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INSCRIÇÕES – XI CONGRESSO SINPRO GOIÁS

 

O Congresso do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Consinpro) realiza-se ao menos uma vez durante o mandato da diretoria, por determinação estatutária, é órgão de deliberação da política sindical dos professores das escolas particulares.

O Congresso é aberto à participação de todos os professores e professores sindicalizados, mediante inscrição prévia, o que lhes dará o direito a participar das tomadas de decisão durante as deliberações da plenária.

Local: Auditório do Sinpro Goiás, Avenida Independência, Qd. 943, Lt 33, n. 942, Setor Leste Vila Nova, Goiânia

Programação do XI Consinpro

19 de outubro – Sexta-feira
16h – Credenciamento
18h – Abertura Solene
18h30 – Conferência – Conjuntura Política e Sindical – Desafios e Perspectivas Professora Madalena Guasco Peixoto, Coordenadora Geral em exercício – Contee. Moderador: Professor Railton Nascimento Souza, Presidente do Sinpro Goiás.
19h30 – Debates
20h30 – Apresentação e aprovação do documento referência do Sinpro Goiás. Professor Geraldo Profírio Pessoa, Secretário de Formação do Sinpro Goiás; e Professora Rosilayne, Secretária de Género e Etnia.
21h – Balanço da Gestão. Professor Railton Nascimento Souza, Presidente do Sinpro Goiás, e professor Alan Francisco de Carvalho, Secretário de Finanças do Sinpro.
22h – Encerramento e coquetel

FAÇA SUA INSCRIÇÃO AQUI:

Incrição XI Congresso Sinpro Goiás

 

 

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COMUNICADO- EXPEDIENTE FERIADO

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ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA – SINPRO GOIÁS

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Cresce participação feminina no Congresso

Número de eleitas para compor a Câmara é 51% maior do que na eleição passada, mas Senado continua com 12 representantes mulheres.

A partir de 2019 as mulheres terão mais representatividade na Câmara e nas Assembleias estaduais. Serão 77 deputadas federais e 161 estaduais. Há quatro anos os brasileiros elegeram 51 na Câmara, e 119 nos estados. No entanto, mesmo com um aumento no número de eleitas, elas conquistaram apenas 15% das vagas em disputa, número bem aquém da representatividade feminina no eleitorado, de 52%.

Diversas iniciativas apoiando o voto de mulheres em candidatas surgiram nos últimos anos, e isso colaborou para o crescimento da representatividade feminina na Câmara. Uma delas foi o Mapa das Mina, que aponta a falta de políticas voltadas para mulheres como um dos motivos para o Brasil ter um número maior de representantes do sexo feminino na política.

“Há um crescimento do movimento de mulheres no Brasil, incentivando as candidaturas. Os partidos estão atentos a esse crescimento, mas ainda são patriarcalistas. Então essas vitórias para as assembleias legislativas e Câmara Federal devem ser creditadas às próprias candidatas que colocaram suas vidas nessa campanha. Acreditamos que o movimento vai crescer ainda mais nos próximos anos. O Mapa foi feito principalmente no Rio de Janeiro este ano, mas tivemos muitos pedidos de replicar o projeto em outros estados”, diz Cristiane Vianna Amaral, uma das fundadoras do Mapa das Mina.

Infografik Frauenanteil in der brasilianischenRegierung 2018_BR

Esse aumento não chegou ao Senado e menos ainda nos governos estaduais. Em 2018, o Senado teve sete mulheres eleitas, mesmo número que no pleito de 2010, quando 54 vagas foram disputadas. Com as cinco senadoras eleitas em 2014, o Senado fica com 12 mulheres, das 81 vagas possíveis.

Entre os 26 estados, nenhuma mulher foi eleita governadora no primeiro turno e há apenas uma concorrendo no segundo turno, a petista Fátima Bezerra, no Rio Grande do Norte (RN). A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul não elegeu nenhuma mulher entre os 24 deputados da Casa. Na Câmara, os estados de Amazonas, Maranhão e Sergipe não terão mulheres como representantes.

Sobre se a onda conservadora que elegeu diversos candidatos de partidos de direita no país também beneficiou mulheres, Cristiane afirma que o projeto delas foi em apoio a candidaturas com pautas distintas.

“O Mapa das Mina defendeu candidaturas progressistas. Então, podemos dizer que fomos vitoriosas, pois passamos de duas para três parlamentares desse campo na Câmara Federal e de duas para cinco na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro”, conta a feminista.

Mesmo com o esforço de diversas campanhas para mais representatividade feminina na política, é possível entender por que o crescimento ainda é tímido vendo o número de candidatas à disposição do eleitor. Muitos partidos apresentam um número de mulheres muito próximo do limite de 30% estabelecido pela Legislação Eleitoral. Nesta eleição os partidos também foram obrigado a destinar no mínimo 30% da verba do fundo especial de financiamento de campanha para candidaturas femininas.

No entanto, se o TSE recusa candidaturas por alguma irregularidade, o partido ou a coligação podem concorrer com um número menor do que os 30%. No Brasil, pelo menos 11 partidos foram às urnas no domingo com um percentual de candidatas menor. Em dois estados, Amazonas e Tocantins, o número total de candidatas também não chegou a 30%. Em muitos casos, os partidos ainda utilizam candidatas-laranja para cumprir a meta. Geralmente são candidatas que apresentam nenhum voto no pleito. Em 2016, cerca de 90% do total de candidatos com votação zerada foram mulheres.

“Para uma mulher é muito difícil participar da política. O público ainda é considerado o espaço destinado ao homem, e a mulher continua sendo a rainha do lar, mesmo que trabalhe fora. Se, por uma série de fatores, ela consegue romper essa barreira, ela precisa enfrentar o patriarcalismo nos partidos. A maioria das direções de partidos é composta majoritariamente por homens, inclusive nos partidos progressistas”, diz Cristiane, que informou ainda que o projeto está analisando os resultados da eleição e deve denunciar ao TSE se encontrarem casos de candidatas-laranja.

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Deutsche Welle

https://www.dw.com/pt-br/cresce-participa%C3%A7%C3%A3o-feminina-no-congresso/a-45805444

 

 

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Joenia Wapichana: a primeira mulher indígena eleita Deputada Federal

POR GUILHERME CAVALLI, MICHELLE CALAZANS E MAYRA WAPICHANA

Pela primeira vez, em 190 anos de Parlamento, uma mulher indígena tem assento no legislativo brasileiro. No domingo (7), Joênia Wapichana (Rede) recebeu 8.491 votos e foi eleita Deputada Federal pelo estado de Roraima. A indígena ocupará uma das oito cadeiras reservadas ao estado na Câmara dos Deputados

A decisão de concorrer ao pleito eleitoral, segundo Joenia, ocorreu durante a 47ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima, após análise política sobre a situação dos povos indígenas no Brasil. Os indígenas presentes na assembleia consideraram importante a participação de lideranças na disputa institucional. Joenia Wapichana foi indicada pelo movimento indígena de Roraima e hoje une-se ao feito histórico de Mario Juruna, primeiro indígena a conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados (1983-1987). Desde a saída do Xavante do Congresso, em 1986, nenhum indígena havia ocupado vaga no legislativo.

Em sua trajetória, Joenia Wapichana também foi a primeira mulher indígena a se formar em direito no Brasil, em 1997, pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). “Fui a quinta colocada, onde só tinha filho de deputado, filho de dono de jornais. Mas competi de igual com eles. Acabei me formando em quatro anos, em um curso que o mínimo era cinco”, contou em vídeo para o RenovaBR, grupo do qual faz parte. Posteriormente, conquistou o título inédito de mestre pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. No Supremo Tribunal Federal (STF), a indígena também protagonizou um marco ao ser a primeira advogada indígena da história a realizar uma sustentação oral durante o julgamento que definiu a demarcação da TI Raposa Serra do Sol (RR).

Foto: Mel Snyder

Em 2019, Joenia Wapichana continuará a ser sinônimo de resistência, agora na Câmara dos Deputados. Em entrevista ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a advogada indígena esclarece quais serão os desafios e as prioridades de trabalho no parlamento, tendo em vista o cenário político dominado pela bancada ruralista e sua frente anti-indígena. Entre as bandeiras defendidas pela Deputada Federal eleita estão os direitos coletivos indígenas, luta em prol de mulheres indígenas, desenvolvimento sustentável, respeito ao meio ambiente, transparência, ética e combate à corrupção.

Representatividade indígena, PEC 215/00, Maro Temporal, Parecer 001/AGU foram temas abordadas na entrevista abaixo. O esclarecimento de Joenia Wapichana é voltado ainda sobre os projetos que almejam levar para o Congresso a demarcação das terras indígenas, tirando do Ministério da Justiça e da Funai.

“O embate vai ser para que esses argumentos sobre o direito originário sejam evidenciados, não simplesmente dizer que tem muita terra para pouco índio e que devemos abrir mão de direitos indígenas”.

Em levantamento realizado pelo Cimi, “Congresso anti-indígena – Os parlamentares que atuaram contra os direitos indígenas”, a instituição identificou que existem 33 proposições anti-indígenas em tramitação no Congresso e no Senado. Desse total, 17 buscam a alteração nos processos de demarcações de Terras Indígenas (TI). Para Joenia, esse cenário de judicialização e morosidade do processo de demarcação, somado a impunidade dos crimes contra as populações tradicionais, abrem precedentes para o aumento da violência contra os povos.

“Essa violência gerada contra os povos indígenas surgiu, inclusive, da falta de reconhecimento das terras indígenas, do extremo grau de discriminação dos povos indígenas e da impunidade sobre o que acontece em relação as terras indígenas”, comenta. “O trabalho será voltado para fazer com que essa violência acabe e que as pessoas responsáveis sejam responsabilizadas”

Representatividade

Simbolicamente, é comum que os povos indígenas sejam barrados ao tentar ingressar nas dependências do Congresso Nacional ou, de forma ainda mais recorrente, ver proibido o ingresso de seus instrumentos tradicionais e religiosos, como maracás. Do lado oposto aos poderosos setores político-econômicos que se convertem, no Congresso, em fortes grupos de pressão anti-indígena – e muitas vezes do lado de fora de seus muros excludentes – os povos originários resistem e permanecem atentos aos ataques que lhes são desferidos.

“A partir de agora essa representatividade é legítima no Congresso”, sustenta Joenia.

Em cenário de total desrespeito e desproteção aos povos indígenas, na figura de Joenia Wapichana, os povos indígenas.

Leia a entrevista abaixo:

– Quais motivos te levaram a pleitear uma vaga como de Deputada Federal?

Primeiramente, foi feita uma análise política sobre a situação dos povos indígenas no Brasil em uma grande assembleia indígena.  Essa assembleia considerou as lideranças indígenas para participar desse pleito e eu fui uma das lideranças avaliadas e convidadas.

As garantias constitucionais que nós conquistamos em 1988 com muito esforço são mais do que nunca necessárias nesse momento onde nossos direitos encontram-se ameaçados.

É extremamente importante que os povos indígenas tenham espaço garantido na Câmara Federal, onde tramita projetos como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 215/2000, o Projeto de Lei (PL) n° 1.610/1996, que englobam toda essa tentativa de reversão dos nossos direitos. Esse momento é crucial para a defesa dos direitos indígenas, foram esses os motivos que me fizeram aceitar essa demanda do movimento indígena, para pleitear ao cargo de Deputada Federal.

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– O quanto representativo é sua candidatura em um cenário político que é dominado pela bancada ruralista/anti-indígena?

Essa representatividade é extremamente importante. Não temos nenhum indígena no Congresso Nacional para nos defender. Hoje, nós temos alguns aliados dos povos indígenas no legislativo. Em contrapartida, existe grande pressão da bancada ruralista para levar falsas interpretações sobre os direitos indígenas, a exemplo do marco temporal e fazer com que aquelas condicionantes do caso Raposa Serra do Sol, as condicionantes negativas, sejam colocadas como lei. A partir de agora essa representatividade é legítima no Congresso, porque tem o movimento indígena para defender esses direitos.

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– Como avalia a tese do marco temporal, que está presente em muitas das proposições anti-indígenas do Congresso e como se dará o embate na Casa?

No meu entendimento, o Marco Temporal é totalmente inconstitucional. É dessa forma que vou defender com os argumentos já posicionados de forma direta, porque a nossa Constituição assegura os direitos originários dos povos indígenas. E, justamente, essa tese que veio a partir de um voto, do caso da Raposa Serra do sol, não é uma sumula vinculante e tão pouco tem que ser colocado como um norteador de direitos. Nós sabemos que a promulgação da Constituição Federal foi feita no dia 5 de outubro de 1988, mas não significa dizer que a partir daí que nasce o direito para demarcação. A própria constituição responde que existe o direito originário e o princípio da imprescritibilidade sobre os direitos das terras originais. Existe uma legislação que consegue confirmar que nossos direitos territoriais são defendidos antes mesmo da própria promulgação da Constituição de 1988. Então, vou trabalhar para que esses posicionamentos jurídicos, técnicos, políticos e constitucionais sejam colocados de forma básica sobre os princípios dos direitos originários da imprescritibilidade.

E o embate vai ser para que esses argumentos sejam evidenciados, não simplesmente dizer que tem muita terra para pouco índio e que devemos abrir mão de direitos indígenas.

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– Como Deputada Federal, qual a perspectiva de embate no Congresso acerca da PEC 2015//2000, que ameaça brutalmente os direitos indígenas?

O movimento indígena sempre fez muita pressão em Roraima e eu sempre acompanhei e participei das manifestações. Minha sustentação é que a PEC 215 tem que ser rejeitada em sua integralidade, ela é inconstitucional, pois fere nossos direitos indígenas. Se ela for votada nesse contexto anti-indígena, ela vai sofrer muita pressão. É necessário fazer com que os partidos políticos, assim como o meu da Rede Sustentabilidade, possam agir contra judicialmente à essa ação, caso essa PEC passe, esperamos que não. É importante que possamos encontrar, coletivamente, argumento para que essa proposta não avance.

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– Qual sua posição sobre os projetos que querem trazer para o Congresso a demarcação das terras indígenas, tirando do Ministério da Justiça e da Funai?

Essa questão trata justamente da PEC 2015. Ela é absurda, porque está bem clara na Constituição Federal “…é dever da União exercer a função administrativa de demarcar as terras indígenas…”.

Demarcar as Terras Indígenas é um ato administrativo e significa executar a lei e a Constituição Federal.

Nesse sentido, entendo que esses projetos que trazem para o Congresso a demarcação de terras indígenas está ferindo a competência dos poderes. Vou defender para que as terras indígenas, mais do que nunca, tenham sua demarcação feita pela Fundação Nacional do Índio (Funai), que é o órgão indigenista federal que tem aparato, a experiência e o corpo técnico para empregar os princípios da Constituição. Defendo, assim, os critérios de demarcação de terras indígenas, os seus procedimentos, e como tem feito, avançar ainda mais nessa regularização fundiária das terras indígenas. O Congresso Nacional tem todo um preparo político e não entende de demarcação das terras indígenas.

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– Diante do quadro de violência presenciado no Brasil contra os povos indígenas,  quais são as prioridades de trabalho na Câmara dos Deputados?

Esse quadro dramático diz bastante acerca da relação com a falta de regularização fundiária das terras indígenas. A proposta é que seja mais célere.

A violência gerada contra os povos indígenas surge da falta de reconhecimento das terras indígenas, do extremo grau de criminalização dos povos indígenas e da impunidade sobre o que acontece em relação as terras indígenas.

Minha prioridade é justamente fazer com que esses dados evidenciem essas violências, como forma de justificar o déficit de regulamentação desses direitos. Dessa forma, o trabalho será voltado para que a Câmara dos Deputados, não somente as Comissões de Direitos Humanos, mas também na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), possa estabelecer essa relação e fazer com que algumas medidas possam ser adotadas para punir os que cometem essas violências. É importante, nesse atual momento, acelerar o processo de demarcação de terras indígenas e combater toda e qualquer discriminação existente. O trabalho será voltado para fazer com que essa violência acabe e que as pessoas responsáveis sejam responsabilizadas.

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– Com foco na demarcação de terras tradicionais, quais serão os desafios e providências previstas nesta legislatura para retomar os direitos aos senhores originários das terras?

O trabalho será voltado para que a lei seja implementada e cumprida. É importante que haja uma segurança para que as terras indígenas sejam demarcadas a partir dos critérios constitucionais, obedecendo assim, todas as garantias, a partir das necessidades dos povos indígenas. E ela seja interpretada de forma positiva e não ao marco temporal, e não a questão do interesse sobre recursos naturais, mas que ela possa garantir a sobrevivência física e cultural dos povos indígenas no Brasil.

O ponto prioritário desta legislatura é que seja valorizado o processo de demarcação de terras indígenas.

A proposta é fazer com que todo o Congresso Nacional e a sociedade brasileira entenda a importância de demarcar as terras indígenas. Nesse sentido, não é por uma questão de colocar em conflito ou não, mas é questão de direitos humanos, de todos serem beneficiados. Vamos mostrar para o índio e para o não índio como é importante preservar os recursos naturais e destacar o papel que as terras indígenas desempenha nesse processo de preservação.

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– Entre as propostas, qual a perspectiva e planejamento de atuação em médio e longo prazo?

De imediato, o trabalho será destinado para combater as propostas anti-indígenas. Neste primeiro ano pretendo ouvir todas as propostas consideradas prioritárias pelas organizações e entidades que defendem os direitos indígenas. Sei que não vou conseguir resolver tudo que existe, mas vou conseguir frear, pedir vista, analisar da melhor forma possível, vou poder criticar. Nesse primeiro momento, vai ser destinado inclusive para me planejar e me situar sobre todos os encaminhamentos. Em médio prazo, pretendo desenvolver um trabalho de manifestação sobre o que já existe para propor coisas positivas, a gente não precisa só ficar se defendendo.

A partir desse canal de diálogo com os povos indígenas e com as organizações, a gente vai poder propor coisas boas, como a questão da educação diferenciada. Hoje, nós precisamos ter um sistema de educação escolar indígena próprio. Nós precisamos ter propostas de lei que reconheçam os profissionais indígenas de saúde, precisamos melhorar o sistema de saúde e de conveniado, bem como solucionar esse problema do terceiro setor. Precisamos levar esse debate para solucionar problemas também a longo prazo desenvolver políticas públicas específicas para a juventude, as mulheres, além de trabalhar a sustentabilidade e as parcerias.

Em longo prazo, desejo avançar na cidadania, por meio da discussão de política dentro das comunidades indígenas, para que se tenha um entendimento coletivo do contexto nacional. É preciso discutir a reforma política no nosso país, discutir o sistema de distrital misto para que cada município possa ter seus próprios representantes, assim seria mais fácil e viável. Aqui em Roraima, por exemplo, cerca de 80% da população é indígena, nós teríamos com certeza mais Deputados Federais indígenas no Congresso. Por isso, é importante que a gente comece a discutir essas reformas políticas.

Por outro lado, é importante que a gente discuta a questão ambiental das terras indígenas na Amazônia, discutir também a questão da energia. As hidrelétricas da Amazônia sempre surgem como solução, mas elas não são as únicas soluções. Precisamos buscar proposta de incentivo, discutindo essas soluções e inserindo projetos como existem na Raposa Serra do Sol, valorizando a energia solar e eólica, para assim buscar soluções contra essas hidroelétricas, para fazer com que nossas comunidades sejam tanto protagonistas, quanto beneficiárias, no próprio sistema.

E também em longo prazo, discutir a situação das fronteiras, que hoje estão em uma crise com país vizinho da Venezuela. A gente precisa buscar soluções para amenizar toda a situação de imigração de venezuelanos para o Brasil. Atualmente, não existe uma política pública clara acerca dessa questão. É preciso ter um planejamento de atuação a longo prazo e levar a discussão para a Câmara Federal.

Portal do CIMI

https://cimi.org.br/2018/10/joenia-wapichana-a-primeira-mulher-indigena-deputada-federal-em-190-anos-de-parlamento/

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Carteira de trabalho verde e amarela de Bolsonaro ampliaria a informalidade

“Vai ser uma imposição da vontade da empresa, do empregador, que vai determinar a condição de contratação”, diz pesquisadora da Unicamp

Uma “nova carteira de trabalho verde e amarela” é a única proposta que consta no plano de governo do candidato Jair Bolsonaro (PSL) para combater o desemprego, o mais grave problema econômico do país que atualmente atinge 12,7 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE. Com tons patrióticos, a nova modalidade, “voluntária”, será alternativa à já conhecida carteira azul que atualmente regula as relações de trabalho de cerca de 32 milhões de trabalhadores brasileiros, e lhes garante direitos.

“Assim, todo jovem que ingresse no mercado de trabalho poderá escolher entre um vínculo empregatício baseado na carteira de trabalho tradicional (azul) – mantendo o ordenamento jurídico atual –, ou uma carteira de trabalho verde e amarela (onde o contrato individual prevalece sobre a CLT, mantendo todos os direitos constitucionais)”, diz trecho do programa Brasil Acima de Tudo Deus Acima de Todos.

Em debates e declarações, Bolsonaro é ainda mais explícito e diz que, num eventual governo seu, o trabalhador deverá escolher entre ter direitos e não ter emprego ou ter emprego e não ter direitos.

“Não é o trabalhador que vai escolher. Vai ser uma imposição da vontade da empresa, do empregador, que vai determinar a condição de contratação”, rebate a pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marilane Teixeira.

Trata-se de uma proposta ainda “mais selvagem” que a dita “reforma” trabalhista implementada pelo governo Michel Temer, que alterou mais de 200 artigos da CLT, com a mesma promessa de estimular a criação de empregos, e ainda não deu resultados, nem deve dar.

A “reforma” também já permite a flexibilização de direitos – o chamado “negociado sobre o legislado” – mas que depende que a empresa negocie essas alterações com o sindicato que representa o trabalhador em questão. Com a “verde e amarela”, o trabalhador deverá fazer essa opção individualmente, ficando ainda mais exposto à exploração.

“Não se contentam em ter feito uma reforma que já flexibiliza formas de contratação, que dá liberdade para o empregador contratar com jornadas e salários diferenciados. Ainda inventam uma carteira verde e amarela para constranger o trabalhador em nome de uma ideia de que é ele que está escolhendo”, diz a pesquisadora da Unicamp, que classifica a proposta como “perversa”.

É como se o indivíduo endossasse a retirada dos próprios direitos, diz a professora do Departamento de Economia e da pós-graduação Universidade de São Paulo (USP) Leda Paulani, que atribui a inovação ao assessor econômico de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, sócio do grupo Bozano Investimentos.

“Tem efeito mais simbólico que qualquer outra coisa. Se ele concorda em perder direitos, não precisa de carteira. Vai lá, trabalha informalmente, ajusta tudo com o patrão, e pronto. Se é para não ter direitos, tanto faz ter ou não carteira.”

Como grande parte das propostas do candidato, a proposta se alimenta do medo das pessoas em relação ao desemprego, diz a professora da USP. “É óbvio que nessa atual situação, muita gente vai cair nessa. Querem criar oficialmente a classe do sub-trabalhador, que informalmente já existe. O trabalho informal atinge 33 milhões”, destaca ela.

