A deficiência na formação dos professores brasileiros vai além da falta de diploma. Mesmo os professores que saem da faculdade com a habilitação para a docência não estão recebendo formação adequada. “As licenciaturas não estão formando professores profissionais”, crava Bernadete Gatti, pesquisadora do assunto pela Fundação Carlos Chagas.
“É um curso que foi encurtado e que dentro das universidades não recebe a atenção que deveria ter. Parece que qualquer um pode ser professor e não é qualquer um que pode ser professor”, afirma Gatti.
Para a especialista em formação docente, a maioria dos cursos de licenciatura está muito longe da experiência da sala de aula e se preocupa em dar apenas os conteúdos disciplinares que o professor vai abordar em sala de aula.
“O professor tem que aprender a gestão da sala de aula. Se ele tem que lidar com criancinha é uma coisa, se ele está lindando com jovens é outra coisa”, afirma. “Todas as profissões têm seus métodos de trabalho: o engenheiro aprende a fazer os cálculos, o professor deveria aprender a dar aula bem.”
A falta de experiência prática durante a formação é outro ponto de crítica. Hoje, a experiência dos estudantes é cumprida em estágios obrigatórios. “Os estágios nas licenciaturas não são avaliados, não são programados devidamente. Em geral, o estágio fica por conta do aluno que vai encontrar um professor que tenha boa vontade de recebê-lo. Ninguém sabe o que ele fez nesse estágio.”
Valorização da carreira
Em outubro do ano passado, uma pesquisa internacional mostrou que, entre 21 países, o Brasil fica em penúltimo lugar em relação ao respeito e à valorização dos seus professores.
Com salários baixos, um dos problemas é que a docência não atrai os jovens no ensino superior. Neste ano, o piso nacional do professor foi fixado em R$ 1.697,39, para uma jornada de 40 horas.
Mesmo entre os que decidiram seguir carreira na sala de aula, a evasão da educação básica é cada vez maior. Insatisfação no trabalho e desprestígio profissional são alguns dos motivos apontados por quem prefere abandonar a sala de aula.
A formação e a valorização do professor é uma das metas do PNE (Plano Nacional de Educação), que está em discussão na Câmara dos Deputados.
Fonte: Uol Educação
Jorn. FERNANDA MACHADO
Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás
2 respostas em “Licenciaturas não formam professores profissionais”
Concorde que exista sim cursos péssimos por ai, não somente os da Licenciaturas mas até inclusive de Pedagogia em que não há supervisão nenhuma de estágio.
Contudo discordo em uma coisa nesta fala toda, sobre a GENERALIZAÇÃO.
Estou no 7º período de de Pedagogia na PUCGOIAS, um excelente curso, são 4 semestre de ESTÁGIO SUPERVISIONADO, estou no meu 3º Estágio Supervisionado, no 1º e 2º semestre fui muito bem orientada e supervisionada pela Professora Daniela Rodrigues da PUCGOIAS regente do nosso estágio, tanto a professora e o campo de estágio (a escola) são selecionados pela coordenação de nosso curso.
Neste sentido temos uma vasta preparação em teoria e depois passamos para pratica reflexiva , todos os textos e autores que estudamos passamos a vivenciá-los na prática, com aulas preparadas por nós acadêmicos. E até na prática dentro da sala de aula a professora nos acompanhou. Hoje estou no estágio III, com a excelente professora Patrícia Marcelina e também nos supervisionará no IV estágio.
Sempre após a nossa ida ao campo de estágio (a escola) temos uma aula exclusiva para avaliação de nossas observações e relacionarmos aos textos estudados, são várias e ricas as discussões também supervisionada pela nossa professora. Ao final de cada semestre fazemos um Projeto de Pesquisa que inclui, relatórios de nossas visitas, as aulas que ministramos, um projeto sobre o que vamos desenvolver na escola e anexos. Enfim, deu para perceber que aqui nosso curso é bem estruturado! É isso!
A notícia não expressa a opinião do Sinpro Goiás, é apenas uma notícia de cunho informativo, e concordamos com a sua manifestação.
Att,
Sinpro Goiás