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Projeto de lei prevê turno integral e mudança no currículo no ensino médio

Não é de hoje que se discutem novas maneiras de atrair os estudantes de ensino médio e melhorar seu desempenho, com formas mais efetivas de ensinar os conteúdos. Um passo para um ensino médio mais completo e articulado foi dado no final de novembro, quando foi aprovado o texto do Projeto de Lei (PL) 6840/2013, que prevê mudanças na forma como está estruturado o ensino brasileiro, alterando a Lei 9.394, de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

O PL propõe alterações principalmente em relação ao aumento da carga horária e dos conteúdos trabalhados em sua forma de apresentação aos alunos. No texto, a comissão argumenta que é necessário mudar o ensino médio pois ele está desgastado, com altos índices de evasão e distorção de séries – a rede pública brasileira tem uma média de 14,2% de reprovação e 10,8% de abandono. O atual currículo é considerado ultrapassado, com excesso de conteúdos que não consideram as diferenças individuais e geográficas dos alunos. Para a formulação do projeto, foi formada a Comissão Especial destinada a promover Estudos e Proposições para a Reformulação do Ensino Médio, que realizou diversas audiências públicas e seminários estaduais desde 2012 sobre o assunto.

O deputado e relator do projeto, Wilson Filho, acredita que é preciso atrair os estudantes a continuar na escola até o final do ensino médio, motivando também os professores a não mais utilizarem o sistema de “decorebas”, onde o aluno decora a matéria com o único objetivo de passar no vestibular.

Sete horas diárias
Uma das principais mudanças propostas pelo texto é que a jornada do ensino médio passe de 2.400 horas, número praticado atualmente, para 4.200, distribuídas em sete horas diárias. Para esta medida, o deputado acredita que é necessário que as escolas sejam preparadas para estar com o aluno por esse período. “Nessas sete horas, os professores têm de passar o conhecimento e não apenas enrolar. A programação precisa ser interessante”.

Aqui entra outro ponto importante do projeto: a mudança nos currículos. Cerca de 80% dos alunos que saem do ensino médio da rede estadual não vão para a universidade. Para eles, o sistema de decorar fórmulas e conteúdos para passar na prova de vestibular não irá ajudar. No novo ensino médio, as disciplinas seriam divididas por áreas do conhecimento, como já ocorre no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): linguagens, matemáticas, ciências humanas e ciências da natureza. Nelas, deverão ser englobados os conhecimentos da língua portuguesa, da matemática, do mundo físico e natural, da filosofia e sociologia, da realidade política e social brasileira, uma língua estrangeira moderna e ainda a inclusão de uma segunda opção de língua estrangeira, e cada região poderia definir a que melhor se encaixa.

O projeto enfatiza a necessidade de se transversalizar o ensino, relacionando disciplinas que conversam entre si, para que as aulas se tornem mais dinâmicas e práticas. Alguns temas, coma prevenção ao uso de drogas e álcool, educação ambiental e sexual, educação para o trânsito e temas legislativos como noções da Constituição Federal e do Código de Defesa do Consumidor, estão citados no projeto para serem tratados dentro da grade curricular prevista. A criação de novas disciplinas continua precisando da autorização do Ministério da Educação e do Conselho Nacional da Educação.

A última grande mudança no currículo dentro do PL se trata do último ano do ensino médio. Os alunos poderiam escolher ênfases em uma das quatro áreas do conhecimento ou no ensino profissional, de acordo com a profissão que queiram seguir. O terceiro ano passaria a ser estudado de acordo com as escolhas dos alunos, mas os assuntos básicos das disciplinas não deixarão de ser tratados. “Ênfase não é exclusividade, é apenas um direcionamento para a área escolhida. Se ao final do ano o aluno mudar de ideia quanto à área que quer seguir, pode refazer no próximo ano com outra ênfase”, explica o relator do projeto. No ingresso às universidades, fica a cargo das instituições decidir se também focarão suas provas de acordo com a ênfase escolhida pelos candidatos no ensino médio.

Ensino profissionalizante
A questão do ensino profissionalizante ser vinculado ao ensino médio já é prevista em lei, mas, segundo o deputado Wilson Filho, apenas 14% das matrículas do ensino médio englobam essa opção. O projeto busca levar o tema à atenção dos alunos. O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Ocimar Munhoz Alavarse acredita que o ensino profissionalizante pode ser uma opção. “Os jovens do ensino médio precisam saber que o ensino superior não é a única alternativa. Tem muitos postos de trabalho que não precisam de educação superior”. Alavarse cita o caso dos cursos técnicos. “No Brasil, eles parecem não ter prestígio social, sendo que cursos técnicos têm maior empregabilidade e também pagam bons salários”.

O PL também prevê que o Enem passe a ser gratuito e obrigatório no histórico escolar e ter validade de três anos. O estudante pode fazer a prova todos os anos se quiser; se no ano seguinte o aluno tirar uma nota maior, ela ficará no registro para ser utilizada no ingresso a universidades e em programas como o Prouni.

O ensino noturno também é abordado no projeto: ficaria restrito a alunos maiores de 18 anos e coma mesma carga horária da opção diurna, porém distribuída de outra forma: 4.200 horas, divididas em quatro horas diárias, com duração de quatro anos. As horas que ficam faltando, seriam estabelecidas pelo sistema de ensino por meio de trabalhos, que poderão ser feitos a distância. Na realidade brasileira, muitos jovens menores de 18 anos se encontram em situações que os impedem de frequentar a escola durante o dia, como o trabalho. O deputado explica que as escolas poderiam decidir pelas exceções. “Uma legislação tem de pensar na maioria absoluta, e a maioria dos estudantes brasileiros pode estudar de dia. Caso contrário, não conseguiremos formatar um novo ensino médio”, diz.

O papel do Estado na gestão escolar
Fernando Luis Schüler, cientista político e diretor geral do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec/RJ), relembra que é importante que se debata a forma como são geridas as escolas públicas. “Me parece que a sociedade continua se recusando a reconhecer a questão mais importante da qualidade do ensino: a gestão. Todos os indicadores dos últimos 20 anos demonstram uma incapacidade congênita do Estado de executar de maneira eficiente a gestão escolar”. Para ele, o projeto de lei propõe uma tese positiva englobando a questão do ensino integral, mas foca no problema errado: se a gestão da escola for precária, o ensino continuará a ser precário, mesmo integral, acredita.

Schüler defende o reposicionamento do papel do Estado na educação, que deveria progressivamente sair da gestão direta das escolas e atuar apenas como grande agência reguladora e financiadora da educação. “Nos resultados do Enem 2012, não há, entre as 1.500 primeiras colocações, uma escola pública estadual. O modelo de gestão brasileiro deveria ser mais autônomo e despadronizado. Deveria permitir que o diretor consiga repor um livro faltante ou uma janela quebrada o mais rápido possível, sem precisar passar por burocracias que não permitem que essas reposições sejam feitas no mesmo dia. É preciso mais agilidade”, justifica.

O deputado Wilson Filho explica que não há no projeto uma proposta de mudança na gestão, mas sim indicações ao poder executivo, como a criação de uma modalidade exclusiva do ensino médio no Plano de Ações Articuladas (PAR), do governo federal, para que se possa auxiliar melhor os Estados a investir em educação de qualidade. “Concordo que o Estado não tem condições de gerir as escolas, mas a ideia da federalização da educação brasileira levanta a questão de saber se o governo terá como controlar todas as escolas do País. Quanto a administração pelo setor privado, o tema não entrou no projeto porque se refere a todo o ensino nacional, não apenas ao ensino médio. Já a questão da desburocratização do ensino e da gestão, é um tema que pode ser debatido futuramente”, diz.

Próximos passos
O projeto está aguardando a constituição de uma Comissão Temporária na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA), que poderá efetuar melhorias no projeto. Após, irá ao Congresso. Se aprovada, a Lei passa a valer para os novos estudantes. As indicações devem ser implementadas em um prazo de 10 anos, englobando 50% das escolas e matrículas e introduzidas totalmente em 20 anos.

Fonte: Sinpro/RS

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Decisões na Justiça elevam pressão por maior correção no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

Após a sucessão de decisões judiciais contrárias aos trabalhadores que pedem a correção do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de acordo com a inflação, começam a surgir as primeiras sentenças favoráveis à remuneração que mantenha a capacidade de compra do dinheiro depositado. Desde 1999, a inflação acumulada é 92% maior que a fórmula atual, a Taxa Referencial (TR) mais juro fixo de 3% ao ano.

As primeiras quatro decisões que acolhem os argumentos dos trabalhadores, datadas do dia 15 deste mês, são do juiz federal substituto da 2ª Varal Cível da Justiça de Foz do Iguaçu (PR), Diego Viegas Veras. No despacho, Viegas manda a Caixa trocar a TR pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e ressarcir a diferença nos últimos 15 anos. A sentença lembra que a TR tem índices próximos de zero desde 2009.

Por coincidência, no dia seguinte saiu uma decisão semelhante na justiça federal de Pouso Alegre (MG). Em todos os casos, porém, cabe recurso da Caixa, administradora do fundo. Como todas as sentenças anteriores de primeiro e segundo graus eram favoráveis ao banco, o advogado Jean Carlo Canesso, que atuou nos casos de Foz do Iguaçu, avalia que pode crescer o número de decisões que atendam os interesses dos trabalhadores.

Para o advogado gaúcho Raimar Machado, doutor em direito do trabalho, como o assunto tende a ter entendimentos divergentes entre os magistrados, a questão deve ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF):

– Como é uma matéria de conotação constitucional, a definição deve ser dada pelo STF. Basta uma súmula dizendo que cabe ou não a correção e o assunto estará encerrado.

Apesar da queixa dos beneficiários, o entendimento da maior parte dos juízes até agora a partir da enxurrada de ações ajuizadas ano passado é de que o banco apenas segue as regras previstas na legislação. Com o passar do tempo, a TR se distanciou da inflação e gerou queda do poder aquisitivo do saldo do FGTS.

Segundo a Caixa, há 29.350 ações ajuizadas sobre o tema e 13.664 sentenças favoráveis. O banco promete recorrer em todos os casos de decisão contrária aos critérios atuais.

Fonte: Sinpro/RS

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Calendário escolar requer atenção dos professores

Início do novo período letivo, momento em que as instituições de ensino estão obrigadas a entregar o calendário escolar. Os professores precisam observá-lo com atenção, pois deve registrar os períodos de férias e de recesso, além de todas as atividades extras, tais como feiras, festas e viagens.

Lembre-se: todo trabalho realizado fora do horário contratual (carga horária do professor) deve ser pago como hora extra, ainda que previsto no calendário.

Algumas instituições convocam os professores para atividades complementares em horários que não foram acordados, inclusive fins de semana, e tentam usar o banco de horas como desculpa para não realizar o pagamento. Está errado e os professores devem denunciar ao Sindicato tal prática.

Habitue-se, desde o início do ano, a anotar as atividades extras para as quais for convocado.

Calendário na Copa

A Copa não é desculpa para que os direitos dos professores sejam desrespeitados. É preciso ficar de olho nisso.

Comunicado conjunto divulgado no ano passado pela Federação dos Professores e o sindicato patronal apresenta proposta de calendário, mostrando que é possível manter os 30 dias férias coletivas em julho – como assegurado pela convenção coletiva de trabalho -, respeitar os 200 dias letivos e ainda levar em conta os dias dos jogos do Brasil.

Fonte: Sinpro/SP

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Agenda Cultural

Projeto Estrelas Goianas

 (foto: Luiz Augusto)
(foto: Luiz Augusto)

O Sesc Goiás, em parceria com o Castro’s Park Hotel, realiza a 5ª edição do projeto Estrelas Goianas, que valoriza e divulga a diversidade da música autoral de Goiás. A apresentação desta semana é com a cantora Maria Eugênia, hoje (24/01), às 20h30, no lobby do Castro’s Park Hotel.
Os ingressos são trocados por 2 kg de alimentos não perecíveis na recepção do Hotel, localizado à Avenida República do Líbano, n. 1520, Setor Oeste.

Professor (a), prestigie!

Fonte: Gyn Cultural

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Agenda Cultural

Show com o cantor Leoni

foto: divulgação
foto: divulgação

Professor (a), prestigie o o show #comomudaromundo?, do cantor Leoni, que traz composições que questionam o consumismo, individualismo, dependência digital (daí o uso da hashtag), preconceito e as várias formas de amar. A performance conta, ainda, com canções marcantes e inéditas como “Gentileza gera gentileza”, “As coisas não caem do céu” e “Hôtel de Garlande”. Os grandes hits do cantor, como “Garotos II”, “Só pro meu prazer” e “Alice” também estão no repertório. O evento acontece no Passeio das Águas Shopping hoje (23/01), no estacionamento Setor Marrom, às 19h30, com entrada franca.

Fonte: Gyn Cultural

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MEC: Mercadante sai, nada muda…

2014 será um ano decisivo para as políticas públicas educacionais, mas não pelo novo titular no MEC (Ministério da Educação).

Esse é um ano de eleição e, portanto, de conclusão de trabalho. Como é natural na administração pública, o objetivo do último ano de toda gestão não é inovar, ao contrário, é concluir da melhor maneira possível o que já vinha sendo feito. Se isso não bastasse, 2014 também será o ano da Copa do Mundo no Brasil. E discordando ou concordando com o fato, é certo que o evento paralisará o país.

Diante desse quadro, a tendência no MEC é a da menor mudança possível. Por isso, e por conhecer e confiar em seu trabalho, a presidenta Dilma Rousseff deve alçar o secretário-executivo da pasta, José Henrique Paim Fernandes, ao posto de titular do Ministério da Educação. Se confirmado no cargo, pouca coisa muda. Diante das demandas e atribuições políticas de Aloizio Mercadante junto ao Palácio do Planalto, Paim já vinha liderando o MEC nos últimos meses.

Nada de novo

Nesse cenário em que naturalmente nada de novo surgirá na pasta, o debate educacional recairá sobre a tramitação do novo PNE (Plano Nacional de Educação)no primeiro semestre. Por sua duração decenal e por ser fruto de demanda constitucional, se levado a sério, o PNE tem o poder de mudar decisivamente a educação no país, pois o compromisso com o cumprimento de suas metas e estratégias orientarão todos os mandatos de presidentes, governadores/as e prefeitos/as, além de determinar a forma como se dará o controle social.

Com mais de três anos de tramitação, o novo PNE será definitivamente deliberado pela Câmara dos Deputados. Há três possibilidades em jogo: aprovar integralmente o texto da Câmara dos Deputados, votado em 2012; deliberar em favor da versão do Senado Federal, concluída em 2013, ou compor um novo texto, mesclando as deliberações de cada Casa Legislativa.

A versão da Câmara dos Deputados, ainda que imperfeita, está mais próxima das deliberações da Conae 2014 (Conferência Nacional de Educação) e, assim, conta com o apoio majoritário da sociedade civil. Já o texto do Senado Federal desresponsabiliza o Governo Federal de participar de forma mais decisiva da educação básica, além de desobrigá-lo a expandir matrículas no ensino técnico profissionalizante de nível médio e na educação superior. Ou seja, a versão do Senado Federal está muito aquém das necessidades do país.

Conae

Se tudo transcorrer naturalmente, antes da votação final do PNE na Câmara dos Deputados,  ocorrerá em Brasília a Conae 2014, a ser realizada entre 17 e 21 fevereiro de 2014. Será uma oportunidade para os delegados expressarem suas preferências entre as versões da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Deveria ser em qualquer ocasião, mas especialmente em um ano eleitoral, espera-se que opinião emanada de um processo legítimo de participação, baseada no encontro entre representantes das esferas de governo e da sociedade civil, seja levada a sério. Se isso ocorrer e as metas e as estratégias do PNE se converterem em uma demanda da sociedade, qualquer ministra ou ministro da Educação será avaliado por sua competência em corresponder a uma demanda da sociedade, estabelecida pela Constituição. Seria um importante passo para o amadurecimento e aprofundamento da democracia brasileira. Que 2014 seja o início dessa nova era.

 

Por: DANIEL CARA

 

Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação desde junho de 2006. É bacharel em Ciências Sociais e mestre em Ciência Política pela ‘Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas’ da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). É membro titular do Fórum Nacional de Educação.

 

Fonte: Uol

 

 

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Medo excessivo e prolongado de ir à escola pode ser fobia

O início das aulas para Beatriz Koh, 8, foi mais custoso que o de outras crianças de sua idade. “Ela chegava da escola chorando”, conta o pai, Eduardo Koh, empresário. “A Bibi tinha dificuldade para fazer amigos e demorou para se adaptar.”

Beatriz passou por um período descrito popularmente como fobia escolar, medo excessivo de ir ou permanecer na escola capaz de provocar crises de choro, náuseas, tonturas, dores de cabeça e suor excessivo em alguns alunos.

Um dos primeiros artigos sobre o assunto, “School Phobia And Its Treatment” (“A fobia escolar e o seu tratamento”), publicado no “British Journal of Medical Psychology”, em 1964, mostrou que a fobia escolar é caracterizada como ansiedade de separação, ou seja, dificuldade da criança de se adaptar a um novo espaço sem a presença do vínculo familiar do qual é dependente –a mãe, na maior parte dos casos.

É por esse motivo que esse tipo de fobia se diferencia de outras mais conhecidas, como a de elevador e de altura.

A Associação Americana de Depressão e Ansiedade estima que a ansiedade de separação acometa 5% das crianças em idade escolar.

“Nos casos mais graves, o aluno apresenta forte dependência da figura materna”, explica Ana Olmos, psicoterapeuta especializada em avaliação neuropsicológica infantil. “A falta de autonomia pode atrasar a formação de novos vínculos e a criança se sente excluída, o que é um gatilho para fobia”, diz.

Bullying e problemas na família como agressões e separações podem agravar ou iniciar o transtorno.

PREOCUPAÇÃO NORMAL

A ansiedade, porém, se dá em vários níveis e nem sempre é preocupante. Segundo terapeutas e educadores, alguma dificuldade no começo da vida escolar é comum. “Há uma dificuldade inicial de convivência com os outros na escola”, diz Ascânio João Sedrez, diretor do Colégio Marista Arquidiocesano, na Vila Mariana. “São muitos os desafios dessa fase”.

A maioria das crianças se adapta em uma semana, aproximadamente –período em que alguns colégios permitem que os pais permaneçam na escola, mas em salas separadas para não interromper a transição.

“Mas quando essa ansiedade perdura por algumas séries é necessário analisar se há um transtorno mais grave”, afirma Mônica Miotto Bertolini, coordenadora pedagógica do Colégio São Judas Tadeu, no bairro do Cambuci. “Já tivemos uma aluna com síndrome de pânico associado a esse medo”, diz.

Nessas circunstâncias, a transferência para um colégio especializado pode ser indicada para a superação do transtorno. “As crianças se adaptam mais facilmente quando encontram outros colegas na mesma situação”, explica Elizabeth Polity, terapeuta familiar e coordenadora do Colégio Winnicott, no Jardim Paulista.

É o caso da Nathália Silveira Dias, 13. Após frequentar quatro escolas e receber diagnóstico de transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ela só conseguiu se adaptar em uma escola específica. “Ela se sentiu muito excluída”, lembra a mãe Renata Silveira Dias, dona de casa. “Hoje ela se reconhece nos outros alunos.”

Caso a avaliação médica descarte transtornos associados, a ansiedade de separação pode ser tratada com terapia cognitivo comportamental. Nela, a criança aprende a substituir hábitos de dependência por outros que a habilite a enfrentar os desafios do novo espaço coletivo.

A terapia familiar também pode ajudar a desatar vínculos de dependência. “Com a terapia, a Beatriz passou a estabelecer novas relações e hoje ela é líder nas brincadeiras”, diz o pai.

Fonte: MONIQUE OLIVEIRA
Folha de São Paulo / Uol

 

 

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

 

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Escolas poderão ser multadas por exigir material coletivo

As escolas que exigirem material coletivo podem levar multa até R$ 6 milhões. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça e os Institutos de Defesa do Consumidor (Procon) estarão em alerta para cobranças abusivas neste início de ano. As multas aplicadas poderão variar entre R$ 400 e R$ 6 milhões, de acordo com o faturamento da instituição.

De acordo com a Senacon, os pais que tiverem dúvida se o material é de uso coletivo ou individual deverão procurar a escola para esclarecimentos. Sobre o aumento das mensalidades, a escola também deverá apresentar uma planilha de custos e gastos que justifiquem o reajuste.

Essas determinações estão na Lei 12.886/2013. Os pais devem comprar aquilo que os filhos forem consumir pedagogicamente, seja individualmente, seja coletivamente, em sala de aula. Portanto, produtos como resmas de papel para cópia, material de higiene e limpeza, giz, pincel atômico, copos e grampeador não devem ser comprados. Esses materiais já deverão estar incluídos nas mensalidades. A exigência de determinada marca também é configurada como abuso.

A Senacon explica que em todo início de ano letivo os Procons fazem o acompanhamento de listas escolares e pesquisas de preços para fornecer aos consumidores. Órgãos locais conseguem verificar de forma mais próxima o que ocorre. O Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) faz a fiscalização. Dados de todas as empresas e reclamações dos consumidores vão para o sistema.

A orientação é que os consumidores que detectarem abusos por parte das instituições procurem o Procon mais próximo de sua localidade. No Brasil existem 293 Procons. No Distrito Federal, o órgão promove a Operação Passa-Régua, que fiscaliza os centros de ensino. No início do mês, nove das 13 escolas fiscalizadas foram autuadas.

Fonte: Agência Brasil

 

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Definidas novas regras para a transferência assistida de estudantes de graduação

Em portaria publicada nesta terça-feira, 21, o Ministério da Educação promove alterações na política de transferência assistida, instituída em agosto do ano passado. A partir de agora, o MEC pode conceder, excepcionalmente, à instituição que vai receber estudantes egressos daquelas que foram descredenciadas ou tiveram cursos de graduação desativados a alteração no número de vagas autorizadas nos cursos. Essa instituição também pode ter prioridade na tramitação de processos regulatórios.

A portaria do MEC determina ainda que os alunos beneficiários de bolsas próprias da instituição descredenciada podem ingressar nas vagas remanescentes do Programa Universidade para Todos (ProUni), desde que atendidos os requisitos socioeconômicos do programa.

Em outra mudança, a portaria estabelece que a chamada pública de instituições interessadas em receber os estudantes pode ser realizada por meio de carta-convite. Além disso, o edital da transferência assistida pode prever a participação das instituições de educação superior particulares na forma de consórcio, quando for exigida que a proposta mínima seja para um conjunto de cursos.

A política de transferência assistida é destinada a assegurar a continuidade dos estudos dos alunos em caso de desativação de cursos ou descredenciamento de instituições de educação superior. O processo é realizado por meio de edital.

As instituições de educação superior interessadas em receber estudantes, convocadas por edital, terão de:

• Apresentar ato autorizativo válido.

• Comprovar conceito satisfatório.

• Não estar sob supervisão.

• Demonstrar capacidade de autofinanciamento.

• Firmar declaração de não cobrança de taxas de adesão, pré-mensalidade ou qualquer outra taxa de transferência ao novo aluno.

• Garantir a recepção dos estudantes contemplados por programas federais de acesso à educação superior, em especial o ProUni e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

As mudanças na política de transferência assistida vinham sendo avaliadas pelo MEC e foram debatidas com os estudantes que compõem a comissão de acompanhamento da Universidade Gama Filho e da Universidade da Cidade (UniverCidade), descredenciadas no início deste mês. As alterações visam a fortalecer o processo de transferência como um todo, mas já valem para a transferência dos alunos dessas duas instituições do Rio de Janeiro.

Portaria do MEC nº 41/2014, com as novas diretrizes para a transferência assistida, foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 21. Ela modifica a Portaria Normativa do MEC nº 18, de 1º de agosto de 2013, publicada no DOU de 2 de agosto de 2013, Seção 1, páginas 20 e 21.

 

Fonte: Portal MEC

 

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás