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Segue para a votação no plenário da Câmara e sanção da presidente

A comissão especial da Câmara dos Deputados encerrou na tarde do dia 6, as mudanças propostas pelos senadores ao Projeto de Lei 8.035/10, que institui o Plano Nacional de Educação (PNE). Entre os destaques aprovados está a adoção de mecanismos de estímulo a escolas com melhor desempenho em indicadores como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que articula dados sobre aprovação escolar e as notas dos alunos em provas padronizadas de português e matemática.

A decisão contraria os movimentos educacionais organizados, que defendem a retirada do destaque. Para a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que reúne mais de 200 grupos e entidades, políticas de bonificações, como as existentes em São Paulo, não resolvem o problema. Ao favorecer escolas com melhor desempenho, a medida penaliza justamente as que enfrentam maiores dificuldades e necessitam de estímulos e investimentos.

Esse ponto é um dos problemas do texto aprovado hoje, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que integra a campanha. Para o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, o outro é que parcerias público-privadas como o Programa Universidade para Todos (Prouni), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o Fies, o Ciência sem Fronteiras e mesmo convênios com creches entendidos como educação pública sejam financiados com recursos oriundos dos 10% do PIB que deverão ser investidos gradativamente no setor. “Defendemos que os 10% do PIB sejam aplicados exclusivamente na escola pública”, diz Leão.

Na avaliação do dirigente, não será fácil modificar esses dois pontos na votação no plenário da Câmara, ainda sem data marcada. “É forte a pressão da base de apoio do governo e de setores da educação privada que defendem a inclusão das parcerias nos 10% do PIB, mas vamos pressionar também, fazer mobilizações em todo o país”, promete.

No entanto, segundo Leão, o texto aprovado traz avanços, como a adoção do Custo Aluno Qualidade (CAQ), um valor mínimo a ser investido por aluno para se garantir qualidade na educação, que é superior ao calculado hoje pelo Ministério da Educação. Isso muda a forma de financiamento da educação ao obrigar a União a repassar para estados e municípios recursos complementares para que alcancem esse valor.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação estima que, com a mudança, o repasse de recursos do governo federal para estados e municípios passe de R$ 9 bilhões para R$ 46,4 bilhões.

Outro avanço do texto, para Leão, é determinar prazo de dois anos para que os municípios aprovem leis que disciplinem a gestão democrática da educação pública.

De acordo com o relator do PNE na comissão especial, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), que não pretende modificar o texto caso seja escolhido novamente relator da matéria, qualquer um dos 513 deputados podem apresentar emendas ao texto no plenário da Câmara. “Mas tem sido praxe prevalecer a redação da comissão especial”, diz Vanhoni, que antevê duas grandes polêmicas: a inclusão do financiamento das parcerias entre os 10% do PIB e a definição do combate à discriminação de gênero, raça e identidade sexual entre os princípios do plano.

O projeto do PNE prevê uma avaliação a cada dois anos para acompanhamento da implementação das metas. Essa fiscalização será feita pelo MEC, pelas comissões de Educação da Câmara e do Senado, pelo Conselho Nacional de Educação e pelo Fórum Nacional de Educação. Os dados serão publicados nos sites dessas instituições.
No quarto ano de vigência do plano, os gastos serão reavaliados e poderão ser ampliados para atender às demandas.

O texto segue agora para votação no plenário da Câmara e, na sequência, para sanção da presidenta Dilma Rousseff.

 

Fonte: Portal Contee / Rede Brasil Atual

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

 

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MEC discute marco mais exigente para cursos de especialização

Abrir um curso de especialização ou MBA pode ficar mais difícil para as instituições de ensino, porque o Conselho Nacional de Educação (CNE) está preparando um marco regulatório para os cursos lato sensu. O objetivo é dar maior segurança para os estudantes e oferecer um mínimo de qualidade.

Uma comissão trabalha há cerca de oito meses no novo marco regulatório, que ainda passará por audiência pública antes de ser aprovado pelo MEC. Entre as mudanças, a especialização poderá ser oferecida por instituições de ensino superior e pós-graduação, instituições de pesquisa científica e escolas de governo, desde que na mesma área em que as instituições atuam.

“Essa forma de especialização está fora da regulação. Para oferecer o curso, basta ser credenciada para graduação. Isso acabou por provocar uma oferta descontrolada de especialização no País. Tem instituições com um curso de graduação e oferecem 30 especializações fora da área em que atuam”, explica o conselheiro da Câmara de Educação Superior do CNE Erasto Fortes.

Além dessa mudança, no caso das instituições de graduação, elas deverão ter uma nota igual ou maior que 4 nas avaliações do MEC (cujas notas vão de 1 a 5) para abrir uma especialização. Atualmente, é preciso ter uma avaliação igual ou superior a 3. As instituições deverão ter cursos reconhecidos e não apenas autorizados pela pasta. Para serem reconhecidos precisam ter cerca de dois anos de funcionamento.

Também será desenvolvido instrumento próprio de avaliação da especialização. Segundo Fortes, esse instrumento deverá se basear nos instrumentos que já existem.

A expectativa é que o marco entre em vigor no ano que vem. Outra mudança na área, essa já homologada, faltando apenas ser regulamentada pelo ministério, é a criação de um cadastro nacional dos cursos de especialização. Os cursos não registrados no MEC serão considerados cursos livres.

“Os cursos atuais terão que se enquadrar às novas normas. Ou se enquadram, ou serão considerados cursos livres”, diz o conselheiro. Ele acrescenta que o objetivo é dar segurança aos alunos. “Não se pode iludir a boa fé das pessoas que vão procurar esses cursos”.

Fonte: Sinpro/RS – Agência Brasil

 

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Instituto da Postura, conveniado ao Sinpro Goiás, tem descontos especiais para este mês

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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ONG destaca 15 projetos de educação que devem ser monitorados no Congresso

A Fundação Abrinq lançou nesta quarta-feira, 7, na Câmara dos Deputados, em Brasília, um levantamento com os principais projetos que tratam dos direitos da criança e do adolescente no Congresso. No “Caderno Legislativo da Criança e do Adolescente” foram reunidas 60 propostas, divididas em quatro eixos: educação, emergência, proteção e saúde.

Entre os 15 projetos de educação, o mais importante para a organização é o PNE (Plano Nacional de Educação), aprovado ontem, 6, na Comissão Especial da Câmara.

“Ele [PNE] é a base das políticas de proteção. É o projeto mais importante para o futuro das crianças e adolescentes”, disse Heloísa Oliveira, administradora executiva da Fundação Abrinq.

Entre os principais pontos que devem constar no texto final do PNE, disse Heloísa, está a destinação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação pública e a adoção de parâmetros de qualidade.

O texto do PNE, que foi enviado ao Congresso no fim de 2010 e que deveria entrar em vigor em 2011, ainda precisa ser aprovado novamente pelo plenário da Câmara antes da sanção presidencial.

Além do PNE, as demais propostas que devem ser monitoradas na educação estão concentradas em três áreas: financiamento, direitos sociais ligados à educação e alterações na LDB (Lei de diretrizes e Bases da Educação).

Na lista estão projetos como o que obriga o Estado a fornecer creche ou pré-escola a crianças de até cinco anos, outro que dispõe sobre a garantia de cursos profissionalizantes para adolescentes que moram e orfanatos, e o que destina 50% do fundo social do pré-sal para a educação.

Veja abaixo os projetos mais importantes ligados à educação:

Financiamento
  • PLP 15/2011

    Do deputado Felipe Bornier (PHS/RJ), estabelece normas para a cooperação entre a união e os Estados, o Distrito Federal e os municípios, com relação à responsabilidade na gestão pública da educação escolar brasileira

  • PLS 138/2011

    Do senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), destina 50% dos recursos do fundo social do pré-sal para a educação, sendo o mínimo de 80% desse recurso para a educação básica e infantil

  • PL 8.035/2010

    Do Poder Executivo, trata do Plano Nacional e de Educação

  • PL 5.847/2013

    Do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT/PE), destina à educação 50% dos proventos recebidos pelo Tesouro Nacional para o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação)

  • PEC 20/2010

    Do senador Flávio Arns (PSDB/PR), desvincula percentual da receita de certas contribuições sociais para custear ações de manutenção e desenvolvimento do ensino

Direitos Sociais
  • PEC 6/2011

    Do deputado Vieira Cunha (PDT/RS), garante oferta de educação integral a estudantes de famílias em baixa renda

  • PL 563/2011

    Do deputado Lindomar Garçon (PV/RO), prevê a garantia de cursos profissionalizantes e estágios a adolescentes residentes em orfanatos e/ou abrigos

  • PL 854/2011

    Do deputado Jonas Donizette (PSB/SP), torna obrigatória a presença de profissional de saúde em todas as escolas públicas e privadas

  • PL 5.609/2013

    Do deputado Roberto Freire (PPS/SP), determina que municípios devem reestruturar o ensino fundamental até 2016 a fim de garantir a alfabetização das crianças a partir dos 6 anos

Alterações na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)
  • PL 2.357/2007

    Do deputado Ayrton Xerez (DEM/RJ), trata das obrigatoriedade de permanência dos alunos de redes públicas nas dependências da escola, no caso de falta e professores

  • PL 6.755/2010

    Do senador Flávio Arns (PSDB/PR), a emenda que prevê o dever do Estado de garantir educação infantil e creche ou pré-escola para as crianças de até cinco anos

  • PL 285/2011

    Do deputado Sebastião Bala Rocha (PDT/AP), inclui o parágrafo terceiro ao artigo 23 da LDB, e determina que a oferta de educação infantil em creches públicas tenha 240 dias de atendimento anual

  • PL 2.384/2011

    Da deputada Fátima Bezerra (PT/RN), trata da participação dos conselheiros escolares na elaboração do projeto pedagógico da escola, determinando funções e atribuições desses conselheiros

  • PL 4.731/2012

    Do senador Humberto Costa (PT/PE), estabelece o número máximo de alunos por turma na pré-escola e nos ensinos fundamental e médio

  • PL 3.179/2012

    Do deputado Lincoln Portela (PR/MG), dispõe sobre a possibilidade de oferta domiciliar da educação básica

O levantamento

As 60 propostas reunidas no caderno foram selecionadas a partir dos 24.495 projetos apresentados por deputados e senadores entre outubro de 1988, quando a Constituição entrou e vigor, e dezembro de 2013.

Desse montante, a Fundação Abrinq monitorou, em 2013, 711 projetos — sendo 224 da área de educação, 389 de proteção, 78 de saúde e 20 de emergência. Eles tratam da redução, da ampliação ou da promoção dos direitos das crianças e adolescentes.

O caderno tem análises sobre propostas como a que reduz a maioridade penal, a que aumenta o tempo de internação de menores autores de atos inflacionais e o projeto que proíbe maus-tratos contra crianças.

Fonte: Uol educação

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Automutilação na adolescência é indício de tristeza

O fenômeno – um transtorno mental manifestado em pequenos cortes pelo corpo – é diferente de tentativa de suicídio, mas a automutilação deve ser sempre tratada como uma demonstração de tristeza

O que fazer ao perceber que seu filho está machucando a si mesmo? “A mesma coisa que faria ao perceber que ele está chorando”. Esta é a orientação da psiquiatra do Ambulatório da Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq HC – USP), Jackeline Giusti. A automutilação deve ser sempre tratada como uma demonstração de tristeza, diz.

Pequenos cortes pelo corpo e a tentativa de escondê-los dos pais são os principais sintomas da automutilação, ou cutting, que é reconhecida como um transtorno mental desde 2013, segundo a psiquiatra. No Brasil, não existem estudos epidemiológicos sobre a automutilação, mas pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que a prática está ficando mais frequente na última década.

O mais importante é reconhecê-la como um transtorno mental que precisa de atenção e cuidado, por meio de avaliação psiquiátrica. Em casa, o apoio da família é essencial. Os pais não devem dar bronca ao perceber os cortes ou tratar o ato como travessura, mas sim oferecer conforto e compreensão. A família precisa entender que é um problema e que existe tratamento.

O cutting não tem como objetivo chamar a atenção, mas é usado como um escape para aliviar a tensão. Quem o pratica não quer que os pais saibam, porque quer continuar usando esse “analgésico” para dor emocional. Segundo Jackeline, quanto mais cedo o transtorno for tratado, maiores são as chances de a prática não se repetir.

As principais características do transtorno, que normalmente começa em torno dos 13 anos de idade, são pequenos cortes superficiais feitos pelo próprio adolescente, em locais do corpo que possam ficar escondidos sob a roupa, sendo os braços o local mais comum.

Segundo Jackeline, no entanto, a automutilação é diferente da tentativa de suicídio; a pessoa se corta mas sabe que não vai morrer por causa disso. “A motivação referida pelos pacientes é que eles se cortam para aliviar uma sensação ruim”, diz. Sensação de vazio, angústia, raiva de si mesmo, tristeza com ou sem motivo e até para relaxar são outros motivos apontados.

Filmes e vídeos podem incentivar
A automutilação muitas vezes está relacionada a outros problemas psicológicos, como depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e transtornos alimentares. Até a influência da mídia pode iniciar um episódio de cutting, porque o adolescente fica sabendo que a prática existe por meio de filmes, seriados ou em vídeos na internet. Segundo a psiquiatra, a adolescência é uma fase de experimentação, de modo que ver alguém se cortando pode ser suficiente para fazer também, seguir como se fosse uma “moda”, diz.

Nem todo adolescente que tenta o cutting uma vez vai continuar praticando. A pessoa só sente o alívio ao se cortar se já tem uma situação de estresse prévia; caso contrário, só sente dor. Se o paciente está em condição psicológica normal, ele não repete mais.

O transtorno também pode se manifestar sem a necessidade de influência externa. Segundo Jackeline, em um acesso de raiva, o adolescente se machuca, se fere sem querer com algum objeto e percebe que, com a dor física, ele sente algum alívio. Em pacientes que praticam por períodos longos, um ano ou mais, pode acontecer de se cortarem em momentos de tristeza e também de euforia. É como um vício, e a pessoa pode sentir a necessidade de se machucar mesmo sem estar passando por problema algum.

Apesar de diminuir ou até desaparecer com o tempo, a automutilação pode ocorrer em adultos. É um transtorno que tem idade para começar mas não para acabar, segundo a psiquiatra. Tende a diminuir depois dos 20 anos, mas, se não tratado, pode continuar ao longo da vida. E se o prejuízo social já é grande quando ocorre na adolescência, na vida adulta pode ser ainda pior.

O papel da escola
A escola precisa reagir ao observar qualquer processo de sofrimento com crianças e adolescentes, diz a integrante do Núcleo Vida e Cuidado e professora aposentada de Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Maria Borges de Souza. O professor que está em contato direto com os alunos tem que olhar com atenção para qualquer forma de sofrimento – observar o corpo, porque, muitas vezes, é ele que expressa o sofrimento.

A escola deve acolher afetivamente esse aluno, demostrar que está disponível para escuta e que pode compreender seus problemas. Segundo a professora, a conversa deve ser primeiro com o aluno, mostrando que a palavra da criança tem valor na escola. Essa conversa também deve servir para verificar se existe algum conflito familiar, e só depois a escola deve chamar a família para discutir o problema. “Se o motivo está em um problema em casa, chamar os pais primeiro pode ser ainda mais prejudicial para a criança”, diz.

Bullying
Sofrer bullying pode provocar o transtorno porque o adolescente busca uma forma de liberar a tensão que vive na escola. Se os cortes e marcas na pele são descobertos por outros alunos, podem virar motivo para o bullying. Segundo Ana Maria, nesses casos, a escola deve promover uma conversa com todos os envolvidos na situação. Levar o tema para a sala de aula, conversar com os amigos próximos da criança ou adolescente que está sofrendo, com os alunos que promovem o bullying, com o namorado ou a namorada.

De acordo com a professora, é necessária uma medida pedagógica que não foque apenas no sujeito que se corta, mas que também absorva o contexto e busque compreender os motivos que levam ao sofrimento, se é homofobia, racismo ou qualquer outro tipo de preconceito. A escola também precisa oferecer proteção – não individualmente, mas criar uma rede em torno do aluno vulnerável, mobilizando todo o grupo escolar. E, se identificada uma situação de violência doméstica, o caso precisa ser encaminhado para as autoridades competentes.

Tratamento
Transtornos mentais como o cutting não podem ser tratados apenas com medicamentos. Segundo Jackeline, o tratamento deve ser metade medicação e metade psicoterapia (acompanhamento psicológico). Como é muito comum ter outros problemas psiquiátricos associados, eles devem ser tratados ao mesmo tempo, mas sempre com o cuidado de utilizar remédios que não atrapalhem a vida escolar do adolescente.

Fonte: Portal Terra / Educação

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Os alunos leem pouco?

Dados são essenciais por possibilitar o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes. Além disso, permitem à imprensa informar melhor a população. Para Andrea Bergamaschi, gerente de projetos do Todos Pela Educação, a avaliação educacional brasileira é uma das mais avançadas do mundo. “Há muitos estudos sobre o tema, evoluímos muito nos últimos 20 anos no desenvolvimento de pesquisas”.

É através de estatísticas que a reportagem tenta responder cinco perguntas referentes à educação brasileira. Que tal discutir o desempenho dos alunos brasileiros em matemática utilizando sua principal ferramenta, os números? Ou medir falhas no acesso à educação com percentuais? Todos os dados a seguir são de fontes oficiais.

Falta acompanhamento dos pais no aprendizado dos alunos?
Na pesquisa feita pela Prova Brasil 2011 aplicada aos alunos do 5º ano, 97% responderam que os pais os incentivam a estudar e 95% a fazer o dever de casa e trabalhos escolares. Ainda que alto, o número diminui para 83% quando questionados se as famílias conversam sobre o que acontece na escola.

Para o 9º ano, os números não são muito diferentes. 99% dos alunos responderam que há incentivo dos pais ao estudo e 95% das respostas foram positivas quanto à motivação para fazer os deveres de casa e trabalhos escolares. 74% afirmaram que os pais conversam sobre sua rotina estudantil.

Por fim, o número percentual de alunos do 5º e 9º ano que declaram que os pais vão sempre ou quase sempre à reunião dos pais e professores é o mesmo: 59%.

Por sua vez…

Questão 55: Assinale sua posição em relação às afirmações abaixo, que se referem aos possíveis problemas de aprendizagem dos alunos da(s) série(s) avaliada(s): estão relacionadas à falta de assistência e acompanhamento da família nos deveres de casa e pesquisas dos alunos. (Prova Brasil 2011 – aplicada a professores de escolas públicas brasileiras)

…95% dos 225.569 docentes que responderam a questão concordaram com a afirmação. Para eles, as ações dos familiares são um dos fatores que definem o desempenho dos estudantes brasileiros – e isso não vai bem.

Andrea Bergamaschi, gerente de projetos do Todos Pela Educação, acredita que o incentivo dos pais ao estudo dos filhos existe na maioria dos casos. Mas, por conta da alfabetização dos familiares, geralmente não há como estes ajudarem mais diretamente nos deveres e trabalhos escolares. “O quanto os pais poderão ajudar vai depender de suas limitações no aprendizado. Quando isso acontece, cabe à escola suprir essas necessidades”, afirma.

A maioria das escolas públicas brasileiras não tem estrutura para atender alunos com deficiência?
Segundo dados preliminares do Censo Escolar da Educação Básica do INEP, 516.610 alunos com deficiência se matricularam na Educação Especial das redes estaduais e municipais brasileiras em 2013. A julgar pelas estatísticas do Censo Escolar 2011, a maioria das escolas não apresenta estrutura para receber esses alunos. Somente 194.932 têm dependências acessíveis aos portadores de deficiência – ou seja, 18%.

Analisando-se especificamente alguns casos, observa-se que a estrutura é deficitária em muitos aspectos. Mais da metade (51%) dos diretores consultados na Prova Brasil 2011 afirma que não há, na sua escola, um sanitário adequado a pessoas com deficiência. 54% relatam, ainda, que não há, nos ambientes de sua escola, soleiras niveladas com o piso do corredor, pequenas rampas ou degraus de no máximo um centímetro e meio. Além disso, 69% dos diretores dizem que não há materiais didáticos e paradidáticos (braile, caracteres ampliados, libras, texturas, contrastes) em suas escolas.

Além de melhorar a estrutura escolar para atender aos deficientes, Andrea aponta a qualidade do ensino especial como outra grande necessidade da educação brasileira. “Só assim seria possível cumprir a Constituição, que prega acesso à educação para todos”.

Alunos são piores em Matemática do que em Português?
Dados da Prova Brasil 2011 mostram que 67% dos alunos de escolas públicas do 5º ano e 88% dos alunos de 9º ano não aprenderam o adequado em matemática, na competência de resolução de problemas. Ambos os números são maiores que os apresentados para a disciplina de português. Na leitura e interpretação de textos, 63% dos estudantes do 5º ano e 78% dos estudantes do 9º ano não tiveram desempenho satisfatório.

Avaliando os valores de aprendizado em alguns Estados, a tendência se repete:

São Paulo: 44% (5°) e 25% (9°) tiveram desempenho adequado em português. 42% e 12%, em matemática.
Rio de Janeiro: 41% e 25% em português. 38% e 14% em matemática.
Rio Grande do Sul: 42% e 28% em português. 38% e 17% em matemática.
Bahia: 20% e 13% em português. 15% e 5% em matemática.
Amazonas: 28% e 16% em português. 22% e 8% em matemática.

Apenas os estudantes do 5° ano no Paraná apresentaram desempenho melhor em matemática do que em português: 46% contra 45%.

Apesar das estatísticas de desempenho sugerirem o contrário, a maioria dos alunos – tanto de 5º, quanto de 9º ano – procura fixar o conteúdo através dos deveres de casa. Segundo as respostas da Prova Brasil, 73% dos estudantes de 5º ano e 58% dos estudantes de 9º ano fazem as lições de língua portuguesa sempre ou quase sempre. O número é próximo aos de que também o fazem em matemática, 76% e 57% nos respectivos anos. Para o 9º ano, há outro dado interessante: 65% gostam de estudar matemática, valor menor que os que gostam de português, 74%.

Uma explicação exposta por Andrea é a de que o contato com a língua portuguesa é mais presente no cotidiano que os números, “ainda que estejam mais presentes do que se imagina”. No entanto, faz questão de apontar os números de aprendizado de ambas as matérias como péssimos. “Os alunos acumulam dificuldades ao longo dos anos, o que se reflete no Ensino Médio”.

Alunos brasileiros leem pouco?
Segundo o questionário da Prova Brasil, a leitura ainda está longe de ser uma unanimidade entre os estudantes brasileiros. Apenas 30% dos alunos de 9º ano leem livros sempre ou quase sempre, número menor que o apresentado pelos de 5º ano: 45%. Também não se mantêm atualizados por meio de jornais. 39% (5º) e 34% (9º) deles nunca ou quase nunca busca notícias no veículo impresso.

As preferências de leitura são diferentes entre os dois anos avaliados. Os estudantes de 5º ano optam pelas revistas em quadrinhos (58%), batendo o percentual dos que preferem a internet (40%). Para o 9º ano, os lugares se invertem – 53% leem conteúdo virtual sempre ou quase sempre, diante dos 31% que recorre frequentemente às HQs.

Gustavo Gouveia, coordenador de projetos do Instituto Brasil Leitor, acredita que a falta de leitura ocasiona desempenhos mais baixos. “O livro é um objeto que proporciona conhecimento, motiva a pensar. A falta do recurso torna o aluno totalmente dependente da explicação do professor. Não há um complemento”, diz. Uma das soluções para o problema apontadas por Gouveia é estimular o hábito a partir de outros materiais – como as HQs e a internet.

O coordenador defende ainda investimentos e projetos para oferecer melhor estrutura e acesso aos livros, adaptando desde os locais onde eles são disponibilizados até seus preços. De acordo com Gouveia, é isso que dá força ao incentivo dos pais e professores, as pessoas que mais influenciam na questão. A motivação, assim como os projetos de leitura desenvolvidos no País, tem de ser contínua e frequente, além de existir por um longo tempo.

As taxas de reprovação e de abandono escolar andam juntas?
Pelos últimos dados consolidados do Censo Escolar do INEP, de 2012, é possível observar as taxas de reprovação e abandono escolar na rede pública dos municípios brasileiros. Usando exemplos, se observa que a taxas são proporcionais em algumas cidades, como Pelotas. No entanto, em outras, como São Caetano do Sul, essa tendência não se confirma.

Na cidade gaúcha de Pelotas, o índice de reprovações no ensino médio em 2012 foi de 18,4%. O valor é um alerta para intervenção imediata no trabalho pedagógico das escolas públicas do município, segundo o INEP – assim como o índice de abandonos no mesmo período e nível, que foi praticamente o mesmo: 18,3%.

Em São Caetano do Sul, porém, há alto número de reprovações no ensino médio e poucos abandonos. Em 2012, 20,4% dos estudantes não obtiveram aprovação em uma das três séries. O número de abandonos, de 2,7%, é considerado baixo segundo o INEP. Analisando os dados de 2011, as estatísticas se repetem. Diante de 17,1% de alunos reprovados, houve taxa de 2,2% para os abandonos.

Para Salvador, a ordem das taxas se inverte. A cidade baiana teve 21,6% dos estudantes deixando a escola em 2012. Houve menos reprovações no período: 17,6% dos alunos tiveram que repetir as séries.

 

Fonte: Terra / Educação

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Ensino superior insere métodos alternativos em aula

Instituições brasileiras estão alinhadas com estudo internacional que prevê tendências em educação

 

 

Aulas expositivas vão ceder espaço a métodos alternativos de ensino superior nos próximos cinco anos, diz pesquisa. O Horizon Report: 2014 Higher Education Edition, estudo desenvolvido anualmente pelo New Media Consortium (NMC) prevê tendências, obstáculos e tecnologias emergentes que serão adotadas em curto, médio e longo prazo. Para ilustrar as afirmações, a pesquisa relata, sobretudo, práticas de universidades estadunidenses. Em território brasileiro, instituições de ensino superior (IES) já apresentam algumas dessas alternativas, como educação via redes sociais, ou passam por fase de implantação destas.

Vice-diretor acadêmico da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Alexandre Gracioso afirma que a ciência já demonstrava que as aulas expositivas – nas quais o professor explica conceitos aos alunos durante a maior parte do tempo – não eram ideais, mas faltava estruturar e sistematizar alternativas viáveis. O momento é positivo para mudanças de postura na área educacional – e o ensino superior, um campo fértil para elas. “Você consegue acelerar a aprendizagem engajando mais o estudante, chamando à participação e ao protagonismo em sua atividade”, sugere.

Ainda que critique o método tradicional, Gracioso entende que ele não deve ser completamente abandonado. Porém, ressalta que as aulas expositivas são mais valorizadas pelos alunos em meio a “um cardápio variado de experiências”.

Trabalho em redes sociais é tendência a curto prazo
O Horizon Report 2014 afirma que haverá crescimento do ensino nas redes sociais em até dois anos. Atualmente, a aplicação mais comum é a inclusão de vídeos e blogs para instruir. “Os educadores as estão utilizando como comunidades de prática profissional, comunidades de aprendizagem e como plataforma para compartilhar histórias interessantes sobre temas que os alunos estudam em sala de aula”, revela o estudo. O desafio, segundo a NMC, é desenvolver métodos criativos para a ferramenta virtual.

A mudança se justifica pela difusão acentuada das redes – 1,2 bilhões de pessoas usavam o Facebook regularmente em outubro de 2013, e 2,7 bilhões de pessoas frequentam mídias sociais, de acordo com reportagem da Business Insider. Além disso, a pesquisa também inclui o diálogo menos formal das redes como facilitador da comunicação e do ensino fora da universidade.

Na ESPM, cujo novo Plano Diretor Acadêmico estabelece metas em período próximo ao indicado pela pesquisa do NMC (as transformações devem ocorrer até 2020 na instituição), o suporte Blackboard Collaborate possibilita criação de redes sociais por disciplina, por exemplo. Além disso, a ferramenta NewsMonitor, permite reunir conteúdos e notícias entre públicos fechados e incentiva, assim, debate entre alunos e contextualização por parte do docente.

O Blackboard é citado pela pesquisa do NMC como exemplo de ensino colaborativo, após ser introduzido na Purdue University e na Florida International University, ambas nos Estados Unidos.

Ensino online deve ser integrado ao modelo presencial
A segunda tendência a curto prazo é justamente a integração entre os ensinos colaborativo, online e híbrido (aulas virtuais e presenciais). O modelo pedagógico de sala de aula invertida se inclui na categoria híbrida, pois os alunos aprendem através de vídeos em casa e tiram dúvidas em sala de aula. Na ESPM, ele está sendo incluído gradativamente nos cronogramas.

Em relação à educação exclusivamente online, os cursos em EAD apresentam crescimento maior que o do ensino presencial, como aponta reportagem doTerra. Segundo o Censo da Educação Superior de 2012, o mais recente realizado pelo Inep, o ensino a distância compreende 15,8% das matrículas.

A pesquisa ainda explica a relação entre os modelos e o ensino colaborativo. Para o NMC, a concepção do conhecimento em grupo é impulsionado pela ampliação de locais de trocas de ideias, como o ambiente virtual.

Alunos da FGV aprendem resolvendo problemas em aula
Outra característica interessante na adoção de redes sociais na educação, segundo Gracioso, é a predisposição do estudante em compartilhar seu conhecimento, entrar em contato com colegas com as mesmas dificuldades e interesses e criar seu próprio conteúdo. O que dialoga com a “transformação de estudantes consumidores em criadores”, tendência para até cinco anos exposta pelo estudo.

Na Escola de Economia de São Paulo (EESP), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), todas as disciplinas obrigatórias são desenvolvidas através da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). Segundo especialistas, o método estimula a criatividade, visto que o conhecimento nunca é exposto de maneira pronta pelo professor.

Em salas de aula de no máximo 15 pessoas, os estudantes se sentam em círculo, acompanhados por um docente. Este fica encarregado de apresentar o problema – gerir os estoques de uma empresa para maximizar os lucros, por exemplo. Os alunos passam a discutir, então, qual a solução, buscando o conhecimento em livros e na internet.

De acordo com a coordenadora de graduação da EESP, Mayra Ivanoff Lora, o dever do professor nesse sistema é garantir que os objetivos e resultados corretos sejam levantados. Para ela, o grande mérito é tornar o aluno “agente do aprendizado” e “personagem principal” na sala de aula. “De certa forma, eles reinventam o conteúdo a cada semestre”, conta.

Learning Analytics potencializará o ensino em até cinco anos
Também é através do Blackboard que a ESPM pretende desenvolver uma das tecnologias emergentes de aplicação em até um ano, conforme o estudo: o Learning Analytics. Essa inovação é adaptada da análise de consumo virtual (Big Data) e navegação dos clientes por empresas como Amazon e Google. Consiste no uso das metodologias do Big Data para estudar os hábitos de aprendizagem online das pessoas.

De acordo com o vice-presidente acadêmico da ESPM, a principal fonte disponível para o Learning Analytics são os Cursos Online Abertos e Massivos (MOOCs, pela sigla em inglês). “É possível (pelos MOOCs) identificar pontos de maior dúvida, lições com mais ou menos atenção, quais questões foram mais fáceis ou difíceis, que conteúdo foi melhor assimilado e qual gerou dificuldades. E, a partir disso, potencializar o ensino”, explica.

No Brasil, há universidades que oferecem iniciativas próximas ao modelo de MOOCs. Na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), por exemplo, há a plataforma Unesp Aberta, que divulga aulas nas áreas de ciências exatas e humanas. No entanto, não apresenta acompanhamento, avaliação ou certificados. Da mesma forma, a USP tem seu espaço no E-aulas USP. Outra IES que inclui o processo é a Unicamp.

A tendência que se relaciona com a tecnologia de Learning Analytics é definida, pelo NMC, como “aumento dos dados de aprendizagem orientada e avaliação”. Ou seja, coleta e utilização efetiva desses dados na forma e abordagem dos conteúdos em aula. A expectativa do estudo é de que esse processo seja mais lento que a adoção da análise: de três a cinco anos.

Alternativas podem dificultar adaptação de estudantes após vestibular
Com tantos métodos criativos a serem adotados nas universidades – inclusive, a “briga” entre qual tecnologia promover na instituição é relatada pela pesquisa como um obstáculo a ser superado -, as diferenças entre instituições de educação básica e superior podem se acentuar. Gracioso acredita que o choque no processo de adaptação ao estudo após o ingresso nas IES deve ser maior.

“Todo o professor que passou por esse percurso ouviu em algum momento (quando usam a sala de aula invertida) um ‘por que você não me dá aula?’. Faz parte do sucesso da iniciativa aculturar o estudante a essa nova realidade.” Destaca, porém, que isso será importante para criação de autonomia do aluno ao final da transição.

Fonte: Terra / Educação

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

 

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Google cria aplicativo que pode revolucionar a sala de aula

O Google quer mudar o comportamento em sala de aula, a partir de um novo aplicativo anunciado na terça-feira, 6, o Classroom (“sala de aula”, em tradução literal).

Ainda em testes, o Classroom une o Gmail, o Drive e o Google Docs para ajudar os professores a distribuírem tarefas aos alunos, e monitorarem entregas de trabalhos e até mesmo auxiliar os estudantes que estão com problemas para completar seus exercícios.

Além disso, com a sincronização dos serviços, os professores ganham tempo dentro de sala de aula para explicar a matéria e não se perder em detalhes burocráticos. Outra função interessante é que o Classroom cria pastas específicas divididas por matéria (no caso dos estudantes) ou por estudantes e tarefas (no caso dos professores), tornando simples a visualização do que precisa ser feito.

O aplicativo pretende ser gratuito para as escolas, e não contém propaganda. O Google ressalta ainda que os dados dos estudantes não serão utilizados para fins publicitários. Em torno de um mês, a empresa promete entregar os primeiros convites para os testes, e até setembro (quando começa o ano escolar no Hemisfério Norte), ele estará disponível para escolas que usam o pacote Google Apps for Education.

 

Fonte: Sinpro/RS -com informações de Estadão

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Votação final será na Câmara e pode ser sancionado ainda este mês

Financiamento com 10% do PIB incluirá isenções fiscais e financiamentos ao setor privado, como o ProUni e o Fies

Com quatro anos de atraso, o Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece as metas a serem cumpridas inicialmente de 2010 a 2020, deverá ser votado em plenário na Câmara dos Deputados nos próximos dez dias e encaminhado para sanção presidencial ainda em maio. Depois de sancionado, o plano poderá ser submetido pelo MEC a uma revisão do prazo para cumprimento das metas antes de entrar em vigor. No dia 6 de maio, a comissão especial que analisa o PNE concluiu a análise dos destaques apresentados ao texto principal. A matéria já fora aprovada em 22 de abril, mas sofreu alterações no Senado e por isso voltou para exame dos deputados. O projeto prevê a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar e destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. Atualmente são investidos 5,3% do PIB no setor.

Uma das alterações feitas na última terça-feira ao relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT/PR) foi a inclusão da estratégia aprovada pelo Senado, que estabelece políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A ideia de valorizar o mérito dos professores, da direção da escola e da comunidade escolar, no entanto, recebeu críticas de entidades e profissionais do ensino, que definiram a estratégia como “nada promissora diante de um método de avaliação ainda limitado”, conforme destaca carta aberta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

EMENDAS – Mais de 3 mil emendas já foram sugeridas ao texto original ao longo dos últimos três anos, tempo em que o projeto tramita no Congresso. Construído a partir de plenárias municipais e estaduais, o PNE já nasceu polêmico por ignorar demandas históricas dos educadores e trabalhadores em educação e já é visto como um “monstrengo” por conta das transfigurações impostas por interesses de parlamentares. Um dos pontos polêmicos é o financiamento. O formato aprovado no dia 6 estabelece que os 10% do PIB incluirão as isenções fiscais e financiamentos ao setor privado, como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O relatório de Vanhoni estabelecia o enfrentamento da questão de gênero e orientação sexual com a “superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção de igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”. Essa orientação foi suprimida do texto por meio de destaque. A redação que segue para plenário foi alterada para um conceito genérico que indica “a erradicação de todas as formas de discriminação”.

A questão do financiamento deverá ser reavaliada quando da votação em plenário, segundo o deputado Paulo Rubem (PDT/PE). “Vamos recorrer da meta de financiamento no plenário, pois somos contrários ao compartilhamento do financiamento público com o Fies e o Prouni.” Segundo Rubem, haverá esforço para colocar o PNE na pauta do plenário o quanto antes. “Corremos o risco de ter o plano sancionado em pleno debate eleitoral”, alerta. O parlamentar vê uma contradição entre política de expansão dos gastos públicos, prevista no PNE, e o discurso de oposição, que é o oposto. “Temos que garantir que a matéria vá logo a plenário e que possa haver debate qualificado”.

O cumprimento integral do PNE é incerto, segundo o relator. “Eu não tenho como prever, não tenho como dizer isso de forma taxativa, mas são metas necessárias para que o Brasil supere o atual estágio de desenvolvimento. Agora, se vamos cumprir 70%, 80% ou 100% de cada meta estabelecida, só a dinâmica da política nacional, do envolvimento dos gestores, do envolvimento da sociedade, do parlamento, das definições do Executivo é que vão traduzir o plano na realidade concreta da vida das crianças e jovens”, aponta Angelo Vanhoni.

DIRETRIZES – O PNE define metas e diretrizes para o ensino brasileiro nos próximos dez anos. De acordo com o texto aprovado, em dez anos o país deverá investir 10% do PIB em ensino público, recursos que também devem financiar a educação infantil em creches conveniadas, a educação especial e programas nacionais como o Pronatec, ProUni, Fies e Ciência sem Fronteiras. A implementação das metas será avaliada a cada dois anos pelo MEC, pelas comissões de Educação da Câmara e do Senado, pelo Conselho Nacional de Educação e pelo Fórum Nacional de Educação. Os dados serão publicados nos sites dessas instituições. No quarto ano de vigência, os gastos serão reavaliados e poderão ser ampliados para atender a demanda.

PRINCIPAIS METAS

Creche:
Matrículas: de 2 milhões para 5,8 milhões
Investimentos: de R$ 4,5 bilhões para R$ 14,7 bilhões.
Pré-Escola:
Matrículas: de 4,7 para 5,8 milhões
Investimentos: de 10,5 para 13,5 bilhões
Fundamental:
Matrículas: de 29,1 para 31 milhões
Investimento: de 72,1 para 81,6 bilhões
Médio:
Matrículas: de 8,3 para 10,2 milhões
Investimentos: de 22 para 25,6 bilhões
Superior:
Matrículas: de 6,1 para 12 milhões
Investimento: de 24,8 para 49,6 bilhões
Especial:
Matrículas: de 0,7 para 2,2 milhões
Investimento: de 2,2 para 7,85 bilhões
Em tempo integral:
Matrículas: de 1,1 para milhões 11,3
Investimentos: de 0,4 para 26,3 bilhões
EJA:
Matrículas: de 0 (não há dados) para 14 milhões
Investimentos: de 0 (não há dados) para 3 bilhões
Profissional:
Matrículas: de 1,1 para 3,4 milhões
Investimentos: de 2,2 para 6,2 bilhões

 

 

Fonte: (Sinpro/RS / Com informações da Comissão Especial do PNE / Agência Câmara Notícias / Agência Brasil).

 

 

 

Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás