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Deu em O Popular: Escolas terão prazo maior para se adequarem

Assembleia ampliou em dois anos o tempo para as instituições de ensino cumprirem a lei. Teto é de 50 alunos por sala

 

Márcia Abreu16 de julho de 2013 (terça-feira)
Sebastião Nogueira

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Deputado Júlio da Retífica disse não se lembrar do texto

A Assembleia Legislativa ampliou o prazo para as escolas particulares de Goiás se adequarem ao limite de 50 alunos por sala de aula. A tolerância, antes de três anos, passou para cinco. A alteração foi publicada no Diário Oficial no dia 22 de maio deste ano.

Em 2011, o caso teve repercussão negativa quando o Legislativo aprovou matéria que ilimitava o número de alunos nas salas das escolas privadas. O contrário aconteceu na rede pública.

A mudança de agora foi feita por meio de emenda modificativa no projeto de lei nº 40/2013, de autoria do governo, que chegou à Casa no início de maio para alterar o projeto de lei complementar nº 26/1998, que dispõe sobre as diretrizes e bases do Sistema Educativo do Estado.

De acordo com o texto, fica estabelecido um prazo de cinco anos, a contar de maio, para que as escolas particulares obedeçam às regras que valem para as turmas de ensino médio. Entre outras modificações, o projeto alterou a Composição do Conselho Estadual de Educação, que passa a ser composto por 26 membros.

Presidente do Sindicato dos Professores de Goiás (Simpro-GO), Alan Francisco de Carvalho considera a ampliação do prazo um golpe contra a educação. Ele argumenta que os professores da rede particular “foram duramente atingidos” já que as mudanças impactarão nas condições de trabalho e na qualidade do serviço prestado.

De acordo com Alan Francisco, não houve diálogo com o sindicato. “O projeto foi votado às escondidas, na calada. Estamos nos mobilizando para reverter o quadro. Se necessário, vamos entrar com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade)”, afirma o professor. O sindicato encaminhará uma carta à Assembleia, pedindo que a Casa revogue a emenda modificativa.

Ao contrário do Simpro-GO, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia, Flávio Roberto de Castro, não acredita que a mudança resultará em impactos negativos. Ele alega que diminuir o número de alunos não muda a qualidade de ensino.

“Não vejo polêmica. Se esse prazo fosse mais curto as escolas teriam de diminuir o número de alunos e quem pagaria o preço seria a sociedade porque as escolas privadas teriam de aumentar a mensalidade e as públicas não têm condição de atender esses alunos”, justifica.

Flávio Roberto também diz que desconhece reclamações por parte de pais ou alunos devido superlotação de salas de aula. Segundo ele, a média hoje é de 55 alunos nas turmas do ensino médio.

O deputado estadual e relator do projeto do governo, Júlio da Retífica (PSDB), não quis comentar o assunto. Ele disse ao POPULAR que não se lembrava do conteúdo da matéria e se dispôs a conversar com a reportagem hoje. O tucano alegou que estava retornando de uma viagem.

Entenda o caso 

– Fevereiro de 2011
Assembleia desobriga as escolas particulares de limitarem a quantidade de alunos por sala de aula. O contrário foi feito na rede pública.
– Abril de 2011
Concede às escolas privadas prazo de três anos para se adequarem à lei.
– Junho de 2011
Assembleia volta a alterar a lei e estipula a quantidade máxima de 50 alunos nas salas de aulas das escolas particulares e 40 nas públicas.
– Maio de 2013

Projeto de Lei 101/2013, de autoria do governo estadual, chega a Casa e, junto com ele, é aprovada emenda que amplia para cinco anos o prazo para que as escolas particulares se adequem ao limite de alunos por sala de aula.

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Na surdina, deputados dão mais prazo para escola particular colocar quantos alunos quiser em sala de aula

Os professores das escolas particulares, em Goiás, estão novamente às voltas com um problema que já foi duramente combatido pelo Sinpro Goiás:  a falta de limites para alunos em salas de aula, no ensino médio.

 Desta vez, a Assembleia Legislativa, em mais uma manobra, em um projeto originário do Executivo, que levou a assinatura do deputado Júlio da Retífica (PSDB) como relator, ampliou para cinco anos o prazo dado às escolas particulares para limitar a 50 o número de alunos, por classe. Isto foi o estabelecido pela  Lei Complementar N. 101, de 23 de  maio de 2013, que altera dispositivos da Lei de Diretrizes e Base da Educação, em Goiás (Lei Complementar N. 26, de 28 de dezembro de 1998).

