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Clemente Ganz: Profundas mudanças nas regras do jogo trabalhista

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Por Clemente Ganz Lúcio*

 
A Lei n. 13.467/2017, que altera o sistema de relações de trabalho brasileiro, entrou em vigor em novembro. Com a nova legislação, são criadas várias formas de contrato, jornada e condições de trabalho, permitindo alta flexibilidade e ajuste do custo salarial. A proteção coletiva promovida pelas entidades sindicais fica fragilizada. O trabalhador estará mais exposto e submisso ao empregador. Os sindicatos são atacados na representação, no poder de negociação e no financiamento. A Justiça do Trabalho terá a atuação limitada. As empresas ganham regras que as protegem e evitam passivos trabalhistas.

O sistema de relações laborais combina leis, regras, normas e define procedimentos para regular as condições de trabalho dos processos produtivos, custos e formas de repartição de resultados entre lucros e salários. Ao funcionar, cria, ao longo do tempo, uma cultura que dá previsibilidade aos agentes, trata dos conflitos e estabelece os canais e o campo para o diálogo entre as partes.

Alterar unilateralmente, sem nenhum diálogo e de maneira tão profunda e extensa o sistema de relações de trabalho, como fizeram o Congresso Nacional e o governo, trará severos impactos sobre o ambiente da produção econômica e a vida social, o que exigirá renovada capacidade de enfrentamento e a construção de novo patamar de relacionamento no campo trabalhista.

O desafio para os trabalhadores e o movimento sindical será enfrentar as adversidades que surgirão com as novas regras e criar capacidades organizativas e estratégias para resistir e avançar. Será necessário apostar que, diante das adversidades, o movimento será capaz de aumentar a representatividade e ampliar a capacidade de luta. Para isso, é preciso mudar.

O grande jogo

Há um complexo processo econômico, social, político e cultural que aprofunda e expande a acumulação de riqueza em escala global e acirra a concorrência entre as empresas, por meio da combinação entre flexibilidade para alocar a força de trabalho e tecnologia.

O sistema produtivo está subordinado à lógica da acumulação da riqueza financeira e rentista. Os ganhos daqueles que vivem exclusivamente de renda se sobrepõem à estratégia de investimento das empresas. A alocação das plantas empresariais busca o menor custo, com altos investimentos em tecnologia e economia ou exclusão quase total do trabalho humano. As corporações engendram força política para enquadrar Estados e governos e conseguir reformas institucionais que reduzam impostos; imponham garantias de que o direito privado não será ameaçado pelas formas coletivas de deliberação e pelo voto universal; assegurem o avanço da desregulamentação do sistema financeiro; protejam a transmissão de heranças e a valorização de patrimônios; simplifiquem as restrições para a apropriação privada da riqueza natural (minério, terra, água, floresta etc.); acalentem a virtude da privatização de empresas estatais e a aquisição e fusão de empresas; e protejam o pagamento das dívidas públicas.

O desenvolvimento, como resultado da relação entre o Estado e os sistemas produtivos nacionais, motivadores de capacidade manufatureira, que constituem, pelo emprego e os salários, os mercados internos de consumo de massa, perde encanto econômico e político. O Estado regulador da distribuição do produto social, que visa minimizar a desigualdade e gerar coesão social, está em desuso. O comando agora é feito por uma grande concentração do sistema financeiro, pela ampliação da centralização da propriedade e pela reorganização da estrutura produtiva. As democracias devem ser suportadas e, para isso, precisam ser controladas.

Reforma trabalhista no mundo

As reestruturações institucionais avançam nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, com destaque para a reforma da legislação e do sistema de relações de trabalho, com o objetivo de: reduzir o custo do trabalho; criar a máxima flexibilidade de alocação da mão de obra, com as mais diversas formas de contrato e ajustes da jornada; reduzir ao máximo a rigidez para demitir e minimizar os custos de demissão, sem acumular passivos trabalhistas; restringir ao limite mínimo as negociações e inibir contratos ou convenções gerais em detrimento de acordos locais realizados com representações laborais controladas; além de quebrar os sindicatos.

As reformas das instituições dos sistemas de relações de trabalho e da legislação trabalhista foram realizadas por mais de uma centena de países depois da crise internacional. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou um estudo1 sobre reformas legislativas laborais e de mercado de trabalho em 110 países, promovidas no período de 2008 a 2014. A pesquisa atualiza investigações anteriores, bem como faz comparações com estudos do FMI, Banco Mundial e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Nos países desenvolvidos, predominam iniciativas para reformar a legislação do mercado de trabalho no que se refere aos contratos permanentes. Já nos países em desenvolvimento, a ênfase foi maior em reformas das instituições da negociação coletiva. As duas dimensões estão presentes, com maior ou menor intensidade, em grande parte dos projetos de reforma colocados em prática. Outra observação geral indica que a maioria das remodelagens diminuiu o nível de regulamentação existente e teve caráter definitivo. Foram analisadas 642 mudanças nos sistemas laborais de 110 países. Em 55% dos casos, o objetivo foi diminuir a proteção ao emprego, o que atingiu toda a população, e tiveram caráter permanente, produzindo uma mudança de longo prazo na regulamentação do mercado de trabalho no mundo.

Do total de reformas, destacam-se aquelas que diminuem os níveis de regulação: 74% trataram de jornada de trabalho; 65%, de contratos de trabalho temporário; 62%, de demissões coletivas; 59%, de contratos permanentes; 46%, de negociações coletivas; e 28%, de outras formas de emprego.

Alguns desafios sindicais

As mudanças trabalhistas aqui no Brasil fazem parte dessa estratégia global do capital e da oportunidade que agentes econômicos e políticos encontraram para fragilizar o movimento sindical e a força dos trabalhadores.

É preciso superar a perplexidade e não acreditar em milagres. Se não forem enfrentados com determinação e inteligência, os efeitos da mudança poderão ser nefastos. A construção da resposta se coloca como oportunidade para promover transformações na organização sindical e no sistema de relações de trabalho. O diálogo sindical entre os trabalhadores pode abrir possibilidades para renovadas formas de organização, desde a base e em toda a estrutura. Da mesma maneira, as negociações com os empresários podem abrir canais para efetivar um sistema de relações de trabalho que invista no fortalecimento da negociação – com capacidade de dar solução efetiva aos conflitos, com o direito de organização desde o local de trabalho – realizada entre organizações altamente representativas.

O movimento sindical deve investir na reorganização das campanhas salariais e das negociações coletivas. De um lado, tratando de incorporar nas convenções coletivas a resposta às centenas de mudanças normativas que buscam fragilizar e desproteger os trabalhadores. De outro, desenvolvendo formas de organização das campanhas salariais, unindo na ação sindical aquilo que a fragmentação das categorias divide no local de trabalho. As negociações e campanhas poderão se tornar uma oportunidade para repensar profundamente o conceito original de categoria profissional como instrumento de unidade, e não de fragmentação.

A organização sindical será desafiada pelas novas formas de contratação, que, em um mercado de trabalho muito desestruturado e com alta informalidade, afastarão ainda mais o trabalhador das condições reais de identidade sindical no local de trabalho. Os sindicatos poderão descobrir o local de moradia como espaço de encontro sindical para amplo trabalho de base.

Os bairros poderão suscitar a oportunidade de uma atuação unitária e intersindical de diálogo e filiação, assim como de investimento em atividades culturais e esportivas capazes de promover interação para a formação crítica da classe trabalhadora. Poderão também representar para o movimento sindical um desafio de interação com outros movimentos sociais e populares, permitindo a ampliação da luta e o enfrentamento de questões que afetam dramaticamente a vida dos trabalhadores, como transporte coletivo, creche, saúde, educação, saneamento, entre outros, e abrir possibilidades de intervenção unitária em torno de políticas públicas.

A representação no local de trabalho poderá ser retomada em outro patamar. Há no Brasil, hoje, cerca de 24 mil empresas com mais de duzentos trabalhadores. O movimento sindical pode construir uma estratégia para um processo de mobilização visando à constituição de uma representação sindical efetiva, que atue na formação de jovens militantes e dirigentes, especialmente mulheres, com investimento para o aumento da representatividade, a renovação e o fortalecimento da organização sindical desde o chão da empresa.

Há exemplos, no Brasil e no mundo, de coordenação do trabalho sindical desde o local de trabalho, com esse tipo de representação fazendo parte da organização e estrutura sindical. Existem também processos articulados e simultâneos de eleição dos representantes de todas as comissões, momento privilegiado de marcar presença sindical na vida coletiva da sociedade.

A estrutura sindical poderá ser profundamente renovada, seja com muitas fusões entre sindicatos, seja com o redesenho da relação entre sindicatos, federações e confederações e organizações no local de trabalho. Poderá ser construído um novo conceito de sindicato que materialize valores presentes em nossa cultura.

Se o conceito de categoria for usado como instrumento para orientar a organização da força social dos trabalhadores com base na produção, poderá ser criado um ambiente no qual a identidade de classe se expresse na própria organização.

O financiamento sindical é um desafio estratégico. Sem recursos, a capacidade de atuação fica fragilizada e pode até ser destruída. Considerando que os empregadores querem que os efeitos normativos das convenções e dos acordos tenham validade universal para os trabalhadores, pois isso cria um sentido organizativo para as relações de trabalho, é necessário introduzir regras de deliberação coletiva para aporte das contribuições negociais, decididas em assembleias gerais da base sindical (sócios e não sócios). Deve-se também buscar uma regulamentação geral, em lei, que dê segurança a todos.

