do corpo docente quanto do discente. “Uma universidade para ser mais ou menos conceituada deve publicar ao menos um artigo por ano e temos que trabalhar bastante nisso”, pontua Reimer. Para contornar a situação, o reitor destaca a implantação do programa “Fomento ao Pesquisador”, cujo principal objetivo é aumentar a produção intelectual da unidade.

Quanto ao item “internacionalização”, Haroldo Reimer lembra que a unidade mantém um programa de mobilização discente que, desde 2011, já mandou ao exterior mais de 180 alunos. “Só que o índice se refere à mobilidade docente, que é algo que só agora estamos investindo”, destacou o reitor, emendando que a administração da universidade tem buscado parcerias com outros países.

O reitor da UEG também reiterou o avanço verificado pela unidade no ranking quanto aos resultados do último ano. Entre os motivos para isso, ele citou a implantação de sete novos programas de mestrados em 2013, além de aplicação, quase integral, do orçamento destinado à universidade.

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Fonte: Folha de S. Paulo

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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8 de setembro – Dia Internacional da Alfabetização

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7 de setembro – Independência do Brasil

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Profissão Professor

Seminario Nacional Contee

 

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Começa amanhã, 5, das 9 h às 18 h, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre (RS), o II Seminário Nacional Profissão Professor. A realidade do contrato de trabalho docente aponta para uma ampliação de novas atribuições e competências destinadas aos professores, seja por atribuição da legislação educacional, seja por uma política inter-relacional das instituições de ensino com sua comunidade e seus entornos.

No entanto, não podemos deixar de observar que, mesmo com mais funções e maiores responsabilidades, os contratos de trabalho docente continuam tendo como traço característico a hora-aula, como unidade remuneratória, e a carga horária semanal, como limite de jornada, para efeitos, tanto de critérios basilares de pagamento salarial, quanto aferidores de horário extraordinário.

Os painéis que serão apresentados no II Seminário Nacional Profissão Professor – A amplitude da função docente e a sua remuneração tem objetivo de debater e destacar esses critérios.

Os advogados, Dr. Lessandro Gomes Cirqueira e Dr.ª Merielle Linhares Rezende, ambos do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro Goiás), participarão do evento.

Para programação, inscrição, artigos, contato e como chegar: Acesse aqui

 

 

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Fonte: Contee

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Representantes de diversas entidades participam de roda de conversa para contextualizar propostas da Semana do Fortalecimento do Controle Social

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A Prof.ª Zilmarina Camilo de Oliveira, Secretária de Gênero e Etnia do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro Goiás) e representante titular do Conselho Estadual da Mulher em Goiás (CONEM GO), se reuniu, na última semana de agosto, na sede do Ministério Público do Estado de Goiás, com as Promotoras de Justiça Rúbian Corrêa Coutinho, Karina D’Abruzzo e Melissa Sanchez Ita, entre outras representantes, para discutir a contextualização sobre a proposta da Semana do Fortalecimento do Controle Social, realizada pelo MP em cinquenta comarcas do Estado ao longo da semana e os desdobramento das ações preventivas planejadas visando à execução do Plano Geral de Atuação (PGA) do MP para o biênio dois mil e quatorze- dois mil e quinze, que tem como tema central a intensificação do combate à corrupção.

Observou-se que foram delineadas duas linhas de atuação para o MP, uma com foco repressivo e a outra, com viés preventivo. Neste último enfoque, a opção institucional foi no sentido de fortalecer os mecanismos existentes de fiscalização, pela própria população, da gestão pública, entre os quais estão os conselhos de políticas públicas, que têm participação direta da sociedade civil.

A Dra. Rúbian Corrêa Coutinho ainda explicou, a finalidade do encontro e salientou ter solicitado a reunião a partir das conclusões do relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher.

O documento apontou falhas nas políticas públicas executadas em Goiás no combate à violência doméstica e expediu treze recomendações para a melhoria dos serviços à população. Diante do documento a Promotora decidiu mobilizar a rede de enfrentamento, começando pelo CONEM.

O CONEM tem conseguido desempenhar o seu papel frente a gestão de políticas para as mulheres em Goiás?”Os principais pontos elencados foram à aparente crise que está ocorrendo não só no CONEM, mas em todos os Conselhos por conta da falta de apoio para trabalhar nas demandas, acarretando desânimo entre os membros; a pouca sintonia com a SEMIRA, falta de diálogo, falta de repasse de informações, disputa interna para formação da mesa diretora o que dificulta até mesmo a identificação dos que atualmente a compõe, falta de quórum para aprovação do regimento interno e a falta de conhecimento por parte do CONEM sobre como está sendo aplicado os recursos.

