Professor Alan Francisco e Maria Prestes, viúva de Luis Carlos Prestes.
O Presidente do Sinpro Goiás e Diretor da Secretaria de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), o Prof. Alan Francisco de Carvalho e a diretora, também da Contee , Nara Teixeira de Souza (Secretaria de Assuntos Institucionais) representaram suas entidades no início da tarde desta terça-feira, 20, da sessão comemorativa alusiva aos 90 anos da Coluna Prestes, no Congresso Nacional, em Brasília.
Considerada o ápice do Movimento Tenentista, a Coluna Prestes ficou ativa por dois anos e três meses, percorrendo 25 mil quilômetros e 11 estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A marcha enfrentou as tropas do Exército ao lado de forças policiais de vários estados, além de tropas de jagunços, sem ser vencida.
O discurso oficial da sessão solene foi lido pela deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que destacou que os participantes da Coluna Prestes enfrentaram adversidades e confrontos ao denunciar a situação precária das condições do povo brasileiro e a luta pela implantação do voto secreto e da educação fundamental obrigatória. “Além do significado histórico da Coluna, ela tinha bandeiras que ainda hoje são atuais, como as bandeiras da educação, o combate às oligarquias, o feminismo. Algumas foram conquistadas, mas outras ainda estão por vir, o que mostra a atualidade da marcha”, destacou o diretor da Contee. “Na medida em que iam passando pelos lugares, eles incorporavam bandeiras populares, importantes para o povo, em defesa da soberania, do desenvolvimento econômico. Simbolicamente, podemos dizer que a marcha continua viva”.
Após a leitura do discurso oficial, foi feita a homenagem aos combatentes da Coluna Prestes, com entrega de certificados honoríficos à viúva de Luís Carlos Prestes, Maria Ribeiro Prestes; Letícia de Barros Azevedo, neta de João Cabanas; Iuri, neto do Miguel Costa; e Cleiton, que recebeu em nome de Izidro Pires Nardes, ainda vivo, com 104 anos.
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que presidiu a sessão, compôs a mesa com parlamentares e homenageados, entre eles Maria Prestes. Em seu pronunciamento, Inácio Arruda disse que os revolucionários queriam o progresso do país, um país de população ainda pequena, naquela década de 1920, mas gigantesco, rico e poderoso, com capacidade produtiva extraordinária. E, falando aos estudantes, destacou que “a Coluna era formada de jovens oficiais do Exército brasileiro, todos desejosos do desenvolvimento da nação.”
“Por isso homenageamos a Coluna Prestes, para resgatar para a juventude brasileira o resultado da história”, disse Inácio, acrescentando que “é possível o povo viver muito e muito bem, e não acontecia esse grau de desenvolvimento porque a elite dirigia a nação e frustrava todas as tentativas de desenvolvimento mais largo do país.”
A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) também se dirigiu diretamente aos estudantes presentes. “O espírito da Coluna Prestes deve se manter vivo na combatividade da nossa juventude, por isso é importante que se conheça a história e se compreenda as mudanças e avanços resultantes dos atos de coragem dos heróis da nossa Pátria. Assim a marcha segue nas lutas do povo, para fazer avançar o Brasil que a Coluna descortinou.”
Truculência
Apesar da importância história, a sessão foi encerrada de forma abrupta e truculenta pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), que presidiria a sessão plenária. Como a solenidade começou com mais de uma hora de atraso em função da demora de outra sessão solene que acontecia no Plenário da Câmara, o deputado simplesmente assumiu o posto na Mesa Diretora e, interrompendo a fala do senador Inácio Arruda, encerrou a sessão.
A atitude desrespeitosa foi criticada por outros parlamentares e pelos diretores da Contee. “O deputado Inocêncio de Oliveira, de maneira truculenta, se apossou da Mesa Diretora e encerrou. Regimentalmente, tinha extrapolado o prazo, mas se tratava de uma sessão que inclusive, contava com a presença de muitos estudantes, os quais presenciaram uma situação deplorável do ponto de vista do que deveria ser o Congresso Nacional, a Casa do Povo”, destacou Alan. “A Coluna ainda está viva e o coronelismo também. Foi uma lição de como não se faz democracia.
O evento tem o apoio do Sinpro Goiás, da Fundação Maurício Grabois e de várias outras entidades e movimentos do povo.
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Fonte: Contee, com informações da Agência Câmara
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Jorn. FERNANDA MACHADO
Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás