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Senadores do PCdoB e PT entram com ação judicial contra a PEC 55

Os senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE) impetraram Mandado de Segurança no Supremo Tribunal Federal pedindo o arquivamento da Proposta de Emenda (PEC) 55 por violação à Constituição. O relator é o ministro Luís Roberto Barroso.

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Agência Senado

“Nós estamos lutando contra os graves retrocessos representados por esta PEC. Mas além da questão política, também surgiu a questão jurídica, pois a PEC rasga princípios assentados na Constituição. É um golpe dentro do golpe”, enfatizou a senadora comunista, Vanessa Grazziotin.

Na ação, os parlamentares apontam que a PEC apresentada pelo governo de Michel Temer (PMDB), que propõe congelar os investimentos públicos por 20 anos, viola cláusulas pétreas da Constituição, como o princípio da separação dos Poderes, pois estrangula a independência e a autonomia financeira do Poder Legislativo, Judiciário, MP e Defensoria Pública.

Viola também o princípio da vedação ao retrocesso social, pois, segundo os senadores, com o corte dos recursos da saúde e educação “mitiga a essência protetora dos direitos sociais”, reduzindo o número de cidadãos beneficiados pelas políticas do Estado.

Ainda de acordo com o texto da ação, a PEC viola o princípio da segurança jurídica, da razoabilidade, pois impõe ao povo o ônus do congelamento, já que é a população mais pobre que depende dos serviços públicos de educação, saúde, previdência e assistência social.

O voto direto, secreto, universal e periódico também são ofendidos pela PEC ao prever ações que serão obrigatórias aos próximos cinco governos. Segundo os parlamentares, a PEC impede o chefe do Executivo de exercer, em sua plenitude, o mandado conferido pela soberania popular, ou seja, pela urnas, e ainda impede o Congresso Nacional de participar ativamente da alocação de recursos orçamentários.

“Nas próximas cinco legislaturas a partir de 2017 e até 2036, os representantes da população na Câmara dos Deputados e os representantes dos estados e do Distrito Federal no Senado Federal, eleitos democraticamente pelo povo, sabem que exercerão um mandato fracionado, amputado, em que lhes é interditado debater o teto de gastos linear e tecnocraticamente fixado pela PEC 55”, afirmam.

Segundo os parlamentares, o congelamento dos investimentos é “medida draconiana”, pois impõe o congelamento dessas despesas. “Dessa forma, qualquer perspectiva de ampliação da atuação desses Poderes e órgãos fica inviabilizada pelos próximos 20 anos”, reforça o documento.

O ministro Barroso fará a análise do pedido, podendo conceder liminar suspendendo temporariamente a tramitação da PEC e, posteriormente, julgar o mérito arquivando ou não a proposta. Os senadores pedem a confirmação da liminar e o arquivamento definitivo da PEC.

 

 

Fonte: Portal Vermelho

 

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Defesa dos direitos: centrais sindicais se unem e convocam mobilização e paralisações no dia 25

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Lideranças das principais centrais sindicais se reuniram na manhã desta quarta-feira 16, na sede do Dieese, em São Paulo, para debater e organizar a agenda deste “Novembro de Lutas”.

Na pauta, um balanço dos atos e paralisações realizados na última sexta-feira 11 em todo o país e organização dos próximos dias 25, o Dia Nacional de Lutas – com greves, paralisações e mobilizações, e 29, data da votação da Proposta de Emenda Constitucional 55 no Senado federal, em Brasília.

A reunião reafirmou a unidade do movimento sindical em torno de quatro temas que estão no cerne dos ataques aos direitos sociais e trabalhistas em curso no país atualmente. São eles: a defesa da aposentadoria e da previdência universal; a defesa da educação e da saúde e o repúdio à PEC 55; a denúncia das decisões do STF que vêm legislando contra os direitos da classe trabalhadora e a defesa do emprego e da redução de jornada sem diminuição de salário.