Como forma de melhorar a capacidade de financiamento, a base patrimonial da estrutura sindical poderá ser reorganizada, visando, de um lado, alocar parte dos recursos para gerar receita e, de outro, investir para melhorar a eficiência e compartilhar usos de estrutura e equipamento, bem como permitir e promover usos coletivos de colônias e serviços como meio de oferecer lazer de qualidade e baixo custo aos trabalhadores.

Ainda: uma das formas de melhorar a capacidade de financiamento é constituir capacidade coletiva, em termos de serviços de comunicação, formação, pesquisa e assessoria. Isso poderá ampliar a capacidade cognitiva coletiva para criar, desenvolver e estender o alcance das políticas e iniciativas sindicais.

É necessário criar meios nacionais de comunicação capazes de difundir uma visão de mundo do trabalhador e do movimento sindical, com o uso de instrumentos que possam disputar a hegemonia da grande mídia, que difunde uma visão individualista que se contrapõe aos valores da igualdade, da solidariedade e de uma visão crítica e plural.

Um renovado diálogo sindical poderá emergir, com capacidade de construir um pacto intersindical de autorregulação e governança, que busca orientar o sentido que nos une em um campo de relações democráticas e respeitosas, compreendendo que as diferenças nos tornam grandes se tratadas com tolerância e fraternidade política.

Na relação com o empresariado, devemos apostar que eles não querem o caos nas relações laborais. Por isso, é possível abrir novos canais de diálogo que coloquem o sistema de relações de trabalho como parte essencial de um projeto de desenvolvimento nacional, tratando de acordos e compromissos.

Por fim, toda lei só ganha efetividade se tiver legitimidade. Haverá, por uma década, disputas sobre a legalidade, sobre as interpretações e muita resistência. Podemos fazer de tudo isso uma oportunidade para resistir e avançar, mas será necessário haver coordenação e articulação.

O jogo social não acaba. Não existe apito final. A história das conquistas sociais e políticas, impulsionadas pela utopia da justiça, da liberdade e da igualdade, indica que não há alternativa a não ser lutar, depois lutar e, por fim, lutar! E, se a esperança estiver se esvaindo, o cansaço sobressaindo, as costas doídas de tantos embates, será preciso olhar para o lado, reconhecer os companheiros e companheiras, pedir ajuda e, na solidariedade que há séculos une os trabalhadores como classe, cerrar as fileiras que nos tornam imbatíveis.

 

*Clemente Ganz Lúcio é diretor técnico do Dieese. 

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Centrais sindicais aprovam estado de greve permanente contra reforma da Previdência

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“Estamos em estado de greve permanente e iremos construir uma agenda de luta em todo o Brasil contra a votação da Reforma da Previdência” avisam as centrais sindicais (CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT, CGTB, CSP-Conlutas e Intersindical) após reunião nesta sexta-feira (8).

Em nota conjunta, as centrais renovam denúncia sobre a perversidade contida na reforma previdenciária. “A centrais reafirmam a posição unitária da classe trabalhadora e de todo movimento sindical contra a proposta do governo e convocam os sindicatos e o povo à mobilização total para derrotá-la”.

 

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CTB convoca sua base

“Mobilização, resistência e luta serão fundamentais. Bem como ocupar o Congresso Nacional e pressionar as bases dos parlamentares será estratégico nesta etapa”, avisou o presidente da CTB, Adilson Araújo, durante a reunião.

Na mesma linha, o secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, destacou que “a reforma da previdência é algo que afeta toda a sociedade e precisamos aproveitar isso para mobilizar as pessoas. A próxima semana será crucial para organizarmos e repetir o feito no dia 28 de abril”.

Adilson completou que “a orientação para toda a base da CTB é organizar manifestações, panfletagens, atos, pressão nas bases dos parlamentares como estratégia de ação para aquecer o estado permanente de greve. Lutar é a nossa palavra de ordem”.

 

Leia íntegra:

Centrais Sindicais: Se colocar para votar, o Brasil vai parar

As centrais sindicais repudiam e denunciam como mentirosa e contrária aos interesses do povo brasileiro a campanha que o governo Michel Temer vem promovendo para aprovar a contrarreforma da Previdência.

A Proposta enviada pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional não tem o objetivo de combater privilégios, como sugere a propaganda oficial. Vai retirar direitos, dificultar o acesso e achatar o valor das aposentadorias e pensões dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, bem como abrir caminho para a privatização do sistema previdenciário, o que contempla interesses alheios aos do nosso povo e atende sobretudo aos banqueiros.

Quem de fato goza de privilégios neste País são os banqueiros e os grandes capitalistas, que devem mais de 1 trilhão de reais ao INSS, não pagam e, pior, não são punidos.

Os atuais ocupantes do Palácio do Planalto servem a essas classes dominantes. Tanto isto é verdade que o governo já havia desistido de aprovar a sua contrarreforma neste ano. Voltou atrás por pressão do chamado “mercado”, ou seja, do empresariado e seus porta-vozes na mídia.

A fixação da idade mínima para aposentadoria aos 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, assim como outras alterações nas regras da Previdência pública, vai prejudicar milhões de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.

A contrarreforma do governo é inaceitável para a classe trabalhadora e as centrais sindicais e tem custado caro aos cofres públicos. Por isto é rejeitada pela maioria dos brasileiros e brasileiras.

É falsa a ideia de que existe déficit da Previdência. Para melhorar as contas públicas é preciso cobrar mais impostos dos ricos, fazer com que os empresários paguem o que devem à Previdência, taxar as grandes fortunas, os dividendos e as remessas de lucros ao exterior.

A centrais reafirmam a posição unitária da classe trabalhadora e de todo movimento sindical contra a proposta do governo e convocam os sindicatos e o povo à mobilização total para derrotá-la.

 

Calendário de Luta e Mobilização

JORNADA DE LUTAS CONTRA O DESMONTE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E EM DEFESA DOS DIREITOS

● Plenária do setor dos transportes segunda feira 11/12 às 15h na sede do sindicato dos condutores de São Paulo para organizar a paralisação quando/se for votada a reforma;

● Pressão sobre os deputados em atividades públicas, aeroportos e no congresso nacional;

● Realização de plenárias, assembléia e reuniões com sindicatos para construir o calendário de luta;

● Dia Nacional de Luta 13/12 contra a reforma da previdência;

● Próxima reunião das centrais dia 14/12;

● Elaborar panfleto e organizar panfletagem esclarecer sobre os riscos da reforma da previdência e disputar a narrativa com a grande imprensa;

● Fazer campanha nas redes sociais contra a reforma da previdência;

● Contruir mobilizações e atos com o movimento social em conjunto com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Adilson Araujo,

presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil 
Antonio Neto,
presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros 
Paulo Pereira da Silva,
presidente da Força Sindical 
José Calixto Ramos,
presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores 
Ricardo Patah,
presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Vagner Freitas,
presidente da CUT – Central Única dos Trabalhares
Carlos Prates,
CSP Conlutas – Central Sindical e Popular
Edson Carneiro Indio,
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora 
Ubiraci Dantas de Oliveira,
presidente da CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Br

SE COLOCAR PRA VOTAR, O BRASIL VAI PARAR!

Portal CTB – Joanne Mota

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Sinpro Goiás se reúne com estudantes da Estácio

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Estudantes da Estácio de Sá em Goiânia se reuniram na noite de ontem (6), com a presença do advogado do Sinpro Goiás, Jônata Neves de Campos, para discutir medidas contra a demissão de professores.

Leia abaixo o depoimento do estudante Leocides José de Souza*:

“Acabo de ser vítima de forma indireta da reforma trabalhista.

Hoje 6 de dezembro de 2017 pela manhã, fui surpreendido com uma notícia triste, resultado do golpe contra a democracia ocorrido em 2016, também vítima do tal projeto do Temer conhecido como “Uma Ponte Para o Futuro” que gerou a reforma trabalhista que passou a vigorar no dia 11 de novembro deste ano.
Menos de um mês após o projeto entrar em vigor, já pude perceber o estrago causado por esta maldita reforma.

Não, não fui demitido, não perdi meu emprego, mas mesmo assim fui uma vítima.

Então como assim fui vítima?

Bem para responder a este questionamento, afirmo que não fui vítima sozinho.  Fui vítima junto com mil e duzentos professores e não sei mensurar a quantidade de alunos que foram vítimas também deste retrocesso.Bem como disse no início, essa surpresa desagradável que tive, foi a notícia sobre a demissão de 1,200 professores feita pela faculdade Estácio de Sá, públicada em vários meios de comunicação.

Essas demissões em massa feita por esta instituição de ensino superior que eu escolhi para ter a minha sonhada graduação, prejudica de maneira imensurável o estudo dos alunos que por anos tiveram um vínculo harmonioso com esses docentes ora demitidos.

Me sinto impotente diante dessa situação, ver professores gabaritados e comprometidos não só com a instituição, mas também com os alunos que hoje durante uma reunião do DCE pude perceber a tristeza estampadas em seus rostos.

Mesmo me sentindo impotente, não vou baixar a cabeça e aceitar essa situação sem reagir, vou me juntar a  outras dezenas, centenas e milhares de alunos que também estão engasgados com decisão arbitrária da Estácio, e vamos juntos lutar para reverter este cenário. A faculdade não pode apenas visar o lucro financeiro, ela não pode seguir essa linha desse capitalismo assassino, ela tem um nome, uma história e zelar, e que está ameaçada e ser jogado na lama todo esse histórico como uma das melhores faculdades do Brasil.

Vamos alunos da Estácio, vamos juntos lutar pelos nossos direitos, e em defesa de um ensino de qualidade com a presença desses mestres que nos conduziram até aqui.

*Leocides José de Souza estudante de psicologia na Estácio de Goiânia

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Expositores condenam projeto que regulamenta profissão de pedagogo

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Houve unanimidades entre os expositores na audiência pública que analisou o Projeto de Lei (PL) 6847/17, que regulamenta a profissão de pedagogo(a): todos o condenaram e pediram que ele fosse analisado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. A audiência, realizada neste dia 7, contou com a participação da diretora da Contee, Madalena Guasco Peixoto. Durante o evento, foram distribuídas camisetas da campanha “Apagar o professor é apagar o futuro”, da Contee, aos presentes.

Madalena, coordenadora da Secretaria Geral da Contee, manifestou o posicionamento da Confederação “totalmente discordante do projeto. Se aprovado, ele criará confusão, conflitos e exclusões na formação dos professores. Atende somente a interesses corporativos. A pedagogia não forma só os docentes, mas destaca a função do pedagogo, por tratar das crianças. Temos exigência teórica maior e os pedagogos têm capacidade de trabalhar em qualquer campo da educação. Nós formamos o docente, o orientador pedagógico, o gestor, pesquisadores. Mas a profissão já está regulamentada e a nossa luta comum é pela qualidade do ensino”.

Lucília Augusta Lino, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), questionou: “Por que regulamentar uma profissão já regulamentada? O Congresso tem pautas muito mais importantes, inclusive no campo educacional – como o congelamento do orçamento por 20 anos! – para discutir e deliberar. O PL separa os pedagogos da política nacional de valorização dos professores”.

Miriam Fábia Alves, presidenta da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE), considerou que o PL “constitui uma ameaça aos professores e pedagogos. Faço um apelo ao deputado Goulart para que retire a proposta de tramitação”.

Mário Sérgio Ferreira de Souza, coordenador do Departamento de Especialistas da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) considerou “a unidade dentro da escola fundamental para a qualidade do ensino, e esta proposta divide. Cria uma divisão desnecessária no processo educacional. Impõe mudanças na organização dos conteúdos, métodos e tempos pedagógicos das escolas”.

O autor do PL, deputado Goulart (PSD/SP), informou que seu objetivo é regulamentar a profissão de pedagogo/a em todo território nacional, através da instituição de conselhos Federal e Regionais de Pedagogia, que deverão dispor sobre as “atribuições, direitos, deveres, impedimentos, bem como sobre a jornada e o piso salarial do profissional de Pedagogia e, de fato, achei estranho não passar po esta Comissão. Vou solicitar à Casa que ele seja analisado também aqui”, cedeu.

A relatora do PL, deputada Dorinha Seabra Rezende (DEM/TO), afirmou ser pedagoga, por formação, e que ainda não tem posicionamento definitivo sobre o projeto, mas questionou se “é necessária esta regulamentação da profissão. Vai agregar? Coloco-me à disposição de todos os interessados, que enviem suas opiniões e posicionamentos. Nosso objetivo é o fortalecimento do processo de educação”.

Durante a audiência, presidida pelo seu propositor, deputado Ságuas Moraes (PT/MT), foi distribuído manifesto contrário à proposta, assinado pela Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANPOFE), Associação Nacional de Administração e Política Educacional (ANPAE), ANPED, Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (FINEDUCA), Associação Brasileira de Currículo (ABdC), Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES) e Fórum Nacional de Diretores de Faculdades/Centros/Departamentos de Educação ou Equivalentes das Universidades Públicas Brasileiras.

 

Carlos Pompe da  Contee
Foto: Daniel Cardoso

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Nota de Repúdio do Sinpro Goiás sobre as demissões coletivas na Estácio de Sá

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O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro Goiás) manifesta o seu repúdio à demissão coletiva anunciada pela Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá Ltda (Universidade Estácio de Sá) de pelo menos 1.200 docentes em todo o país, dentre os quais, são contabilizados professores vinculados às unidades de Goiânia.

A medida adotada pela Instituição de ensino, sob o discurso de formal legalidade e adequação às novas normas trabalhistas, previstas na CLT, revela-se na verdade como nítida precarização das relações de trabalho, sendo que os prejuízos e lesões dela decorrentes extrapolam os limites individuais de cada docente demitido, atingindo direta e negativamente suas famílias, a comunidade discente, o mercado de trabalho, a sociedade e economia nacional como um todo.

Não há dúvida de que a demissão coletiva promovida afronta os fundamentos da República Federativa do Brasil, previstos na Constituição Federal (CF/88), que são de obrigatória observância pela instituição de ensino, notadamente o da dignidade da pessoa humana (Art. 1º, inciso III, da CF); dos valores sociais do trabalho (Art. 1º, inciso IV, da CF); da valorização do trabalho humano (Art. 170, caput, da CF); da proibição de dispensa arbitrária ou sem justa causa (Art. 7º, inciso I, da CF), da função social da propriedade (Art. 170, III, da CF); e do primado do trabalho (Art. 193, da CF).

Importa destacar também que a Constituição Federal prevê que a ordem econômica é fundada na valorização do trabalho humano, tendo entre seus princípios a busca do pleno emprego.

Nesse contexto, a dispensa coletiva não se mostra como um direito potestativo do empregador. Não é plausível que um ato de tamanho impacto e envergadura seja realizado arbitrariamente e de maneira estritamente individual.

Além de infringir, a um só tempo, todos os fundamentos constitucionais supracitados, a instituição de ensino extrapola os limites da função social do contrato, em clara inobservância ao Art. 421, do Código Civil (CC).

Por força do Art. 9º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), são nulos de pleno direito todos os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação da legislação trabalhista, entre os quais, certamente estão incluídos aqueles que apresentam velado viés de retrocesso social.

Deste modo, o Sinpro Goiás manifesta sua absoluta indignação com a demissão coletiva promovida, informando que não se furtará em adotar todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis em defesa da categoria por ele representada, no termos do Art. 8º, inciso III, da Constituição Federal.

Por fim, o Sinpro Goiás solicita a todos os docentes demitidos que entrem em contato com nosso departamento jurídico através do número 62 3261-5455, afim de que possam receber maiores orientações acerca do assunto. Professor/a, conte com Sindicato dos Professores do Estado de Goiás,  e venha fortalecer a nossa luta em defesa dos nossos direitos e conquistas.

 

A diretoria do Sinpro Goiás

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Contee tomará medidas jurídicas contra demissões na Estácio

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A Contee e suas entidades filiadas tomarão medidas jurídicas contra a demissão, pelo grupo Estácio, de 1.200 professores — cerca de 450 no Rio de Janeiro — e a contratação de outros 1.200 de acordo com as novas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em nota, a Estácio alegou se tratar de “uma reorganização em sua base de docentes”. “O processo envolveu o desligamento de profissionais da área de ensino do Grupo e o lançamento de um cadastro reserva de docentes para atender possíveis demandas nos próximos semestres, de acordo com as evoluções curriculares. É importante ressaltar que todos os profissionais que vierem a integrar o quadro da Estácio serão contratados pelo regime CLT, conforme é padrão no Grupo. A reorganização tem como objetivo manter a sustentabilidade da instituição e foi realizada dentro dos princípios do órgão regulatório.”

O argumento é cínico, para dizer o mínimo, e a confirmação das demissões escancara o impacto da reforma trabalhista sobre a educação. No fim de outubro deste ano, a revista Época Negócios publicou reportagem afirmando que o “aumento na base de alunos da educação à distância ajudou a Estácio a aumentar sua receita líquida no terceiro trimestre para R$ 808,1 milhões, alta de 5,9% ante mesmo período do ano passado”, segundo dados informados pela própria companhia. Ainda segundo a matéria, a “Estácio teve lucro líquido de R$ 149,3 milhões no terceiro trimestre, alta de 10% sobre um ano antes”.

Os números falam por si só. Demissão em massa, rebaixamento de salários e precarização das relações de trabalho não visam a “manter a sustentabilidade” — ou uma empresa que, em meio a uma alardeada crise econômica no país, como lucro que chega a quase R$ 150 milhões não se pode dizer sustentável? O objetivo é aquele que sempre orientou as grandes empresas de ensino com capital aberto no Brasil, entre as quais a Estácio ocupa o segundo lugar no ranking, atrás apenas da Kroton: a ampliação de seus ganhos, por meio da transformação da educação em mercadoria e de nenhuma preocupação com estudantes e trabalhadores. A reforma trabalhista vem servir como uma luva a esse propósito.

A Contee ressalta que a Lei 13.467/2017, que instituiu a reforma trabalhista, apresenta diversas inconstitucionalidades, que já estão sendo questionadas na Justiça. A reforma também é incompatível — sobretudo no que diz respeito aos modelos de contratação intermitente, temporária e terceirizada — com os objetivos da educação e os princípios do ensino, entre os quais está a valorização dos profissionais da educação escola.

 

Por Táscia Souza da Contee

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Operação na UFMG: Estado de exceção e tentativa de desmoralizar a universidade pública

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O coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, gravou um vídeo nesta quarta-feira (6), na porta da Polícia Federal, em Belo Horizonte, denunciando a arbitrariedade das conduções coercitiva do reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jaime Arturo Ramírez, da vice-reitora, Sandra Regina Almeida, além do ex-reitor Clélio Campolina e da ex-vice-reitora Heloisa Starling, além de quatro professores. Segundo a PF, a Operação Esperança Equilibrista apura o suposto de desvio de recursos públicos para a construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil.

“É uma tentativa de desmoralizar a universidade pública brasileira, com o objetivo de privatizar essa instituição, que tanto compromisso tem com a nação brasileira, com a educação, com a ciência e a tecnologia”, declarou Gilson. “Há uma decisão do governo de destruir a educação pública brasileira e entregá-la ao mercado privado de educação.”

 

Assista:

 

Leia abaixo a nota da Contee:

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee manifesta sua indignação pela arbitrariedade da Operação Esperança Equilibrista na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a condução coercitiva pela Polícia Federal de oito pessoas, entre as quais o reitor Jaime Arturo Ramírez, a vice-reitora, Sandra Regina Almeida, o ex-reitor Clélio Campolina e a ex-vice-reitora Heloisa Starling, além de outros professores.

Sob o nome irônico da operação, aludindo à música “O bêbado e a equilibrista”, um dos hinos da luta pela democracia, a PF investiga suposto desvio de recursos para a construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil. Não deixa de ser emblemático que, justamente devido a uma obra idealizada para preservar e difundir a memória política dos períodos de repressão, aconteça mais um exemplo do estado de exceção que domina o Brasil, tal como a perseguição que vitimou, em outubro passado, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier. Um estado policial que desrespeita direitos básicos dos cidadãos e atropela o Estado democrático de direito.

É igualmente sintomático que a ação se dê poucos dias depois do relatório do Banco Mundial recomendando o fim da gratuidade nas universidades brasileiras. As sucessivas tentativas de desmoralização das universidades públicas no país serve claramente aos interesses privatistas, os quais repudiamos e contra os quais lutamos em nome da defesa da educação pública, gratuita, inclusiva, democrática e de qualidade socialmente referenciada, que a UFMG tão bem representa.

 

Brasília, 6 de dezembro de 2017.

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee

Por Táscia Souza

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O fim da tolerância na educação brasileira

SINPROGOIAS - FIM DA EDUCAÇÃO0001

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee, que representa cerca de 1 milhão de professores e técnicos administrativos que atuam na educação privada, manifesta seu repúdio aos retrocessos imputados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cuja última versão está prevista para ser votada nesta semana pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). O texto, que contraria o posicionamento das entidades e movimentos educacionais, manifestados durante audiências públicas, vai na contramão da perspectiva de uma educação democrática e coloca o ensino brasileiro nas mãos de forças retrógradas, o que representa um atraso histórico no setor e na sociedade.

Embora o CNE negue que seja uma quarta versão, alegando que se trata de uma “manifestação de revisão”, as mudanças aprofundam os prejuízos. Três são os retrocessos em termos de direitos humanos que se destacam nessa versão na BNCC. O primeiro é a retirada, do texto, de quaisquer referências ao combate à discriminação de gênero. Na versão anterior à revisão, contra a qual a Contee também expressou seu protesto, o governo ilegítimo de Michel Temer e seu Ministério da Educação já haviam excluído as menções a “identidade de gênero” e “orientação sexual”, destruindo a concepção de uma educação voltada à superação das desigualdades e combate ao preconceito. Entretanto, ignorando as diversas manifestações das entidades educacionais e dos movimentos sociais, o MEC agrava ainda mais a questão agora, ao incluir a pauta dentro do ensino religioso. Desse modo, caso a versão seja aprovada, conteúdos relacionados gênero e sexualidade passarão a ser discutidos sob o prisma das religiões.

Como se não bastasse, tem-se, como segundo retrocesso, a elevação do ensino religioso, no nono ano do ensino fundamental, ao mesmo status de disciplinas como português e matemática. Sob a falsa justificativa de atender a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4439, que autorizou o ensino religioso confessional nas escolas públicas, o que está sendo feito, na verdade, é a submissão tanto ao lobby religioso, que passa pelos interesses das editoras desse campo e das escolas confessionais, mas também às forças conservadoras e proselitistas que têm se escancarado no Brasil.

São essas forças conservadoras e discriminatórias, presentes no esvaziamento da discussão de gênero, que levam também ao terceiro retrocesso: a retirada de todas as menções sobre racismo, respeito às etnias e combate à homofobia. Isso implica dizer que a BNCC, como apresentada pelo MEC, abre possibilidade para que os conteúdos possam ser racistas, homofóbicos e incentivadores do preconceito e da discriminação de raça e de orientação sexual, em franco desrespeito aos direitos humanos. Juntos, esses três destaques desnudam uma orientação retrógrada da escola almejada pelas forças conservadoras, eliminando temas contemporâneos e orientadores uma sociedade sem ódio, sem perseguições e sem intolerância.

Além da supressão de temas sociais em plena discussão no meio educacional e da interferência de movimentos reacionários como o Escola Sem Partido, há que se considerar a exclusão de disciplinas que dão acesso ao conhecimento social e histórico; os flancos para a entrada do interesse mercantilista na educação básica, a exemplo do que já acontece há anos no ensino superior; os problemas decorrentes de uma lógica empresarial que desvaloriza carreira e formação dos trabalhadores em educação; e toda a ameaça à conquista da educação pública, gratuita, inclusiva, laica e de qualidade, prevista na Constituição Federativa do Brasil, de 1988.

Mais uma vez, o documento apresentado não representa a educação necessária nem a reflexão de docentes pesquisadores, dos movimentos sociais e dos representantes das organizações educacionais que se debruçaram sobre o tema ao longo dos últimos anos. Por isso, a Contee pede a suspensão da votação do texto enviado pelo MEC e o respeito às contribuições fundamentadas dadas pelas entidades educacionais.

Brasília, 6 de dezembro de 2017.

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee

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Reforma da Previdência é jogo de Hobin Hood ao contrário, retira dos pobres e transfere para os ricos diz presidente da CTB GO no manifesto

SINPROGOIAS - MANIFESTO REFORMA DA PREVIDÊNCIA0001

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do Sinpro Goiás

 

Nesta terça-feira, dia 05 de dezembro, aconteceu em todo país a paralisação contra a votação da Reforma da Previdência. Em Goiânia a concentração foi na Praça dos Bandeirantes. Sob a coordenação do Fórum Goiano Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista, participaram da ação as centrais CTB, CUT, CSP-Conlutas, Intersindical, CMP; as entidades/movimentos sindicais, SINT-IFESgo, SINTSEP-GO, SINTEGO, SINDSAÚDE, SINPRO GOIÁS; entidades estudantis, UNE, UEE; Movimentos de Juventude UJS, Quilombo; Movimento de Lutas Afirmativas UNEGRO, Dom Tomás Balduíno; Populares MST, MTST, MLCP e Movimentos Religiosos CDJP do Brasil.

 

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Para o presidente da CTB-GO/ Sinpro Goiás, Prof. Railton Nascimento Souza, o cenário brasileiro é o pior dos últimos tempos por promover a retirada de direitos sociais conquistados com anos de lutas. “O ato foi chamado em todo o Brasil pelas centrais sindicais, CTB, CUT, CSP- Conlutas, Força Sindical um alerta a sociedade brasileira sobre as mentiras do governo Temer acerca da Reforma da Previdência. Essas reformas são apresentadas como modernização, quando na verdade traze retrocesso, uma vez que vão forçar o trabalhador a contribuir durante 40 anos, muitas vezes morrendo sem se aposentar. Com a Reforma Trabalhista, a precariedade das relações de trabalho serão muito maiores em instabilidade e em segurança”, explica.

O professor ainda ressalta que há uma distorção em relação ao real significado da reforma. “Ao contrário do que diz o Governo Temer, não retira privilégios das carreiras de estado mas, na verdade, ataca o funcionalismo público básico que já tem hoje muitos problemas, muitas dificuldades para poder desenvolver seu trabalho a contento e também é uma reforma que vai atingir a base da pirâmide social, ou seja, a maior parte do trabalhador brasileiro que é assalariado, mais de 80% da população brasileira”, informa.

 

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Railton Nascimento ainda compara a situação há uma conhecida história. “Na verdade não é uma reforma que moderniza, que tira privilégios, mas que faz um jogo de Hobin Hood ao contrário, tira dos pobres e transfere para os ricos, banqueiros, previdência privada, desmontando na verdade o maior programa social do Brasil – a previdência social.  Também vimos denunciar esse discurso que a previdência tem déficit. Quando você pega todas as fontes de receita constitucionais, percebe claramente que a previdência do Brasil é superavitária”, destaca.

Em Goiânia, a manifestação saiu da Praça dos Bandeirantes e percorreu a Av. Anhanguera com a Av. Tocantins, até o Palácio do Comércio. A organização avalia que o movimento contou com a participação de aproximadamente 500 pessoas.