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Cinco aspectos políticos e econômicos que ameaçam os professores

 

Os cinco primeiros meses do ano vêm sendo marcados por intensa mobilização da categoria docente. Na semana passada, os professores da Educação Infantil do município de Belo Horizonte iniciaram uma paralisação que conta com adesão total de 73 unidades e parcial de outras 91 unidades, de um total de 174, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte SindRede-BH.

A reivindicação dos professores é pela equiparação da carreira e isonomia salarial com os docentes do Ensino Fundamental, dado que a legislação nacional prevê mesma qualificação para professores dos dois níveis de ensino. Segundo Wanderson Rocha, diretor do SindRede-BH, a promessa de equiparação foi feita durante a campanha do prefeito Alexandre Kalil (PHS).

“Atualmente um professor da rede infantil recebe R$ 1,4 mil, enquanto o do ensino fundamental R$ 2,2 mil. Queremos que ele cumpra o compromisso assumido conosco”, destacou o diretor.

Durante protesto realizado no último dia 23, em frente à Prefeitura, os professores foram reprimidos pela Polícia Militar que utilizou bombas, gás de pimenta e jatos d’água contra os manifestantes. A ação gerou notas de repúdio de movimentos e organizações sociais e será investigada a pedido do governador Fernando Pimentel (PT) para averiguar possíveis excessos.

Os professores da rede privada de Minas Gerais também decidiram pela greve no último dia 25. Segundo informações do Sindicato dos Professores do Estado (Sinpro-MG), a categoria se mobiliza contra mudanças na convenção coletiva de trabalho, propostas pelo sindicato das escolas, que retiram direitos como concessão de bolsas de estudo e período de férias e acaba com o intervalo entre as aulas.

Movimentos grevistas também já foram realizados no Estado de Rondônia, onde docentes da rede estadual ficaram paralisados por 45 dias e em São Paulo onde os profissionais da rede municipal paralisaram suas atividades por 20 dias diante à tentativa da Prefeitura de aprovar mudanças previdenciárias para a categoria.

Para especialistas, o atual cenário político e econômico corrobora com a necessidade de “resistência” por parte dos professores. Em entrevista à Carta Capital, Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Salomão Ximenes, professor da Universidade Federal do ABC e Nelson Pretto, professor da Universidade Federal da Bahia comentam pontos sensíveis à carreira e que podem deflagar mais precarização e perda de direitos.

1. Valorização docente

Para Daniel Cara, o tema é de extrema importância, sobretudo, porque historicamente o País deposita sobre a questão docente ou a lógica de tratar o professor como herói ou como culpado dos problemas educacionais. “Ele nunca é tratado como profissional”, coloca. Cara reforça a necessidade dos profissionais serem reconhecidos como trabalhadores da educação e contemplados com todas as frentes de valorização da carreira, das quais fazem parte as questões salariais, as condições de trabalho, as políticas de carreira e as formações inicial e continuada.

Salomão Ximenes corrobora com o pensamento e coloca a necessidade de se afastar do mito tecnocrático que ronda a área “de que é possível fazer boa educação em qualquer condição”. “Ainda que se tenham professores que conseguem fazer trabalhos exemplares nas piores condições, isso não é uma verdade enquanto política educacional”, reflete.

Isso é fundamental, na análise de Ximenes, essencialmente em um contexto de degradação econômica e social que leva a uma piora dos indicadores econômicos e da condição de vida da população “e que tem efeito direto na condição do exercício do direito à educação e também do magistério”.

“As dificuldades econômicas e sociais aparecem brutalmente dentro das escolas, seja na condição de acompanhamento dos alunos, alimentação, transporte e até mesmo situações de conflito. Com isso, os professores passam a ter que lidar com outros problemas graves em uma situação que já não é, nem de perto, ideal”, avalia.

2. Teto de gastos

A política que limita os gastos públicos por 20 anos, imposta pela Proposta de Emenda Constitucional 95, é um limite para a possibilidade concreta de valorização docente, na opinião de Cara. “Para isso acontecer, vai ser preciso que o governo federal participe do financiamento da educação básica. Hoje, isso não acontece”, coloca.

Ele fala sobre a necessidade do custeio das matrículas pela União, em parceria com Estados e municípios. “Não adianta só criar escolas, é preciso garantir esse custo e como isso não vem acontecendo, governadores e prefeitos vêm retirando direitos da categoria”, coloca, exemplificando a tentativa da Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de João Doria, de aprovar o Sampaprev, um novo modelo previdenciário que poderia elevar a contribuição dos servidores para até 19%.

O contexto da EC/95 e o “momento de austeridade” também projetam em Salomão Ximenes “incertezas” quanto à continuidade das políticas de valorização docente. “Vemos a reprodução das políticas do teto de gastos em vários Estados, o que acaba por congelar qualquer possibilidade de reforma das carreiras que signifique um aprimoramento delas”, avalia. “Sem revogar a Emenda, pelo menos na educação, é muito difícil pensar na continuidade de políticas de valorização”, afirma.

3. Reforma Trabalhista

O impacto da Reforma Trabalhista na carreira do magistério é preocupante para Salomão Ximenes. “Aqui falo principalmente dos professores da educação privada que, em geral, têm condições muito mais precárias do que os da educação pública e podem sofrer o agravamento dessa situação com a possibilidade do trabalho intermitente”, considera.

Ximenes afirma que, em outros países, já há a contratação de professores pelo período de nove meses, correspondente à temporada de atendimento dos estudantes, o que gera a perda de estabilidade da categoria, “ainda que ela já fosse limitada na CLT”, pontua. No sistema público, em que o regime é estatutário, o especialista entende que o impacto ainda está para ser desenhado. “Mas como em algumas redes se vê a prática de professores concursados convivendo com os contratados, não descarto a possibilidade de precarização desse último”.

No contexto da Reforma Trabalhista, Nelson Pretto entende como risco à classe docente o “ataque violento” que a lei pratica contra os sindicatos da categoria. O educador recorre aos dados do Sindicato para sinalizar queda nas homologações de rescisão de trabalho pós a vigência da Lei: “em janeiro de 2017 havia 1200 homologações marcadas e em janeiro de 2018 apenas 10”.

“Isso permite aos reformadores empresariais da educação, que tomaram de assalto as nossas políticas públicas ao assumirem o MEC, atuar de forma direta e indireta no sistema privado, que é o negócio deles, mas também no público”, avalia.

4. Reforma do Ensino Médio

Daniel Cara atrela a Reforma do Ensino Médio a uma estratégia de desconstruir a carreira docente. Em sua opinião, a frente mais radical é a dos itinerários formativos, que serão ofertados pelas escolas e redes de ensino. “Se o secretário de educação decidir não ofertar mais Ciências Humanas, por exemplo, e ficar só com Português, Matemática e o itinerário de educação profissional, ele só precisará contratar em grande volume professores dessas áreas”, pondera. Outro ponto grave, a seu ver, é a ideia do Ministério da Educação de incluir a modalidade de ensino a distância na etapa, “que vai levar à substituição dos professores por tutores, em uma condição ainda mais precarizada”, coloca.

No contexto da Reforma do Ensino Médio, chama atenção de Salomão Ximenes a política de fomento de escolas em tempo integral que, em sua visão, pode gerar desigualdades nas redes de ensino e precarização dos professores. “Uma pequena parcela dos educadores que atuarão nessas unidades terão uma condição de trabalho melhor, o que implica em afirmar que os demais 80 a 90% dos profissionais da rede continuarão em situações de trabalho ruins”, considera.

Ximenes coloca que estudos mostram que, quando se criam escolas de tempo integral, a tendência é que se leve para essas unidades estudantes de melhor nível socioeconômico, reservando às escolas regulares os alunos que têm mais problemas econômicos e sociais, “o que acaba por aumentar o trabalho do professor da escola comum”.

5. Privatização

A recente aquisição da Somos Educação, antiga Abril Educação, pela Kroton Educacional, líder no setor de educação privada no Brasil, também não passou despercebida pelos especialistas. Para Nelson Pretto, a atuação de escolas privadas no Ensino Médio ainda é pequena, “não chega a 20%, o que mostra que é um mercado fascinante para os empresários da educação, que não só têm a possibilidade de atuar dentro da educação básica com a manutenção de escolas, como conseguem produzir materiais, livros, sites e plataformas e, com isso, atuarem de forma em todas as redes, inclusive as públicas, assediando prefeitos e secretários da educação para venda desses pacotes educacionais”.

Salomão Ximenes observa que a aproximação da educação pública com o setor privado é considerada pela Reforma do Ensino Médio. “O receio é que se tenha uma oligopolização de uma oferta privada de baixa qualidade, incentivada pelo Estado, via instrumentos como vouchers, o que acaba por piorar as condições da carreira docente, exatamente como aconteceu nas instituições privadas da educação superior”, finaliza.

 

Por Ana Luiza Basílio, na Carta Capital

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MPT aponta que mudanças no custeio sindical são inconstitucionais

O Ministério Público do Trabalho lançou nota técnica apontando que são inconstitucionais as mudanças impostas ao sistema de custeio das entidades sindicais pela Lei nº 13.467/17, a famigerada reforma trabalhista do governo Temer.

 

 

Segundo o documento, divulgado na segunda-feira (30), o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical depende de lei complementar, em razão de sua natureza tributária. A alteração, que ameaça a sustentação de atividades essenciais dos Sindicatos, foi promovida por lei ordinária aprovada pelo Congresso Nacional.

“Estabelece a Constituição Federal que a instituição, modificação e extinção de um tributo, inclusive na modalidade ‘contribuição parafiscal’, deve ocorrer por meio de lei complementar. Portanto, a Lei 13.467/17 (reforma trabalhista), sob esta perspectiva, padece de vício formal de constitucionalidade, visto que não possui o condão de alterar matéria reservada à lei complementar”, afirma a nota técnica.

Além disso, o MPT também entende que a autorização para o desconto em folha da contribuição sindical deve ser definida em assembleia geral da categoria. A conclusão corrobora com pareceres de outras instituições relacionadas ao mundo do trabalho, entre elas a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

A nota técnica foi elaborada pela Coordenadoria Nacional de Defesa da Liberdade Sindical (Conalis), órgão criado pelo MPT em maio de 2009 com o objetivo garantir a liberdade sindical e a busca da pacificação dos conflitos coletivos trabalhistas.

O coordenador nacional da Conalis, João Hilário Valentim, destaca que a nota técnica retrata a decisão da maioria do colegiado da coordenadoria que, em reunião nacional se debruçou sobre o tema, o debateu e aprovou.

“É fruto de trabalho coletivo. A nota trata somente da contribuição sindical e se limita a analisar os aspectos jurídicos da modificação legislativa, ou seja, é uma análise essencialmente técnica”, acrescenta o procurador.

A Conalis reitera que a contribuição sindical abrange trabalhadores e empregadores de determinada categoria e, portanto, deve ser considerada contribuição compulsória.

Com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que reconhece o caráter tributário da contribuição, o MPT afirma que as mudanças violam o princípio da unicidade sindical e enfraquecem financeiramente as entidades sindicais.

 

Confira Nota Técnica do MPT (CONALIS): 

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Portal Vermelho

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Sinpro Minas: Professores vencem queda de braços e põem fim à greve

 

Após dez dias de greve, as professoras e professores do setor privado de ensino decidiram voltar ao trabalho a partir deste sábado (5/5), durante assembleia realizada nesta sexta-feira (4/5) no Espaço Democrático da Assembleia Legislativa.

A categoria entendeu que conseguiu vencer a queda de braços com os donos de escolas que queriam impor uma série de retrocessos à convenção coletiva no embalo da reforma trabalhista.

O reajuste salarial será pelo INPC, 1,56%, mas os professores conseguiram fixar a homologação de rescisão dentro da Convenção Coletiva de Trabalho (fato inédito, que compunha a já desfigurada CLT) para após o segundo ano de contrato.

Além disso, ficaram garantidas conquistas históricas que os patrões queriam eliminar ou mudar e ainda conquistamos o pagamento dos dias parados e a garantia de não punição dos grevistas, também prevista de forma inédita como cláusula em uma CCT.

 

 

Após as mudanças feitas nesta sexta-feira pelo sindicato patronal, depois da assembleia de seus associados, os professores consideraram o movimento vitorioso, por conseguirem manter seus direitos históricos e alguns avanços.

Segundo Valéria Morato, presidenta do sindicato: “A nossa greve foi vitoriosa. Foi mantida uma convenção coletiva histórica conquistada com muita luta pelos professores. Os professores atenderam ao chamado do sindicato e fizeram um movimento de resistência impondo uma derrota histórica à tentativa de implementação da reforma trabalhista por parte do patronal. Essa greve vira referência para todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. A nossa unidade nos fará vencedores!”

Para Gilson Reis, coordenador geral da CONTEE, “A greve dos Professores de Minas encerra com vitória da categoria e derrota dos donos de escola. Manutenção de todos os direitos conquistados. Homologação no Sindicato, que não era prevista em Convenção, reajuste salarial pelo INPC, nenhuma retaliação e punição aos grevistas e uma ampla unidade dos trabalhadores que entraram unidos na greve e saíram unidos e fortalecidos”.

Essa foi considerada uma das maiores greves do setor privado de educação desde a década de 1990 e teve uma característica muito positiva de englobar estudantes e pais/mães no apoio da categoria de professores.

Nenhum direito a menos! Nossos direitos, nossa luta!

 

Do Sinpro Minas

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“A resistência tem que ser de todos”, diz presidenta do Sinpro-MG, sobre greve dos docentes na capital

 

Efeitos da reforma trabalhista aprovada no ano passado chegaram nas salas de aula. Em diversos estados e municípios brasileiros docentes entraram em greve para tentar garantir que os direitos previstos na convenção coletiva de trabalho sejam respeitados pelos patrões.

Em Belo Horizonte e região metropolitana, professoras e professores da rede privada de ensino entraram em greve no dia 25 de abril em protesto contra alterações feitas na convenção, retirando direitos como a concessão de bolsas de estudo para filhos de professores, o período de férias e o intervalo entre as aulas.

Depois de muita negociação, com a mediação realizada no Tribunal Regional do Trabalho, e com crescente adesão da categoria, as escolas concordaram em voltar atrás nestes pontos e incluir outras duas reivindicações dos docentes: a não punição dos professores grevistas e a homologação obrigatória de rescisão no sindicato.

O resultado já é uma vitória dos professores e professoras. “Este movimento trouxe de volta o sentimento de pertencimento da categoria”, diz Valéria Morato, presidenta do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG), e dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Para a dirigente, o sindicato tem papel preponderante nisso: “Ele conseguiu dialogar com os docentes sobre as perdas e teve o respeito, a confiança e o respaldo da categoria em todo este processo”, diz Valéria Morato,

Há ainda um ponto de divergência que diz respeito ao tempo de vigência da convenção coletiva: os professores reivindicam dois anos de validade para o contrato e o sindicato patronal quer apenas um ano.

Ampla adesão

Nas últimas assembleias nos dias 2 e 3 de maio, o movimento reuniu mais de duas mil pessoas que votaram pela continuidade da greve, diante da primeira negativa da escola em aceitar a contraproposta dos professores.

“A categoria se conscientizou da importância do acordo coletivo, o que é um grande avanço para o movimento. Tivemos muito apoio dos pais e dos estudantes”, diz a dirigente, ressaltando que a resistência às arbitrariedades da reforma trabalhista e às perdas de direitos tem de ser de todos e todas.

Segundo o Sinpro Minas, mais de 60 escolas, além da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), aderiram à paralisação.

Nesta sexta (4), às 16h, os professores e professoras da rede privada de ensino de Belo Horizonte fazem nova assembleia.

Portal CTB

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Contee repudia a repressão a professores e sindicalistas em Guarulhos

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee repudia veementemente a agressão a profissionais da educação e sindicalistas por integrantes dos apoiadores da Leis da Mordaça e da Guarda Civil Municipal, em Guarulhos (SP), neste dia 3. Após a apreciação do projeto de lei de mordaça de autoria do vereador Laércio Sandes (DEM), grupos favoráveis ao projeto atacaram os profissionais e dirigentes do Sindicato dos Professores de Guarulhos.

A Guarda Civil Municipal usou bombas de efeito moral e balas de borracha. Três sindicalistas e um estudante da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foram feridos, assim como um homem de 68 anos, atingido por um estilhaço de bomba. Um grupo de parlamentares foi se encontrar com o secretário da Segurança Pública, Gilvan Passos, para reclamar da ação da GM.

No mesmo dia em que o projeto antidemocrático foi votado em Guarulhos, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestação denunciando a inconstitucionalidade da Lei 7.800/2016, apelidada ironicamente de “Escola Livre”, aprovada por deputados estaduais de Alagoas. A AGU entende que a legislação estadual fere a Constituição Federal ao tratar de tema que é de competência da União. A resposta da AGU se dá na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Contee contra a lei alagoana em maio de 2016. O ministro Roberto Barroso, do STF, no ano passado, já tinha deferido liminar suspendendo a norma e a aplicação do programa Escola Sem Partido em Alagoas.

A ação violenta da Guarda Municipal, ao invés de garantir a livre manifestação contrária ao projeto de lei, somou-se à ação de grupos que querem cercear a democracia e o exercício dos profissionais de educação, dentro e fora das salas de aula.

 

Brasília, 3 de maio de 2018

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee

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CTB- Goiás organiza 1° de Maio em Goiânia

 

A direção plena da CTB- Goiás se reuniu neste sábado (28), em Goiânia. O encontro, que  teve a presença do Secretário de Relações Internacionais da CTB nacional, Nivaldo Santana, debateu a conjuntura política e sindical no Brasil, o planejamento estratégico da entidade e as atividades para o 1° de Maio na capital.

O presidente da CTB Goiás, Railton Nascimento, destacou a importância da base na construção de “um 1° de Maio com unidade e resistência contra o retrocesso político e social promovido pelo  governo Temer”.

Nivaldo Santana falou sobre a conjuntura política nacional e internacional, bem como as perspectivas futuras do movimento sindical e da CTB.

 

“O debate foi intenso, produtivo e domonstrou a força e a luta de uma central forte, unida e capaz de mostrar os caminhos para o enfrentamento da luta em defesa do país e da classe trabalhadora trabalhador”, disse o dirigente.

 

Ruth de Souza – Portal CTB

 

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Adilson Araújo: 1º de Maio em defesa da CLT e da Constituição Federal

Celebra-se neste 1º de Maio os 75 anos da Consolidação da Lei do Trabalho (CLT), criada em 1943 através do Decreto-Lei 5452, promulgado por Getúlio Vargas. É um instrumento fundamental do Direito do Trabalho para a defesa da classe trabalhadora contra os abusos e a exploração de que é vítima no capitalismo. Também neste 2018 completam-se 30 anos da Constituição Cidadã de 1988, que igualmente consagra relevantes conquistas sociais e políticas.

A CLT e Constituição são alvos hoje da ofensiva das forças conservadoras. Ambas foram golpeadas pela nova legislação trabalhista, bem como por operações duvidosas do Judiciário como as que resultaram na condenação e prisão do ex-presidente Lula, sem provas concretas, atropelando o princípio constitucional da presunção de inocência e com o mal disfarçado propósito de impedir a candidatura da maior e mais querida liderança popular da nossa história à Presidência.

Neste 1º de Maio a classe trabalhadora brasileira, sob a liderança das centrais sindicais, vai fazer um enérgico pronunciamento unificado em defesa da democracia, da soberania e dos direitos sociais, contra as reformas trabalhistas e previdenciária de Temer e pela liberdade imediata de Lula.

Através da luta haveremos de elevar a consciência e a mobilização do povo brasileiro para barrar o retrocesso e reconstruir o projeto nacional de desenvolvimento com democracia, soberania e justiça social interrompido e golpeado pela deposição de Dilma Rousseff e ascensão do governo ilegítimo de Michel Temer.

À luta sempre.

 

Adílson Araújo
Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

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“Alunos deram aula de cidadania”, diz professor que sofreu ataques

Lenim Almeida, professor em Fortaleza (CE), foi homenageado por alunos após vereadora postar foto do educador usando blusa “Eleição Sem Lula é Fraude”.

 

 

O vídeo de uma homenagem dos estudantes da Escola Estadual Professora Telina Barbosa, em Fortaleza (CE), ao professor de física do colégio, José Lenimberg Almeida, viralizou nas redes sociais nesta semana. Cantando e aplaudindo, os jovens saíram de suas salas para manifestar apoio à Almeida, que está sendo alvo de ataques na internet por parte da vereadora Priscila Costa (PRTB-CE).

O professor foi surpreendido pelas manifestações de apoio e carinho dos alunos, “que deram uma aula de cidadania”. “Tenho orgulho de cada um deles e sei que meus esforços não são jogados na lata de lixo como a maioria dos projetos políticos para educação pública”, afirma o educador, que leciona física há quinze anos e escolheu trabalhar no ensino público “por ideologia”. Como a grande maioria dos que estudam em escolas públicas não têm muitas oportunidades, “acredito que devo estar nela e lutar por sua melhoria”.

No dia em que sua foto usando uma camiseta em apoio à Lula viralizou após postagem no perfil da vereadora, o professor saiu de casa, como faz toda manhã, “sem a intenção de prejudicar ninguém”. “Minha missão era ministrar as aulas da melhor forma possível, pois sinto-me honrado com a profissão de professor”, afirma. “Tento dar o melhor de mim, quero formar cidadãos de bem, despertando em cada um a motivação necessária para lutarem por seus objetivos”, disse a CartaCapital.

O caso

Na sexta-feira 20, a vereadora postou no Facebook uma foto de Almeida vestindo uma camiseta “Eleição Sem Lula é Fraude”, enquanto lecionava. “A cena acontece na Escola Estadual Telina Barbosa e mostra um militante se valendo de sua função de professor, para fazer apologia à sua agenda partidária no ambiente destinado à educação de nossas crianças e adolescentes, ambiente esse, pago com o dinheiro do trabalhador! E aí Fortaleza, qual sua opinião?””, critica no post, com a imagem do professor.

Na publicação de Priscila Costa (veja abaixo), que é defensora do Projeto de Lei “Escola sem Partido” tinha mais de 2 mil compartilhamentos até a tarde desta quinta-feira 26.

Em resposta à publicação, alunos prestaram solidariedade ao educador, tanto na manifestação da escola, como nas redes sociais. No vídeo que viralizou (no fim desta reportagem), os alunos correm ao encontro do professor num abraço coletivo.

No dia em que sua foto usando a camiseta em apoio à Lula viralizou após postagem no perfil da vereadora, o professor saiu de casa, como faz toda manhã, “sem a intenção de prejudicar ninguém”. “Minha missão era ministrar as aulas da melhor forma possível, pois sinto-me honrado com a profissão de professor”, afirma. “Tento dar o melhor de mim, quero formar cidadãos de bem, despertando em cada um a motivação necessária para lutarem por seus objetivos”, disse a CartaCapital.

No dia seguinte, um colega de trabalho lhe avisou que sua imagem corria pela internet: “Vi os ataques em várias páginas do Facebook, com frases de baixo calão, calúnias, ameaças. Fizeram uma montagem e uma enquete e começaram os atos de violação contra minha imagem e pessoa. Mexeu muito com minha honra. Mas não vou me calar diante da opressão”.

Apoio

Desde que o ex-presidente Lula foi preso, o professor usa a camiseta com os dizeres “Eleição sem Lula é fraude”, tanto para ir lecionar como outros locais que frequenta. “E na escola nunca ocorreu nenhuma rejeição por conta do teor da blusa. pois a minha vestimenta não continha nenhum ato fora do regimento interno”, afirma.

Após os ataques ao professor do nas redes sociais, em nota, a comunidade escolar declarou apoio a ele e defendeu a liberdade de expressão. O que considera grave, afirma Lenimberg, é que “enquanto tentavam destruir a imagem de um professor, o país adentra num estado de extrema pobreza”.

Ele conta ter pedido um afastamento médico do trabalho, por quinze dias, por “falta de condições psicológicas para exercer minhas funções”. “Fico triste, pois prejudica um pouco os alunos, mas por outro lado,quero voltar ainda mais forte para contribuir com cada um deles”.

Nascido na cidade de Mombaça, no interior do Ceará, filho de agricultor de mãe professora, a família vivia de forma humilde e resistia à seca.

Seu nome foi escolhido quando seus pais receberam a visita de dois parentes, “ambos com nome esquisito”: um deles, Gutenberg. Ou outro, Lênin. “Sem saber que um era o inventor da imprensa e o outro um grande líder revolucionário, juntaram os dois nomes e me batizaram como José Lenimberg. “Meus alunos me chamam carinhosamente de Lenim”, conta.

Liberdade de expressão

Em apoio ao professor, estudantes postaram comentários na página da vereadora, como o de uma jovem, que diz: “Tem um negocinho chamado liberdade de expressão e ele tá usufruindo disso, ele não tá fazendo nada de errado e até parece que uma expressão em uma blusa vai influenciar alguém. Daqui a pouco vão querer colocar fiscal igual na época da ditadura. Me poupe e melhore! E ele usar essa blusa não diminui sua competência como professor, ele é um ótimo professor”.

Em outra imagem postada no Facebook, de autoria da aluna Thalita Fontenele, o professor aparece de costas,cabeça baixa, sob os olhares de dezenas de alunos. “A melhor foto que já bati na vida”, afirma a garota, no post.

“Este é um agradecimento especial dedicado a todos os professores que não se preocupam só em ensinar. Mas que inspiram seus alunos a aprender, e abrem as mentes dos que se sentam na sua sala de aula para outros horizontes. Esses são os professores que deixam marca eterna nos nossos corações e mentes, e que tanto contribuem para formar bons adultos. Obrigada a esses professores pela paixão com que exercem esta nobre profissão!”.

Na publicação, há inúmeros comentários de apoio ao professor. “Somos Lenim Almeida e não abrimos mão dele. Lenim sempre”, diz um deles.

A pré-candidata à presidência Manuela D’Ávila (PCdoB) e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) também fizeram postagens em apoio à José Lenimberg.

Veja, abaixo, o vídeo de homenagem ao professor:

Por Tatiana Merlino, na Carta Capital

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‘Sede da Contee é uma trincheira de luta dos trabalhadores’, diz Gilson

 

A Contee inaugurou sua nova sede, em Brasília, com uma solenidade na noite de 26, quinta-feira. Gilson Reis, coordenador-geral da entidade, deu início aos pronunciamentos afirmando ser o local “não apenas a sede da Confederação, mas um espaço para o movimento popular e sindical, para o fortalecimento da democracia brasileira e do sentimento nacional. Esta sede é uma trincheira de luta”.

Logo em seguida, os dois primeiros presidentes e a primeira coordenadora-geral da Contee foram homenageados. Welington Teixeira Gomes, eleito no congresso de fundação, em 1991, considerou a inauguração “o resultado de um processo fundamentalmente rico de debate e organização que levou à unidade, independente das concepções políticas de cada sindicalista participante, em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores em estabelecimentos de ensino de todo o país. Essa sede é a consolidação do trabalho de sindicalistas de todos os estados brasileiros”.

Augusto Petta, que sucedeu Welington na presidência, lembrou que “a Contee é a síntese da luta que teve início nos anos 1970, de organização dos trabalhadores em estabelecimentos particulares de ensino. Desde o início, mesmo levando em conta os interesses próprios de nosso setor, nos constituímos como classe trabalhadora, como integrantes da luta de todos os trabalhadores. Nisto, quero destacar a importância da formação sindical, da conscientização dos trabalhadores de sua luta por uma nova sociedade, socialista”.

Madalena Guasco Peixoto, que encabeçou o processo de reorganização, substituindo a presidência e a antiga forma da diretoria pelas coordenações — inclusive sendo a primeira coordenadora-geral e atualmente ocupando a coordenação da Secretaria-Geral —, explanou que “Welington, Petta e eu participamos de diferentes etapas da entidade. A primeira, de construir uma entidade nacional, e o avanço das privatizações e do setor privado no ensino levou ao crescimento da categoria em todo o país. Depois, veio a fase de consolidação, um período que não tínhamos sequer arrecadação. Depois, o reforço da nossa Confederação, a forte vinculação com as entidades de base, sempre construindo a unidade na ação. Agora, com o Gilson na Coordenação-Geral, vamos viver novos desafios, quando o ataque aos direitos dos trabalhadores e aos sindicatos coloca em risco até a existência de várias entidades de base. Em todos os momentos passados, presente e futuro, trata-se de um processo coletivo”.

Cada um dos três homenageados recebeu, também, um livro, entregue pelo coordenador da Secretaria de Organização Sindical, Oswaldo Luís Cordeiro Teles; pela coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais, Adércia Bezerra Hostin dos Santos; e pela coordenadora da Secretaria de Formação, Guilhermina Luzia da Rocha.

 

Espaço de luta e resistência

Representantes de diversas entidades participaram do ato de inauguração e saudaram a Contee pela nova sede, destacando sua importância não apenas para a Confederação, mas para todo o movimento sindical e social.

“A Contee é integrante do FNDC e tem sido uma das entidades parceiras na luta pela democratização da comunicação. Para nós, estamos em casa na nova sede da Contee. A entidade comete uma ousadia muito importante. Num momento de ataque sistemático, em que tentam calar nossa voz pela asfixia financeira e pela criminalização dos movimentos populares, a Contee vem mostrar que o movimento sindical continua vivo e que não se calará diante dos desmandos de um governo que não foi eleito pelo voto popular”, ressaltou Renata Mielli, coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação.

“Tive a honra de, durante quatro anos, ser assessora jurídica da Contee, da qual saí apenas para assumir o cargo de ministra do TST. Parabéns pela sede e parabéns pela luta neste momento difícil”, declarou a ministra Delaíde Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho, lembrando a luta contra a reforma trabalhista. “Nunca imaginamos que fôssemos passar o que estamos passando. Construir uma sociedade mais justa, humana e igualitária. Essa é a tarefa da cidadania, tarefa de cada um de nós.”

André Luís dos Santos, assessor técnico do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), representando o presidente Celso Napolitano, brincou com o fato de a nova sede ser vizinha da Confederação do departamento e frisou a importância da formação política dos dirigentes sindicais, “buscando mostrar o papel do cidadão enquanto ator social dentro desse processo de luta”.

Representando os diretores das entidades filiadas à Contee, a presidenta do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar do Estado de Minas Gerais (Saaemg), Rogerlan Augusta de Morais, deu ênfase às histórias de luta que serão construídas no novo espaço. “Sempre que acontece alguma dificuldade, a gente tem história para contar. É isso que está acontecendo com a Contee. As direções que passaram por aqui e fizeram a história da Contee. Espero que tenhamos muitas histórias de lutas e vitórias.”

Elisângela Volpi dos Santos, da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), disse ser “um prazer estar nesta mesa com um ato político que simboliza o que é a Contee: uma entidade que sempre busca unidade e está sempre de portas abertas para os movimentos sociais. Sua essência não é só a defesa do professor, mas de um Brasil soberano. Esta é a casa dos movimentos sociais. Contem sempre com a gente na luta pela educação e na luta por um Brasil soberano e mais justo para todos e todas.”

O presidente e diretor de Assuntos Jurídicos da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituição Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), Nilton Brandão, também parabenizou a Contee. “Os trabalhadores olham para este espaço e se sentem representados, porque esta é uma conquista da categoria. Tenho uma admiração grande pela Contee, entidade que representa os trabalhadores da educação privada e que não deixa dúvida nenhuma da luta em defesa da educação pública, da responsabilidade do Estado. Parabéns não só pelo espaço, mas pelo que a Contee representa na luta dos trabalhadores.”

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e coordenador-geral do Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE), Heleno Araújo, por sua vez, enfatizou a unidade simbolizada pela inauguração. “O projeto neoliberal quer nos individualizar, nos separar. Essa inauguração representa o inverso: a unidade. Significa mais um ponto de resistência, de construção das estratégias necessárias para atingir aquilo que está nos estatutos das nossas entidades: uma sociedade socialista”, declarou, completando com “Lula livre!”.

Última a se pronunciar, a diretora da CNTE e vice-presidenta da Internacional da Educação para a América Latina (Ieal), Fátima Silva, também levantou as bandeiras em defesa do ex-presidente Lula e da unidade. “Welington, Petta, Madalena, é em nome de vocês que a gente quer saudar todos os companheiros e companheiras que fizeram esta luta. Uma vitória que é nossa: CNTE, Proifes e Contee, que sempre tivemos coincidência de luta nessa longa trajetória das nossas entidades. Inaugurar uma sede é celebrar uma trajetória. Um legado de luta. Vamos celebrar mesmo no meio do pesadelo, porque o novo dia vai amanhecer.”

A nova sede, que contou com projeto do arquiteto Lourival Machado Resende, cujo trabalho foi destacado por Gilson Reis na solenidade, ocupa o 15º andar do Edifício Seguradoras, no Setor Bancário Sul (SBS), quadra 1, bloco K, lote 29, Brasília.

 

Confira algumas imagens da galeria Contee:

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Contee
Por Carlos Pompe e Táscia Souza
Fotos: Leandro Freire/TREEMIDIA