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Adilson Araújo (centro), Sérgio Nobre, da CUT (à esq.), João Carlos Gonçalves (Juruna) e Canindé Pegado, da UGT

“Querem quebrar a espinha dorsal do movimento sindical”

Presente na reunião, o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, afirmou que o fórum das centrais alinhou suas propostas para a construção do Dia Nacional de Lutas pelo Brasil contra a supressão de direitos, flexibilização e precarização.

E lembrou que existe uma tentativa de dividir o movimento sindical e fragilizá-lo. “Querem quebrar a espinha dorsal do movimento sindical, e nesse sentido o fortalecimento da unidade e o diálogo com as nossas bases será decisivo no processo de resistência e lutas”.

Araújo ainda indicou que “o que está posto é uma severa agenda de ataques contra a classe trabalhadora e a resposta unitária para esta conjuntura bastante adversa é resistir a todo custo”.

O presidente da CTB-SP, Onofre Gonçalves, destacou que na mobilização do dia 11 ficou claro que a “ficha está caindo” para muitas pessoas, que demonstraram interesse em saber mais sobre as mudanças na previdência, a proposta de teto de gastos (conhecida como PEC 55) e o que pode mudar com a reforma trabalhista. “É o momento de aprofundar o debate junto à classe trabalhadora”, afirmou.

Os dirigentes presentes foram unânimes em diagnosticar as atividades do dia 11 em todo o país como extremamente positivas – mais de dez categorias se mobilizaram e alguns estados surpreenderam com forte adesão e amplas paralisações na área naval e de transportes urbanos.

O dia 25 reúne condições de ser ainda maior que o dia 11. Na agenda do mês, também ficou definido o grande ato e vigília contra a Proposta de Emenda Constitucional 55 em Brasília, no dia 29, quando o Senado votará a proposta.

 

Serviço:

25/11 – Dia Nacional de Lutas – com greves, paralisações e mobilizações – em todo o país

29/11 – Dia de votação da PEC 55 no Senado federal – Brasília

 

Fonte: Portal CTB 

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MEC queria gastar R$ 198 mil em lanches nos voos da FAB

Ignorando a grave crise financeira pela qual passa o País, o Ministério da Educação (MEC) divulgou edital de licitação que prevê gastos de até R$ 198 mil por ano, exclusivamente para o ministro Mendonça Filho e sua equipe possam lanchar enquanto voam nos jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB).

 

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Foto: Fernando Bezerra/EFE

“Esta contratação tem como objetivo possibilitar ao MEC viagens aéreas mais confortáveis e com recursos próprios quando da utilização em aeronaves, prover também alimentação e serviços de bordo às aeronaves que atendem ao Senhor Ministro da Educação”, diz o edital, segundo a Época.

De acordo com o texto divulgado pela revista, o fornecimento de refeições para o ministro e sua comitiva “proporciona diversas vantagens”, como “tranquilidade, menor nível de estresse, disponibilização de boas condições de trabalho, fornecimento de água, dentre outras vantagens”.

Vale ressaltar que ministros já recebem diárias quando viajam, o que inclui valores para alimentação. “A diária para ministros pode ser de até R$ 580. O próprio Mendonça Filho já recebeu R$ 10 mil desde junho”, informa a reportagem. Mendonça Filho está na lista dos ministros que fizeram viagens não justificadas em aviões da FAB. O caso é alvo de inquérito civil do Ministério Público Federal.

A licitação é na modalidade menor preço. Para chegar aos R$ 198 mil de referência, o MEC calcula até 198 viagens com dez pessoas, com custo estimado de R$ 100 por pessoa. O termo de referência prevê bandejas de frutas a R$ 119 e refeições a R$ 54. O pregão seria no final deste mês. Após a publicação da reportagem, o ministro disse que não sabia do edital e que determinou o seu cancelamento.

 

 

Fonte: Portal Vermelho

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Intolerância: Pai mata seu próprio filho por discordar de seus ideais

A intolerância extrema vitimou um jovem estudante de matemática da Universidade Federal de Goiás (UFG) de apenas 20 anos, Guilherme Silva Neto. O assassino, o seu próprio pai, o engenheiro civil Alexandre José da Silva Neto, de 60 anos que após cometer o crime, suicidou com um tiro na boca e morreu logo depois no hospital. A tragédia ocorreu nesta terça-feira (15), em Goiânia-GO.

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Guilherme Neto foi vítima de intolerância do seu próprio pai.

Segundo relatos da mãe, a delegada aposentada Rosária de Moura Sousa e Silva, pai e filho viviam em conflito. O pai não aceitava o ideal revolucionário do filho que simpatizava com o modo alternativo de vida e às lutas sociais que participava.

Para o delegado do caso o crime foi premeditado. Segundo a ocorrência, os dois discutiram pela manhã e o pai havia proibido o filho de se encontrar com colegas que participavam da “ocupação” na universidade. À tarde, Alexandre saiu de casa e ficou à espreita do filho, Guilherme, que logo também saiu de casa e foi perseguido pelo engenheiro civil com uma arma na mão. O pai efetuou vários disparos contra o jovem até matá-lo e depois atirou contra sua própria vida.

Caráter político

Segundo o professor de História da UFG, Rafael Saddi, que conhecia o jovem e compartilhava dos mesmos ideais do estudante, o crime não deve ser tratado somente como uma violência familiar, teve um caráter político e deve ser analisado.

“O mais baixo uso político de uma tragédia é aquele que tenta impedir a explicitação do caráter político desta tragédia, disfarçando-se de humanismo”. Para Rafael, “é evidente que nem todo mundo que é contra as ocupações é capaz de matar por isso. Precisa de um traço profundamente violento e sabe-se lá mais o quê para cometer tal barbaridade. Mas, sim, a motivação política existe, está aí, para todos verem”, postou inconformado.

“O Guilherme está morto. Um jovem que tinha o melhor da juventude: sua indignação, sua coragem e seu idealismo. Para quem conheceu o Guilherme, não era possível separar sua vida de suas ideias. Tampouco, poderão separar sua morte. Enxuguem o choro, que ele não nos engana. Não Passarão!”, afirmou o professor.

Movimento estudantil e as ocupações

Guilherme Irish (irlandês), era o nome que o estudante usava nas redes sociais. Em várias de suas postagens ele mencionava o movimento estudantil e a luta que participava, sejam nos atos, manifestações e mais recentemente nas ocupações nas escolas e universidades.

O movimento estudantil criou grande impacto na luta social ao ocupar nos últimos meses mais de mil escolas, cerca de 200 universidades e institutos de educação no país contra o retrocesso marcado pelas medidas de austeridades do governo de Michel Temer que propõe reformas como a PEC 55 (em tramitação no Senado) que reduz drasticamente o financiamento público para a Educação e Saúde pelos próximos 20 anos.

Para as entidades estudantis, a ocupação é a forma encontrada de lutar pelos investimentos na educação pública brasileira.

Muitos professores, técnicos administrativos e pais de alunos apoiam a luta dos estudantes nestas ocupações, em muitas universidades o calendário escolar deste ano está marcado por greves e paralisações na jornada de luta dos estudantes e trabalhadores do ensino contra o retrocesso na Educação. Uma das apoiadoras deste movimento é a professora e Conselheira Estadual da Educação de Goiás, Ailma Maria de Oliveira, que também conhecia o jovem assassinado.

Sentida com a crueldade do caso, Ailma Maria que também é sindicalista, presidenta estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) disse que viu o garoto em diversos atos em defesa da educação.

Para ela, as ocupações “fazem a luta da resistência contra o golpe, contra o fascismo, contra o autoritarismo, contra os que se apropriam da liberdade da juventude de lutar, de resistir, de sonhar e, de reinventar um outro modelo de sociedade”.

