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Em São Paulo, reforma na educação deve reacender ocupações

Democratize – O alvo da vez é a reforma no ensino médio, anunciada pelo governo de Michel Temer (PMDB) esta semana. A primeira mudança importante determinada pela medida provisória é que o conteúdo obrigatório será diminuído para privilegiar cinco áreas de concentração: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.

Além disso, a reforma tem como matéria o aumento da carga horária, ampliada progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais. Atualmente, o total é de 800 horas.

Considerado um retrocesso, a medida do governo federal foi duramente criticada durante a semana, principalmente nas redes sociais.

Alunos, professores e pais não foram sequer consultados sobre a matéria, incluindo os próprios sindicatos dos professores das redes estaduais.

Com a polêmica, o governo federal recuou e publicou o texto da MP com alterações, mantendo a obrigatoriedade das aulas que inicialmente seriam deixadas de lado. Mesmo assim, o texto é repleto de polêmicas.

E a polêmica reforma já tem sinais de esgotamento: alunos da Escola Estadual Domingos Mignoni, localizada em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, tentaram ocupar a escola na sexta-feira (23). Após uma assembleia realizada pelos secundaristas, a decisão foi de adiar a mobilização para a segunda-feira (26), onde uma nova assembleia será realizada para determinar a ocupação ou não em definitivo.

A primeira onda de ocupações, ocorrida em São Paulo no ano passado, começou de forma semelhante, quando estudantes ocuparam uma escola estadual em Diadema, cidade que faz parte da Grande São Paulo. A partir dai, em questão de meses, mais de 200 escolas foram ocupadas pelos secundaristas, causando a derrota do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que no final do ano passado foi obrigado pela opinião pública a abrir mão da reorganização escolar, que fecharia mais de 90 escolas estaduais em São Paulo.

A mobilização secundarista teve continuidade em outros estados, como Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e Ceará.

Agora, com uma causa em comum, todos os estados devem viver novamente uma mobilização secundarista ainda mais forte.

Protestos também estão sendo marcados por organizações estudantis contra a medida de Temer na Educação. Para a segunda-feira, um ato convocado por um grupo autônomo e sem ligações partidárias já conta com milhares de confirmações no Facebook. A manifestação terá concentração no vão livre do Masp, às 17h, na Avenida Paulista.

 

Da Rede Brasil Atual

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Reforma do ensino médio e PEC 241 liquidam com a educação pública

 

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O presidente golpista Michel Temer assina neste fim de semana uma medida provisória que reforma o ensino médio. Pela MP a carga horária do ano letivo passa para 1.400 horas anuais, atulamente são 800 horas.

O ministro da Educação Mendonça Filho pretende mudar também a Base Nacional Comum Curricular, com diminuição das matérias obrigatórias e vinculando-a ao vestibular.

“Na prática, a proposta deles significa um retrocesso sem precedentes. Volta a dominar a visão de que os filhos da classe trabalhadora só devem estudar o suficiente para se manter razoavelmente no mercado de trabalho”, diz Marilene Betros, dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Além do mais, diz ela, “aumentar a carga horária, sem investimentos na infraestrutura das escolas e na formação dos profissionais da educação é uma medida inócua e essa reforma visa a privatização do ensino médio e o fim do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)”.

Já Isis Tavares, presidenta da CTB-AM e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), afirma que “não existe discussão de política pública sem participação da sociedade. E não existe política pública de fato e de direito sem financiamento do Estado”.

Tavares lembra também da Proposta de Emenda à Constituição 241/2106, em tramitação, que poderá fazer estragos inimagináveis à economia do país. Somente da educação essa PEC tira ao longo de 10 anos R$ 58 bilhões de recursos para a manutenção do ensino nas redes públicas das cidades, afirmam especialistas.

Ela acredita que “a PEC 241, significa o fim do Piso Nacional do Magistério e de qualquer possibilidade de Plano de Cargos, Carreira e Salários, conquistados pelo movimento dos trabalhadores e das trabalhadoras em educação”.

Já Betros afirma que as medidas tomadas pelos golpistas “liquidam com o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado há 2 anos, depois de muitas e amplas discussões”. Ela explica que os cortes promovidos por eles não permitem a efetivação de nenhuma das 20 metas do PNE, essenciais para elevar o patamar da educação pública no país”.

Alessio Costa Lima, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) diz que “todos os países, em época de crise, enfrentaram problemas econômicos e de outras naturezas investindo na educação. E saíram dela vitoriosos por meio da opção de investimento em massa na educação do seu povo”.

Para Tavares, “as medidas determinadas pelo MEC representam o desmonte da educação pública através da precarização do serviço público. Paralelamente, às reformas anunciadas para o ensino médio e a lei da mordaça vêm no bojo da sustentação ideológica desse governo golpista”.

“Nós, gestores municipais, vemos com muita aflição e preocupação a discussão dessa PEC no Congresso. Somos totalmente contrários à desvinculação dos recursos porque é a única garantia que temos de a União, ente que mais arrecada, repassar recursos aos municípios e aos estados”, diz Lima.

Betros defende a união de todas as entidades que trabalhem com a educação pública para “tomar as ruas e levar informação à sociedade como um todo sobre as consequências nefastas dessas mudanças nessa área estratégica para qualquer país que almeje desenvolvimento salutar e consequente de sua infância e juventude”.

