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Precarização: trabalho intermitente contrata 6 mil; ‘acordos’ demitem 7 mil

 

Regulamentado com a aprovação de “reforma” da legislação trabalhista, que enterrou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) sob o engodo de dar “soluções” para o desemprego, o trabalho intermitente admitiu 2.851 e dispensou 277 apenas em dezembro. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Ministério do Trabalho, como parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Quando ampliamos a análise para novembro, quando a Lei 13.467 entrou em vigor, foram admitidos 5.971 e 330 dispensados, de acordo com o relatório.

Além do avanço da “legalização do bico”, o estudo também apontou que os “acordos” entre patrão e empregado para dispensa voluntária do trabalhador somaram perto de 7 mil (6.696) nesses 2 meses. Essa modalidade, também prevista na “reforma”, permite a dispensa por comum acordo, em que o trabalhador abre mão de parte de seus direitos.

O Caged ainda apontou que, em 2017, Brasil demitiu mais do que contratou. Em dezembro, o saldo de emprego formal ficou negativo em 328.539 vagas.

 

Brasil mais pobre 

O cenário ainda fica pior quando associamos os dados alarmantes do emprego aos, ainda piores, indicadores sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em dezembro de 2017, revela um expressivo aumento do número de pobres e miseráveis.

O Brasil encerrou 2016 com 24,8 milhões de cidadãos, 12,1% da população, vivendo com menos de um quarto de salário mínimo, o equivalente a 220 reais. O resultado representa um crescimento superior a 50% em apenas dois anos.

De acordo com a linha de extrema pobreza estabelecida pelo Banco Mundial, mais usada para comparações internacionais, 13,4 milhões de brasileiros, 6,5% do total, vivia com menos de 1,90 dólar por dia (cerca de 133 reais mensais) no fim de 2016. E um quarto da população possuía renda inferior a 5,50 dólares por dia (387 reais por mês), faixa de renda usada pela instituição para definir um nível menos agudo de indigência. Devido às recentes atualizações de valores nas linhas de pobreza do Banco Mundial, o estudo do IBGE não permite comparações com os anos anteriores.

 

Portal CTB – Com informações das agências

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Trabalhadores vão recorrer de decisão pró-patrões do presidente do TST

 

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, suspendeu os efeitos de decisão da Justiça do Trabalho em Alagoas que, em ação proposta pelo Sindicato Intermunicipal dos Professores de Alagoas (Sinpro/AL), declarou a nulidade da dispensa dos professores praticada em dezembro de 2017 pela Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá Ltda. A sentença, agora suspensa, também havia determinado a reintegração dos dispensados. Gandra já havia tomado decisão semelhante, em sentenças anteriores. O Sinpro de Juiz de Fora (MG) decidiu recorrer da decisão pró-patronal do ministro.

Deixando os trabalhadores no desemprego e abandonados de direitos, o presidente do TST preferiu socorrer a Estácio, “cerceada no gerenciamento de seus recursos humanos, financeiros e orçamentários, comprometendo planejamento de aulas, programas pedagógicos e sua situação econômica”, como afirmou no seu despacho.

Em Alagoas, a audiência, sobre ação originária, entre a Estácio e Sindicato ainda irá ocorrer. A assessoria jurídica da entidade classista segue à disposição de todos os educadores.

Em Minas, após ser derrotada na primeira e na segunda instância da Justiça do Trabalho, em Juiz de Fora e Belo Horizonte, a Estácio também foi socorrida por Gandra. A empresa solicitou correição parcial contra a decisão da desembargadora Juliana Vignoli Cordeiro do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região (MG). Juliana havia mantido a liminar do juiz Fernando César da Fonseca, que suspendeu a demissão em massa no dia 12 de dezembro após ação ajuizada pelo Sinpro-JF na 2ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora. A desembargadora indeferiu dois mandados de segurança pleiteados pela Estácio. Um não teve sequer o mérito analisado em função de vários erros contidos no processo.

Para Fonseca, a demissão coletiva deve ser submetida à negociação coletiva com os sindicatos “a fim de se encontrar mecanismos para diminuir seus impactos na sociedade, tendo em vista as graves consequências econômicas e sociais geradas em decorrência desta conduta.”