“O pai do Guilherme deveria ter ido as ocupações. Deveria conhecer os amigos, as intenções, deveria ter vivido e, deveria principalmente tê-lo deixado viver”, disse, chocada com a violência.

Preconceito, intolerância e violência

Essa tragédia familiar conjectura sob um cenário de intolerância e ódio extremos, numa sociedade cada dia mais doente, que não consegue aceitar e conviver com as diferenças. Infelizmente, o jovem rapaz morto não foi o único que teve sua vida covardemente ceifada no meio desse quadro de intolerâncias.

Várias pessoas são vítimas de preconceito, ódio e intolerância no Brasil e no mundo. E estes traços estão diretamente ligados à uma cultura da não aceitação do outro. Contidas em mensagens racistas, homofóbicas, machistas, misóginas e que ocasionam em inúmeras vítimas.

O respeito às escolhas de cada um de nós sobre seu modo de vida, sua religião ou posição política, seja sua opção sexual e até mesmo o time de futebol de coração é determinante para tirar da sociedade essa “tradição” intolerante.

A diversidade deve ser respeitada, devemos considerar a opinião de cada cidadão. A cultura da paz deve ser cultivada por toda a sociedade, ela deve estar inserida na vida escolar, na família, na igreja, no trabalho, nas ruas. Esse quadro de intolerância deve ser quebrado com o debate, com a abertura, com o entendimento que só o respeito ao outro nos trará a paz. O respeito, sobretudo, pela vida humana, poderá salvar a vida dos nossos filhos e não tirá-las.

Fonte:  Portal Vermelho

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Comitê Nacional de Luta em Defesa da Escola Pública aprova manifesto contra a PEC 55

O Comitê Nacional de Luta em Defesa da Escola Pública, do qual a Confederação faz parte — representada, na coordenação executiva, pela coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais, Adércia Hostin dos Santos — realizou uma plenária nesta quarta-feira (16) em Brasília, para debater a atual conjuntura política e educacional do país. Os dois principais temas debatidos foram a Medida Provisória 746, que impõe a reforma do ensino médio, e a Proposta de Emenda à Constituição 55 (ex-PEC 241), que congela por 20 anos os investimentos públicos e, com isso, inviabiliza todas as políticas sociais, incluindo o próprio Plano Nacional de Educação (PNE). Além disso, também foi discutida, além dessas duas matérias, a pauta do Legislativo que afeta a educação pública.

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A mesa que discutiu a reforma do ensino médio contou com a participação, além da Contee, da CNTE, da Ubes, da Une, dos Fóruns de EJA e da Contag. O coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, reafirmou o posicionamento da Confederação contra a MP 746, que, sem qualquer diálogo com a comunidade escolar e a sociedade civil organizada, impõe uma reforma excludente, que destrói o pensamento crítico, rebaixa a formação, desvaloriza o magistério e ainda abre mais o caminho para a ingerência do setor privado na escola pública e o crescimento do processo de privatização da educação básica.

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Por sua vez, UNE, Fasubra, Mieib e Proifes compuseram a mesa sobre a PEC 55. Sobre essa matéria, o Comitê aprovou um manifesto rechaçando a retirada de recursos da educação e de todas as políticas sociais e foi dado um prazo até esta quinta-feira (17), às 14h, para as entidades que não estavam presentes e ainda quiserem aderir. Já a análise sobre a atuação do Poder Legislativo coube, em momentos diferentes, ao assessor parlamentar do Diap André Luís dos Santos e à senadora Fátima Bezerra (PT-RN).

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A última mesa contou com a participação de UNE, Ubes, CUT, CTB e Frente Brasil Popular. Depois, a palavra foi aberta às intervenções. A plenário aprovou o texto da convocatória unificada contra a PEC 55, contra a MP do ensino médio e contra a Lei da Mordaça. Também foi formada uma comissão organizadora para o ato #OcupaBrasília, que acontecerá no dia 29 de novembro. A próxima reunião do comitê será no dia 13 de dezembro. Nesse dia, deve ser aprovado um manifesto unitário em defesa da educação pública.

Leia abaixo o manifesto do Comitê Nacional de Luta em Defesa da Escola Pública contra a PEC 55:

Não à PEC 241 (hoje PEC 55)!

Uma perda de R$ 377 bilhões. Esse é o montante que, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a educação brasileira teria deixado de receber como investimento caso a Proposta de Emenda à Constituição 241 — ou PEC 55, como foi rebatizada no Senado Federal — tivesse sido aplicada no orçamento público brasileiro desde 2002. E esse é apenas um exemplo do impacto dessa proposta nos investimentos públicos sociais, incluindo as políticas em prol do desenvolvimento e do fortalecimento da educação pública, laica, gratuita, de qualidade social, democrática e inclusiva para nossas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos.

A PEC 241/16, proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer, quando ainda ocupava o cargo em condição interina, tem como explícito objetivo atender às exigências e expectativas do mercado financeiro, uma vez que, ao congelar despesas, exclui da lista qualquer limitação ao pagamento de juros da dívida pública (responsável por 80% do déficit público, conforme apontado pelo Conselho Federal de Economia). A justificativa é, supostamente, resgatar o “grau de investimento” que foi retirado do país pelas agências de risco — as mesmas que contribuíram para a crise mundial eclodida com a bolha imobiliária estadunidense e que já se arrasta há oito anos. Exigimos que seja revogada a alínea b do inciso II do §3º do art. 166 da Constituição Federal (CF), que impede o Congresso Nacional de alterar o montante destinado pelo Poder Executivo para o pagamento do serviço da dívida – um privilégio absolutamente inaceitável. Além disso, e mais gravemente, esse dispositivo espúrio foi inserido na CF de forma fraudulenta, sem que tivesse sido votado.

Em contrapartida, assegurados os juros que engordam os bolsos de banqueiros e rentistas, a PEC 55 estabelece um teto para o gasto público, que terá como limite a despesa do ano anterior corrigida apenas pela inflação (IPCA), sendo que a Constituição Federal de 1988 prevê que, no caso da educação, o investimento da União seja de 18% da arrecadação e de 25% pelos estados, Distrito Federal e municípios.

Ao se disfarçar de pretensa austeridade sob o argumento de que o país necessita dela para contornar a crise econômica, o que o texto faz é, na verdade, inviabilizar as políticas sociais em todas as áreas, incluindo saúde — provocando um desmonte completo do Sistema Único de Saúde (SUS) —, segurança pública, assistência social, valorização dos trabalhadores e trabalhadoras, Previdência e, é claro, educação.

Em outras palavras, com vigência de até 20 anos — o tempo equivalente a nada menos do que cinco governos —, a matéria, se aprovada, torna inexequível a própria atuação do Estado brasileiro nos setores públicos essenciais para garantir direitos assegurados na Constituição. Ao invés de propor a alteração do modelo tributário, o governo golpista aplica um programa não eleito e opta por traçar um falso diagnóstico e que promoverá um desmonte das políticas sociais, dentre elas as políticas educacionais, penalizando sobretudo os mais pobres e acentuando ainda mais as desigualdades no Brasil. A mudança da Constituição Federal é um golpe contra a democracia, ao impedir os brasileiros de decidir democraticamente, por duas décadas, qual deve ser a presença do Estado nas áreas sociais.

A despeito de toda a argumentação enganosa do Executivo e de sua base no Legislativo, na defesa de que a PEC não afeta a saúde e a educação, o único motivo pelo qual essa suposta “contenção de gastos” por um prazo tão longo está sendo feita através de emenda constitucional, e não na própria lei orçamentária, é precisamente a suspensão das vinculações constitucionais vigentes — que determinam patamares mínimos de investimentos nesses setores —, eliminando quase irreversivelmente os avanços conquistados pela Constituinte, o que implicará a precarização e o aumento quase certo da privatização dos serviços públicos, atendendo aos interesses de vários grupos representados no Legislativo e no governo.

No caso específico das políticas educacionais, a aprovação da PEC 55 significará comprometer por completo as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado e sancionado em 2014 e que prevê a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no setor. Em se mantendo os efeitos da PEC 55, pode-se deduzir, a partir das projeções feitas pelo documento “Impactos do Novo Regime Fiscal”, produzido em agosto de 2016 pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, que o investimento em educação irá declinar para 5,5% do PIB em uma década; e será progressivamente reduzido até chegar a 4,5% do PIB, ao final de 20 anos. Ou seja: é não apenas a morte do PNE e de todo o esforço da sociedade civil para garantir sua aprovação, como, pior ainda, um imenso retrocesso, retornando-se aos níveis de investimento em educação praticados na década de 1990.

O que o governo golpista propõe na prática, com a PEC 55, agora no Senado Federal, é a destruição total de todas as conquistas sociais da população brasileira desde a redemocratização. Por isso, nós, entidades reunidas no Comitê Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública, registramos nosso posicionamento contrário à PEC 55, por vermos nela uma perda imensurável para o Brasil e o povo brasileiro, que será privado de seus direitos constitucionais básicos. Pelo desmonte que essa medida acarretará na educação, na saúde e em todas as políticas sociais, dizemos NÃO a essa Proposta de Emenda à Constituição e ao governo usurpador que a impõe.

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Brasília, 16 de novembro de 2016.
Comitê Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública

 

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OCUPAÇÃO: VIDA X MORTE

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A morte do menino Guilherme, assassinado pelo pai, neste quinze de novembro, me traz além da dor, a seguinte indagação: O que estamos fazendo pelos nossos filhos no processo educativo? Onde estamos, que não ocupamos os corações desta juventude? O que é a educação e para que serve? Por que um pai decide matar seu próprio filho e atirar sobre sua cabeça logo em seguida?
Sabemos que as ocupações de escolas neste momento é a forma de resistência, de protesto que a juventude encontrou para lutar contra os governos, contra a PEC da MORTE, a PEC 55. Mas ela é bem mais que isso. Ocupar significa tomar posse, apoderar, trabalhar, viver! Somente quem vai a uma escola ocupada pode ter noção do trabalho realizado por cada um e cada uma das pessoas e do coletivo que ali se faz.
Durante 2015, tive a oportunidade de visitar 16 escolas ocupadas em Goiás, e era surpreendente a recepção, inicialmente desconfiada, por parte dos atores ali inseridos e que não me conheciam. Mas, ao adquirir confiança, se entusiasmavam em nos relatar os procedimentos para buscar manter a unidade, a permanência e a organização. Muitos sofreram, foram presos, perseguidos, maltratados pelos pais e até por professores. Mas, bravamente, resistiram e vários foram para universidade e continuam em luta contra a privatização do ensino.
André Tokarski, líder nacional da juventude, nos contava ano passado,sobre um dos relatos das ocupações em São Paulo. Dizia que, no segundo dia de ocupação de uma escola, a mãe apreensiva e bastante irritada chegou ao portão aos gritos para buscar o filho, Pedro (nome fictício). Gritava: Chama o Pedro! Eu não vou deixar meu filho nessa ocupação!! Eu não admito filho meu nessa bagunça! E a jovem, que cuidava do portão, perguntou a mãe: Qual o sobrenome do seu filho? Qual Pedro? E a mãe respondeu é `Pedro Guilherme!! A menina gentilmente olhou na planilha e disse: Olha, hoje é dia do Pedro Guilherme lavar os banheiros. Ele tá cumprindo esta tarefa agora. A mãe chocada, esbravejou: O Pedro Guilherme! O Pedro, está lavando banheiros?! Meu filho lavando banheiro? E a menina com a prancheta na mão, respondeu: Sim. Ele tá no terceiro banheiro. A mãe: Meu filho nunca lavou banheiro. Você tem certeza que é o Pedro Guilherme? Sim, respondeu a menina. Então deixa meu filho aí!! Deixa que isso é muito importante pra ele.
Esse relato parece não significar nada. Mas, só na cabeça de quem vive a ocupação, que trabalha na ocupação e das famílias que participam da luta coletiva, é que sabe, e vê os resultados no processo de formação dessa moçada. Há pais que se inserem e dão grandes contribuições para a escola, passando a formar melhor seus filhos em uma educação humana e de exercício de cidadania.
As ocupações fazem a luta da resistência contra o golpe, contra o fascismo, contra o autoritarismo, contra os que se apropriam da liberdade da juventude de lutar, de resistir, de sonhar e, de reinventar um outro modelo de sociedade.
Eu vi o Guilherme em diversos atos em defesa da Educação, em defesa do transporte coletivo. contra as OSs. Eu acompanhei as postagens dele. E, uma das postagens, para mim, bastante significativa, não era contra o governo, ou sobre a luta específica. Guilherme postou uma foto de quando era criança brincando, e compartilhou uma nota. Era sobre o Direito dos Meninos. O direito às diferenças, o direito de dançar, de chorar, o direito de amar. O direito de se Humanizar. O pai do Guilherme deveria ter ido as ocupações. Deveria conhecer os amigos, as intenções, deveria ter vivido, e, deveria principalmente tê-lo deixado viver.

 

Por Ailma Maria – Professora, diretora do SINPRO GOIÁS e presidenta da CTB – GO.

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“Não toquem em nossos direitos”, avisa presidente da CTB sobre a luta contra a PEC 55

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A Câmara Federal aprovou dia 25, em segundo turno, o texto-base da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 55) encaminhada pelo governo Temer, que congela por 20 anos as despesas públicas classificadas como primárias, conceito criado pelo FMI que exclui o pagamento dos juros da dívida pública.

A proposta, batizada nos meios populares de “PEC do fim do mundo”, pode ser a pá de cal do SUS e vai degradar ainda mais os serviços públicos em nosso país.

Os argumentos usados para justificar a proposta têm uma base falsa. Atribuem a crise fiscal, inflada pela mídia empresarial, à suposta gastança com saúde, educação e investimentos sociais, além do funcionalismo. Omite-se o fato de que o desequilíbrio das contas é causado pelo pagamento da dívida pública, que consumiu 42,43% do Orçamento da União de 2015, enquanto a Previdência consumiu 22,69%, saúde 4,1% e educação 3,91%.

A “PEC do fim do mundo” vai transferir recursos públicos que deveriam ser investidos em programas sociais e infraestrutura para o bolso de banqueiros e rentistas. Não podemos permitir a consumação deste crime.

Vamos resistir e convidamos você a lutar em defesa dos interesses maiores do nosso povo e do Brasil.

 

Adilson Araújo,
Presidente da CTB

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Confira a tabela da segunda rodada da Copa SINPRO GOIÁS 2016/2

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No próximo dia 19/11 acontece a segunda rodada da Copa SINPRO GOIÁS 2016/2. O campeonato promovido pelo Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – SINPRO GOIÁS, por meio da Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer para professores filiados(as) ao sindicato terá duas disputas, sendo a primeira entre UNIVERSO e Araguaia às 15h45 e Degraus e Córtex às 16h45. Os jogos acontecem no Campus II da Faculdade UNIVERSO.

 

CONFIRA A TABELA 

 

 

 

 

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Diretoria plena do SINPRO GOIÁS se reúne pela primeira vez após posse

 

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Nesta sexta-feira 11/11 aconteceu a primeira reunião da diretoria plena do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – SINPRO GOIÁS.

Após as boas vindas aos novos membros, as pautas discutidas foram: informações gerais sobre o funcionamento do sindicato, a conjuntura política atual em defesa da classe trabalhadora, ações previstas e planejamento de cada área de atuação do sindicato para o ano de 2017.

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do SINPRO GOIÁS