O coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, gravou um vídeo nesta quarta-feira (6), na porta da Polícia Federal, em Belo Horizonte, denunciando a arbitrariedade das conduções coercitiva do reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jaime Arturo Ramírez, da vice-reitora, Sandra Regina Almeida, além do ex-reitor Clélio Campolina e da ex-vice-reitora Heloisa Starling, além de quatro professores. Segundo a PF, a Operação Esperança Equilibrista apura o suposto de desvio de recursos públicos para a construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil.
“É uma tentativa de desmoralizar a universidade pública brasileira, com o objetivo de privatizar essa instituição, que tanto compromisso tem com a nação brasileira, com a educação, com a ciência e a tecnologia”, declarou Gilson. “Há uma decisão do governo de destruir a educação pública brasileira e entregá-la ao mercado privado de educação.”
Assista:
Leia abaixo a nota da Contee:
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee manifesta sua indignação pela arbitrariedade da Operação Esperança Equilibrista na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a condução coercitiva pela Polícia Federal de oito pessoas, entre as quais o reitor Jaime Arturo Ramírez, a vice-reitora, Sandra Regina Almeida, o ex-reitor Clélio Campolina e a ex-vice-reitora Heloisa Starling, além de outros professores.
Sob o nome irônico da operação, aludindo à música “O bêbado e a equilibrista”, um dos hinos da luta pela democracia, a PF investiga suposto desvio de recursos para a construção e implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil. Não deixa de ser emblemático que, justamente devido a uma obra idealizada para preservar e difundir a memória política dos períodos de repressão, aconteça mais um exemplo do estado de exceção que domina o Brasil, tal como a perseguição que vitimou, em outubro passado, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier. Um estado policial que desrespeita direitos básicos dos cidadãos e atropela o Estado democrático de direito.
É igualmente sintomático que a ação se dê poucos dias depois do relatório do Banco Mundial recomendando o fim da gratuidade nas universidades brasileiras. As sucessivas tentativas de desmoralização das universidades públicas no país serve claramente aos interesses privatistas, os quais repudiamos e contra os quais lutamos em nome da defesa da educação pública, gratuita, inclusiva, democrática e de qualidade socialmente referenciada, que a UFMG tão bem representa.
Brasília, 6 de dezembro de 2017.
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee
Por Táscia Souza