A Dra. Rúbian questionou sobre a autonomia do CONEM e o controle social em relação à SEMIRA, já que de acordo com o decreto nº 6.725/08, o Conselho está atrelado à Secretaria. Assim, refletiu-se sobre a garantia de autonomia administrativa ao CONEM, uma vez que a dependência financeira dificulta a gestão do órgão. Ainda foi elencando durante a reunião a dificuldade que o CONEM enfrenta para executar seu planejamento; foi pontuada, a falta de objetividade das conselheiras, o que se torna um fator de desmotivação; as dificuldades estruturais e de recursos humanos (secretaria executiva); a dificuldade perante as burocracias da administração pública; a descontinuidade da gestão; a dificuldade dos representantes da sociedade civil em cumprir seu papel, já que custeiam seus próprios gastos.

Entre as reflexões discutiu-se que o CONEM não vem cumprindo o papel exigido pela lei – a fiscalização dos serviços está aquém do que deveria estar – e que a falta de incentivo financeiro também dificulta a participação e a luta do Conselho.

Entretanto, as integrantes do CONEM foram unânimes em ressaltar o comprometimento do órgão e de todas elas com a causa da defesa da mulher e sinalizaram com a necessidade de dar continuidade às discussões em busca de propostas efetivas para aprimorar a atuação do CONEM.

Por fim, ficou acertado que uma nova Roda de Conversa (dia 19/09/14 às 09:00h), para dar continuidade a conversa, estabelecer relações de confiança e consenso em relação as ações que poderão fortalecer o Conselho.

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Com informações da 63ª Promotoria de Justiça dos Direitos da Mulher / Comarca de Goiânia

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Eleições 2014: Que o voto seja pela construção do Brasil almejado

 “Que ingenuidade a minha, pedir aos donos do poder para reformá-lo.”

 

    Este brado de protesto e denúncia, que atravessou os séculos e mantém-se atualíssimo ainda hoje, é do filósofo italiano Giordano Bruno, lançado à sua geração e às que o sucederam, por tempos imemoriais, minutos antes de ser queimado vivo, como herege, pela Inquisição, em 1600, porque se recusou a negar que o Sol era maior que a Terra e que esta girava em torno dele.

   Os protestos dos(as) trabalhadores(as), cotidianamente lançados contra o arraigado conservadorismo e as rotineiras posições avessas à  garantia da cidadania plena, pelo Poder Executivo e Poder Legislativo, em âmbito nacional e estadual, guardadas as devidas proporções, soam como o brado de Giordano Bruno, pois que, via de regra, com poucas exceções, os ocupantes destes poderes são representantes do poder econômico, sendo fiel aos seus interesses, que quase sempre caminham na contramão das políticas públicas que pavimentam o caminho para a construção segura e duradoura do bem estar e a justiça sociais, que são os objetivos da Ordem Social, determinados pelo Art. 193 da Constituição da República Federativa do Brasil (CR).

     No Congresso Nacional, as propostas de emendas constitucionais (PECs) e os projetos de lei (PL), que visam a ampliar os direitos fundamentais e sociais ou são rechaçados de plano, ao descarado argumento de inconstitucionalidade, ou são submetidos à eterna hibernação. São exemplos claros desta deliberada conduta a PEC N. 231/2.005, que reduz a carga horária semanal de trabalho de 44h para 40h, sem redução da remuneração; o PL que extingue o fator previdenciário; o PL N. 8.035/10, que se transformou na Lei N. 13.005/2.014, que aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE), não antes de se arrastar por mais de três anos e meio; a Convenção N. 158, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe a dispensa imotivada; e muitos outros.

    No entanto, quando se trata de criar e/ou ampliar privilégios para o poder econômico, a agilidade e a generosidade são surpreendentes.

   A título de ilustração, toma-se o PL N.3.941/1.989, que regulamentava o aviso prévio proporcional de que trata o Art. 7°, inciso XXI, da CR, e que ficou mais de 21 anos engavetado na Câmara Federal. Porém, mal o Supremo Tribunal Federal (STF) acenou com a regulamentação deste preceito constitucional, por meio de Mandado de Injunção, de maneira decente, chegando o ministro Marco Aurélio a defender a proporcionalidade de mais dez dias de aviso por ano de trabalho, o referido PL foi desengavetado e aprovado, nas duas casas do Congresso, em tempo recorde, e sancionado pela Presidente da República, transformando-se na Lei N. 12.506/2.011, que assegura pífios três dias por ano e com limite de 60, ou seja, o aviso máximo é de 90 dias, para quem atuou 20 anos ou mais na mesma empresa. Algo quase surrealista devido à superlativa e permitida rotatividade no emprego.

    Pois bem. A cada quatro anos, os milhões de eleitores que não se comprometem com os escusos interesses do poder econômico têm em suas mãos a possibilidade de alterar esse quadro dantesco, elegendo governantes, em sentido estrito e lato, comprometidos com a construção da cidadania plena. Todavia, não o fazem, com exceção do primeiro mandatário do país, nas últimas três eleições.

    Contam-se nos dedos das mãos, dentre os 513 deputados e os 81 senadores, os que efetivamente tenham compromisso com o bem estar e a justiça sociais. Mas, uma coisa é certa, todos eles foram eleitos e não por fantasmas, mas, sim, por cidadãos(ãs). Nem se argumente que foram eleitos por quem comunga das posições políticas que defendem, porque o total de eleitores que abraçam essas teses é insuficiente para eleger tantos parlamentares que as representam, como é realidade do Congresso, já há várias legislaturas.

    O saudoso político de primeira grandeza, Mário Covas, em suas múltiplas e vitoriosas campanhas eleitorais, dizia aos eleitores que não se deve votar em alguém; deve-se, isto sim, votar-se por alguém, quer dizer, pelo povo trabalhador, pela democracia e pela cidadania plena. Lamentavelmente, não é assim que os eleitores têm votado. Caso contrário, não haveria tantas leis de cunho antissocial e tantos bons projetos engavetados.

    Infelizmente, por várias razões que não cabem neste estreito espaço, a maioria dos eleitores brasileiros, em repetidos processos eleitorais, vem comprando gato por lebre, metaforicamente falando. Ora acreditando em falsas promessas, como aconteceu nas eleições presidenciais de 1989; ora no velho que se traveste de novo, como em 1994 e 1998, igualmente nas eleições presidenciais; ora acreditando que tudo que é novo é bom – melhor seria dizer, o que não foi experimentado –, não importando o andor que o carrega nem o bosque que o circunda; ameaça que paira no ar, como nuvem pesada, para a próxima eleição.

    No que diz respeito ao Parlamento, isso tem sido prática reiterada, o que dá sustentação a este calamitoso estado de coisa. O pior é que cada escolha inadequada, para não se dizer errada, tem reflexos nefastos em mais de uma geração.

  No dia 5 de outubro próximo, haverá mais uma oportunidade para se optar pela construção do Brasil almejado, sendo que, no âmbito nacional, efetivamente, não há terceira via: ou se opta pela continuidade na nova realidade, que teve início com a eleição de 2002, e que apesar dos percalços e de muitos erros, vem caminhando com certa segurança; ou se opta pelo retrocesso, de triste memória.

    É bem de ver-se que estão em disputa projetos antagônicos e não o carisma e a conduta singular de cada candidato. Aqui, repete-se o brado de Giordano Bruno, é ingenuidade pensar que o(a) presidente governa só com sua vontade e com a sua personalidade. Governa, isto sim, com as forças que lhe dão sustentação. Vide a tragédia de 1961, quando o então presidente Jânio Quadros quis pôr-se acima das forças que o sustentavam.

    No tocante ao Congresso Nacional, não se difere muito. É preciso analisar a história de vida de cada candidato, a sua coerência, quem o apoia e quais são os seus compromissos políticos. Isto antes de confiar-lhe o voto, que poderá ser o seu passaporte para a Câmara Federal e/ou o Senado. Uma vez lá, o eleito, se não for bem escolhido, poderá, ao reverso da expectativa dos eleitores, votar contra os seus anseios e contra as leis que impulsionarão o progresso social.

Uma má decisão temporária poderá ter efeitos negativos duradouros, por décadas a fio.

É imperioso que cada eleitor pense nisto, antes de confirmar o voto.

 

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José Geraldo de Santana Oliveira

Assessor Jurídico do Sinpro Goiás, da Fitrae-BC, Fitrae MTMS, Sintrae-MS, Sintrae-MT, Sinpro Pernambuco, Consultor Jurídico da Contee e Assessor Jurídico do Sinditransporte e Presidente do Conselho Estadual de Educação de Goiás (2005 a 2007 / 2011 a 2013)

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Em pesquisa da matemática avançada

Com a confirmação de sediar a Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) em 2017 e o Congresso Internacional de Matemáticos (ICM) em 2018, o Brasil já é considerado um centro de excelência na pesquisa matemática mundial.