 

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

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Golpe no ensino médio: Recuo do governo sobre disciplinas obrigatórias demonstra ainda mais sua irresponsabilidade e incompetência

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O medo da reação popular já fez o governo Temer recuar da extinção do Ministério da Cultura, da declaração de defesa da extensão da jornada de trabalho para 12 horas, do aumento da idade mínima de 70 anos para aposentadoria, da proibição do reajuste dos servidores e até mesmo da classificação indicativa do filme Aquarius. O recuo da vez é a ‘‘errata’’ divulgada na noite de ontem (22) afirmando que as aulas de artes, educação física, filosofia e sociologia — que pela medida provisória anunciada à tarde não seriam mais compulsórias ao ensino médio — agora, depois da enorme repercussão negativa do caso, continuarão a fazer parte dos estudos obrigatórios. E o Ministério da Educação ainda justifica o equívoco cintando a Base Nacional Comum Curricular que não havia sido levada em conta anteriormente.

O recuo do governo golpista, que já está virando praxe, em nada diminui o retrocesso trazido pela medida provisória. Ao contrário, torna ainda mais evidente sua irresponsabilidade e incompetência para legislar sobre um tema tão caro quanto a educação. Como a Contee destacou ontem, alguns dos principais problemas da reforma proposta — que já vinham sendo criticados no Projeto de Lei 6840, em tramitação desde 2013 no Congresso — são o fim do ensino médio noturno para menores de 18 anos, o período integral e a divisão por áreas de conhecimento, que representa um modelo semelhante ao da desastrosa Reforma Capanema, implantada no Estado Novo. Na verdade, a atual consegue ser ainda pior, porque pressupõe que o aluno possa decidir pela área ou pelo ensino profissional sem assegurar qualquer garantia de oferta pelas redes.

Como também já destacado pela coordenadora da Secretaria-Geral da Contee e coordenadora-geral em exercício, Madalena Guasco Peixoto, ao aumentar a carga horária, a medida sequer trata de questões como a valorização dos profissionais da educação, do número de alunos por sala e das dificuldades reais que os estudantes brasileiros possuem em somente estudar, ou seja, não leva em consideração que a evasão escolar é motivada, na maioria das vezes, pela necessidade que os estudantes têm de trabalhar e a impossibilidade que enfrentam de conciliar trabalho e estudos.

Outro ponto gravíssimo é a abertura para que professores deem aulas mesmo sem licenciatura em determinada aula ou disciplina, o que vai totalmente na contramão do Plano Nacional da Educação e da defesa de uma educação de qualidade. Como ressaltado ontem pela diretora da Contee, mesmo com o recuo do governo em relação às disciplinas que tentava extinguir, a MP continua sendo ‘‘mais um dos absurdos que este governo golpista comete, agora contra a educação nacional, atingindo milhões de famílias e trabalhadores em educação do país’’.

 

Fonte: Contee

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Medida provisória é golpe no ensino médio

 

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Entre os tantos golpes que os direitos sociais têm sofrido no Brasil, o mais recente, deflagrado hoje (22), foi, mais uma vez, contra a educação. Especificamente, contra o ensino médio, com o anúncio da medida provisória que, sem debate algum com a sociedade brasileira, pretende instituir uma espécie de ‘’milagrosa’’ — eufemismo para falaciosa e irresponsável — reforma no setor.  Trata-se, na verdade, de um colossal prejuízo e retrocesso para a educação nacional. Impossível não se espantar e questionar: como um governo como esse, impopular e ilegítimo, atreve-se a legislar, por medida provisória, sobre algo tão importante e fundamental quanto a educação?

Antes de mais nada, é preciso lembrar que a própria proposta de reforma do ensino médio no qual o Ministério da Educação se baseou para editar sua MP — o Projeto de Lei 6840, que tramita no Congresso Nacional desde 2013 — já vinha sofrendo diversas críticas por parte de especialistas. As principais, como lembra a coordenadora da Secretaria-Geral da Contee e coordenadora-geral em exercício, Madalena Guasco Peixoto, são: o fim do ensino médio noturno para menores de 18 anos, o período integral e a divisão por áreas de conhecimento. Trata-se nada mais nada menos da reedição 2.0 de uma das mais criticadas e mal-sucedidas reformas educacionais da história brasileira: a Reforma Capanema, implantada sob a ditadura do Estado Novo. O fato de um modelo semelhante estar sendo adotado mais uma vez após um golpe de Estado não há de ser mera coincidência.

‘‘O pior é que essa medida provisória piora ainda mais o que foi a experiência anterior, porque pressupõe que o aluno possa decidir pela área ou pelo ensino profissional, mas não garante que ele terá a escolha que fez, já que isso dependerá de a rede oferecê-la ou não’’, alerta Madalena. ‘‘A medida aumenta a carga horária, mas não trata de questões como a valorização dos profissionais da educação, do número de alunos por sala e das dificuldades reais que os estudantes brasileiros possuem em somente estudar, ou seja, não cria nenhuma bolsa para que esses alunos possam se manter em tempo integral na escola. Não leva em conta, portanto, que os alunos que desistem do ensino médio, na sua grande maioria, fazem isso porque precisam trabalhar.’’

A diretora da Contee também chama atenção para o fato de o governo golpista propor a eliminação de disciplinas que são fundamentais para a formação crítica, como artes, filosofia e sociologia. ‘‘Vai na contra mão do que foi  aprovado no PNE no que diz respeito à necessidade de os professores serem formados na  área em que ensinam’’, observa Madalena. ‘‘O MEC tinha feito um programa de formação para os professores com bolsa para que eles se graduassem na área em que ensinam. Na contramão disso, na medida provisória, ele (o Ministério) cria o ‘notório saber’, ou seja, o professor pode dar aulas mesmo que sua licenciatura não seja naquela área ou disciplina. Isso oficializa o que há de pior nas redes: o professor temporário que dá aula de qualquer coisa mesmo sem formação específica. E o governo ainda tem coragem de dizer que essa medida provisória visa a melhorar o desempenho dos alunos e a qualidade’’, ironiza.

A coordenadora da Secretaria-Geral da Contee, que é doutora em Educação e professora titular do Departamento de Fundamentos da Educação da PUC-SP, destaca os absurdos de o MEC criar o tempo integral sem dizer como as redes irão se organizar para isso e de somente citar a Base Nacional Comum Curricular que ainda está em discussão e que interfere diretamente no que deve ser ensinado em todo o ensino infantil e básico, incluindo o ensino médio, sem levar em consideração todo o debate que tem sido realizado.

‘‘É mais um dos absurdos que este governo golpista comete, agora contra a educação nacional, atingindo milhões de famílias e trabalhadores em educação do país’’, observa Madalena. ‘‘O que precisamos fazer agora é conversar com os parlamentares, já que a matéria vai para o Congresso, e fazer as emendas necessárias para derrubar a essência dessa canetada.’’

 

Fonte: Contee

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PFDC lança nota pública sobre riscos de reforma do ensino por meio de medida provisória

Para o GT Educação, as mudanças a serem implementadas em um sistema que envolve 28 redes públicas de ensino e ampla rede privada precisam de estabilidade e segurança jurídica – que não podem ser asseguradas por instrumentos como uma MP

PFDC lança nota pública sobre riscos de reforma do ensino por meio de medida provisória
Imagem: PFDC

O Grupo de Trabalho Educação, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, lançou nesta segunda-feira (19/9) nota pública no qual alerta para os riscos de uma reforma do ensino médio brasileiro por meio de medida provisória.

O texto destaca que a necessidade de reforma do ensino médio brasileiro é real e vem sendo debatida nos meios educacionais e no Congresso Nacional há alguns anos. “Contudo, a utilização do instrumento da Medida Provisória para tratar de tema tão sensível e complexo é temerário e pouco democrático”, diz o texto.

Para o Grupo de Trabalho Educação, as mudanças a serem implementadas em um sistema que envolve 28 redes públicas de ensino (União, Estados e Distrito Federal) e ampla rede privada precisam de estabilidade e segurança jurídica – o que o instrumento da Medida Provisória não pode conferir, uma vez que fica sujeito a alterações em curto espaço de tempo pelo Congresso Nacional.

Confira a íntegra da nota:

Nota pública sobre a reforma do Ensino Médio por Medida Provisória – Os meios de comunicação estão divulgando a intenção do governo federal de editar Medida Provisória para reforma do ensino médio brasileiro. A necessidade de reforma do ensino médio no país é real e vem sendo debatida nos meios educacionais e no Congresso Nacional há alguns anos.

Contudo, a utilização do instrumento da Medida Provisória para tratar de tema tão sensível e complexo é temerário e pouco democrático. As mudanças a serem implementadas em um sistema que envolve 28 redes públicas de ensino (União, Estados e Distrito Federal) e ampla rede privada precisam de estabilidade e segurança jurídica, o que o instrumento da Medida Provisória não pode conferir, uma vez que fica sujeito a alterações em curto espaço de tempo pelo Congresso Nacional.

Ademais, por se tratar de tema que envolve milhares de instituições públicas e privadas, centenas de organizações da sociedade civil e milhões de profissionais, imaginar que um governo pode, sozinho, apresentar uma solução pronta e definitiva é uma ilusão incompatível com o regime democrático. Mais que inefetiva, a apresentação de soluções fáceis para problemas complexos é um erro perigoso.

Fonte: MPF

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Representantes do Sinpro Goiás participam de Audiência Pública do MPF sobre Doutrinação Político-Partidária no Sistema de Ensino

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O presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás, Prof. Alan Francisco de Carvalho, juntamente com presidente eleito do Sinpro Goiás para a próxima gestão 2016/2020, Prof. Railton Nascimento de Souza e o consultou jurídico do Sinpro Goiás, Prof. José Geraldo Santana, participaram da Audiência Pública promovida pelo Ministério Público Federal – Go, que discutiu a “Doutrinação Político-Partidária no Sistema de Ensino”. O debate aconteceu no Auditório da Procuradoria da República em Goiás, das 9 as 12hs.

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De acordo com o edital, 13 instituições e dois especialistas fizeram apresentações acerca do tema, por até 30 minutos, respeitada a seguinte sequência: 1) União Brasileira de Mulheres; 2) Fórum Municipal de Educação de Goiânia; 3) Fórum de Licenciatura da Regional Goiânia/UFG; 4) Fórum Estadual de Educação de Goiás; 5) Movimento Escola Sem Partido;
6) Instituto Liberdade e Justiça; 7) Movimento De Olho no Livro Didático;
8) Faculdade Sul-Americana – Fasam; 9) Bráulio Tarcísio Porto de Matos, Professor da Faculdade de Educação da UnB; 10) Jean Marie Lambert, Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás; 11) Ministério da Educação; 12) Secretaria de Educação do Estado de Goiás; 13) Secretaria de Educação do Município de Goiânia; 14) Universidade Federal de Goiás; e
15) Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Educação
Superior do Estado de Goiás.

IMG-20160921-WA0020Além dos órgãos, entidades, movimentos sociais e especialistas que oficialmente fizeram os pronunciamentos, outros mais e qualquer cidadão puderam assistir à audiência e fazer eventuais esclarecimentos e questionamentos pertinentes e oportunos, conforme decisão da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC).

Como o Sinpro Goiás não foi selecionado por edital para se posicionar diante o tema debatido, segue abaixo posicionamento da entidade a respeito do assunto:

 

Os meus cordiais cumprimentos a todos os presentes.

Em meu nome e da  Entidade que, aqui, tenho a subida honra de representar e que avaliza as assertivas e conclusões abaixo alinhavadas, o Sinpro Goiás, cumprimento o MPF por esta pertinente e oportuna iniciativa, de trazer ao debate questão tão instigante quanto polêmica. Esta audiência pública representa  a concretização da acepção etimológica do  substantivo dialética, hoje, lamentavelmente, desprezada e banalizada.

Peço-lhe licença, para abrir a minha manifestação com uma sábia e atemporal lição, ministrada, há cerca de cinco séculos, pelo médico, alquimista e filósofo suíço, Paracelso, ainda hoje referência na medicina.

“A aprendizagem é a nossa própria vida, desde a juventude até a velhice, de fato quase até a morte; ninguém passa dez horas sem nada aprender”.

Fazendo ecoar esta imorredoura lição, a Constituição Federal(CF) de 1988- a Constituição cidadã, que tem cheiro de amanhã e não de mofo, nas sublimes palavras do saudoso Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulisses Guimarães, um dos maiores estadistas deste País, em todos os tempos-, ao abrir o Capítulo dos Direitos Fundamentais Sociais, no Art. 6º, fê-lo com a educação; propositalmente escolhida como o primeiro, dentre todos.

A CF, no seu Art. 206, estabelece os objetivos da educação, que são: pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Já, no 206, especifica os princípios sobre os quais se assenta o ensino, que é uma das múltiplas faces da educação, e que se concretiza nas escolas, e que se constitui no objeto de debate, nesta oportuna audiência pública.

Dentre os princípios preconizados pelo Art. 206, da CF, calham a este debate os seguintes: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte o saber (inciso II); pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas.. ( inciso III); valorização dos profissionais da educação escolar.. ( inciso V); garantia de padrão de qualidade (inciso VII).

A efetiva e adequada observância dos destacados objetivos e princípios revestem-se de uma das condições essenciais, sem as quais não é possível, para que a sociedade brasileira possa ser fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social, como anuncia o Preâmbulo da CF, que é a síntese de seus fundamentos e finalidades.

Portanto, cabe à escola constituir-se em mola propulsora desta construção; o que, à primeira vista, pode parecer simples e insuscetível de dúvidas. No entanto, o cotidiano da vida social acha-se pleno de provas em sentido contrário. Ou seja, de que se trata de ação social de grande dimensão e de complexa envergadura. Os fatos que ensejam este debate são provas incontestáveis desta complexidade.

Os meus quarenta anos de magistério, doze como Conselheiro do Conselho Estadual de Educação, dos quais quatro como seu Presidente, e  quase dez como integrante do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, descortinaram-me esta complexidade.

E mais: ensinaram-me que a escola  é construção coletiva, em cada um de seus passos,  e não a singela soma das individualidades que a compõem; que não pode ser concebida para além da comunidade, mas, sim, como parte integrante e indissociável desta,  por ela feita e dirigida; que o  efetivo e cultivado respeito à pluralidade de ideias e de concepções pedagógicas é a pedra de toque de seu êxito; que qualquer tentativa, por mais inofensiva que possa parecer, de cercear este pluralismo e/ou de fazer prevalecer uma concepção sobre as demais, representa certeiro passo rumo ao seu fracasso, como parte constitutiva da sociedade de que nos fala o Preâmbulo da CF.

Werner Jaeger, Catedrático da Universidade da Alemanha- falecido em 1961-, ao discorrer sobre o lugar dos gregos na História,  em Paidéia, diz que a educação não era, para eles, propriedade individual, mas, pertencente, por essência, à comunidade; e que participava na vida e no crescimento da sociedade.

Com base neste aprendizado, sinto-me compelido a propor a todos quantos queiram discutir a escola, com vistas à busca da concretização de seus objetivos constitucionais, que não nos afastemos do temperado e sábio conselho de Paulinho da Viola, dado ao seu contendor, Benito de Paula, na belíssima música “Argumento”, qual seja: “ Sem preconceito ou mania do passado; sem querer andar com quem não quer navegar; faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar”. Em uma palavra: abertura ao diálogo e prudência.

Notadamente, em tempos sombrios, como os que ora vivenciamos, aqui e alhures, de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada- parafraseando Bertolt Brecht-, nos quais a delação vira símbolo de eficiência da Justiça; a presunção de inocência é rasgada por quem tem  o dever de guardá-la; não se parte mais  da constatação de um crime, para se buscar o criminoso, antes, fabrica-se o criminoso, somente após é que se forja o crime; em que o respeito e o culto à diversidade e à alteridade são substituídos pela intolerância e pela lei penal do inimigo.

Com o devido respeito aos que pensam de modo diverso, a discussão do tema, que tem lugar nesta Audiência, tal como posta, ainda que não seja a intenção de quem a fustiga e alimenta, representa a negação da escola como criação social e construção coletiva, consoante o que preconizam o Art. 206, da CF, e o 13, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -LDB-, Lei N. 9394/1996. Ao reverso, entendem-na como algo fora e distante da comunidade, que é produzido ao arrepio desta, por vontade individual de quem nela exerce o papel de mediador do conhecimento construído, e, a partir dele, da construção de novos: o professor.

Ora, quem concebe a escola como construção social e coletiva sabe que, se esta viga mestra for observada, não há risco de ela transformar-se em púlpito para possíveis atos inescrupulosos, de proselitismo político e doutrinação partidária; como alardeiam os que empunham a bandeira da chamada escola livre e sem partido; que já carrega consigo o ranço da intolerância e de inconfessa defesa de doutrinação em outra vertente: a do absenteísmo, de coibição da livre circulação de ideias e de concepções divergentes, que negam o porvir; patentes na Lei de Alagoas, N. 7800/2016, e nos diversos projetos de leis (PLs), que buscam a sua regulamentação.

Eventuais, e até não raras tentativas de prática de tal mister, são prontamente desautorizadas e rechaçadas pelas reuniões pedagógicas, de planejamento, de avaliação e correção de rota; alicerces ditados pelo comentado Art. 13, da LDB; desde, é claro, que a escola seja parte integrante da comunidade e seja por ela pensada e construída.

Se a comunidade não participa do cotidiano da escola, se não a tem como sua, e a serviço do cumprimento dos objetivos constitucionais, insertos no Art. 206, já enumerados acima; não há como esta alcançar o padrão de qualidade social, que é princípio constitucional, como já anotado, Art. 206, inciso VII, da CF.

Repensar a escola, propor e adotar medidas que proporcionem a  sua transformação, em defesa e na busca do referido padrão, constituem-se em obrigações inarredáveis e inadiáveis, ao sentir de todos quantos a amamos, a ela nos dedicamos, e nela vislumbramos uma janela para a construção do porvir.

Todavia, nem de longe, as medidas a serem tomadas em prol destes objetivos podem admitir, e, muito menos, conviver com o cerceamento do bem mais precioso e mais caro à humanidade: a liberdade, em suas múltiplas dimensões e revelações.

Calar a liberdade, em qualquer grau ou dimensão, significa calar a vida; se não a física, ao menos a mais importante de suas dimensões: a de ser pensante, criador, construtor e realizador.

Como bem nos brada o Poeta Castro Alves, em seu magnifico poema  O Livro e a América, “..nem templo feito de ossos, nem gladio a cavar fossos, são degraus do progredir”.

A escola é, dialeticamente, instituição de conservação e de transformação social. Aqui reside a razão primeira do princípio constitucional, indelevelmente, insculpido no Art. 206, inciso II, da CF, consubstanciado na   liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a arte e o saber.

Como a escola pode cumprir esta missão social, de primeira e maior grandeza, se se resumir a ser mera repassadora de  atos e fatos do passado, sem refletir sobre o presente e o futuro? A escola tem de ser, simultaneamente, e sem contemplação alguma, a aurora e o ápice do conhecimento; jamais o seu ocaso, ou arquivo do passado.

Se o papel social da escola fosse de mera informadora e/ou repassadora dos múltiplos atos e fatos do cotidiano social, como querem os que esposam os PLs que visam a criar a chamada escola livre e sem partido; poderia e deveria ser substituída, com incomensurável vantagem, pelo computador. O que seria muito menos oneroso, financeiramente, e dispensaria o professor.

Por que a cidadania não cogita isto? A resposta é simples e inquestionável: porque esta não é a missão social da escola; a sua missão primeira é a de se constituir em centro de convivência social, de diálogo permanente, de questionamentos e portal do porvir. Não se cumpre esta complexa missão  sem a subjetividade – inerente ao ser humano- , dos muitos atores que compõem o cenário escolar; com destaque para todos, não havendo ator principal e/ou coadjuvante.

Como já asseverava Protágoras, há mais de vinte e cinco séculos: “O ser humano é a medida de todas as coisas”. A escola é instituição viva, concreta e tem como o alvo o ser humano, que é único e irrepetível, nas felizes palavras de Hanna Arendt; este ser de quem nos fala Protágoras, e não unidade de carbono,  da obra Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo.

Creio que seja conveniente compararmos a escola com a magistratura, que, pela mesma razão, não é substituída pelo computador. Assim sendo, porque o papel social do juiz, como afirma o Art. 5º, da Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), não é cunhar a letra fria da norma, em cada ato processual, como faria o computador; mas, sim , ao de atender aos fins sociais aos quais ela se destina e às exigências do bem comum. E, isto, só pode ser levado a cabo, com a subjetividade do juiz.

Daí ser forçoso concluir: do mesmo modo que não existe nem pode existir juiz neutro, também, não existe nem pode existir escola neutra; sob pena de se estrangular a essência do ato criador humano: a subjetividade, que gera a inquietação, a busca do aperfeiçoamento, e a construção de novos paradigmas, para o ensino e para o direito.

Os meus quarenta anos de magistério ensinaram-me que a relação entre os sujeitos da aprendizagem tem de ser de absoluta confiança, de respeito mútuo, de constantes discordâncias, sob pena de se sacrificar a dialética, que é a beleza do convívio escolar.

E mais: para que esta relação possa ser exitosa, não pode haver lente- o que sabe tudo-, e aluno (no sentido etimológico do vocábulo, que é sem luz); como bem nos alerta Guimarães Rosa, por meio do jagunço Riobaldo, seu personagem maior, na sua obra prima Grande Sertão: Veredas: Mestre não é quem sempre ensina; mas quem de repente aprende. Importa dizer: todos, inclusive os que somos professores, somos muito mais mestres, quando aprendemos, do que quando ensinamos.

O professor  que não respeita a divergência, o pensamento  contrário, de seus alunos, ou de  qualquer outro interlocutor, não está à altura desta missão; não pode exercê-la. E o aluno que aceita opinião diferente da sua,  sem sobre ela refletir, pouco sabe sobre o  que é o convívio social, e o que é a pluralidade.

Aprendi, ainda, que o professor que não expõe a sua conclusão sobre o tema em debate, igualmente, não está à altura da missão a que se propôs. O professor que assim age assemelha-se à condição do Poeta Jean Arthur Rimbaud, que,  em conflito consigo mesmo, diz em carta a  , diz que “ O eu é um outro”. Importa dizer: o professor que expõe sua conclusão nega a sua condição e a sua missão maior.

Do mesmo modo, o aluno que, desde a mais tenra idade, não ousa discutir, divergir e questionar, terá muitas dificuldades no cotidiano da desafiadora construção da cidadania.

E, aqui, a pergunta principal: como assim agir, se a subjetividade dos professores e dos alunos for cassada, por meio das mordaças contidas na Lei de Alagoas e nos PLs que tramitam na Câmara Federal? A resposta é desalentadora: não será possível.

Como bem assevera o Conjunto Rappa, na música “Minha Alma (A paz que não quero): “ Paz sem voz, não é paz, é medo”. Parafraseando-o, pode se afirmar, sem receio algum: escola, sem liberdade de aprender e ensinar, não é escola; é sepulcro.

A escola propugnada pelos defensores da chamada escola livre dará razão à assertiva de Marcus Vinicius da Cunha-  no Artigo A escola contra a família, publicado no Livro 500 de Educação no Brasil, 2000-, assim assentada:

“ Se a escola abrir mão de cumprir suas metas socializadoras e normalizadoras, quem educará as novas gerações? Por certo os profissionais dos meios de comunicação, as gangues de rua, os agenciadores de biscates, os gerentes das fabriquetas de fundo de quintal ou os  traficantes de armas. Candidatos naturais a educadores não faltam…”.

Esta escola, mesmo que não seja isto que esperem os seus idealizadores, confirmará os lemas do Ministério da Verdade, da obra de George Orwell, 1984, que são: guerra é paz; liberdade é escravidão; ignorância é força”.

 

Ou, na melhor das hipóteses, confirmará a ironia de Graciliano Ramos, em Artigo intitulado “Cabeças”, publicado  no Diário de Noticias, do Rio de Janeiro, aos de outubro de 1938; “ Em Alagoas, como em outros lugares, há uma quantidade regular de homens loquazes que falam horas sem dizer nada..”. Estes homens serão os professores.

Por acreditar que não é possível a construção da cidadania, com  escola sem vida, sem dialética, e como mero arquivo do passado; tenho a honra de co-assinar, como procurador, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) N. 5537, contra a Lei de Alagoa, já, reiteradamente, mencionada, distribuída ao Ministro Roberto Barroso; faço-o em nome da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino  (Contee), que representa cerca de um milhão de profissionais da educação escolar.

A Contee, o Sinpro Goiás- em nome de quem falo, neste ato-, todas as demais entidades de profissionais da educação escolar, em âmbito nacional, e autorizadas vozes da educação e do Ministério Público, entendem que incriminar a liberdade de aprender e de ensinar e tolher a livre manifestação da pluralidade de ideias e concepções pedagógicas, representa colossal retrocesso social, pois, ao fim e ao cabo, isto consubstancia-se na incriminação da vida social.

Para finalizar esta singela digressão, peço-lhes licença para fazê-lo, trazendo um angustiante depoimento do acreditado e respeitado Educador Popular, Tião Rocha, ao programa Globo Educação;  o qual tive o prazer de ouvir.

Contou o referido Educador, que, no exercício de seu mister, teve um aluno, em Belo Horizonte, do 8º ano do ensino fundamental, que sempre o desafiava, com instigantes e pertinentes questionamentos; o que o obrigava a mais bem se preparar, para ministrar aulas de História, na sala em que ele estudava.

Um dia, ao chegar ao Colégio, foi surpreendido com a triste  notícia de que Álvaro havia cometido suicídio. Maior surpresa, que o deixou sem voz e sem ação, foi o terno abraço que recebeu dos pais de Álvaro, seguido da afirmação de que seu o filho o tinha em alta conta, em verdade, como herói maior; e que por isto, esperavam que  ele pudesse lhes dizer o motivo do suicídio. No entanto, para o desespero de todos, o Educador não o sabia.

Tião Rocha conclui esta emblemática história com a reflexão de que, naquele momento, aprendera que falar de revolução industrial, revolução francesa, independência do Brasil etc,  muito importante. Porém, o mais importante e relevante  é conhecimento dos sujeitos da aprendizagem, saber quais são as suas características, suas aptidões, seus anseios, suas angústias; o que só uma escola formadora pode alcançar. Jamais, uma escola desprovida de subjetividade humana pode fazê-lo.

Ante todo o exposto, penso que o nosso primeiro desafio  é o de assentarmos que escola queremos; o que esperamos dela; qual a sua missão social; qual o seu papel histórico. Sem isto, a escola corre o risco de ser inútil à sociedade, de se transformar em coisa amorfa: sem sopro de vida e de porvir.

A escola que tenta se esconder, sem o conseguir, na indevida apropriação da liberdade, nada mais faz do que confirmar a refinada sátira do Poeta Português Guerra Junqueiro, em seu poema satírico a Escola Portuguesa:

 

Como querem que despontem
Os frutos na escola aldeã,
Se o nome do mestre é — Ontem
E o do discíp’lo — Amanhã!

Como é que há-de na campina
Surgir o trigal maduro,
Se é o Passado quem ensina
b a ba ao Futuro!

Ao debate.

 

 

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Contee reafirma defesa do FNE como espaço construtor de políticas públicas para a educação

A coordenadora da Secretaria-Geral da Contee e coordenadora-geral em exercício, Madalena Guasco Peixoto, e a coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais da Confederação, Adércia Bezerra Hostin dos Santos, participaram nesta segunda-feira (19), no Ministério da Educação, da reunião da Comissão de Sistematização, Monitoramento e Avaliação (CSMA) do Fórum Nacional de Educação (FNE). À comissão compete acompanhar a implementação das deliberações das Conferências Nacionais de Educação e monitorar o processo de implementação, avaliação e revisão dos Planos de Educação, entre outros temas, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

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Em sua fala, Madalena destacou a importância e o papel do FNE na elaboração e implementação de políticas públicas. ‘‘O Fórum Nacional de Educação não é um órgão de governo, é um órgão acima do governo, é um órgão de Estado. E é plural. E exatamente na sua pluralidade se faz a democracia e o debate. Então, o Fórum é fundamental’’, afirmou. ‘‘Agora, não se espere do Fórum o que é papel do governo. O Fórum é o Fórum e o governo é o governo. O que o Fórum faz é propiciar o debate, é elaborar documentos com um posicionamento sobre a educação e mobilizar a sociedade brasileira, porque foi o Fórum Nacional de Educação que foi responsável pela criação dos fóruns municipais e estaduais e que hoje os acompanha. Esse é o nosso papel.’’

A diretora da Contee ressaltou ainda que, justamente por ser um órgão plural, o FNE é o lugar onde os debates e as concepções têm que ser colocados. ‘‘Por exemplo: estamos aqui num esforço de debater as Bases Nacionais Curriculares e a gente vê uma medida provisória de mudança do ensino médio que obviamente está mexendo diretamente com conteúdo, com o que vai ser ensinado. Essas questões eu gostaria de discutir porque, como Fórum, precisamos debater e tomar uma posição’’, cobrou. ‘‘Falamos que os secretários vieram aqui ao Ministério dizer da dificuldade em que eles estão para cumprir as metas do PNE. E, ao mesmo tempo, se discute uma PEC que desvincula a verba de educação para os municípios e estados. E aí é o Fórum que vai resolver esse problema? Não, o PNE é uma lei de Estado, foi votada no Congresso Nacional e as promessas têm que ser cumpridas. E, para isso, precisamos de verba para a educação, para que a gente faça as metas dos dez anos, senão não vamos fazer. Aí não adianta secretário ficar nervoso, porque objetivamente esse é um problema nacional’’, completou.

Madalena aproveitou também para reafirmar o posicionamento da Contee em defesa da educação e do FNE. ‘‘Essas coisas vamos de fato ter que debater, porque a Contee por exemplo, que compõe o Fórum desde sua fundação, não abre mão desse espaço. Representamos 1 milhão de trabalhadores do setor privado de ensino e não abrimos mãos desse espaço, porque é nele que construímos as políticas públicas de educação do Brasil, de forma debatida e consensual. Não vamos abrir mão e estamos felizes porque, pela primeira vez, estamos nos reunindo no Ministério da Educação. O Fórum não pode parar, tem que ter seu espaço, porque foi construído pela sociedade brasileira. E enquanto Confederação nós vamos contribuir no que for necessário para o avanço da educação brasileira.’’

A Contee também participou ainda nesta segunda-feira do lançamento da Conferência Nacional de Educação (Conae) de 2018. Hoje acontece a reunião do Pleno do Fórum Nacional de Educação.

 

Fonte: Contee

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Mais de 400 professores participam da X Jornada de Formação Continuada

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Nesta sexta-feira 16/09, começou a X Jornada de Formação Continuada com a apresentação do Bravíssimos Grupo Musical. Após o momento cultural foi dado início ao evento em que o presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás, Prof. Alan Francisco de Carvalho, juntamente com a presidente do Conselho Municipal de Educação – CME, Prof. Ludymilla Moraes da Silva, com a participação do representante da Federação Interestadualdos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino do Brasil Central – Fitrae-BC, Prof. Railton Nascimento Souza e do Colegio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima, Profa. Kelly Zoppei Flores comporam mesa e deram início aos trabalhos. Destinada a professores da Educação Infantil o evento contou com mais de 400 inscritos.

 

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Em seu discurso, Prof. Railton destacou o momento difícil em que o país está passando, além da interferência no direito dos trabalhadores e a realidade vivenciada pelos professores. “Muitas vezes somos submetidos a situações que exigem nosso máximo esforço, como ter que dar aula para salas superlotadas. Não podemos aceitar isso mais!”. Neste instante foi ovacionado pelo público presente.

 

 

 

 

IMG_3079Representante do Colégio Agostiniano, Profa Kelly destacou a importância da parceria entre as entidades envolvidas na realização da Jornada. “ Ano passado participamos da realização deste evento, este ano repetimos a parceria e esperamos de algum modo sempre poder contribuir nas proximas edições com essa iniciativa”

 

 

 

 

IMG_3101A profa Ludymilla, presidente do CME, também representou o presidente da União dos Conselhos Municipais de Educação – UNCME GO, prof. Elcivan Gonçalves França que se ausentou por motivo de problemas de saúde. Em seu discurso agradeceu a cada instituição parceira do evento e destacou o trabalho do conselho. “O conselho pensa em todos os ambitos sociais, desde o evolvimento dos pais no processo escolar dos filhos, nas vagas oferecidas pela administração pública na rede de ensino e na atuação das instituição privadas. Estamos sempre de portas abertas para atendê-los.” Reforçou que todos acompanhem as minutas sobre a Educação Infantil.

 

Durante sua exposição, o presidente do Sinpro Goiás, Prof. Alan salientou o momento de grande perigo que a categoria vivenciaIMG_3094 e exemplificou que atualmente existe 55 Propostas de Emenda Constitucional – PECs, que tramitam no Congresso Nacional, contrárias aos direitos dos professores. “É preciso que estejamos unidos! O Sinpro Goiás vem lutando contra esse tipo de arbitrariedade em desfavor dos docentes juntamente com a Contee que é a confederação que nos representa. Atualmente somos 46 Sinpros em todo país que defendem o direito dos professores. Peço que acompanhe nossas ações em nossas redes sociais, onde trazemos notícias do que estamos fazendo.” Encerrou sua fala agradecendo a participação de todos, relembrando as edições da Formação Continuada em que esteve como presidente a frente do sindicato e se despedindo desse evento que é o último de sua gestão.

 

Após a composição de mesa, a Prof. Dra Altina Abadia da Silva ministrou a palestra
“Proposta Pedagógica: as interações e a brincadeira como eixo curricular”. No inicio da jornada também foi sevido um delicioso Coffee Breack para os participantes.

No sábado das 08 as 12h  advogados do Departamento Jurídico do Sinpro Goiás, Dr. Lessandro Gomes Cerqueira, Dr Jônatas Neves Campros e Dra Merielle Linhares Rezende prestaram esclarecimentos sobres os direitos trabalhistas dos professores. Após este momento deu-se início as 10 oficinas oferecidas aos docentes.IMG_2999

A proxima etapa acontece nos dias 07 e 08 de outrubro.

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do Sinpro Goiás

 

 

 

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Centrais convocam paralisação nacional em defesa dos direitos sociais e trabalhistas

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Após reunião realizada na tarde da última sexta-feira (9), as centrais sindicais (CTB, CUT,  Força Sindical, UGT,  Nova central e Intersindical) anunciaram a realização de paralisação nacional no próximo dia 22 de setembro. A reunião, que ocorreu na sede da CUT Nacional, deliberou a convocação geral da classe trabalhadora em protesto contra as medidas anunciadas  pelo governo sem voto de Michel Temer, que sinaliza para a implementação de uma agenda ultraneoliberal.

Essa jornada é considerada pelos sindicalistas como uma forma de ir debatendo com as categorias  a construção de uma greve geral. De acordo com informações do presidente da CTB/SP, Onofre Gonçalves, que acompanhou a reunião, “a pauta é a defesa dos direitos sociais e trabalhistas com um forte foco nas reformas maldosas que rasgam a CLT e desmontam a nossa Previdência Social”.

Ele avisou que a classe trabalhadora não irá se calar diante das medidas anunciadas. “Oitenta horas de jornada semanal ou 12 horas de jornada diária. É isso que é jogado pelo governo golpista que quer a todo custo retirar direitos. Haverá luta. Queremos solução para o desemprego e como resposta recebemos precarização do mundo do trabalho”, externou.

Em ato realizado neste domingo, 11/09 na Avenida Paulista, o presidente da CUT/SP, Douglas Izzo, afirmou que a classe trabalhadora não permitirá a concretização da reformas nos direitos que o governo tem anunciado. “Fora Temer e todos aqueles que defendem o retrocesso e que querem aplicar no Brasil uma política que vai acabar com a educação, saúde e políticas universalizantes. Nós temos que denunciar os golpistas que estão votando no Congresso Nacional projetos que representam o desmonte das políticas sociais”, disse o dirigente.

Também serão pautas da paralização nacional: a luta contra o desemprego que já atinge a 12% e as privatizações; o saque aos recursos públicos; o desmonte da Educação, Saúde, moradia, Agricultura familiar; e a defesa da soberania nacional.

 

Fonte: Contee

Com informações da CTB e da CUT