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MPT lança cartilha sobre violência contra a mulher no mercado de trabalho

Brasília – Dar visibilidade e contribuir para o fim da discriminação contra a mulher. Esses são os objetivos da cartilha O ABC da violência contra a mulher no trabalho, lançada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por meio do GT de Gênero da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), tendo em vista os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulher.

 A publicação traz conceitos como assédio moral e assédio sexual no trabalho, divisão sexual do trabalho, cultura do estupro, além dos mais recentes mansplanning, manterrupting e bropriating palavras trazidas do inglês para homens que, respectivamente, explicam coisas óbvias para mulheres, as interrompem e se apropriam de suas ideias.

“A violência contra a mulher repercute negativamente no ambiente de trabalho. Ela afeta diretamente a mulher, vítima ou testemunha, que sofre com baixa autoestima, inúmeras interrupções na carreira, adoecimento físico e mental. Como resultado, há redução da lucratividade da empresa pelo desperdício de talentos e de conhecimento,” afirma a procuradora do trabalho Adriane Reis.

A cartilha pretende contribuir para evidenciar o problema e orientar trabalhadores, empresas, sindicatos e toda a sociedade civil a debater a igualdade de gênero no trabalho.

16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher: 16 dias de ativismo se iniciam no dia 25 de novembro, Dia Internacional para a não-Violência Contra as Mulheres. A Organização das Nações Unidas (ONU), desde 1999, reconhece o dia 25 de novembro como desta data para conscientizar os homens sobre o papel que precisam desempenhar para colaborar com o fim da discriminação e violência contra as mulheres.

A data surgiu em decorrência do Dia Latino-americano de Não Violência Contra a Mulher, que foi criada durante o Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, Colômbia. O dia foi escolhido em homenagem às irmãs Pátria, Maria Tereza e Minerva Maribal, que eram ativistas de direitos humanos, que foram violentamente torturadas e assassinadas nesta mesma data, em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo.

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Prazo para aditamento do Fies é prorrogado

O prazo para aditamento de renovação dos contratos do Novo Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) foi prorrogado para dia 28 de dezembro de 2018. Até o momento, cerca de 70% dos estudantes já concluíram ou iniciaram o processo de aditamento. Os procedimentos devem ser feitos por meio da página eletrônica do financiamento.

O estudante que precisar alterar informações no contrato, como a troca de fiador, deve comparecer a uma agência da Caixa. Nesse caso específico, o aluno deverá comparecer com o novo fiador e apresentar os novos documentos comprobatórios.

Novo Fies

O Fies concede financiamento em instituições privadas de ensino superior. O novo Fies, lançado no ano passado, tem modalidades de acordo com a renda familiar.

A modalidade Fies tem juro zero para os candidatos com renda mensal familiar per capita de até três salários mínimos. Nesse caso, o financiamento mínimo é de 50% do curso, enquanto o limite máximo semestral é de R$ 42 mil.

A modalidade chamada de P-Fies é para candidatos com renda familiar per capita entre 3 e 5 salários mínimos. Nesse caso, o financiamento é feito por condições definidas pelo agente financeiro operador de crédito que pode ser um banco privado ou fundos constitucionais e de desenvolvimento.

Agência Brasil

Rio de Janeiro - Jovens participam do projeto Agentes de Promoção da Acessibilidade, no qual recebem noções de Libras, audiodescrição e legislação inclusiva  (Fernando Frazão/Agência Brasil)Fernando Frazão/Agência Brasil

Ipea: 23% dos jovens brasileiros não trabalham nem estudam

Publicado em 03/12/2018 – 14:56

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil  Brasília

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que 23% dos jovens brasileiros não trabalham e nem estudam (jovens nem-nem), na maioria mulheres e de baixa renda, um dos maiores percentuais de jovens nessa situação entre nove países da América Latina e Caribe. Enquanto isso, 49% se dedicam exclusivamente ao estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo tempo.

As razões para esse cenário, de acordo com o estudo, são problemas com habilidades cognitivas e socioemocionais, falta de políticas públicas, obrigações familiares com parentes e filhos, entre outros. No mesmo grupo estão o México, com 25% de jovens que não estudam nem trabalham, e El Salvador, com 24%. No outro extremo está o Chile, onde apenas 14% dos jovens pesquisados estão nessa situação. A média para a região é de 21% dos jovens, o equivalente a 20 milhões de pessoas, que não estudam nem trabalham.

O estudo Millennials na América e no Caribe: trabalhar ou estudar? sobre jovens latino-americanos foi lançado hoje (3) durante um seminário no Ipea, em Brasília. Os dados envolvem mais de 15 mil jovens entre 15 e 24 anos de nove países: Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Haiti, México, Paraguai, Peru e Uruguai.

Nem-nem

De acordo com a pesquisa, embora o termo nem-nem possa induzir à ideia de que os jovens são ociosos e improdutivos, 31% dos deles estão procurando trabalho, principalmente os homens, e mais da metade, 64%, dedicam-se a trabalhos de cuidado doméstico e familiar, principalmente as mulheres. “Ou seja, ao contrário das convenções estabelecidas, este estudo comprova que a maioria dos nem-nem não são jovens sem obrigações, e sim realizam outras atividades produtivas”, diz a pesquisa.

