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Ação coletiva do Sinpro Goiás pede que Justiça do Trabalho bloqueie contas bancárias da Faculdade Montes Belos

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Assembleia de professores, no estacionamento da FMB, recebe apoio de estudantes

 

A violação dos direitos dos professores, com seus salários atrasados, e o descaso dos dirigentes da Faculdade Montes Belo (FMB) motivaram o Sinpro Goiás a mover uma ação coletiva na Vara do Trabalho do município de São Luis de Montes Belos, Goiás.  Além de atrasar  salários, a instituição de ensino não paga férias nem 13º salário regularmente, não aplica reajustes salariais, nem recolhe INSS e FGTS há muito tempo.

Truculenta, a diretoria da FMB impediu, dia 15, quarta-feira, no início da noite, que representantes do Sinpro Goiás se reunissem com os docentes, na sala de professores, para discutir a situação. Mesmo contra a vontade dos dirigentes da instituição de ensino, a assembleia docente aconteceu no estacionamento da faculdade, com amplo apoio dos estudantes.

Na ação civil pública N. 869-25.2013.5.18.181, ajuizada na Vara do Trabalho de São Luis dos Montes Belos, o Sinpro Goiás pede ao Juiz a antecipação de tutela, o que significa garantir, imediatamente, os direitos dos professores, persistentemente violados pela instituição de ensino.

Para assegurar que a Faculdade Montes Belos honre seus compromissos com os professores, o Sinpro Goiás pediu, na ação, o bloqueio online, imediato, de  todas as contas bancárias e a abertura de uma conta, no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal, com a finalidade de receber as mensalidades escolares dos mais de 4 mil alunos. (Medida semelhante foi tomada pelo Juiz da Primeira Vara de Itumbiara, o que assegurou, com pleno sucesso, os direitos dos professores da Universidade Luterana do Brasil – Ulbra).

Consta, ainda, do pedido judicial que a movimentação da conta bancária se dê sob o controle do Juiz, destinando-se os valores arrecadados, prioritariamente, ao pagamento dos salários mensais e aos direitos sociais dos trabalhadores docentes.

O sindicato pede, também, que sejam suspensos, imediatamente, todos os repasses aos sócios da Faculdade Montes Belos e que se faça mensalmente a apresentação de contas ao Juiz.

Outro pedido do Sinpro Goiás, apresentado ao Juiz, foi o da penhora de todos os bens da Faculdade Montes Belos, para a garantia de crédito dos empregados, a serem apurados em futura liquidação de sentença.

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Faculdade Montes Belos barra mas Sinpro Goiás faz assembleia de professores no estacionamento

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Professores fazem assembleia no estacionamento da Faculdade Montes Belos e recebem apoio dos estudantes

Com uma atitude inadmissível no estado democrático de direito, a direção da Faculdade Montes Belos impediu  representantes do Sinpro Goiás de reunir-se com os professores, em assembleia previamente marcada para as 18h30, do dia 15 de maio, naquela instituição de ensino.

Mas a atitude ilegal da instituição de ensino não esmoreceu os professores e a assembleia docente aconteceu no estacionamento da faculdade, reunindo também centenas de alunos que manifestaram abertamente apoio ao movimento de reivindicação docente

Nas próximas horas, a diretoria do  Sinpro Goiás divulgará nota oficial sobre o movimento dos professores e ajuizará ação civil pública para garantir pagamento de salários e demais direitos dos professores da Faculdade Montes Belos.

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Faculdade Montes Belos barra, mas Sinpro Goiás faz assembleia de professores no estacionamento

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Professores fazem assembleia no estacionamento da Faculdade Montes Belos e recebem apoio dos estudantes

 

 

Com uma atitude inadmissível no estado democrático de direito, a direção da Faculdade Montes Belos impediu  representantes do Sinpro Goiás de reunir-se com os professores, em assembleia previamente marcada para as 18h30, do dia 15 de maio, naquela instituição de ensino.