Conforme artigo dessa nova lei, até 2018 as escolas particulares podem pôr quantos alunos quiserem, em sala de aula. Os donos de escolas vão manobrando deputados estaduais, remendando a legislação, para deixar de cumprir uma determinação da LDB, que está em vigor há quase 15 anos.

Um golpe, para os professores, um atentado contra o ensino de qualidade social e uma falcatrua, para a sociedade. O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro Goiás), juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) e Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Brasil Central (FitraeBC), mobilizam-se para reverter esse quadro.

A primeira medida do Sinpro Goiás é uma carta aos deputados, que leva também a assinatura das três entidades sindicais que poderão, inclusive, entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade.

Matéria da repórter Márcia Abreu, publicada em O Popular, dia 16 de julho de 2013, página 14, sob o título – Limite de alunos – Escolas terão prazo maior para se adequarem, trata do assunto:

•         Para o professor Alan Francisco de Carvalho, presidente do Sinpro Goiás, ouvido pela reportagem, os professores foram duramente atingidos pelo projeto votado às escondidas.

•         Para o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia, Flávio Roberto de Castro está tudo bem. Ele alega que diminuir o número de alunos não muda a qualidade de ensino e, se reduzir o número de alunos – ameaça ele, – haverá aumento no valor das mensalidades.  A afirmação do representante patronal dá a noção do que significa a educação, para o segmento que defende: a educação é vista apenas como fonte de lucro; para essas empresas,  educação é  apenas mais uma mercadoria.

•         O deputado Júlio da Retífica, relator do projeto cuja mudança que atendeu aos interesses dos donos de escolas, disse que não se lembra do conteúdo da matéria, que ele assinou e fez a Assembleia Legislativa aprovar.

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 O Popular: limite de alunos – escolas terão prazo maior para se adequarem

 

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Sinpro Goiás comemora 50 anos e sorteia brindes entre professores sindicalizados

sorteios

Professor(a), o Sinpro Goiás completa, no mês de dezembro, 50 anos de sua carta sindical. Como parte das comemorações, serão realizados 10 sorteios de valiosos brindes, entre os nossos professores e professoras sindicalizados.

Prepare-se você também!

Qualquer docente filiado ao Sinpro Goiás poderá ser agraciado.

Serão quatro (4) tablets, seis (6) assinaturas de revistas relacionadas ao segmento da educação, à escolha do sorteado. Isso para começar! Depois, teremos muito mais, nestas festividades!

Atenção: o sorteio ocorrerá na sede do Sinpro Goiás e não é necessário se inscrever, pois participarão os(as) professores(as) sindicalizados e que estejam em dia com suas contribuições sindicais.

Confira as datas dos sorteios, sempre às sextas-feiras:

Agosto: dias 16 e 30

Setembro: dias 13 e 27

Outubro: dias 11 e 25

Novembro: dias 8 e 22

Dezembro: dias 13 e 20

Os resultados serão divulgados no nosso portal e mídias sociais. Fique de olho e boa sorte!

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Alerta: O trabalho em excesso pode causar doenças a professores

Os professores precisam de tempo para cuidar da sua saúde. Pesquisadores da área de saúde, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, Rio Grande do Sul,  comprovam que os profissionais que exercem magistério necessitam de ter suas horas de lazer e descanso para que possam, saudavelmente, exercer sua atividade profissional.

Leia o artigo na íntegra!

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Marcus Biancardini e Antônio Assalin

teatro sesi dia 16.07

Professor(a), aproveite a atração do Teatro Sesi de amanhã. A entrada é franca!

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Trabalhadores vão às ruas, protestam e exigem mudanças

O Sinpro Goiás uniu-se à mobilização convocada pelas centrais sindicais, no Dia Nacional de Luta,  11 de julho, uma data histórica. Em Goiânia, aproximadamente 3 mil pessoas compareceram à concentração de trabalhadores, na Praça do Bandeirante, desde as primeiras horas da manhã, que depois se tornou em passeata que seguiu até a Praça Cívica, de onde retornou ao ponto de origem e se encerrou ao meio-dia. O Sinpro Goiás é filiado Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que organizou a mobilização, em conjunto com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral de Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), com o amplo apoio dos sindicatos dos trabalhadores.

Os protestos se espalharam por todo o País, sempre reunindo as centrais sindicais e movimentos sociais trabalhadores, em algumas regiões mais intensamente, com a paralisação do trabalho em fábricas, no comércio, do transporte público e fechamento de estradas. No Estado de Goiás, houve manifestações de protestos principalmente no município de Aparecida de Goiânia, onde ocorreu bloqueio de trânsito na BR 153.

A onda nacional de protesto foi centrada na reivindicação no combate ao projeto de liberação total da terceirização de mão-de-obra, do deputado goiano Sandro Mabel; na exigência do fim do fator previdenciário; na defesa da jornada de trabalho de 40 horas semanais e da reforma agrária, além da pauta específica da educação, como 10% do PIB para a educação, regulação do ensino privado.

A mobilização dos trabalhadores goianos ergueu bandeiras, também, pela destinação de 10% do PIB para a saúde, pelo transporte público de qualidade, valorização da aposentadoria, suspensão do leilão de petróleo, além da exigência de combate à corrupção política.

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Carta aberta ao Diretor do Colégio Princípios

Senhor Diretor,

O substantivo masculino plural “princípios”, em sua etimologia, possui o significado de primeiro, de base, de fundamento. Na Língua Portuguesa, este substantivo quer, também, significar valores éticos, regras idôneas de conduta.

A julgar pelas ações que são praticadas por V. Sª, apesar de o Colégio que  dirige receber o nome de fantasia de “princípios”, parece que este substantivo  possui outro significado, diametralmente oposto ao de sua etimologia e o de seu uso na Língua Portuguesa.

Isto porque, para obter vantagens indevidas, às custas de violações de direitos fundamentais sociais, assegurados aos seus professores, V. Sª não tem medido esforços. Basta dizer que estes, não obstante trabalharem o equivalente a 30 (trinta) aulas semanais, somente recebem por 20 (vinte).

Não satisfeito com esta conduta, repudiada pelo Direito, pela ética e pela moral, V. Sª ainda se acha por bem fabricar demissões por justa causa, daqueles que supõe serem denunciantes, ao Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro Goiás), da tal contuda.

E mais: com o objetivo de lançar cizânia, entre os seus professores e a Entidade, que tem o imperioso dever de bem representá-los, segundo informações que chegam a esta, V. Sª, deliberada e caluniosamente, mente-lhes, afirmando-lhes, sem nenhum rubor ou pejo, que a conduta dela iguala à sua, pois que não praticaria ação alguma, sem antes comunicá-lo, inclusive, nominando-lhe quem reclama de direitos  desrespeitados pelo seu Colégio. Ou, dito em outras palavras: a Entidade estaria mancomunada com V. Sª, para lesar os seus professores. O que seria indecente e criminoso.

Frise-se, Senhor Diretor, que esta nefasta conduta, além malferir a ética e a moral- que, para V. Sª, parece serem desprovidas de sentido-, constitui-se em crimes, capitulados nos Arts. 138 (calúnia),  139 (difamação),  140 (injúria), 203 (crime contra a livre organização do trabalho) e 339 (denunciação caluniosa), todos do Código Penal (CP), e como tal merece e será tratada.

Em que pese V. Sª sabê-lo, sobejamente, o Sinpro Goiás esclarece-lhe que o seu compromisso é com a cidadania, com o Estado democrático de direito, sustentáculo desta; com a conduta ilibada; com a ética e a moral, que são exigidas de todas as pessoas humanas e das abstratas (jurídicas); e, em particular, com a defesa intransigente dos legítimos interesses e dos direitos dos professores. Jamais com a torpeza e com os desrespeitos a estas regras essenciais ao convívio social, em qualquer sociedade que se pretenda sadia, como a brasileira.

Não queira atribuir  a outrem a repetição de sua  conduta, que, pelo que se infere, é integralmente reprovável.

Goiânia, 9 de julho de 2013.

Professor Alan Francisco de Carvalho

Presidente do Sinpro Goiás

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Abertas as inscrições de prêmio para trabalhos sobre igualdade

prêmio igualdade de gêneros

As inscrições para a nona edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero estão abertas até 30 de setembro, pela internet. Este ano, redações, artigos científicos e projetos pedagógicos escolares devem ser baseados em questões de igualdade de condições entre mulheres e homens.

A iniciativa tem como objetivo estimular a produção científica e a reflexão crítica sobre as desigualdades. Os responsáveis pelos melhores trabalhos receberão notebooks e outros equipamentos de informática, bolsas de iniciação científica, de mestrado e doutorado, de acordo com as normas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O prêmio é dividido nas categorias:

• Estudante de ensino médio — redação

• Estudante de graduação — artigos científicos

• Graduado, especialista e estudante de mestrado — artigos científicos

• Mestre e estudante de doutorado — artigos científicos

• Escolas públicas ou particulares reconhecidas pelo Ministério da Educação que tenham desenvolvido projetos e ações pedagógicas na comunidade escolar para a promoção da igualdade de gênero — projetos para escolas de nível médio

A nona edição do prêmio é de responsabilidade da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a entidade ONU Mulheres. No ano passado, a oitava edição registrou o recorde de 5.139 trabalhos. Em 2010, foram efetuadas 4.572 inscrições.

Inscrições e regulamento na página do prêmio na internet.

 

Fonte: Portal do MEC.

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Projeto do Senado reduz em R$ 171 bi previsão de repasse para educação e saúde

O Projeto de Lei sobre a destinação dos royalties do petróleo para educação e saúde aprovado pelo Senado na noite de terça-feira (02/07) diminuiu em R$ 170,9 bilhões a previsão de repasse para as duas áreas nos próximos dez anos. O texto que havia passado pela Câmara dos Deputados previa cerca de R$ 279,08 bilhões, o do Senado prevê um montante de recursos de R$ 108,18 bilhões até 2022. As estimativas estão em nota técnica da Câmara dos Deputados, atualizada na tarde de ontem (04/07).

O texto aprovado pelo Senado muda os contratos sobre os quais incidem as novas regras e reduz a parte de investimento feita por Estados e municípios e a divisão do Fundo Social do Pré-Sal. Assim, a área de educação deverá receber R$ 97,48 bilhões nos próximos dez anos – frente à previsão de R$ 209,31 bilhões para o texto da Câmara -, e saúde ficará com R$ 10,7 bilhões – menos que um sexto do montante de R$ 69,77 previsto no texto aprovado pelos deputados.

As alterações, propostas pelo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), foram o resultado de um acordo para manter parte do projeto da Câmara e atender a pedidos do governo federal. Em nota, o gabinete da liderança do governo no Senado discorda das estimativas da nota técnica.

Até a terça-feira, o governo lutava para que o Senado voltasse ao projeto de lei enviado pelo governo, que destinava R$ 25,88 bilhões integralmente para educação. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, mostrava preocupação do governo sobre o uso de recursos do Fundo Social do Pré-sal integralmente e sobre a mudança de destinação de verbas de Estados e municípios de contratos antigos.

O resultado não agradou aos defensores da educação, que reclamam da redução nos valores que serão investidos na área e no longo prazo para que sejam destinados.

“O texto do Senado recua muito em relação ao da Câmara. Os senadores decidiram não aumentar o aporte de recursos de Estados e municípios para educação e saúde”, criticou Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

 

Tempo de destinação

“A proposta original do governo era destinar à educação 100% dos royalties do petróleo decorrentes dos novos contratos de concessão, firmados a partir de 3 de dezembro de 2012. Como a exploração de petróleo é feita por contratos de longo prazo, esses recursos iriam demorar bastante tempo para chegar às escolas”, avalia a economista Maíra Penna Franca, que estuda o financiamento da educação básica na UFF (Universidade Federal Fluminense).

O substitutivo definiu que serão destinados para educação e saúde as receitas de royalties da União de poços cuja declaração de comercialidade, marca de que a exploração começou, tenha ocorrido a partir de 3 de dezembro de 2012.

No caso de Estados e municípios, o texto inclui apenas contratos firmados a partir de 3 de dezembro do ano passado. A decisão foi justificada pelo risco de que Estados e municípios judicializassem a questão. Porém, isso significará, segundo a nota técnica da Câmara dos Deputados, que os recursos dessa parcela só começarão a ser destinados à educação e saúde em 2022.

O texto estabelece ainda que 50% dos royalties do pré-sal que a União enviaria para o Fundo Social seja investido em educação e saúde, na proporção de 75% e 25%, o que garante verba imediata para os setores. O valor estimado é de que em 2014, as duas áreas recebam juntas R$ 870 milhões adicionais. A proposta da Câmara previa cerca de R$ 6,15 bilhões já no próximo ano.

 

Recursos ou rendimentos

O projeto da Câmara previa que 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal, uma espécie de poupança do governo, fossem destinados exclusivamente à educação. O Planalto queria que 50% dos rendimentos do montante fossem passados para o setor. O temor do governo era o de acabar com essa reserva de dinheiro nos próximos anos.

Para a economista Maíra Franca a injeção de dinheiro na educação por tempo determinado faz sentido pela necessidade de investimento em infraestrutura.

“É preciso investir em infraestrutura pois o sistema escolar ainda encontra-se em expansão. A taxa de cobertura não é completa, muitas crianças e jovens em idade escolar ainda encontram-se fora da escola. A jornada escolar mínima no Brasil é de apenas quatro horas diárias, enquanto nos países mais desenvolvidos é, em média, de seis horas diárias. Um percentual elevado de professores não possui formação adequada, e por isso é preciso oferecer cursos de licenciatura e de qualificação”, afirma.

“R$ 82 bilhões de oriundos de bônus de assinatura sob o regime de partilha é uma projeção sem qualquer respaldo técnico. Esses supostos recursos iriam para o Fundo Social, com 50% dessa receita (R$ 41 bilhões) indo para a educação – convém esclarecer que a destinação de parte do bônus de assinatura para o Fundo Social teve por objetivo capitalizar o Fundo nos primeiros anos de sua existência e não ser uma fonte permanente de recursos para o Fundo”.

“Nessa estimativa constavam também supostos recursos oriundos do pagamento, à União, por conta da individualização da produção de Campos concedidos e cuja área se estende para fora do bloco concedido, ou seja, em área da União – convém esclarecer que a premissa baseou-se em interpretação equivocada de que a União poderia explorar essa área diretamente, recebendo o petróleo ali produzido”, continua a nota.

A nota afirma ainda que “as alterações introduzidas no Senado buscaram aprimorar o texto aprovado na Câmara, minimizando o risco de judicialização e evitando o uso indevido do Fundo Social”.

O texto destaca também que “a iniciativa de vincular 100% dos royalties do petróleo para a educação foi uma iniciativa do Governo da Presidenta Dilma. Portanto o Governo e o Parlamento brasileiro tem o maior interesse em aumentar as verbas para saúde e educação, mas de maneira responsável e segura juridicamente, para que tais verbas efetivamente cheguem ao destino sem comprometer toda a economia. Vender ilusões e atuar de maneira juridicamente imprudente quando o Supremo Tribunal Federal já decidiu liminarmente a respeito da matéria pode mais uma vez comprometer a destinação dos royalties para essas áreas, tão importantes para nosso país”.

 

De volta à Câmara

O texto substitutivo do Senado terá de ser apreciado novamente na Câmara dos Deputados e pode ser aprovado como está ou voltar à proposta inicial da Câmara.

“Em relação ao projeto da Dilma, que era medíocre, a gente avançou muito, mas perto de R$ 260 bilhões que poderíamos ter, a gente teve um alto recuo. Precisamos garantir uma taxa de recurso cabível para as necessidades de educação no Brasil, que são enormes. Esperamos que a Câmara tenha grandeza histórica e atenda às reivindicações das ruas”, afirma Cara.

Mercadante confirmou que o montante dos royalties não será suficiente para garantir o investimento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação, previstos no PNE (Plano Nacional da Educação) 2011-2020 .

No entanto, o governo deve lutar na Câmara pela aprovação do projeto, segundo nota do MEC (Ministério da Educação).

 

VERBAS ADICIONAIS PARA EDUCAÇÃO E SAÚDE

 

Ano Estimativa de recursos*
2013 R$ 0,87 bi
2014 R$ 1,81 bi
2015 R$ 2,88 bi
2016 R$ 5,04 bi
2017 R$ 7,66 bi
2018 R$ 10,69 bi
2019 R$ 14,77 bi
2020 R$ 19,26 bi
2021 R$ 22,04 bi
2022 R$ 23,16 bi
Total R$ 108,18 bi
  • Fonte: Nota técnica da Câmara dos Deputados
  • * Foi considerado o cenário em que não há queda na produção dos poços do Pré-Sal

 

Fonte: Portal Uol