Apenas 3% deles não realizam nenhuma dessas tarefas nem têm uma deficiência que os impede de estudar ou trabalhar. No entanto, as taxas são mais altas no Brasil e no Chile, com aproximadamente

Pesquisadora diz que os jovens que não trabalham nem estudam não são preguisosos, mas jovens que têm acesso à uma educação de baixa qualidasde – Arquivo/Agência Brasil

10% de jovens aparentemente inativos.

Para a pesquisadora do Ipea Joana Costa, os resultados são bastante otimistas, pois mostra que os jovens não são preguiçosos. “Mas são jovens que têm acesso à educação de baixa qualidade e que, por isso, encontram dificuldade no mercado de trabalhos. De fato, os gestores e as políticas públicas têm que olhar um pouco mais por eles”, alertou.

Políticas públicas

A melhora de serviços e os subsídios para o transporte e uma maior oferta de creches, para que as mulheres possam conciliar trabalho e estudo com os afazeres domésticos, são políticas que podem ser efetivadas até no curto prazo, segundo Joana.

Com base nas informações, os pesquisadores indicam ainda a necessidade de investimentos em treinamento e educação e sugerem ações políticas para ajudar os jovens a fazer uma transição bem-sucedida de seus estudos para o mercado de trabalho.

Considerando a incerteza e os níveis de desinformação sobre o mercado de trabalho, para eles [jovens] é essencial fortalecer os sistemas de orientação e informação sobre o trabalho e dar continuidade a políticas destinadas a reduzir as limitações à formação de jovens, com programas como o Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “Os programas de transferências condicionadas e bolsas de estudo obtiveram sucesso nos resultados de cobertura”, diz o estudo.

De acordo com o Ipea, o setor privado também pode contribuir para melhorar as competências e a empregabilidade dos jovens, por meio da adesão a programas de jovens aprendizes e incentivo ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais requeridas pelos empregadores, como autoconfiança, liderança e trabalho em equipe.

No Brasil, por exemplo, segundo dados apresentados pelo Ipea, há baixa adesão ao programa Jovem Aprendiz. De 2012 a 2015, o número de jovens participantes chegou a 1,3 milhão, entretanto esse é potencial anual de jovens aptos para o programa.

É preciso ainda redobrar os esforços para reduzir mais decisivamente a taxa de gravidez de adolescentes e outros comportamentos de risco fortemente relacionados com o abandono escolar entre as mulheres e uma inserção laboral muito precoce entre os homens.

Conhecimento e habilidades

As oportunidades de acesso à educação, os anos de escolaridade média, o nível socioeconômico e outros elementos, como a paternidade precoce ou o ambiente familiar, são alguns dos principais fatores que influenciam a decisão dos jovens sobre trabalho e estudo, de acordo com a pesquisa. Em todos os países, a prevalência de maternidade ou paternidade precoce é maior entre os jovens fora do sistema educacional e do mercado de trabalho.

A pesquisa traz variáveis menos convencionais, como as informações que os jovens têm sobre o funcionamento do mercado de trabalho, suas aspirações, expectativas e habilidades cognitivas e socioemocionais. Para os pesquisadores, os jovens não dispõem de informações suficientes sobre a remuneração que podem obter em cada nível de escolarização, o que poderia levá-los a tomar decisões erradas sobre o investimento em sua educação. No caso do Haiti e do México, essa fração de jovens com informações tendenciosas pode ultrapassar 40%.

A pesquisa aponta ainda que 40% dos jovens não são capazes de executar cálculos matemáticos muito simples e úteis para o seu dia a dia e muitos carecem de habilidades técnicas para o novo mercado do trabalho. Mas há também resultados animadores. Os jovens analisados, com exceção dos haitianos, têm muita facilidade de lidar com dispositivos tecnológicos, como também têm altas habilidades socioemocionais. Os jovens da região apresentam altos níveis de autoestima, de autoeficácia, que é a capacidade de se organizar para atingir seus próprios objetivos, e de perseverança.

De acordo com a pesquisa, os atrasos nas habilidades cognitivas são importantes e podem limitar o desempenho profissional dos jovens, assim como a carências de outras características socioemocionais relevantes, como liderança, trabalho em equipe e responsabilidade. Soma-se a isso, o fato de que 70% dos jovens que trabalham são empregados em atividades informais. Entre aqueles que estão dentro do mercado formal há uma alta rotatividade de mão de obra, o que desmotiva o investimento do empregador em capacitação.

Realidade brasileira

No Brasil há cerca de 33 milhões de jovens com idade entre 15 e 24 anos, o que corresponde a mais de 17% da população. Segundo a pesquisadora do Ipea Enid Rocha, o país vive um momento de bônus demográfico, quando a população ativa é maior que a população dependente, que são crianças e idosos, além de estar em uma onda jovem, que é o ápice da população jovem.

“É um momento em que os países aproveitam para investir na sua juventude. Devemos voltar a falar das políticas para a juventude, que já foram mais amplas, para não produzir mais desigualdade e para que nosso bônus demográfico não se transforme em um ônus”, disse.

Além das indicações constantes no estudo, Enid também destaca a importância de políticas de saúde específica para jovens com problemas de saúde mental, traumas e depressão.

A pesquisa foi realizada em parceria do Ipea com a Fundación Espacio Público, do Chile, o Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento Internacional (IRDC), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG).

A pesquisa completa, em espanhol, está disponível na página do BID. Acesse aqui o sumário executivo da pesquisa, em português.

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Justiça rejeita denúncia contra reitor e chefe de gabinete da UFSC

Jornal GGN – A Justiça Federal de Florianópolis rejeitou ontem, dia 30, a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ubaldo Cesar Balthazar, e o chefe de gabinete da reitoria, Áureo Mafra de Moraes, por injúria contra a delegada da Polícia Federal Erika Marena, responsável pela Operação Ouvidos Moucos, que investiga supostos desvios na universidade.

A juíza Simone Barbisan Fortes, da 1ª Vara Federal de Florianópolis, entende a manifestação indicada na denúncia como ‘liberdade de expressão’ pois expôs ‘sentimentos de revolta em um momento traumático para a comunidade universitária, sem que tenha havido ofensa à honra da delegada’.

Para a juíza, as práticas públicas “mesmo que absolutamente legais e corretas” não serão aplaudidas pelas maiorias e, dessa forma, é esperado que pessoas ‘insurjam-se contra suas opiniões, pareceres, relatórios, investigações ou decisões”. A decisão também afasta o crime de calúnia.

A controversa Operação Ouvidos Moucos foi iniciada em setembro de 2017 e apurou suspeitas de desvios em programas de ensino à distância na UFSC. Resultou, então, na prisão do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, e outras seis pessoas. Solto, no dia seguinte, Cancellier foi proibido de voltar à Universidade. Em outubro, Cancellier cometeu suicídio, deixando carta com críticas à forma como a investigação foi feita.

No caso da denúncia em pauta e rejeitada pela juíza Simone Barbisan Fortes, trata-se de pedido de Erika Marena para investigação de possível crime de calúnia e difamação contra sua honra. Em dezembro de 2017, uma foto da delegada apareceu em uma faixa de manifestantes exibida atrás do chefe de gabinete durante entrevista para a TV da universidade. No cartaz estava impresso “as faces do abuso do poder”, e também “agentes públicos que praticaram abuso de poder contra a UFSC e que levou ao suicídio do reitor”.

Jornal GGN
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Adilson Araújo: CTB condena fim do Ministério do Trabalho

“A CTB condena o fim do Ministério de Trabalho e alerta que a sua extinção significará a descriminalização e institucionalização do trabalho análogo à escravidão e o fim das listas sujas de empresas que submetem seus empregados a condições degradantes”, declarou o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, ao comentar a declaração doministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, desta segunda-feira (3), na qual reafirmou a extinção do MTE a partir de 1º de janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro assume o Executivo nacional.

 

Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta manhã, Onyx explicou que as atuais atividades da pasta serão distribuídas entre os ministérios da Justiça, da Economia e da Cidadania. Segundo ele, tanto as concessões de cartas sindicais quanto a fiscalização das condições de trabalho ficarão a cargo da equipe de Sergio Moro (Justiça). Sob o guarda-chuva de Paulo Guedes (Economia) e Osmar Terra (Cidadania) serão divididas as políticas de emprego, contemplando ações voltadas para o empregador e para empresários.

“São lamentáveis as declarações do porta-voz da gestão Bolsonaro esse desmonte compromete um trabalho de 88 anos e vai na contramão da luta por um Brasil democrático e justo. Embora esvaziado ao longo dos últimos 2 anos, o MTE desempenha importante papel na promoção do emprego e do desenvolvimento nacional bem como na progressiva humanização das relações sociais de produção, hoje submetidas a um brutal retrocesso”, complementa o dirigente nacional.
E afirma: “É ficando óbvio que o governo de extrema direita vai redobrar a ofensiva contra a classe trabalhadora, ampliar a retirada de direitos e fechar os canais de diálogo e denúncia, já bastante fragilizados por Michel Temer”.
Portal CTB
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Trabalhadores estão fora da agenda de Bolsonaro, diz Vagner Freitas

Em entrevista à TV Brasil 247, presidente da CUT, Vagner Freitas, fala sobre fim do Ministério do Trabalho, a atual conjuntura, os desafios da classe trabalhadora e a luta pela liberdade do ex-presidente Lula

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, criticou nesta segunda-feira (3), durante entrevista à TV Brasil 247, a intenção do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro de acabar com o Ministério do Trabalho, como anunciou hoje o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

“Os trabalhadores e trabalhadoras estão fora da agenda do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro”, criticou o presidente da CUT. “É um governo absolutamente organizado para levar em consideração os interesses dos ricos, dos bancos, do agronegócio, da grande indústria. O fim do Ministério do Trabalho demonstra isso. É um absurdo o que está sendo cometido contra os trabalhadores”.

E a composição dos ministérios, diz Vagner, deixa bem claro para quem o Bolsonaro tem o interesse de governar. “Bolsonaro não acaba com o Ministério da Indústria e do Comércio, ele não acaba com o ministério que atende aos interesses do agronegócio, mas acaba com o ministério que trata de assuntos relativos aos interesses da classe trabalhadora”, critica o presidente da CUT.

Os trabalhadores começam a ver aquilo o que nós denunciamos durante a campanha: esse governo não tem compromisso com a classe trabalhadora- Vagner Freitas

O atual Ministério do Trabalho como é conhecido, segundo Lorenzoni, será dividido em três, com as atribuições da pasta distribuídas entre os ministérios da Economia, da Justiça/Segurança Pública e da Cidadania. “Uma parte ficará no ministério do doutor Moro, outra parte com Osmar Terra e outra com o Paulo Guedes”, afirmou.

Duas áreas importantes da pasta, como a fiscalização das condições de trabalho e a concessão de registro sindical, ficarão sob o comando do ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro.

“Como é possível colocar a fiscalização das condições de trabalho no Ministério da Justiça, com Sergio Moro, cuja finalidade é absolutamente outra?”, questiona o presidente da CUT, que completa: “vai ficar ali na ‘gavetinha’ a questão da fiscalização do trabalho escravo”.

Desafios da organização da classe trabalhadora

Com a eleição de Jair Bolsonaro, o movimento sindical precisará ter muita capacidade de luta para fazer o enfrentamento e garantir a defesa da democracia, dos direitos e da liberdade. E, para isso, será necessário organizar e mobilizar os trabalhadores e trabalhadoras que ainda não estão organizados nas bases tradicionais do movimento sindical brasileiro, defende o presidente da CUT.

“Precisamos fazer uma releitura de quem é essa nova classe trabalhadora que surgiu nessa nova etapa do capitalismo mundial e após reforma Trabalhista do ilegítimo Temer”, disse Vagner, ao completar: “Nós temos de discutir e conversar com esses trabalhadores, mostrar para eles o que significa essa agenda de retrocesso de Bolsonaro que retira direitos”.

E para isso, defende o presidente da CUT, os métodos para organizar essa massa de trabalhadores não podem ser os mesmos utilizados até agora. “É uma outra base, são novas pessoas, que querem novas posturas de nós”.

“Vamos continuar na luta para que os direitos trabalhistas retornem, mas sabemos que a tendência é de que no governo Bolsonaro haverá uma ofensiva para que se desmonte cada vez mais o mercado de trabalho do que propriamente uma tentativa de consertá-lo. Precisaremos dialogar com esses novos trabalhadores para impedir isso e aumentar, com isso, a nossa representatividade”.

Oposição

Uma oposição aos ataques dos direitos dos trabalhadores é o que a CUT precisará fazer no próximo período. A cada proposta apresentada pelo governo de Bolsonaro que ataca os direitos, a CUT precisa, mais do que se posicionar e lutar contra qualquer retirada de direitos, fazer uma oposição propositiva, com uma pauta que apresente as demandas da classe trabalhadora, defende o presidente da CUT.

“Queremos, logo no início do governo, construir um grande encontro nacional da classe trabalhadora, juntando todas as centrais sindicais e movimentos sociais, pois nós vamos tirar uma pauta de reivindicação dos trabalhadores e trabalhadoras e vamos apresentar e entregar ao governo”, disse Vagner.

“Vamos dizer qual modelo de previdência nós defendemos, qual salário mínimo queremos, vamos dizer que queremos salário igual para homens e mulheres, vamos apresentar o que queremos para os rurais, servidores públicos e qual modelo de educação nós queremos. Nós vamos apresentar uma agenda propositiva para o Brasil sob a ótica dos trabalhadores”.

Segundo Vagner, cada vez que o governo fizer qualquer movimento que mexa com os direitos sociais e trabalhistas, como a reforma da Previdência, os trabalhadores e trabalhadora terão sempre a CUT e seus sindicatos para fazer a defesa intransigente de seus direitos.

“Faremos uma oposição propositiva e firme. Representaremos a classe trabalhadora junto ao governo e à sociedade. Faremos os movimentos que tiverem de ser feitos, como organização no local de trabalho, greve quando for preciso e negociação quando for o momento”.

Assista a entrevista na íntegra:

Portal da CUT
https://www.cut.org.br/noticias/ao-vivo-presidente-da-cut-fala-sobre-fim-do-ministerio-do-trabalho-ebcb
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Futuro do trabalho: Anamatra apresenta proposta de anteprojeto de lei para proteção do trabalhador em face da automação

O presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Feliciano, participou, nesta quinta (29/11), de reunião do Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho. A reunião, realizada na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi conduzida pelo ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello, e marcou a apresentação de propostas das entidades para o enfrentamento dos desafios relacionados ao futuro do trabalho.

Na ocasião, o presidente apresentou sugestão de projeto de lei para a regulamentação do artigo 7º, inciso XXVII, da Constituição Federal, quanto à proteção jurídica do trabalhador em face dos efeitos negativos da automação. Segundo Feliciano, a proposta vai sanar uma omissão legal que perdura há 30 anos. “Procuramos trazer um caminho para efetivar as disposições constitucionais, sem perder de vista a atualidade e as possibilidades, inclusive patronais”, explicou.

De acordo com o presidente, a proposta da Anamatra parte das seguintes premissas: 1) imprescindibilidade da regulamentação do art. 7º, XXVII, CF (proteção jurídica contra a automação); 2) prestígio à representatividade sindical; 3) necessidade de qualificação dos trabalhadores para realocação no mercado de trabalho, protegendo-os, ademais, contra o desemprego, fator de insegurança social; 4) não comprometimento do núcleo essencial dos direitos trabalhistas básicos; e 5) necessidade de que os processos de automação sejam conduzidos com responsabilidade social.

As propostas apresentadas pelas entidades participantes da reunião serão compiladas pelo Comitê para efeito de integrar o relatório final ao Ministério do Trabalho, o que deve acontecer no dia 19 de dezembro.

Sobre a proposta da Anamatra – A proposta da Anamatra visa a estabelecer condições necessárias para que se assegure proteção aos trabalhadores urbanos e rurais em face de sistemas de automação, adotados ou em vias de serem adotados, implantados e desenvolvidos pelos empregadores, tomadores de serviços e outras pessoas a eles equiparados.

Nesses termos, a entidade propõe as hipóteses e termos em que a automação poderá ser adotada e os documentos pertinentes; a proteção residual das condições de trabalho dos trabalhadores remanescentes; os processos de reaproveitamento e realocação de mão de obra, especialmente quando se tratar dos segmentos especialmente protegidos (empregados do sexo feminino, aprendizes e idosos); o dever de informação e os períodos transicionais de garantia de emprego.

Também devem ser mantidas pelas empresas, com o apoio dos sindicatos das respectivas categorias econômicas, centrais coletivas de capacitação e aperfeiçoamento profissional e realocação de trabalhadores, com vista a acelerar os mecanismos de emprego compensatório e facilitar a reabsorção dos dispensados pelo empregador que se automatizar, criando serviços próprios para a respectiva realocação ou utilizando cadastro nacional de emprego mantido pelo Poder Executivo da União.

A Anamatra também preconiza a proteção jurídica do trabalhador desocupado e daquele dispensado em razão da automação, prevendo o percebimento de todas as verbas rescisórias em dobro, incluída a indenização sobre os depósitos de FGTS, bem como a vedação à dispensa coletiva massiva de trabalhadores.

No quesito previdenciário, a proposta da Anamatra propõe a instituição de alíquotas adicionais progressivas para a contribuição social do empregador para o Programa de Integração Social (PIS), por tempo determinado e com incidência sobre o faturamento mensal da pessoa jurídica ou equiparada, para efeitos fiscais.

Também faz parte da proposta da Anamatra previsão de que os níveis de desemprego e rotatividade setorial sejam aferidos a partir de metodologia única, desenvolvida pelo IBGE e válida para todo o território nacional.

Quanto ao número de postos de trabalho eliminados em razão de automação, a Anamatra propõe que sejam comunicados, anualmente, pelo empregador ou equiparado; e que as alíquotas adicionais progressivas por desemprego associado à automação não se apliquem às microempresas e às empresas de pequeno porte submetidas ao regime do Simples Nacional.

Portal da Anamatra

https://www.anamatra.org.br/imprensa/noticias/27306-futuro-do-trabalho-anamatra-apresenta-proposta-de-anteprojeto-de-lei-para-protecao-do-trabalhador-em-face-da-automacao

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Escola Sem Partido promove censura e controle social nas instituições de ensino

professor e coordenador do curso de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC), Salomão Ximenes, conversou com a reportagem do Brasil de Fato durante o programa no Jardim da Política. Ele falou sobre o Projeto de Lei -PL 7180/14, conhecido como “Escola Sem Partido”.

O PL, que tramita na Câmara dos Deputados em Brasília, é apoiado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e visa proibir o debate sobre sexualidade e gênero nas escolas.

O professor que também membro da Rede Escola Pública e Universidade e da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, afirma que o projeto é uma ameaça a pluralidade de ideias e serve de instrumento de dominação.

Confira a íntegra da entrevista:

Brasil de Fato: Qual é a sua expectativa em relação ao Projeto de Lei Escola Sem Partido?

Salomão Ximenes: Este projeto vem sendo discutido há mais de dois anos numa Comissão Especial criada na Câmara dos Deputados com um viés favorável. Um viés de uma bancada que é mais do que conservadora: é uma bancada do fundamentalismo religioso que chega a ser criminoso em alguns aspectos. Muito provavelmente, ele será aprovado se for colocado em votação ainda este ano.

Há toda uma resistência da oposição no sentido de impedir que o projeto seja votado e, uma vez aprovado nessa comissão, certamente, será apresentado um recurso para que ele seja discutido no plenário. Não nos desesperemos. Temos muita resistência ainda a fazer. Tem a tramitação na Câmara, tem a mudança de legislatura. Caso ele não sai da Câmara até o final do ano, ele tem que reiniciar no próximo. Também tem todo um debate a ser feito no Senado Federal em torno deste projeto.

Além de servir de palanque para esses movimentos, este projeto é muito preocupante do ponto de vista de seu conteúdo. E, a despeito da lei nacional não ter sido aprovada, muitas dessas medidas, incentivadas por essa lei, já vem sendo implementadas nas universidades e nas escolas públicas brasileiras de todo o país com ações de censura, ações autoritárias e ações ilegais. Isso é o que mais nos preocupa. Algumas ações podem até configurar crime, mas vêm sendo praticadas no país.

O senhor afirmou que o projeto faz parte de um pensamento fundamentalista. Um dos pontos que mais chamou atenção é sobre a questão do gênero, que eles chamam de “ideologia de gênero”.

O projeto original do Movimento Escola Sem Partido foi criado por poucas pessoas na metade da década passada e tinha pouca visibilidade até os anos de 2002, 2003, 2004. Esse projeto  propunha, basicamente, que fossem colocados nas salas de aula os deveres do professor. Entre esses deveres estaria o de se manter neutro em relação a qualquer temática, ou seja, uma censura geral e irrestrita ao tratamento das temáticas em sala de aula.

Este projeto ganha um reforço significativo com a entrada da discussão da “ideologia de gênero”. É aí, ele começa a se tornar visível no Brasil. Essa vertente da “ideologia de gênero”, originalmente, não é a mesma da Escola Sem Partido. É uma vertente do campo religioso.

É importante dizer que ela não nasce no campo protestante – evangélico-neopentecostal. Ela vem do campo católico. Essa é uma doutrina da igreja católica para fazer a disputa cultural na sociedade sob a concepção de gênero. E agora, no Brasil, essa ideia ganha o reforço das igrejas neopentecostais, que têm atuado fortemente na política brasileira.

Essa ideia de “ideologia de gênero” é colocada dentro do projeto Escola Sem Partido naquele movimento de 2013, 2014. Os  planos municipais, estaduais e nacional de educação foram monitorados por esses grupos a fim de evitar qualquer previsão das temáticas de gênero e sexualidade nas escolas.

Tem uns casos anedóticos em que foram retirados, censurados de planos de educação, o tratamento de gêneros alimentício ou de diversidade ambiental. Isto porque a turma procurava no arquivo qualquer menção à palavra gênero independente do que se tratava.

Esse movimento foi muito forte em alguns municípios e estados. Isso mobilizou muita gente contra e a favor. E é nesse momento que esta agenda do Escola Sem Partido se casa com a agenda do que se chama “ideologia de gênero”. E ganha, aí sim, uma maior repercussão: com redes sociais e movimentos sociais de direita, que vão estar na base do processo que leva à eleição de Bolsonaro. As redes  de comunicação, de mobilização que estavam naquele processo são, basicamente, as mesmas que estiveram mobilizadas em torno da candidatura do Bolsonaro.

Algumas pessoas compreendem esse debate sobre “ideologia de gênero” como uma cortina de fumaça. Como o sr. compreende essa discussão?

Eu acho equivocado entender que este debate do Escola Sem Partido ou debate da “ideologia de gênero” é uma cortina de fumaça. É um debate estruturante na educação brasileira enquanto projeto educacional. O objetivo é impor uma posição de reprodução, de dominação de gênero, de raça e de classe.

Inclusive os governos do PT começam a recuar, mesmo o Escola Sem Homofobia foi retirado da pauta por uma decisão política da Presidenta [Dilma Rousseff] da época em função da pressão da bancada evangélica.

No entanto, tiveram algumas políticas educacionais que tentaram promover o debate sobre a diversidade. Na questão racial, a lei 10.639 foi aprovada por Lula em 2003. A norma obriga o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira nas escolas. Esta medida fortalece a demanda do movimento negro por ter reconhecido a história desses povos no Brasil e da promoção do debate sobre o racismo.

Em seguida, o Brasil Sem Homofobia e depois o Escola Sem Homofobia, que vulgarmente foi chamado de “kit gay”. Na verdade, era programa que visava levar o debate sobre a homofobia e a lesbofobia para as escolas, no sentido de reconhecer também a diversidade nas escolas. Essas políticas tiveram um momento inicial, mas elas nunca chegaram a se constituir de fato como políticas curriculares estruturantes na educação brasileira.

O projeto será a principal agenda do Ministério da Educação no governo Bolsonaro. Então, se tenta na verdade sair dessa posição de veto das políticas de diversidade para uma política pública de censura, que retira o poder das escolas de discutir qualquer temática que signifique mudança social, enfrentamento à desigualdade, à discriminação e ao racismo.

Durante o período eleitoral, policiais federais, PMs e fiscais interrogam professores, vetam atividades, arrancam faixas e apreendem materiais nas universidades. Estas ações podem ser caracterizadas como uma forma de coação, de intimidação e de censura como vimos em outros períodos da história?

O movimento de censura no viés político, aquela paranoia anticomunista, sempre foi utilizado como detonador do controle social e de posições autoritárias nas instituições de ensino. É praticamente uma regra mundial dos regimes e sistemas autoritários, como é o caso do que estamos vivendo no Brasil. Lamentavelmente, há uma progressiva redução dos espaços democráticos por dentro da institucionalidade, característica do golpe institucional de 2016, que segue em curso nesse sentido.

É uma regra que as instituições de ensino sejam alvos prioritários do controle ideológico. Você vê isso nos regimes fascistas, no Macarthismo nos EUA, na ditadura civil militar na América Latina.

A característica que se destaca nesse momento no Brasil tem a ver com censura à diversidade. Este elemento é igualmente relevante nos movimentos de censura, não só na censura política, mas também na ideia de que a escola deve se manter numa posição secundária em relação às famílias e às igrejas em matéria de sexualidade e de moral.

Essa é uma concepção conservadora clássica que tenta se impor por esse movimento, ou seja, a escola não deve ir contra a concepção das famílias e das igrejas em matéria de sexualidade e de moral, portanto, grupos religiosos privados tentam impor sua visão de mundo, de forma totalitária, autoritária dentro da escola pública. É disso que se trata.

Estudantes universitários acusaram uma professora de praticar “doutrinação ideológica” por ela ter apresentado a teoria do educador e pedagogo Paulo Freire em um curso de Pedagogia. Como o sr. avalia esse cenário?

O que mais preocupa é que nossa resistência não tem impedido a disseminação e a ampliação dos movimentos de censura nas escolas e nas universidades. É importante dizer que é uma ação de promoção e de perseguição ao magistério, sobretudo ao magistério público. É uma ação articulada e forte no país, que envolve instituições religiosas, meios de comunicação e redes sociais. A matéria [o projeto de lei Escola Sem Partido] falava também de professores de escolas privadas, que, digamos, é um ponto mais frágil, porque se quer tem uma carreira docente que os proteja.

Também nos preocupa o movimento de autocensura. Surgiram na mídia e no debate público situações de perseguição a docentes que foram constrangidos, que tiveram seu material de aula divulgados e que foram denunciados para a Secretaria de Educação. Ainda que essas denúncias, em geral, não tenham dado em nada, porque não têm violação nenhuma a dever funcional, isso gera medo nos professores e professoras. Eles acabam se censurando para evitar esse tipo de confronto. É difícil mensurar o tamanho do prejuízo que essa autocensura pode causar na construção do sujeito e na formação da cidadania.

De que forma tem ocorrido estas denúncias? Existe algum tipo de monitoramento?

Esse movimento de denúncia se dá de diferentes formas. Ele vai desde uma notificação extrajudicial, que é disseminada pelo Movimento Escola Sem Partido, a uma intimidação formal dos docentes. Estas denúncias podem, eventualmente, gerar abertura de procedimento administrativo funcional.

Não é que tenhamos centenas de milhares de procedimentos administrativos ou notificações extrajudiciais, o que temos são poucas ações com grande repercussão. Isso gera esse movimento de autocensura, até porque, algumas destas  movimentações de censura e intimidação são feitas por deputados e vereadores, que fazem parte desse movimento ultraconservador-reacionário.

Tivemos na cidade de São Paulo o caso de um vereador que tentou impedir uma atividade municipal que abordava a temática de gênero. Tentativas como esta acabam ganhando repercussão mesmo que não funcionem. Elas levam ao movimento de autocensura.

Nesse sentido tem surgido um conjunto de iniciativas para esclarecer, para trazer informações jurídicas sobre as políticas pedagógicas a fim de fortalecer o papel dos professores e das professoras. Para afastar esse medo da censura e fortalecer a liberdade em sua atuação nas escolas, nós acabamos de lançar essa semana o Manual de Defesa Contra a Censura nas Escolas, que é uma incitava coordenada por mais de 60 instituições do país, entre elas, a Rede Pública pela Universidade, a Campanha Nacional pelos Direito à Educação, a Ação Educativa, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e o Andes. Nós temos que sair da defensiva que tem nos levado a esse movimento de autocensura.

Jair Bolsonaro prometeu acabar com as escolas de formação ligadas a movimentos sociais, principalmente, ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Qual a sua avaliação a respeito desse tipo de declaração do presidente eleito?

É uma declaração autoritária e que vai no campo educacional convergir para um movimento que já  tem algumas décadas: o de pasteurização da educação, ou seja, de homogeneização curricular. Esta movimentação acaba legitimando e fortalecendo o Escola Sem Partido.

Assim, como o Escola Sem Partido fortalece pretensões de padronização curricular, alguns apoiadores do projeto de lei trabalham a ideia de que o professor não é educador. Ele ensina português, matemática. Reduzir o processo educacional escolar a estes aspectos retira da escola o papel de estabelecer uma proposta pedagógica que seja articulada as diretrizes curriculares mais gerais  com as demandas, as pretensões, os objetivos de sua comunidade.

Essa escola, que eu mencionei que foi atacada por um vereador em São Paulo, é a escola municipal Amorim Lima. Uma escola que tem reconhecidamente um projeto pedagógico diferente, alternativo. Então, qualquer projeto pedagógico nesse sentido, que fuja da padronização que vem sendo imposta, passa por essa limitação.

Com a radicalização do autoritarismo, a Escola Sem Partido traz severas ameaças a essas experiências escolares diferenciadas e plurais. O direito constitucional à educação fala do pluralismo de ideias, de concepções pedagógicas e  em gestão democrática. A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – fala em articulação escola e comunidade idealmente.

Cada escola deveria ter um projeto pedagógico de fato, ou seja, uma proposição política pedagógica, um desenho diferente, articulado ao seu contexto. E o movimento que tem acontecido é o de esvaziamento quase que completo dessa dimensão da diversidade via um processo de tecnificação de adestramento de docentes. A ideia de educação escolar acaba sendo descaracterizada.

Brasil de Fato

https://www.brasildefato.com.br/2018/12/02/escola-sem-partido-promove-censura-e-controle-social-nas-instituicoes-de-ensino/

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Mulheres paulistanas ganham apenas 62% dos salários dos homens

O rendimento médio mensal das mulheres paulistanas é 62% do rendimento dos homens. As maiores discrepâncias foram encontradas nas áreas mais ricas da cidade, onde estão as melhores oportunidades de trabalho.

Os dados foram levantados pelo Mapa da Desigualdade de São Paulo, da Rede Nossa São Paulo, que pesquisa 53 indicadores nas várias áreas da administração pública com o objetivo de identificar as prioridades e necessidades da população nos 96 distritos da capital paulista.

Enquanto as mulheres ganhavam, em 2017, R$ 938,00 por mês, os homens ganham R$ 1.508,00. Se for mantida a diferença registrada nos últimos 20 anos, as mulheres só terão equiparação salarial em 2047, ou seja, daqui a 29 anos.

As diferenças entre os salários das mulheres em relação aos dos homens foram registradas em praticamente todos os distritos e, em muitos casos, foram democráticas: tantos nos bairros mais ricos quanto nos mais pobres, as mulheres ganharam menos.

Na Consolação, bairro nobre que fica no centro de São Paulo, as mulheres ganharam 40% menos do que os homens. Na Vila Formosa, a diferença foi de 30,8% e em José Bonifácio, de 28,5%, ambos ficam no extremo da zona leste.

Dos 96 distritos, só em sete as mulheres ganhavam, mais, em 2017,  em nenhum a renda entre os gêneros é igual.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Juneia Batista, é vergonhoso que na maior e mais rica cidade do país ainda exista esse tipo de discrepância.

“A cidade de São Paulo é o terceiro PIB do Brasil, atrás somente do estado de São Paulo e do próprio país. É incompreensível essa diferença. O ideal é que essa distância entre salários de homens e mulheres chegasse a zero no máximo em 15 anos”.

“O sonho”, diz Juneia, “seria que tivéssemos atualmente a mesma diferença salarial dos países escandinavos que é de apenas 3%”.

Mas o futuro não parece promissor para as mulheres com os novos governantes e a insegurança política que vivemos, acredita a dirigente.

“Temos [Bruno] Covas na prefeitura, João Doria no governo do estado e [Jair] Bolsonaro no governo federal. Eles não têm política voltadas para as mulheres, e para piorar , a mulher é a mais vulnerável após a reforma Trabalhista porque as vagas oferecidas são para trabalhos intermitentes, sem proteção social”, lamenta Juneia.

Portal da CUT

https://www.cut.org.br/noticias/mulheres-paulistanas-ganham-apenas-62-dos-salarios-dos-homens-7b17

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“Saímos mais preparados para o enfrentamento”, diz presidente da CTB sobre 3º Seminário Jurídico

“Foi um debate rico e que nos deixa mais preparados para a luta política e ideológica em curso”, diz presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, ao final do 3º Seminário Jurídico da CTB, ocorrido entre os dias 29 e 30 de novembro, em São Paulo.

O dirigente destaca que os trabalhos não se encerram com o fim do seminário. “Atividade revelou uma cenário brutal e nos apresentou dados e exemplos que podem direcionar nossa estratégia de luta a partir de já. Lembrando que, ainda que o nosso projeto seja pela valorização do Trabalho, geração de emprego e distribuição da renda, a luta se dá em diferentes frentes, o que nos cobra criatividade, unidade, resistência ainda maiores”, finalizou.

Centralidade do Trabalho

Ao fazer a avaliação da atividade, Magnus Farkatt, assessor Jurídico da CTB Nacional, destacou que a ementa do seminário, ainda que intensa, fortalece nossos dirigentes em um momento crucial. “Saímos mais fortes ideologicamente e mais preparados para construir nossos planos de ação na esfera nacional e estadual”, afirmou.

Acompanhe a cobertura completa 3º Seminário Jurídico

Portal da CTB

http://portalctb.org.br/site/secretarias-da-ctb-nacional/assuntos-juridicos/saimos-mais-preparados-para-o-enfrentamento-diz-presidente-sobre-seminario-juridico