Mas a atitude ilegal da instituição de ensino não esmoreceu os professores e a assembleia docente aconteceu no estacionamento da faculdade, reunindo também centenas de alunos que manifestaram abertamente apoio ao movimento de reivindicação docente

Nas próximas horas, a diretoria do  Sinpro Goiás divulgará nota oficial sobre o movimento dos professores e ajuizará ação civil pública para garantir pagamento de salários e demais direitos dos professores da Faculdade Montes Belos.

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Sem garantias, proposta de pagamento gera clima de greve na Faculdade Montes Belos

Inadmissível e sem garantias. Assim classificou a diretoria do Sinpro Goiás proposta de cronograma apresentada pela Faculdade Montes Belos (FMB) para pagar salários em atraso de seus professores: quitar os salários referentes a março até dia 17 de maio; e os de abril, até dia 29 de maio.

A decepção da proposta torna inevitável uma greve de professores da FMB.

A diretoria do Sinpro Goiás decidiu por realizar uma assembleia geral dos docentes da FMB, nesta quarta-feira, dia 15 de maio de 2013, às 18h30, no seu local de trabalho. Pauta: deliberar sobre a realização de greve, até que os salários em atraso sejam integralmente quitados e fique assegurado que os salários vindouros sejam pagos na data legalmente estabelecida: até o quinto dia útil de cada mês, bem assim, que os demais direitos, até agora violados, sejam observados

 

Assembleia dos professores da Faculdade Montes Belos

 

Data: 15 de maio de 2013 – quarta-feira

Horário: 18h30

Local: Faculdade Montes Belos

Pauta: deliberar sobre a realização de greve

 

Matéria correlaciona:
Faculdade Montes Belos tem até as 17 horas de hoje para definir pagamento de salários em atraso

 

Leia, abaixo, a íntegra do e-mail enviado pela FMB:

 

“Conforme reunião realizada no dia 14/05/2013 estamos nos posicionando que será efetuado o pagamento dos professores referente ao mês de março/2013 até o dia 17/05/2013 e os salarios referente ao mês de abril/2013 até o dia 29/05/2013”

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Educandário Paranaíba é denunciado por prática antissindical

Educandário Paranaíba, de Goiânia, está sendo denunciado ao Ministério do Trabalho, pelo Sinpro Goiás, por impedir seus professores de exercerem o direito à liberdade de organização do trabalho e, assim violar a Constituição da República e, ao mesmo tempo, voluntariamente cometer um delito, previsto no Código Penal.

 A instituição de ensino nega-se a fazer o desconto da contribuição sindical em folha de pagamento dos professores sindicalizados, conforme determina a lei. Trata-se, portanto, de uma prática antissindical.

A denúncia do Sinpro Goiás se fundamenta nos direitos assegurados aos trabalhadores pela Constituição Federal, em seu Art. 8º , inciso IV, que explicita a obrigação da empresa em fazer o desconto da contribuição sindical, e no Art. 203, do Código Penal Brasileiro, que define a pena de quem age para “frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho”.  A atitude dos dirigentes frustra os direitos dos professores e, assim, traduz-se em assédio moral.

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Reajuste salarial da educação superior

Os salários dos professores das instituições de educação superior, em Goiás, ao 1º de maio de 2013, têm de ser corrigidos em 1,94%. Esse índice se aplica cumulativamente sobre o de fevereiro já devidamente corrigido em 5,13%.

A correlação salarial foi definida pela Convenção Coletiva de Condições de Trabalho e de Reajustamento Salarial assinada pelo Sin pro Goiás com o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Educação Superior do Estado de Goiás (Semesg).

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Ministério Público de Goiás fará audiência para discutir problemas das creches conveniadas com prefeitura

O descumprimento da legislação educacional, por parte das creches mantidas por meio de convênios parciais com a Prefeitura de Goiânia, chegou ao conhecimento do Centro de Apoio Operacional da Educação do Ministério Público do Estado de Goiás, por intermédio do Sinpro Goiás.

O Centro de Apoio Operacional da Educação – Caoeducação – é o órgão do Ministério Público do Estado de Goiás que atua na defesa do direito à educação, em todos os seus níveis, etapas de modalidades: fundamental, médio, superior, especial, abrangendo a matéria cível e a criminal, além de outras correlatas.

A coordenadora do órgão, Procuradora Simone Disconsi, se prontificou a agir para dar uma resposta, no que compete ao Ministério Público Estadual, ao descumprimento da legislação, por parte desses centros de educação infantil.

Na exposição que fez à Procuradora, o Sinpro Goiás informou que as creches estão descumprindo sistematicamente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, assim como a estadual, principalmente no que se refere às irregularidades no quadro docente. Desde a publicação da Lei  9.394, em 20 de dezembro de 1996, as creches passaram a ser instituições de educação. As que já estavam estabelecidas tiveram prazo de três anos – ou seja, até 1999 – para se adequarem. Nelas, quem cuida de crianças tem que ser professores, e não “monitores”, “regentes de classe”, “educadores”, como se denominam em creches conveniadas, em Goiânia.

Após tomar conhecimento das denúncias do Sinpro Goiás, quanto ao descumprimento da legislação educacional por parte dessas instituições de educação Infantil, a Procuradora se prontificou a promover uma audiência, em data a ser confirmada, que deverá reunir os agentes públicos do setor – Secretaria de Educação do Município, Conselho Municipal de Educação -, os mantenedores dessas instituições particulares de ensino e o Sinpro Goiás, representando os interesses dos professores. O objetivo da audiência será o de exigir que essas instituições de educação infantil cumpram a legislação e se comprometam com a educação de qualidade social.

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Ministério do Trabalho notifica Faculdade Montes Belos para comparecer a mesa-redonda

As denúncias dos professores da Faculdade de Montes Belos (FMB), levadas pelo Sinpro Goiás à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), resultaram na convocação daquela instituição de ensino para uma mesa-redonda, no dia 14 de maio, terça-feira, às 10 horas.

A denúncia acolhida pela SRTE se deu pelo fato de a FMB persistir na violação dos direitos trabalhistas dos docentes: atraso de salários, o pagamento irregular de férias, não recolhimento de FGTS e de INSS e a demissões imotivadas de professores e de auxiliares de ensino que reclamarem.

O Sinpro Goiás convida a todos os integrantes da comunidade acadêmica da Faculdade Montes Belos para a reunião, no órgão do Ministério do Trabalho. Anote:

Mesa-redonda: Sinpro Goiás e Faculdade de Montes Belos

Data: 14 de maio de 2013 – terça-feira

Horário: 10 horas

Local: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego

Avenida 85, nº 887, Ed. Genebra, Setor Sul- Goiânia-GO – Telefone Geral: (62) 3227-7000

Compareça!

 

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Brasil de Fato: Faculdade para brasileiros, lucro para o exterior

Patrícia Benvenuti

da Redação  de Brasil de Fato

Um negócio de R$ 12 bilhões, com um milhão de “clientes” e um faturamento de mais de R$ 4 bilhões por ano. Os números surpreendentes são os resultados da fusão entre os grupos educacionais Kroton e Anhanguera, anunciada em 22 de abril.

Juntas, elas serão a maior companhia do mundo no setor de educação em valor de mercado. Serão mais de 800 unidades de ensino superior e 810 escolas associadas em todos os estados, somando cerca de um milhão de alunos em educação superior, profissional e outras atividades associadas ao ensino.

A operação aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Apesar de tratada como fusão, a Kroton deverá predominar. Com um valor de mercado maior, a companhia terá 57,5% do controle, sete dos 13 assentos do conselho e a direção de Ricardo Galindo, atual presidente do grupo.

O mercado efervesceu com a notícia. No dia do anúncio da fusão, os papéis da Kroton fecharam em alta de 8,39% e os da Anhanguera, em 7,76%. Já se especula que outros conglomerados possam realizar operações semelhantes para enfrentar o “gigante da educação”, como vem sendo chamada a nova companhia.

“Cartelização”

A fusão, por outro lado, não foi bem recebida por entidades sindicais, estudantis e especialistas em educação. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) já anunciou que ingressará no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a operação.

Além disso, acionará o Cade para impedir a realização do negócio que, segundo a entidade, promove uma “cartelização” no setor. Com a junção, Kroton e Anhanguera terão cerca de 15% do total de alunos de nível superior do país.

Para o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Romualdo Portela de Oliveira, a presença do novo grupo deverá resultar em um oligopólio no mercado. “É de se esperar que o efeito sistêmico se amplie, do tipo abalar as instituições mais frágeis e começar a acentuar um processo de oligopolização”, afirma.

A origem do capital também preocupa. A coordenadora-geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto, lembra que os recursos que financiam essas negociações não são provenientes de instituições internacionais de ensino, e sim de agentes que esperam lucratividade. “Esse pessoal é do capital financeiro aberto, especulativo. Eles não têm o mínimo interesse com a qualidade da educação”, adverte. 

Quem é quem

No setor de educação há mais de 40 anos, o Grupo Kroton atua em diferentes estados. Algumas de suas marcas mais conhecidas são a Faculdade Pitágoras e a Universidade Norte do Paraná (Unopar), especializada em ensino à distância.

Em 2007, a Kroton abriu seu capital na Bolsa de Valores, mas atraía pouca atenção dos investidores. A situação mudou em 2009, com a entrada da Advent, um fundo internacional de private equity (que compra participação em empresas) dos Estados Unidos. A partir daí, seu valor de mercado saltou de R$ 400 milhões para quase R$ 7 bilhões. No Brasil, a Advent também é acionista de empresas de alimentação e construção civil.

A Anhanguera Educacional é mais presente nos estados do Sul e em São Paulo. Em 2011, a empresa comprou a Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban) por R$ 510 milhões. Um dos controladores da Anhanguera é o Fundo de Educação Para O Brasil – Fundo de Investimento em Participações, administrado pelo Banco Pátria.

O perfil dos investidores é semelhante em outras grandes instituições. A Estácio de Sá, por exemplo, tem a GP Investments como principal acionista. Já a Anhembi Morumbi, de São Paulo, é 100% controlada pela rede estadunidense de ensino superior Laureate, que tem entre seus sócios o fundo de investimento KKR, também dos Estados Unidos.

“Há um processo de financeirização e, mais do que isso, uma desnacionalização do ensino”, aponta o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Illiescu.

Ele estima que, atualmente, metade dos estudantes de faculdades privadas do país esteja vinculada a uma escola controlada por grupos internacionais.

Mercantilização

O interesse do capital especulativo sobre as faculdades privadas, para o professor do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gaudêncio Frigotto, é uma evidência de que a educação virou um bem de consumo. “A educação já não é tida como um direito, mas é tratada como um serviço e uma mercadoria sobre o qual se negocia”, diz.

O processo de mercantilização da educação no Brasil seguiu a corrente da lógica privatista neoliberal. Na década de 90, o governo federal concedeu incentivos para que as faculdades deixassem de ser geridas por fundações e se transformassem em empresas. A partir dos anos 2000, os grupos econômicos começaram a abrir seu capital na Bolsa, atraindo investimentos estrangeiros.

De acordo com o professor Romualdo Portela de Oliveira, alguns fatores contribuíram para aumentar o interesse dos especuladores sobre o país nesse período. Um deles foi o aumento das taxas de conclusão do Ensino Médio, que possibilita um número maior de matrículas no ensino superior.

Outros pontos foram o aumento da renda média das famílias e incentivos governamentais como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Financiamento Estudantil, o Fies. “É um mercado muito promissor para o setor privado lucrativo”, explica.

Não por acaso, a Kroton e Anhanguera têm seu foco sobre as classes C e D, consideradas o grande filão do mercado. A mercantilização, porém, tem ido muito além das faculdades.

Gaudêncio Frigotto lembra que quase todas as editoras didáticas nacionais já foram compradas por grupos estrangeiros, e uma série de fundações de empresas privadas estabelece cada vez mais convênios com o poder público na área do ensino. “É o capital do mundo entrando no quintal do Brasil”, diz o professor.

Negócios à parte, quem fica prejudicada é a qualidade do ensino. Para a 1º vice- presidente regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) em São Paulo, Ana Maria Ramos Estevão, a ideologia mercantilista de ensino terá reflexos sobre a formação dos jovens. “Como a preocupação fundamental é com o lucro, e não com a produção de conhecimento, vão oferecer uma educação voltada para o mercado”, afirma. 

Precariedade

As faculdades comandadas por grupos estrangeiros são alvo de uma série de denúncias de irregularidades. Ana Maria conta que o Andes-SN recebe, diariamente, notícias de professores que são demitidos depois de obterem sua titulação de mestrado ou doutorado, o que os qualificaria a receber um salário maior. Foi o que ocorreu quando a Anhanguera comprou a Uniban. Centenas de professores foram dispensados, causando revolta entre os alunos.

Também é comum que as instituições demitam os docentes depois de os cursos obterem reconhecimento junto ao Ministério da Educação (MEC). “Terminou o reconhecimento, mandam todo mundo embora e contratam gente que nem tem especialização, só graduação”, relata Ana Maria.

Existe ainda o chamado “rodízio” de profissionais – que ocorre quando um mesmo professor é enviado para trabalhar em várias unidades, às vezes em municípios diferentes. O objetivo da manobra é fazer com que todos os locais da instituição tenham, no papel, o número mínimo de docentes exigidos pelo MEC. A infra-estrutura também deixa a desejar, com falta de bibliotecas e laboratórios. Em vez disso, as faculdades se apóiam cada vez mais no Ensino á Distância (EaD).

De acordo com a Portaria 4.059/04 do Ministério da Educação, até 20% do curso presencial de graduação pode ser realizado por meio de atividades desse tipo. Segundo o presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), Celso Napolitano, é mais uma forma de as faculdades reduzirem custos. “A Anhanguera não tem aula nas sextas. Com isso economizam 20% da folha de pagamento. Isso acontece como um todo no ensino particular privado”, afirma.

O tratamento dispensado aos alunos é outro ponto problemático. Além de dificuldades em dialogar com as direções, o presidente da União Nacional dos Estudantes relata que as faculdades mantêm a prática de “catracar” os estudantes inadimplentes, impedindo-os de acessar as dependências da faculdade. “São medidas que colocam o lucro à frente do direito do estudante de entrar na faculdade”, pontua Daniel Illiescu. 

Regulamentação

Com a concentração do setor, a tendência é de que as condições de estudantes e trabalhadores sejam ainda mais precarizadas. Segundo o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP), a Comissão de Educação da Câmara promoverá uma audiência pública para debater a fusão entre a Kroton e a Anhanguera e a participação de capital internacional na educação brasileira.

Valente é autor do Projeto de Lei nº 2.138/2003, que proíbe a entrada de capital estrangeiro nas instituições educacionais brasileiras. A matéria, no entanto, encontra dificuldades para seguir adiante. “[O projeto] está tramitando na Casa sempre com parecer contrário, dado por deputados ligados ao lobby das empresas particulares que financiam as suas campanhas”, explica o deputado.

A falta de regulação no setor privado de ensino é apontada como uma facilidade para atuação dos grupos internacionais. O projeto de Reforma Universitária proposto pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva limitava em até 30% a participação de capital estrangeiro. No entanto, a proposta também esbarrou em interesses contrários.

Para Madalena Guasco Peixoto, da Contee, é preciso que o Estado assuma seu papel de fiscalizar e regular a atuação das faculdades privadas. Nesse sentido, a tarefa mais urgente é impedir a concretização do negócio entre a Kroton e a Anhanguera. “É da responsabilidade do Estado impedir isso porque, no dia em que não tiverem mais interesse em ganhar dinheiro com ações de instituições educacionais, vão deixar para o Estado brasileiro um milhão de estudantes sem instituição”, adverte.