O risco, de acordo com as duas economistas, é de pouco a pouco a dita carteira proposta por Bolsonaro substituir a tradicional, o que representaria a universalização da informalidade. “O que ele quer fazer? É transformar esses 32 milhões que hoje têm acesso a como em trabalhadores informais, se somando aos outros 33 milhões de trabalhadores informais que não têm acesso a esses direitos”, diz a pesquisadora do Cesit.

As economistas também são unânimes em dizer que o período de 2003 a 2014, quando foram criadas mais de 20 milhões de vagas de emprego com carteira assinada, serve de exemplo de que não é necessário retirar direitos para criar postos de trabalho.

Paulani lembra ainda que, quando a economia se aquece, o empregador é o primeiro a desejar a formalização, de maneira a garantir a permanência do trabalhador na empresa. Por outro lado, Marilane diz que o empresário não vai contratar mais, mesmo que a mão de obra esteja mais barata, se suas vendas não aumentam. Mas não vão perder a oportunidade de exterminar direitos quando a economia reaquecer e voltarem a recontratar.

Elas dizem ainda que muitos desses direitos que seriam eliminados com a carteira verde e amarela, como o pagamento de férias remuneradas e horas-extras, significam perda ainda maior no poder de consumo da população. Isso, em vez de resolver, pode agravar a crise econômica, agravando ainda mais o desemprego.

Portal da CUT

https://www.cut.org.br/noticias/carteira-de-trabalho-verde-e-amarela-de-bolsonaro-ampliaria-a-informalidade-fa08

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CNBB pede para católicos votarem em candidatos favoráveis à democracia e contra a violência

Sem citar nomes, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Leonardo Steiner pede aos fiéis da igreja católica que votem em candidatos que ajudem a preservar a democracia, o respeito e a liberdade, em entrevista ao UOL, nesta segunda-feira (8).

“Temos duas candidaturas à Presidência, mas somos a favor é da democracia. O que pedimos é que o eleitor católico observe se os candidatos pregam mais ou menos democracia; se buscam a convivência fraterna com base da educação, no respeito e justiça social, ou não”, disse Steiner.

E complementou: “Não podemos votar com o coração cheio de ódio, nem pensando que vamos mudar o Brasil de uma hora para outra: não existem salvadores da pátria, mas uma democracia que precisa ser permanentemente construída”.

O bispo reforçou ainda que “como cristãos, somos sempre pessoas de esperança, e a pessoa de esperança vai construindo a democracia”.

Portal CTB

http://portalctb.org.br/site/noticias/brasil/cnbb-pede-para-catolicos-votarem-em-candidatos-favoraveis-a-democracia-e-contra-a-violencia

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NOTA AOS DOCENTES DA UNIVERSO

 

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EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

O Presidente do SINDICATO DOS PROFESSORES DO ESTADO DE GOIÁS, com amparo nos Arts. 14, 16 e 100, do Estatuto da Entidade, CONVOCA os professores da rede particular de ensino, de nível básico, em todas as suas etapas e modalidades, de nível superior, do Senac, Senai e Sesi, dos cursos livres e preparatórios e de fundações, que sejam a ele associados e estejam quites com as suas obrigações estatutárias, para participarem da ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, a se realizar no dia 11 de OUTUBRO de 2018, em primeira convocação, às 15h (quinze) horas, e, em segunda convocação, às 16h (dezesseis ) horas, na sede administrativa da Entidade, situada na Av. Independência, Qd. 943, Lt. 33, nº 942, Setor Leste Vila Nova, Goiânia-GO, quando se deliberará sobre a seguinte ordem do dia: alteração dos Arts. 1º, 20 e 93, do Estatuto da Entidade, visando à sua adequação aos novos desafios sindicais.

Goiânia, 04 de setembro de 2018

Professor Railton Nascimento Souza

Presidente do Sinpro Goiás