Rosana Lilian, advogada do Sinpro-JF, considera que a correição parcial, requerida pela Estácio, não é cabível nesta situação. O recurso é utilizado para corrigir erros, abusos e atos contrários à ordem processual em decisões judiciais ou para situações em que inexiste meios aptos a evitar danos irreparáveis. Portanto, não pode ser uma ferramenta para “suprimir instâncias inferiores, reformando decisões de juízes e desembargadores”, explica a advogada.

Também no Rio Grande do Sul, desconsiderando os impactos sociais, Gandra se inclinou para o patronato, dando aval às demissões realizadas pela Sociedade de Educação Ritter dos Reis Ltda e Rede Internacional de Universidades Laureat Ltda, contra a decisão que favorecia os trabalhadores representados pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS).

Segundo o consultor jurídico da Contee, José Geraldo de Santana Oliveira, são parcas e frágeis as justificativas do presidente do TST, “dentre as quais se destacam grosseiras ironias dirigidas aos que não comungam do seu entendimento, taxando-os de esgrimistas, de refratários à lei e à jurisprudência do TST e de tardios defensores das garantias constitucionais. É forçoso concluir que, para o ministro Ives Gandra, no mundo jurídico nada existe para além da Lei N. 13467/2017, o que, por óbvio, relega a plano inferior a Constituição Federal (CF) e os tratados internacionais dos quais o Brasil é parte, em total inversão dos valores da ordem constitucional democrática”.

 

Carlos Pompe da Contee

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CTB e CUT se manifestam sobre condenação de Lula em entrevista ao Diário da Manhã

 

Neste domingo (28) os presidentes da CTB e CUT no estado de Goiás,  Railton Nascimento e Mauro Rubem de Menezes, falaram a um dos principais jornais de circulação em Goiânia, “Diário da Manhã “, sobre a condenação de Lula e a reação dos movimentos da Esquerda à escalada conservadora no Brasil. Confira a matéria abaixo, do jornalista Renato Dias.
O risco de um incêndio político e social tomar conta das ruas, no Brasil, hoje, em uma suposta prisão do ex – presidente da República por dois mandatos consecutivos [2003-2006 e 2007-2010] Luiz Inácio Lula da Silva é elevado. É o que afirma o presidente da CUT, seção de Goiás, o ex-deputado estadual Mauro Rubem de Menezes, da Esquerda petista.
“Ministro do Supremo Tribunal Federal [STF], Marco Aurélio de Mello faz a leitura correta. Da desobediência civil. Seletiva e parcial. O Brasil vê, hoje, reinar a cultura da impunidade, da justiça seletiva, parcial, partidária, denuncia o sindicalista. Não existe político do PSDB condenado, apesar das denúncias do Ministério Público. O Caso do Mensalão do PSDB, arquitetado por Eduardo Azeredo, ex-presidente nacional da sigla, permanece sem julgamento. O crime é de 1998. Trata-se da criminalização da Política e dos movimentos sociais, urbanos e rurais, da politização do Judiciário, que quer exercer protagonismo político e parlamentar”, frisa.
Mauro Rubem insiste que é uma nova etapa do golpe executado, em 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff. “A segunda ocorreu com a aprovação das reformas do Ensino Médio, Trabalhista, a privatização do Pré-Sal, o pacote de privatizações e concessões, a liberação escandalosa de emendas parlamentares à beira de votações, conta. A terceira é do TRF”, diz.
 
Sem Plano B
“Com a condenação, em 2ª instância, sem provas, um tríplex que não é de sua propriedade, de Luiz Inácio Lula da Silva, não há Plano B no PT. A candidatura de Lula será registrada, na Justiça Eleitoral, dia 15 de agosto de 2018. O Tribunal Superior Eleitoral [TSE] irá anunciar a sua decisão em 19 de setembro. À sentença, ainda cabem recursos. A eleição ocorrerá dia 7 de outubro. Recorreremos ao STJ e ao STF, se necessário”, concluiu Mauro.
Tempos sombrios. É assim que o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a CTB, seção de Goiás, e do Sinpro, o Sindicato dos Professores da Rede de Ensino Privada, Railton Nascimento, define o cenário político de 2018. “Pós-golpe de 2016, contra Dilma Rousseff e suas supostas pedaladas fiscais, e às reformas ultraliberais de 2017”, dispara.
Frágil democracia
“A frágil democracia, que completaria 30 anos em 5 de outubro de 1988, pós-promulgação da Constituição Cidadã de 1988. O consórcio PSDB-DEM-PPS, que perdeu as últimas oito eleições à presidência da República – 1º e 2º turnos de 2002; 1º e 2º turnos de 2006; 1º e 2º turnos de 2010; 1º e 2º turnos de  2014; – não aceitariam uma nova derrota nas urnas eletrônicas, em 7 de outubro de 2018”, aponta Railton, um marxista renovado e adepto das ideias de Vladimir Ilich Ulianov, Lênin.
Datafolha, Ibope, CNT/Sensus, Vox Populi, institutos de pesquisas, apontam a liderança, isolada, de Luiz Inácio Lula da Silva. Em tom de indignação, Railton Nascimento afirma que, agora, a cereja do bolo dos golpistas, como classifica os aliados de Michel Temer [PMDB-SP], Fernando Henrique Cardoso [PSDB-SP] e Jair Bolsonaro [RJ], é prender o líder popular petista e impedi-lo, de vez, de ser candidato a presidente da República, para retirar a esperança em um projeto democrático e popular. A reação popular do movimento social organizado, sindical e dos partidos progressistas irá se manifestar nas ruas”, avisa.
‘Deus Mercado’
“A economia, com o ‘Deus Mercado’, submete a esfera política, forçando-a a eleger aqueles que defendem seu credo neoliberal. A política é demonizada. Para fazer emergir os denominados ‘outsiders’.  Existe, ainda, um velho e novo poder, quase imperial, o Judiciário. Com arbítrio de jovens e homens de meia idade. Magistrados, burocratas do Estado, que criminalizam a atividade política, as esquerdas e os movimentos sociais”, resume Nascimento.
 
Portal CTB (com Diário da Manhã)
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Déficit previdenciário: “Não acredite nos números do governo”, alerta presidente da ANFIP

 

O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), Floriano Martins de Sá Neto,  falou nesta quinta-feira (25) ao Portal CTB sobre  a Reforma da Previdência que o governo Temer pretende implantar no Brasil.

Em entrevista transmitida, ao vivo, pela página da central no Facebook, o dirigente comentou o anúncio do déficit previdenciário feito esta semana pelo secretário de Previdência, Marcelo Caetano,  de R$268,8 bi e alertou: “Não acredite nos números do governo  – ele mente e distorce toda a realidade da Previdência Social “.

Para Floriano Sá, o rombo da Previdência não passa de uma falácia, uma estratégia usada por Temer para vender uma reforma, cujo  “um dos pilares é reduzir o gasto social”.

Os impactos na vida dos servidores públicos, do trabalhador e da trabalhadora do campo, da cidade, e a quem a Reforma da Previdência realmente beneficia deram o tom da entrevista.

Confira no vídeo abaixo!

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Atualidades Destaques Institucional Sinpro Nas Escolas

Projeto Sinpro nas Escolas visita Colégio Positivo em Bela Vista de Goiás

Nesta sexta-feira, 26/01, o projeto Sinpro nas Escolas esteve em Bela Vista de Goiás onde visitou o Colégio Positivo. De acordo com a demanda local, os professores receberam individualmente esclarecimentos sobre a atuação do sindicato.

Confira as fotos:

 

 

 

 

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A importância do Estado para o ensino superior dos EUA

Não foi só o capital privado que gerou a excelência acadêmica nos EUA. Ao contrário do que se propaga, o papel do Estado no ensino superior norte-americano sempre foi central
Por Aaron Schneider, Fernando Horta e Rafael R. Ioris *


A condução coercitiva injustificada dos reitores da UFMG foi o último, mas não o único, dos ataques sofridos pelas universidades públicas no Brasil após o golpe de 2016. Em meio à redução brutal de recursos destinados à pesquisa e pós-graduação imposta por Temer, presenciamos a retomada do discurso privatizante, eco do início da década de 1990, quando a medida da importância das universidades era feita pelo número de carros nos estacionamentos dos campi ao redor do País.

Ainda que sem base empírica, mas na tentativa de sustentar essa lógica privatista rediviva, repete-se o argumento de que nos Estados Unidos as principais universidades são privadas. Esse discurso reitera não só a ideia de que a maioria das universidades americanas é privada (algo que os fatos desmentem), mas também a noção de que estas seriam mantidas essencialmente com verbas do setor privado.

É verdade que os EUA abrigam muitas das mais prestigiadas universidades do mundo, algumas delas privadas. Na verdade, elas são fundações sem fim lucrativo, uma vez que as que visam ao lucro são péssimas e extremamente malvistas.

É preciso deixar claro, contudo, que mesmo essas ilhas de excelência acadêmica não chegaram a esse ponto contando somente com capital privado. Mesmo nos dias de hoje, elas não conseguiriam se sustentar sem a decisiva participação de diferentes instituições e agências públicas de fomento nas áreas de pesquisa e ensino, seja no nível federal, seja no estadual.

Até meados do século XIX, o modelo que vigorava na educação superior dos Estados Unidos era elitista, voltado para um saber que buscava descobrir as “verdades científicas” e “formar o caráter” dos filhos das elites dirigentes, sem preocupação com a ampliação do perfil universitário da população.

De fato, somente após o término da Guerra Civil americana, em 1865, houve uma profunda ampliação do acesso ao sistema universitário por meio da criação de universidades estaduais públicas (com os chamados Land-Grant Acts), que até hoje são os principais responsáveis pelo ensino de graduação, pós-graduação e mesmo pesquisa nesse país.

Outro marco definidor da expansão e fortalecimento do ensino superior foi a Segunda Guerra Mundial, quando o governo de Franklin Delano Roosevelt passa a conceber as universidades como essenciais na luta contra o fascismo e o nazismo. Inúmeros programas financiados pelo governo passaram a fazer parte das atividades universitárias, tanto nas chamadas “ciências exatas” quanto nas “humanas”.

Ainda que com restrições a uma reflexão mais crítica sobre o papel das ciências na sociedade, esse aporte público permitiu, novamente, o aprofundamento da pesquisa científica e tecnológica, assim como a quase universalização do ensino superior, e um crescimento do número de vagas sem precedentes, por meio de programas de bolsas públicas aos ex-veteranos, conhecido como o “GI Bill”.

Aos poucos, essa dinâmica histórica se diversifica de modo importante. A vinda de intelectuais europeus, antes e durante a Guerra, aumenta de imediato a capacidade de reflexão das universidades americanas, de modo especial nas ciências humanas, que adquirem viés mais crítico.

Esse processo se aprofunda durante a Guerra Fria, quando, embora a ênfase tecnológica e belicista do período tenha permanecido vigente, há o fortalecimento do movimento em prol de maior autonomia acadêmica e uma academia mais democrática, levando à ampliação na quantidade e qualidade dos financiamentos públicos para as disciplinas chamadas “humanas”.

Nos anos 1960 e 1970, com a mobilização crescente de grupos sociais tradicionalmente excluídos, como os afro-americanos, latinos, indígenas e os movimentos de emancipação das mulheres, houve novo esforço de democratização das universidades.

Novos currículos, mais abrangentes, inclusivos e críticos consolidam-se juntamente com o movimento em favor da liberdade de pensamento na Academia (por meio da efetivação e estabilidade do emprego de professor, a chamada tenure, existente até hoje).

Outro ponto importante é a criação de redes de pesquisa nacionais (hoje globais), também possibilitada por investimentos diretos na criação de algumas das melhores bibliotecas universitárias do mundo. Muitas de caráter exclusivamente público.

Um dos argumentos frequentemente utilizados para atacar as universidades públicas é a comparação, descabida, entre as instituições brasileiras e as americanas, em termos de resultados de pesquisa e financiamento privado.

Colocam-se, lado a lado, os números de Prêmios Nobel, publicações, patentes requeridas e, em seguida, afirma-se que o ensino superior nos EUA é majoritariamente privado. A noção de que tudo que é privado é melhor do que qualquer coisa pública se encarrega de apontar o caminho das privatizações ao Brasil. Tal argumento é falacioso por uma série de razões.

Em primeiro lugar, o modelo de financiamento das universidades americanas não é essencialmente privado. Não é hoje, nem historicamente foi ao longo do século XX. Além disso, é preciso lembrar que as condições de produção econômica, assim como de produção científica, diferem imensamente entre o Brasil e os EUA, e tais condições são facilitadoras ou empecilhos à pesquisa e ao ensino.

Por fim, cabe ressaltar que grande parte do que foi conquistado na academia americana resultou do apoio institucional aos seus membros, por meio das redes de pesquisa, formação, publicações, assim como da garantia da liberdade de pensamento e da estabilidade no emprego, a vigorar em todas as instituições, públicas ou privadas.

Infelizmente, muitas dessas conquistas estão sob ameaça. De fato, há sincronismo entre o ataque do governo Trump aos intelectuais e às instituições de ensino superior nos Estados Unidos e a ofensiva do governo Temer, no Brasil. Ambos veem as universidades como ameaças, muito por serem capazes de produzir cidadãos que valorizam a ciência, a racionalidade e os fatos.

Segundo essa visão conservadora, instituições centradas na promoção do pensamento crítico devem ser demonizadas, enfraquecidas e rapidamente entregues aos interesses privados, embora estes nunca tenham se demonstrado capazes de manter ensino e pesquisa de qualidade e extensão necessários, nem nos EUA nem, muito menos, no Brasil.

A mesma lógica que defende a austeridade no tocante à educação também afirma que a Terra é plana, que o nazismo era de esquerda e que se pode julgar cidadãos com base na Bíblia. Esta é uma visão que define a si mesma como “defensora da liberdade”, enquanto impõe aos outros barreiras no exercício efetivo das mesmas.

A questão é: para que serve o conhecimento? Para fazer da sociedade um espaço de exercício e convivência pacífica entre as diferenças que pautam nossas vidas? Ou para conformar todos a um pensamento baseado na ideia de lucro, consumo, finitude e escassez, que não vê saída senão na luta física e política de todos contra todos pela sobrevivência?

As universidades brasileiras ainda deixam muito a desejar no que se refere à sua capacidade de servir como instrumento de inclusão socioeconômica, mas ocorreram inegáveis avanços nos últimos 20 anos.

As mudanças introduzidas desde 2003 “mudaram a cara e a cor” dos campi. Há ainda muito no que se avançar, mas a atual afronta às universidades públicas, em vez de aprofundar o necessário debate sobre seu papel na sociedade, estereotipa, reduz e obscurece os possíveis caminhos a serem tomados.

O que precisamos é de um debate público baseado não em falácias e mitos, mas sim em dados históricos claros, examinados à luz de objetivos nacionais democraticamente definidos e inclusivamente encaminhados.

 

* Aaron Schneider é professor de Estudos Internacionais na Escola Korbel da Universidade de Denver e diretor do programa de mestrado em Desenvolvimento. Fernando Horta é doutorando em História das Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB). Rafael R. Ioris é professor de História e Política Comparada na Universidade de Denver. 

Fonte: Carta Capital 

 

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Sem provas, Lula é condenado e tem pena aumentada. Luta pela democracia continua!

 

O Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4) confirmou a condenação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pelo juiz Sério Moro, em julgamento em segunda instância nesta quarta-feira, 24, em Porto Alegre (RS). “Numa decisão claramente política dos juízes, de apoio aos seus pares da Lava-Jato, o que assistimos foi a um julgamento classista, burguês, para impedir a volta de Lula à Presidência da República nas próximas eleições”, observou o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, que, juntamente com vários dirigentes da Confederação e entidades filiadas, participou da caravana democrática e popular de apoio a Lula à capital gaúcha.

Trabalhadores em educação se mobilizaram em todo o país cobrando as provas contra Lula e proclamando sua inocência (veja fotos abaixo). Denunciaram também a violação da Constituição e leis criminais do país durante o processo. Também no exterior ocorreram manifestações denunciando o casuísmo do Judiciário, como a iniciativa do Coletivo Garibaldi, diante do Coliseu, em Roma (foto).

Do outro lado da luta de classes, a Bolsa rompeu a marca dos 83 mil pontos após 2o voto pela condenação de Lula. O Ibovespa alcançou pela primeira vez na história patamar de 83.114 pontos, ao passo que o dólar fechou a sessão em queda de 1,93%, cotado a R$ 3,17 . Já a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu na mesma quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do inquérito para investigar o senador José Serra (PSDB-SP) por crime eleitoral de caixa 2. Na manifestação, a procuradora entendeu que o caso prescreveu, e o senador não pode ser mais punido.

 

Indignação popular

O ex-presidente Lula havia sido condenado em primeira instância a 9 anos e 6 meses de prisão, em julho do ano passado. Segundo a denúncia, Lula recebeu da Construtora OAS um apartamento triplex no litoral de São Paulo como propina para favorecer a empresa em contratos com a Petrobras. A defesa de Lula negou e pediu provas do fato, o que não foi apresentado pelos acusadores, investigadores e juízes – que na Lava Jato têm atuado como parte da acusação, e não como julgadores.

Além de confirmar a condenação, o TRF-4 radicalizou e ampliou a pena para 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado. O cumprimento da pena se inicia após o esgotamento de recursos que sejam possíveis no âmbito do próprio TRF-4. A defesa também pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça e ao STF para tentar reverter condenação. Caso o PT decida registrar a candidatura de Lula a presidente, o Tribunal Superior Eleitoral é que decidirá se ele ficará inelegível.

Após a confirmação da sentença, manifestações se multiplicaram em Porto Alegre e em várias capitais e cidades, denunciando a injustiça e defendendo a candidatura de Lula presidente. A Frente Brasil Popular emitiu nota afirmando: “Nossa luta não começou nem se encerra hoje. A luta pela democracia continuará nos tribunais, nas ruas e nas redes, assim como a luta em defesa da previdência pública e do nosso direito à aposentadoria que está ameaçado de destruição por uma reforma em discussão no Congresso. A Frente Brasil Popular se soma às centrais sindicais no grito de que se botar para votar o Brasil vai parar!”

 

Carlos Pompe da Contee

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Goiânia: CTB e outras entidades participam de mobilização contra a condenação de Lula

 

Na manhã desta quarta-feira (24), em Goiânia, uma mobilização em Frente ao TRF Goiás deu início a mais um dia de luta em defesa da Democracia, contra a condenação, sem provas, do ex-presidente Lula, cujo julgamento acontece agora, em Porto Alegre (RS). No ato estiveram as centrais, CTB, CUT, sindicatos, movimentos sociais como MST, MTST, UBM, UNE, FETAEG, entre outros, que seguirão mobilizados durante todo o dia.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo julgado na capital do Rio Grande do Sul. O recurso contra a decisão do juiz Sergio Moro é analisado por três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Lula foi condenado em primeira instância a nove anos e meio de detenção por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex no Guarujá (SP).

Se não houver unanimidade entre os três desembargadores, o caso poderá se arrastar por meses, já que há uma infinita possibilidade de recursos em instâncias superiores.

O processo está agora na fase de votação. Não há prazo para o fim da sessão de hoje, podendo durar por todo o dia. Caso algum dos três peça vista do processo, também não há prazo para a retomada da audiência no TRF-4.

 

Confira as imagens:

 

 

 

 

 

 

 

 

Ruth de Souza – Portal CTB 

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CTB- Goiás monta “Tenda da Democracia” no centro de Goiânia

 

A CTB no estado de Goiás instalou ontem (22) a “Tenda da Democracia”, na Praça do Bandeirante,  em Goiânia. Coordenada pela a CTB e sindicatos da base (SINPRO GOIÁS, FITRAE BC, SINT-IFESGO), com a participação das entidades UJS, UBM, MLCP, a ação foi contra a reforma da Previdência e pelo direito de Lula a se candidatar.

 

 

O movimento colheu assinaturas, distribuiu mais de 1 mil exemplares do “Jornal da Classe Trabalhadora” e dialogou com os trabalhadores que passavam durante todo o dia pelo local.
Ruth de Souza – Portal CTB