Para o diretor-geral do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), César Camacho, a escolha do país para sediar esses eventos, assim como a medalha Fields concedida a Artur Ávila este mês, no ICM em Seul, são um reconhecimento da importância que o Brasil alcançou como produtor de matemática.

“Esse prêmio é coerente com a maturidade que adquiriu a matemática brasileira, em particular aqui no Impa. Junto com o Artur Ávila estavam participando (no ICM em Seul) como conferencistas convidados quatro matemáticos brasileiros, os quatro do Impa. Um convite para fazer uma palestra num congresso desses é uma distinção muito grande e nunca aconteceu antes, é a primeira vez. É uma distinção também que dá uma ideia do desempenho que a instituição tem alcançado.”

De acordo com Camacho, na classificação da União Matemática Internacional (IMU), o Brasil é considerado nota 4, numa escala que vai até 5 e analisa o número de pesquisadores e as contribuições do país para a ciência. Na América Latina, o Brasil é o mais bem colocado – os demais países recebem, no máximo, nota 2. Países como os Estados Unidos, a Alemanha, a Inglaterra e a França têm nota 5.

Outro projeto que está sendo desenvolvido pelo Impa, a pedido do Serviço Social da Indústria (Sesi), é o Museu da Matemática, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, com previsão de ser inaugurado em 2016. O espaço contará com uma exposição permanente e um local para exposições temporárias.

“O papel do Impa tem sido convidar matemáticos do Brasil inteiro que tenham uma afinidade com esse tipo de questão, que trabalhem objetos que possam ser expostos. Essa exposição tem que ser algo que se aproxime do cidadão, do estudante, da dona de casa, uma coisa interessante, imediata, e que as aplicações [da matemática] fiquem evidentes. Isso não é qualquer matemático que faz”, destaca Camacho.

Instituição com 62 anos, o Impa se dedica à pesquisa da matemática no seu nível mais elevado e à formação de pesquisadores, com os programas de pós-graduação. O diretor explica que a matemática pode ser divida em duas grandes áreas: pura e aplicada. A primeira se dedica ao desenvolvimento da ciência matemática em si.

“Quando se fala em matemática pura, da profissão do matemático, ele não está preocupado com as aplicações da matemática. A matemática é um ser que tem uma vida própria, que vai se desenvolvendo com os processos lógicos, mentais, a partir da situação atual do que se conhece de matemática, obtendo novos resultados sobre a própria matemática. Hoje em dia ela evolui num grau de especialização extraordinária, são mais de 60 especialidades em matemática”.

Já a segunda se dedica a aplicar os conhecimentos matemáticos para a resolução de questões. Como exemplo, Camacho cita os estudos sobre as secções do cone iniciados pelos gregos 400 anos antes de Cristo, que só foram ter utilidade 2 mil anos depois. “No século 17, Keppler estudando o movimento planetário, descobre que o movimento dos planetas são elipses, então ele tinha à disposição toda a matemática grega para estudar o movimento dos planetas. No mesmo século de Keppler, Galileu descobre que o movimento que um projétil faz quando é disparado é uma parábola. Então toda a matemática já preparada se ajusta para isso”.

Ele cita também a questão do sigilo bancário, desenvolvido a partir dos números primos, a teoria de controle em matemática, que serve para desenhar programas de piloto automático nos aviões modernos, e a interpretação de fotografias de satélites, feita por análise matemática de computação gráfica, entre outros tantos exemplos. “Você pode se deparar no dia a dia com a matemática por todos os lados”, lembra o professor.

Além da pesquisa e pós-graduação, o Impa também participa da organização da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e oferece programas de capacitação de professores do ensino médio.

“A OBM é mais atinga, é para selecionar os estudantes que vão participar em competições internacionais. Essa atividade sempre foi muito elitista e extremamente seleta. Sem dúvida ela atende aos alunos melhor preparados e oferece um acesso mais rápido a um aprendizado em matemática, através do Impa. Agora, um acesso mais suave e atrativo para os alunos que não tem esse preparo mais avançado é oferecido pela Obmep, que tem uma participação muito ampla e já está trazendo ao Impa alunos de doutorado”.

O Impa conta atualmente com 50 pesquisadores, sendo 19 estrangeiros, e 153 alunos de mestrado e doutorado, 40% vindos de outros países. No pós-doutorado, são 60 jovens pesquisadores, 60 estrangeiros. Em média são formados por ano 14 doutores e 20 mestres. Desde a fundação do instituto, foram formados 744 mestres e 401 doutores.

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Fonte: Contee – com informações da Agência Brasil

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás