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Instituições particulares serão beneficiadas por 10% do PIB

A Comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o Plano Nacional de Educação (PNE) decidiu na quarta-feira, 23, que instituições privadas serão beneficiadas pelos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) a serem destinado à educação pública em dez anos. Os parlamentares rejeitaram o destaque que destinava a porcentagem apenas para a educação pública. O financiamento faz parte do PNE e passará pelo plenário da Câmara antes de seguir para a sanção presidencial.

Ao todo, 11 deputados votaram pela rejeição do destaque e 8 pela aprovação. O PNE estabelece metas para a educação a serem cumpridas em um período de dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar. Consta também do plano o financiamento do setor.

O PNE prevê investimento público mínimo de 7% do PIB em educação no quinto ano de vigência e de 10% no décimo ano de vigência. Como o plano foi sancionado em 2014, a meta deverá ser cumprida até 2023. Atualmente o Brasil investe 5,3% do PIB no setor. Segundo o relator do projeto, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), considerado o PIB atual, o investimento na área chegará a R$ 450 bilhões em dez anos.

Pelo texto aprovado, ficam incluídos nessa conta recursos aplicados em programas como o Universidade para Todos (ProUni) e o Ciência sem Fronteiras, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A questão é defendida pelo governo, mas é criticada por movimentos sociais, profissionais e entidades que atuam no setor.

Contra a decisão, o deputado Ivan Valente (Psol-SP), diz que o trecho é uma contradição dentro do PNE, cujo texto-base foi aprovado ontem e define que o investimento público deve ser feito na educação pública. Segundo ele, no final dos dez anos, mantido o patamar de crescimento, os incentivos, isenções fiscais e concessões de bolsas poderão chegar ao equivalente a 2% do PIB. Ficariam então 8% para educação pública. “Vamos continuar patinando na oferta de educação pública no nosso País”, disse Valente.

Fonte: Portal Terra

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Comissão Especial permite brecha no PNE para destinação dos investimentos públicos ao setor privatista

O texto-base do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado na terça, 22, pela Comissão Especial da Câmara restabeleceu, ao contrário do que havido sido modificado pelo Senado, a meta de investimentos de 10% do PIB para a educação pública. No entanto, uma brecha para o escoamento desses recursos para o setor privado foi aberta ontem, 23, durante a votação dos destaques ao relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR). Isso porque a comissão rejeitou, por 11 votos a oito, o destaque que pedia a supressão, do texto, do dispositivo enxertado pelo Senado e acatado pelo relator permitindo a contabilização, na meta 20 do PNE – justamente a que assegura a totalidade dos investimentos em educação pública –, de programas como ProUni, Fies e Pronatec, além de matrículas em creches e pré-escolas conveniadas.

Esse foi o segundo grave prejuízo para a educação aprovado pela Comissão Especial do PNE (o primeiro foi a supressão, das diretrizes do PNE, da superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual). No caso da votação de hoje, a posição da Contee e dos deputados e deputadas que votaram favoravelmente ao destaque – inclusive da própria bancada governista, contrariando a posição do governo – não representa uma negação do papel do ProUni, do Fies e do Pronatec na ampliação do acesso ao ensino superior e médio profissionalizante, sobretudo aos filhos dos(as) trabalhadores(as). No entanto, a Confederação compreende que tais programas são medidas emergenciais e transitórias, que não substituem a necessidade premente de investimento público na educação pública nem tampouco podem ser responsáveis pela diminuição da aplicação desses recursos onde eles são, de fato, necessários.

Mais uma vez, a Contee marcou presença na Câmara, representada pela coordenadora da Secretaria de Assuntos Institucionais, Nara Teixeira de Souza. Outro ponto votado nesta quarta-feira foi a flexão de gênero no texto do PNE. Os mesmos deputados aliados às forças conservadoras que conseguiram suprimir a garantia de uma educação não sexista e não homofóbica insistiram para que fosse adotado o gênero masculino em todo o texto. Essa proposta, contudo, foi derrotada, mantendo-se o texto do relator, que adota a escrita flexionada nas duas opções: masculino e feminino.

A reunião desta quarta-feira foi mais uma vez encerrada em função do começo da ordem do dia no plenário, sem que a votação dos demais destaques fosse concluída. Como a próxima semana será encurtada em função do feriado de 1º de maio, a expectativa é de que a apreciação da matéria só seja retomada no dia 6 de maio.

Fonte: Portal Contee

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

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Depois de longo debate e espera, votação é postergada mais uma vez

Após uma longa discussão e mais algumas horas de espera, foi confirmado, por volta de 20h30 de ontem, 23, mais um adiamento da votação, pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, do projeto de lei que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes).

A intenção da base governista era votar a matéria nesta quarta-feira. Tanto que, apesar de a oposição ter tentado, por diversos requerimentos, adiar a discussão do projeto, todos foram derrotados pela base. No entanto, por volta das 17h, o início da ordem do dia no plenário interrompeu o debate, que começara ainda pela manhã, às 11h. Mesmo assim, até agora há pouco, a expectativa do governo era de que a votação pudesse ser retomada ainda hoje, após a ordem do dia. Essa opção, contudo, acabou sendo descartada agora à noite e a proposta deve voltar à pauta na próxima semana.

A coordenadora da Secretaria de Assuntos Institucionais da Contee, Nara Teixeira de Souza acompanhou toda a reunião e toda a negociação nos bastidores para que a votação fosse retomada ainda nesta quarta. A Confederação é defensora da aprovação do Insaes como mecanismo para fortalecer a capacidade do Estado de avaliar, autorizar, credenciar e descredenciar cursos e instituições. Além disso, a Contee ressalta que o projeto é extremamente necessário para regular, do ponto de vista educacional e pedagógico, as fusões e aquisições de empresas no ensino superior.

É de essencial importância que tais transações financeiras careçam de uma autorização prévia do Ministério da Educação para serem concretizadas, a fim de que sejam mantidas as mesmas condições de oferta dos cursos e instituições na época de sua avaliação. Para a Contee, o Insaes é imprescindível para assegurar ao Estado condições de exercer seu papel de zelar pela qualidade da educação, tanto pública quanto privada, essencial para um projeto de desenvolvimento e soberania nacional.

Fonte: Portal Contee

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

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Encontro de Organizações Sindicais da Ieal, Contee ressalta importância da construção de políticas para a educação

A coordenadora-geral da Contee, professora Madalena Guasco Peixoto, participou, na noite desta quinta-feira, 23, da mesa de abertura do Encontro de Organizações Sindicais de Educação Superior da América Latina e Caribe, realizada no Salão Nobre da UFCSPA, em Porto Alegre. Em sua fala, Madalena ressaltou a importância da troca de experiências entre as entidades que representam os trabalhadores e trabalhadoras do setor em toda a América Latina, mas, mais do que isso, a possibilidade, oferecida pelo encontro, de construção efetiva de políticas que assegurem a educação como instrumento de transformação social, desenvolvimento e soberania para os países do continente.

A abertura foi seguida de palestra do reitor da UFRGS, Carlos Alexandre Netto, acerca da integração das universidades da América Latina, através da experiência do Grupo Montevidéu (AUGM), o qual reúne 30 universidades do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Essas instituições participam ativamente de diferentes atividades de mobilidade acadêmica e de pesquisa, cujo objetivo é contribuir para o fortalecimento e consolidação da Educação Superior da região, bem como da investigação científica e tecnológica.

O encontro segue até amanhã, 25, e a programação pode ser consultada no blog, que também transmitirá ao vivo os debates.

Assista a abertura do encontro aqui.

 

Fonte: Portal Contee

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

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Comissão da Câmara aprova texto-base do PNE e retira questão de gênero

Após ser alvo de polêmica, deputados retiraram a questão de gênero do Plano Nacional de Educação (PNE). O PNE começou a ser votado na terça-feira, 22, na comissão especial da Câmara dos Deputados formada para analisar o texto. A comissão aprovou o relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), salvos os destaques. A questão de gênero foi suprimida no primeiro destaque votado. Ainda serão analisados sete destaques. A intenção é que a votação seja concluída em sessão prevista para quarta-feira, 23.

O PNE estabelece metas para a educação a serem cumpridas em um período de dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar. O plano também destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) para a educação – atualmente são investidos no setor 5,3% do PIB brasileiro.

O destaque aprovado nesta terça-feira modifica o trecho do plano que diz: “São diretrizes do PNE a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”, retomando o texto do Senado, que fala apenas em erradicação de todas as formas de discriminação.

Para os deputados que argumentaram a favor da alteração, as formas de preconceito estão contempladas no texto, e colocar a questão de gênero e orientação sexual vai favorecer o que chamaram de ditadura gay. Outros parlamentares consideraram a retirada da questão de gênero um retrocesso. A escola, mais que outro lugar, não pode ser surda e muda e reproduzir os preconceitos da sociedade, defendeu a deputada Fátima Bezerra (PT-RN).

Dos 26 deputados presentes, 11 votaram contra o destaque. O plenário estava lotado, com representantes de estudantes, de movimentos sociais, de entidades ligadas à educação e de grupos religiosos. A alteração causou aplausos e vaias. Dirigindo-se aos estudantes, que pediam a manutenção da discriminação dos grupos no PNE, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) levantou uma folha de papel na qual estava escrito: `volta para o zoológico.

A comissão começou a discutir, mas não concluiu outro ponto polêmico: o financiamento da educação. O texto do relator diz que o investimento público deve ser feito em educação pública, embora estabeleça que, nos 10% do PIB, sejam incluídos programas como o Universidade para Todos (ProUni), o Ciência sem Fronteiras e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Pelo destaque apresentado, tais programas seriam excluídos dessa conta.

Vanhoni explicou que a inclusão é necessária para que os programas tenham respaldo financeiro e não deixem de existir, posição apoiada pelo governo. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP), respaldado pelos movimentos sociais e entidades representativas da educação, discordou do relator. Para ele, os 10% devem estimular o setor público, permitindo que ele se desenvolva e possa suprir a atual demanda. Caso o texto seja mantido, Valente disse que haverá um cenário em que o dinheiro público será destinado à iniciativa privada. Para ele, a retirada dos programas dos 10% não levaria à extinção deles, mas forçaria o uso de outras fontes de financiamento.

De acordo com o Censo de 2012, atualmente 73% das matrículas, ou 5,1 milhões de estudantes, estão em instituições particulares de ensino. Segundo o ministro da Educação, Henrique Paim, 35% das matrículas no setor dependem do esforço estatal, ou seja, 2 milhões de estudantes recebem algum subsídio de políticas governamentais.

O PNE ainda terá que passar pelo plenário da Câmara. A expectativa do presidente da comissão, Lelo Coimbra (PMDB-ES), é que o plano seja sancionado no próximo mês. `O ponto de maior envolvimento, e que acabou causando a maior movimentação de igrejas e da sociedade, foi a questão da orientação [sexual e gênero]. Os outros, que são muito importantes, mas têm menos densidade de movimentação, acredito que poderemos concluir`. As alterações feitas na comissão poderão ainda ser retomadas no plenário em forma de destaque.

 

Fonte: Sinpro/RS com informações da Agência Brasil

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

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Odontoclinic assina parceria com Sinpro Goiás e presenteia associados, funcionários e dependentes com avaliação e limpeza gratuita

ODONTOCLINIC

No início desta tarde de quarta-feira, 23, o Sinpro Goiás assinou convênio com a Odontoclinic, que há mais de dezesseis anos oferece excelência em tratamentos odontológicos, aliando conforto e segurança a preços acessíveis, oferecendo excelente relação custo-benefício aos seus clientes.

A Odontoclinic tem a preocupação em incentivar o hábito de visitar regularmente o dentista, hábito este, primordial à saúde.

Ortodontia, Clínica Geral, Periodontia, Prótese, Implante e Cirurgia são os serviços oferecidos pela Odontoclinic, que, além de excelentes profissionais, conta com os mais avançados equipamentos disponíveis no Brasil, proporcionando tratamentos de alta qualidade.

Além de oferecer 10% de desconto nos serviços acima citados, a Odontoclinic está presenteando associados (as) e funcionários (as) do Sinpro Goiás, com avaliação e uma profilaxia (limpeza), incluindo também, seus dependentes até o dia 30 de junho.

Somente a profilaxia (limpeza) deve ser previamente agendada.

Endereço: Rua Dr. Olinto Manso Pereira, nº 1026, Setor Sul – Goiânia-Go

Telefone: (62) 3997-9700

Para mais informações, acesse o site.

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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Clínica Espaço Vida é a nova parceira do Sinpro Goiás

Espaço Vida

O Sinpro Goiás assinou convênio com a Clínica Espaço Vida, um local que reúne profissionais qualificados, onde você encontra tratamento para suas limitações, dores e reabilitações, através da fisioterapia e outras modalidades terapêuticas, como fisioterapia, hidroterapia, hidropilates, pilates, RPG, acupuntura, psicologia, fonoaudiologia; entre outros.

Funcionários (as) e associados (as) (e seus dependentes) do Sinpro Goiás tem 10% de desconto nas modalidades acima citadas.

Para mais informações:

Acesse o site.

Endereço: Avenida R-11, Nº 195, St. Oeste – CEP 74125160 – Goiânia-GO

Tel.: (62) 32932629

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Presidente do Sinpro Goiás participa do Encontro de Organizações Sindicais da Educação Superior da América Latina e do Caribe

Começou na quarta-feira, 23, o Encontro de Organizações Sindicais da Educação Superior da América Latina e do Caribe, realizado em Porto Alegre até o dia 25 de abril. No evento, o Sinpro Goiás será representado pelo seu presidente, o Professor Alan Francisco de Carvalho, que também é membro da diretoria executiva da CONTEE.

O encontro é promovido pela Internacional de Educação (IE) e pelas entidades brasileiras que a integram: Contee, CNTE e Proifes-Federação. Na Contee, a comissão organizadora é formada pelo coordenador da Secretaria-Geral, Cássio Filipe Galvão Bessa, pela coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais, Adércia Bezerra Hostin, e pela coordenadora da Secretaria de Políticas Internacionais, Maria Clotilde Lemos Petta. O Sinpro/RS, filiado à Contee, também é um dos organizadores do encontro.

Vários outros diretores da Contee participarão do encontro. Os temas dos debates serão a integração das universidades da América Latina; a carreira docente; o papel da universidade na formação de professores; o financiamento e regulação da educação superior; o reconhecimento dos diplomas universitários nos países da América Latina; e a organização sindical.

Debatendo essa temática, as entidades visam trocar experiências e, a partir daí, traçar medidas conjuntas e ações concretas para, entre outros pontos, combater a mercantilização e fortalecer a educação superior como estratégia de desenvolvimento soberano e articulado de toda a região, bem como avançar coletivamente na garantia dos direitos dos trabalhadores em educação de todo o subcontinente.

Confira a programação!

CARIBE

Fonte: Contee

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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FGTS: Do pau que nasce torto, até a cinza é torta

Esta velha metáfora camponesa, já bem fora de moda, expressa com maestria a triste saga do FGTS, criado pela Lei N. 5.107, de 13 de setembro de 1966, que tinha por finalidade a supressão da estabilidade decenal, implantada pela Lei Eloy Chaves de 1923, e ratificada pelo Art. 492, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que é de 1° de maio de 1943.

Ironicamente, em que pesem as suas origem e finalidade pecaminosas – metaforicamente falando -, que, em Direito seriam chamadas de fruto da árvore envenenada, o FGTS foi erigido pela Constituição Federal de 1988 à condição de direito fundamental social, conforme preconiza o Art. 7°, inciso III.

Pois bem. Se o FGTS foi elevado à condição de direito fundamental social, pela Constituinte de 1987 e 1988, transformando-o em uma das muitas medidas efetivas de valorização social do trabalho, que se caracteriza como um dos cinco fundamentos da República Federativa do Brasil, à disposição dos trabalhadores, dele beneficiários, para os momentos de infortúnio, tais como desemprego involuntário e doença, ou para investimento social, como a aquisição, quitação e amortização da casa própria, o mínimo que se pode e deve-se esperar é que, ao menos, seja preservado o seu valor real, para casos tais.

Aliás, a preservação do poder aquisitivo dos trabalhadores urbanos e rurais acha-se expressa e solenemente determinada pelo Art. 7º, inciso IV, da CF, que trata do salário mínimo; determinação que, a toda evidência, estende-se ao FGTS e a todos os demais direitos que expressam em valores financeiros.

Inquestionavelmente, a garantia de manutenção do valor real do FGTS, de modo a preservar o poder aquisitivo dos seus beneficiários, necessariamente, tem de se ancorar, no mínimo, na reposição da inflação, um dos mais cruentos e persistentes instrumentos de transferência de riqueza dos pobres para os ricos; e, por conseguinte, de enraizamento das nefastas desigualdades sociais, que grassam a nação brasileira há séculos.

No entanto, a Caixa Econômica Federal (CEF), que é a sua gestora, desde 1990, por determinação legal, em flagrante violação aos fundamentos e garantias constitucionais e legais, retroapontados, a partir de 1999, não só corrigiu as contas vinculadas por índices inferiores aos rendimentos auferidos pela aplicação do destacado fundo, bem como nem sequer lhe repôs a inflação, que persiste e insiste na dilapidação do poder aquisitivo dos trabalhadores.

Com isso, o FGTS, em termos reais, hoje, vale muito menos do que valia em 1999, haja vista a ilegal conduta da CEF de não lhe corrigir em obediência aos comandos constitucionais e legais.

Consoante a Nota Técnica N. 125, emitida pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – acreditado ente que presta relevantes serviços à sociedade e aos trabalhadores, em particular, desde o ano de 1955 –, as contas vinculadas do FGTS perderam, a partir do ano de 1999, para os rendimentos auferidos por este fundo e, o que é pior, inclusive para a inflação, como faz prova a tabela abaixo.

Com base em estudo elaborado pela Consultoria Legislativa do Senado, valendo-se de informações fornecidas pela CEF, é possível confrontar o retorno recebido pelo FGTS e retorno pago aos cotistas, entre 2000 e 2011 (Quadro 2).

Evolução das taxas anuais de retorno da poupança e de cotistas do FGTS (%)

Período: Janeiro de 2000 a Dezembro de 2011

Data: 26/6/2013

 Ano Índices
Poupança Cotistas do FGTS Diferença p.p
2000 7,7 5,1 2,6
2001 7,8 5,3 2,5
2002 8,2 5,7 2,5
2003 10,3 7,6 2,7
2004 7,3 4,8 2,5
2005 8,4 5,8 2,6
2006 7,6 5,0 2,6
2007 7,1 4,4 2,7
2008 7,1 4,6 2,5
2009 6,3 3,7 2,6
2010 6,2 3,7 2,5
2011 6,8 4,2 2,6
459,65 125,47 15,64

Fonte: DIEESE / Banco Central do Brasil

Elaboração: DIEESE / GO

A tabela acima comprova que, no período de 2000 a 2011, a inflação, medida pelo INPC do IBGE, foi de 120,14%; o rendimento do FGTS, de 226,98%; a correção das contas vinculadas, de 79,31%, o que implicou uma defasagem de 40,83% ponto percentuais em relação à inflação e de 147,67 pontos percentuais em relação aos rendimentos obtidos pela requerida.

Ante mais esse atentado contra os direitos dos trabalhadores, patrocinado pela União, ajuizaram-se milhares de ações de revisão do FGTS perante a Justiça Federal, tanto de natureza coletiva como individual; com a finalidade de uniformizar a jurisprudência sobre tais ações, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu sobrestar todas até que julgue a ação que possui o mesmo objeto.

O Partido Solidariedade ajuizou, perante o Supremo Tribunal Federal (STF),  ação direta de inconstitucionalidade (ADI) – que recebeu o N. 5.090 e foi distribuída ao ministro Luís Roberto Barroso -, questionando a forma de correção do FGTS, estabelecida pelo Art. 13 da Lei N. 8.036/90, e pelo 17 da  N. 8.177/91.

Instados a prestar informações sobre a citada ADI,  a Presidência da República, o Senado Federal e a Advocacia-Geral da União (AGU) não só defenderam, de forma veemente e expressa, a forma inconstitucional que há mais de uma década vem sendo aplicada ao FGTS, com base na taxa referencial  (TR), bem como sustentaram, sem nenhum pejo, que “o FGTS seria uma espécie de poupança compulsória dos trabalhadores, de forma a socorrê-los em períodos de necessidade devidamente previstos em lei, e não um crédito que precise ser corrigido monetariamente conforme a inflação”.

O Banco Central e a Defensoria da União foram além e requereram o seu ingresso na ADI, como amicus curiae (amigo da corte), assegurado pela Lei N. 9.868/99, para defender a repisada tunga.

Como alguém que tenha o mínimo respeito pelos fundamentos da República Federativa do Brasil, dos valores sociais (Art. 1º, inciso IV, 170 da CR), do primado do trabalho (Art. 193 da CR) e do bem-estar e da justiça sociais (Art. 193 da CR)  pode afirmar que um patrimônio do trabalhador não precisa ser corrigido, ao menos, pela inflação? Quanto descaso! Quanto deboche!.

A posição da Presidência da República, do Senado Federal, da Advocacia-Geral da União, do Banco Central e da Defensoria da União, expressa na realçada ADI, faz lembrar a famosa frase do presidente do México na década de 1940, Lázaro Cardenas, que dizia: “Pobre México; tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos da América”. Pois esta é, exatamente, a situação dos mais de 50 milhões de brasileiros que possuem conta do FGTS, os quais se acham sob o jugo dessas “sensíveis autoridades”, que querem ver o seu minguado patrimônio desmanchar-se no ar, corroído pela inflação.

Destarte, no caso concreto, a última trincheira de esperança dos trabalhadores é o STF; se ele fizer coro com as mencionadas autoridades, só restará àqueles, no tocante ao FGTS, repetir o bordão imposto aos gladiadores romanos quando entravam na arena de luta – na verdade de morte -, assim exarado: “Ave Casear Imperator, moriture te salutant” (“Salve, Cesar, imperador; os que vamos morrer te saudamos”).

 

 

José Geraldo de Santana Oliveira

Assess. Jurídico do Sinpro Goiás

Consultor jurídico da Contee