Reforma da Previdência – Página: 2
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Contee e Centrais na luta contra a reforma da Previdência, dia 19

 

A Diretoria Executiva da Contee saudou a decisão das centrais sindicais de realizar, dia 19, Jornada Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência. “A unidade é fundamental para enfrentarmos essa ofensiva patronal e governamental. Vamos nos somar a essa luta chamada pela CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT e Intersindical”, afirmou Gilson Reis, coordenador-geral da Confederação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) anunciou que pretende votar a proposta de reforma no dia 19 e o Governo Temer está lberando emendas para os parlamentares da base aliada para garantir votos favoráveis. “De nossa parte, temos que fazer o contrapeso. Mostrar à população o quanto a reforma é nefasta, acaba com nosso direito à aposentadoria, e pressionar os deputados para que votem contra”, observa Gilson. “Nossa força está na ação nas ruas, por isso faremos, no dia 19, paralisações, manifestações, panfletagens e outros tipos de ação para mostrar nosso repúdio à proposta governista”, argumenta.

Segundo o presidente Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, “unidade e resistência nesta etapa serão fundamentais. A CTB orienta seus sindicatos, federações e confederações a realizarem assembleias, plenárias regionais e estaduais, panfletagens, blitz nos aeroportos e a reforçarem, no estados, a pressão nas bases dos parlamentares”.

“Toda a Jornada de Luta será importante para alertar a população da campanha mentirosa do governo e das consequências maldosas da reforma para a classe trabalhadora. Os sindicatos, federações e confederações filiados à Central Única dos Trabalhadores vão mobilizar a base e intensificarão a contraofensiva para derrotar esse governo. Não descansaremos nenhum dia”, observa o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

Carlos Pompe da Contee

 

Leia a nota das Centrais:

Em reunião manhã desta quarta-feira (31), as centrais sindicais (CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT, Intersindical) aprovaram a realização de uma Jornada Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência.

Na oportunidade, as centrais repudiaram a campanha enganosa do governo Michel Temer para aprovar a Reforma da Previdência. E orientam para o próximo dia 19 de fevereiro um Dia Nacional de Luta.

Com a palavra de ordem “Se botar pra votar, o Brasil vai parar”, as centrais orientam suas bases a entrarem em estado de alerta e mobilização nacional imediata, com a realização de assembleias, plenárias regionais e estaduais, panfletagens, blitz nos aeroportos, pressão nas bases dos parlamentares e reforçar a pressão no Congresso Nacional.

As centrais sindicais conclamam suas bases a reforçar o trabalho de comunicação e esclarecimento sobre os graves impactos da “reforma” na vida dos trabalhadores e trabalhadoras.

A unidade, resistência e luta serão fundamentais para barrarmos mais esse retrocesso.

Antonio Neto, presidente da CSB

Adilson Araújo, presidente da CTB

Wagner Freitas, presidente da CUT

Paulo Pereira da Silva (Paulinho da Força), presidente da Força Sindical

José Calixto Ramos, presidente da Nova Central

Ricardo Patah, presidente da UGT

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Déficit previdenciário: “Não acredite nos números do governo”, alerta presidente da ANFIP

 

O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), Floriano Martins de Sá Neto,  falou nesta quinta-feira (25) ao Portal CTB sobre  a Reforma da Previdência que o governo Temer pretende implantar no Brasil.

Em entrevista transmitida, ao vivo, pela página da central no Facebook, o dirigente comentou o anúncio do déficit previdenciário feito esta semana pelo secretário de Previdência, Marcelo Caetano,  de R$268,8 bi e alertou: “Não acredite nos números do governo  – ele mente e distorce toda a realidade da Previdência Social “.

Para Floriano Sá, o rombo da Previdência não passa de uma falácia, uma estratégia usada por Temer para vender uma reforma, cujo  “um dos pilares é reduzir o gasto social”.

Os impactos na vida dos servidores públicos, do trabalhador e da trabalhadora do campo, da cidade, e a quem a Reforma da Previdência realmente beneficia deram o tom da entrevista.

Confira no vídeo abaixo!

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Congresso Nacional: após recesso, líderes da base governista vão priorizar reforma da Previdência

A reforma da Previdência (PEC 287/16), cuja votação está marcada para 19 de fevereiro, deve ser o principal tema em análise no Plenário da Câmara dos Deputados em 2018. Essa é a opinião tanto de líderes de partidos da base do governo, que defendem a medida como necessária para equilibrar as contas do País; quanto os da oposição, que alertam sobre a retirada de direitos e querem evitar a aprovação da proposta.


Na opinião do líder do PSB, deputado Júlio Delgado (MG), o governo Temer não tem legitimidade para apresentar a reforma da Previdência e o assunto deve ficar para o próximo governo a ser eleito em 2018. “A nossa tarefa é continuar segurando e evitando que se vote uma reforma da Previdência que, neste momento, fica comprometida”, disse.

Essa é a mesma opinião do líder do PDT, deputado Weverton Rocha (MA). “Nosso projeto prioritário é enterrar de vez o debate da reforma com o Temer”, afirmou. A líder do PCdoB, deputada Alice Portugal (BA), disse que o partido também irá batalhar para impedir a votação do texto “cruel e fiscalista, que retira o direito de aposentar” de parte da população.

Reforma tributária

Outro foco dos debates, de acordo com os líderes, é a reforma tributária. Uma proposta em debate na Câmara, relatada pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), busca simplificar e reduzir a regressividade do sistema (mais tributação dos mais pobres e menos dos mais ricos).

Na opinião do líder do Psol, deputado Glauber Braga (RJ), para a questão tributária ser revista de forma “verdadeira”, é essencial se regulamentar a tributação sobre grandes fortunas, como prevê a Constituição.

Reforma Trabalhista
Ajustes na reforma trabalhista projetam debates acirrados entre governo e oposição no início do ano legislativo. O foco da discussão será a medida provisória (MP 808/17) que altera vários pontos da reforma trabalhista (Lei 13.467/17) em vigor desde novembro. Para não perder a validade, o novo texto deve estar definitivamente aprovado na Câmara e no Senado até 22 de fevereiro.

Os ajustes contidos na MP fizeram parte do acordo do governo Michel Temer com os senadores para concluir a votação da reforma trabalhista no Congresso, em julho do ano passado. Ao todo, o texto trata de 17 pontos, como trabalhos intermitente e autônomo, jornada de 12 por 36 horas e condições de trabalho para gestantes e lactantes.

Deputados e senadores, principalmente da oposição, apresentaram 967 emendas para alterar não apenas a medida provisória, mas toda a reforma trabalhista, como admite o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), autor de nove emendas.

“Vamos aproveitar a medida provisória para rediscutir alguns pontos gravíssimos que prejudicam o trabalhador. A questão do trabalho intermitente é um verdadeiro absurdo: o trabalhador não sabe quanto vai ganhar no fim do mês e fica completamente na mão do patrão”, afirma.

Zaratini menciona ainda a exigência de que se o trabalhador perder a ação na Justiça do Trabalho pague os custos do processo. “Isso não tem pé nem cabeça. A Justiça do Trabalho não é uma justiça comum. É uma justiça reparadora”, acrescenta.

Entidades de classe
Além dos embates entre governo e oposição, os ajustes na reforma trabalhista mobilizam as entidades de classe, como a CTB e a Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat). Para a vice-presidente da Abrat, Alessandra Camarano, a reforma é inconstitucional e a medida provisória “potencializa” a insegurança jurídica instalada no mercado de trabalho desde novembro.

Antes de ser votada nos Plenários da Câmara e do Senado, a medida provisória com ajustes na reforma trabalhista ainda vai passar por análise de uma comissão mista.

De Brasília, Ruth de Souza – Portal CTB (com Agência Câmara)

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Economia em crise prejudica negociações coletivas

Inflação baixa é elemento positivo nas negociações coletivas para conquista de aumentos mais consistentes mas, em 2017, trabalhadores não viram isso acontecer

A subseção do Dieese da CUT fez uma análise dos reajustes salariais conquistados em 2017, ano em que o Brasil registrou baixo crescimento econômico, incertezas e instabilidades que impactaram nas negociações coletivas e concluiu que, para a classe trabalhadora, não há sinal da tal recuperação econômica tão festejada pela mídia conservadora.

Sem crescimento econômico, com altas taxas de desemprego e aumento da informalidade é muito pequena a margem para aumentos reais nas negociações coletivas e, apesar da inflação baixa, muitas categorias não conseguiram conquistar aumentos reais nos salários.

Confira a íntegra do artigo:
Negociações coletivas em 2017: à espera da recuperação econômica
Por Adriana Marcolino, técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional
O ano de 2017, diferente do que argumenta o governo Temer, terminou com baixo crescimento, incertezas e instabilidade, com alguns resultados econômicos pouco relevantes frente ao tamanho da crise que vivemos no país (como a pequena redução do desemprego) e com outros bastante desastrosos (como o grande déficit fiscal).

As negociações coletivas nesse cenário também apresentaram dados pouco expressivos, ainda que mais positivos do que o observado em 2016 e 2015. Questões como desempenho da economia, inflação e taxa de desemprego são componentes que têm forte impacto nas negociações das datas-bases.

Com o fraco crescimento no terceiro trimestre de 2017 e ainda, em desaceleração em relação aos anteriores, não é possível afirmar que exista uma base econômica dinâmica e sustentável que possibilite crescimento em patamares maiores, com maior estabilidade e vigor – e sem crescimento econômico, há pouca margem para aumentos reais nas negociações coletivas.

A taxa de desemprego, além de se manter em patamares elevados, registrou recuo de 13,7% para 12,4% entre o primeiro trimestre e o terceiro trimestre de 2017 por meio da criação de empregos precários, sem carteira assinada. Essas altas taxas de desemprego e crescimento da informalidade são um elemento que dificulta a mobilização dos trabalhadores em processos de negociação coletiva ou de busca de novos direitos.

Em relação à inflação houve uma redução expressiva desse indicador em 2017. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), indicador utilizado nas negociações coletivas, registrou inflação de 1,95% em 12 meses terminados em novembro.

A inflação baixa é importante para o trabalhador porque evita perdas reais e constantes em seus rendimentos, mas os fenômenos relacionados a essa baixa em 2017 tem características que podem penalizar os trabalhadores, em especial, os de menores salários. Apesar da importante queda nos preços dos alimentos, esse movimento ainda não foi suficiente para fazer frente ao processo inflacionário de 2015 e 2016, e por outro lado, os preços administrados pelos governos (água, luz, gás de cozinha, combustíveis, remédios) têm apresentado forte alta, pesando principalmente nas rendas menores.

Mesmo com a queda da inflação, muitas categorias ainda não conseguiram conquistar aumentos reais nos salários e o resultado parcial das negociações de 2017 até novembro demonstra que 59,4% conseguiram reajustes acima da inflação (vide tabela abaixo). No entanto, a média desses aumentos reais é de apenas 0,31%.

Em momentos de crescimento econômico, a inflação em baixa é um elemento positivo nas negociações coletivas para a conquista de aumentos reais mais consistentes – 2017 não viu isso acontecer.

Para se ter uma ideia, em 2012 – melhor ano da série histórica acompanhada pelo DIEESE – o numero de acordos com aumento real ficou em 93,6% com um aumento real médio de 1,90%. Entre 2006 e 2014 as proporções de reajustes acima da inflação se mantiveram em patamares altos, variando entre 80% e 90%. Com o aprofundamento da crise e aumento das taxas inflacionárias, os reajustes acima da inflação tiveram forte queda em 2015 e 2016, ano em que os acordos e convenções coletivas com aumentos reais corresponderam a apenas 19% do total.

No segundo semestre de 2017, por exemplo, o setor metalúrgico registrou 18 importantes negociações coletivas, 12 delas conseguiram apenas repor a inflação, apenas cinco conquistaram ganhos reais e uma registrou reajuste abaixo da inflação.

Apesar da analise dos reajustes de 2017 sugerir um desempenho pouco promissor quanto aos aumentos reais para 2018, mesmo com a inflação em patamares baixíssimos, o ponto positivo que se vislumbra para o próximo período é o fim do ciclo dos reajustes abaixo da inflação: em 2016 cerca de 36,7% dos acordos ficaram abaixo da inflação e em 2017, segundo os dados preliminares, apenas 8,9% de acordos registraram reajustes abaixo da inflação, em que pese, os impactos variados dos preços sobre as famílias.

Por fim, outro elemento que pode dificultar as negociações coletivas em 2018 é a tentativa de retirada de garantias previstas nos acordos e convenções coletivas com a entrada em vigor da Reforma Trabalhista.

CONTEE

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Ministros do TST avaliam que lei trabalhista não pode retirar direitos adquiridos

Uma comissão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) avaliou que diversos pontos da reforma trabalhista só poderão ser aplicados aos novos contratos, firmados após 11 de novembro do ano passado, quando a lei entrou em vigor.

O argumento dos ministros é que a nova lei trabalhista não pode retirar direitos adquiridos do “empregado ou do empregador”. A informação é capa do Estadão desta terça (9) que reproduz parte de uma proposta elaborada pela Comissão de Jurisprudência do TST, que começará a ser discutida no plenário do TST no dia 6 de fevereiro.

O parecer destaca alguns artigos da lei que só poderão valer para contratos novos. Entre eles estão o fim do pagamento pelo tempo de deslocamento entre a casa e o trabalho e a incorporação das gratificações e diárias de férias ao salário.

Se o contrato de trabalho for anterior à nova lei, o funcionário poderá cobrar da empresa na Justiça. Para que o posicionamento da comissão seja válido ele terá de ser aprovado pelos 18 ministros do TST, equivalente a 2/3 do plenário. Se isso ocorrer, a norma deverá orientar a decisão dos juízes em todo o país.

Portal CTB 

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CTB: Nosso compromisso é com a classe trabalhadora

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), desde a sua criação, luta incansavelmente para a construção de um sindicalismo classista. Um sindicalismo que tenha por centro a luta em defesa do conjunto dos interesses da classe trabalhadora.

Partindo desta premissa, nos causa surpresa a reportagem publicada nesta segunda-feira (8), no jornal O Globo, na qual se denuncia suposta fraude em repasses dos recursos da contribuição sindical.

O texto da reportagem indica que, após auditoria, a Controladoria Geral da União (CGU), “identificou prejuízos ao Fundo de Amparo ao trabalhador (FAT), para onde vai parte dos recursos da contribuição sindical, causado por um esquema de desvio de dinheiro com a participação de três funcionários da pasta [Ministério do Trabalho e Emprego], de pessoal das superintendências e duas federações de trabalhadores.”

Para a CTB é urgente a investigação deste ou de quaisquer outros desvios de conduta por quem gerencia esses recursos que, por direito, são da classe trabalhadora.

Ao mesmo tempo, nossa central acha irresponsável a forma como a mídia trata a questão. Já que se trata de uma negociação realizada no âmbito de instituições reconhecidas (Governo, Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Centrais Sindicais, Advocacia Geral da União (AGU) e Caixa Econômica Federal), cuja a pauta foi conduzida com toda a responsabilidade que cobra o tema.

Sobretudo considerando o fato do reconhecimento por parte do governo, e do MPT, através do Procurador Geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, concretizado na assinatura de um TERMO DE MEDIAÇÃO, que ratificou a necessidade da publicação de uma Portaria para instalação do Grupo de Trabalho para tratar da questão.

Não compactuamos e nem usamos de expedientes espúrios para construir nossa luta. Apoiamos a ampla investigação e a devida restituição dos recursos desviados do resíduo das contribuições. E vale salientar que os recursos compreendem valores devidos às entidades sindicais e PATRONAIS.

Reafirmamos que a CTB não participa de balcões de negócios e tampouco negocia os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Nosso compromisso é lutar contra os ataques do governo que ameaça conquistas e acaba com qualquer horizonte de futuro digno para nosso povo.

Não há contradição em cobrar o que é devido e construir a luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora. À luta, sempre!

Adilson Araújo
Presidente Nacional da CTB

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Contee não dará trégua à reforma da Previdência

A Câmara dos Deputados quer votar a toque de caixa a reforma da Previdência. “Não vamos dar trégua, vamos mobilizar os trabalhadores, realizar manifestações, acompanhar os trabalhos legislativos e pressionar os parlamentares em defesa dos nossos direitos”, alerta o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis. Juntamente com as centrais sindicais, os trabalhadores em estabelecimento de ensino estão programando ações contra a reforma, “que só nos traz prejuízos e perdas”, enfatiza Gilson.

O relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), pretende retomar ainda em janeiro as conversações em torno do tema. O objetivo é garantir a votação em plenário em fevereiro, quando são retomados os trabalhos legislativos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou a discussão da reforma a partir de 5 de fevereiro. A votação em primeiro turno está marcada para 19 de fevereiro. Para ser aprovada, são necessários 308 votos favoráveis, em dois turnos.

A base governista aceita discutir uma regra de transição para quem ingressou no serviço público antes de 2003 – segundo a Secretaria de Previdência, do Ministério da Fazenda, esse contingente soma 52% dos atuais ativos, cerca de 308,7 mil pessoas –, mas descarta alterações no texto que contemplem os trabalhadores da iniciativa privada, também duramente prejudicados pelo Projeto de Emenda Constitucional (PEC 287/16) enviado pelo Governo Temer.

Os trabalhadores que entraram no serviço público antes de 2003 precisariam atingir 65 anos, se homem, ou 62 anos, se mulher, para manter o direito à integralidade (valor do último salário na ativa) e à paridade (reajustes iguais aos dos ativos). Além disso, teriam de cumprir, como atualmente, outros requisitos, como tempo de contribuição (pelo menos 35 anos para o homem e 30 anos para a mulher), 20 anos de efetivo serviço público e 5 anos no cargo em que se aposentar.

O relator mantém a aposentadoria especial do professor, mas em condições mais gravosas que hoje. Para o professor, 60 anos de idade para homem e mulher, com 15 anos de contribuição para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou 25 anos para Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), instituído por entidades públicas. “Porém, no setor privado dificilmente o professor ou professora alcançará a aposentadoria. A professora que começou a trabalhar no ensino infantil aos 25 anos, completará 25 anos de trabalho aos 50 e ainda terá mais dez anos de trabalho pela frente, num mercado que já não emprega nessa faixa etária”, argumentou, durante audiência no Senado, no ano passado, o coordenador da Secretaria de Assuntos Institucionais da Contee, Rodrigo Pereira de Paula.

Arthur Oliveira Maia não pretende alterar as regras propostas para as aposentadorias rurais, que exigem pelo menos 15 anos de contribuição para quem quiser se aposentar aos 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos, se mulher. A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) denuncia: “Aqueles que por 15 anos contribuíram terão uma redução nos salários de 85% para 60%, o que atinge também os trabalhadores rurais”, comparando a situação de quem hoje se aposenta por idade com a proposta do relator.

Pelas regras atuais, um homem que aposentar aos 65 anos e com 15 anos de contribuição receberá 70% da média dos salários mais 1 ponto percentual por ano completo de contribuição, totalizando 85% (70% + 15%). A proposta do relator diminui para 60% da média dos salários.

O deputado Marco Maia (PT-RS) alertou para outros pontos prejudiciais aos trabalhadores. “As viúvas e os viúvos terão cortes de mais de 50% na renda familiar com as mudanças nas pensões. Será que o cidadão sabe que a regra de cálculo da aposentadoria, que hoje utiliza 80% das maiores contribuições, passará a contar 100% das contribuições, o que vai diminuir o salário final, em média, em 15%?”, questionou.

O líder do PSB, deputado Júlio Delgado (MG), considera que o Governo Temer não tem legitimidade para apresentar a reforma e o assunto deve ficar para o governo a ser eleito em 2018. “A nossa tarefa é continuar segurando e evitando que se vote uma reforma da Previdência que, neste momento, fica comprometida”, disse. O líder do PDT, deputado Weverton Rocha (MA), concorda: “Nosso projeto prioritário é enterrar de vez o debate da reforma com o Temer”.

Debate também no Senado

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado aprovou uma série de audiências públicas sobre a reforma. A primeira está marcada para o dia 5 de fevereiro, para debater o relatório final da CPI da Previdência. O senador Paulo Paim (PT-RS), que presidiu a CPI, quer confrontar as posições do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que afirma que o deficit previdenciário é “inquestionável” e que há uma tentativa de “esconder a realidade”, com a posição dos que entendem que o deficit da Previdência é fruto de má gestão, que permite fraudes e a existência de grandes devedores. “São necessários o combate às fraudes, a cobrança dos grandes devedores, a revisão das desonerações e o fim do mecanismo de desvinculação de receitas da União para o ajuste das contas da Previdência”, opina o parlamentar gaúcho.

A CDH deve realizar também audiência pública para discutir o desvio de recursos públicos da Previdência para entidades privadas.

Carlos Pompe / CONTEE

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Perspectivas para 2018 desmentem discurso otimista do governo e mídia pró-Temer

Foto: Tribuna do Sertão

Apesar de promessas de crescimento, não há dinamização do mercado de trabalho. Empresas demitem trabalhadores formais para recontratar ganhando menos ou de maneira informal

São Paulo – Apesar de o governo e a mídia tradicional adotarem discurso otimista de retomada do crescimento e melhora generalizada da economia e do emprego, as expectativas para 2018 não prometem dias melhores para o trabalhador brasileiro.

O presidente Michel Temer e aliados defenderam desde a posse, em 2016, que a terceirização e a reforma trabalhista serias modernizadoras e promoveriam mais ocupações.

Mas, aprovadas essas reformas, e após o fim de 2017, a previsão de analistas aponta para efeito contrário: demissões em massa e extinção de empregos formais. “Não houve uma dinamização do mercado de trabalho. Pelo contrário, há exemplos de empresas que demitem trabalhadores formais para recontratar ganhando menos ou de maneira informal. A promessa do governo dá indícios de que não vai se cumprir, e vai ocorrer na verdade a deterioração das relações do trabalho. Quem perde é o trabalhador”, avalia o professor de Economia da Unicamp Guilherme Mello, na TVT.

Segundo o último balanço do IBGE, o desemprego ficou em 12% no trimestre encerrado em novembro de 2017. O índice se mantém acima de igual período de 2016 (11,9%).

Para Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, a Petrobras tem hoje uma atuação “de empresa cada vez mais privada”. A estatal fixa os preços livremente, considerando os resultados mais interessantes para os acionistas do que para o consumidor brasileiro.

Lúcio destaca o impressionante aumento de gás de cozinha e gasolina como itens que sacrificam ainda mais o trabalhador num cenário de perspectivas já difíceis, já esses preços afetam diretamente a rotina das pessoas e da economia como um todo.

Nos últimos cinco meses, o reajuste do botijão chegou a 68% e a tendência para 2018 não é das melhores.

O preço final dos combustíveis hoje vendidos na bomba do posto de gasolina está “indexado” ao preço internacional. O Brasil sempre administrou preços de combustíveis de acordo com as necessidades do país, mas, agora, “o golpe atrelou aos preços internacionais”, como têm avaliado lideranças dos petroleiros.

Para a população mais pobre, a política posta em prática pelo atual governo e pela Petrobras, comandada por seu presidente, Pedro Parente, tem consequências dramáticas. Setores mais carentes chegam hoje a trocar o gás por lenha.

Mesmo com perspectivas pessimistas, baseadas na realidade, e informações como essa, o governo continua fazendo o discurso de que a recessão acabou e que 2018 será de crescimento e geração de emprego.

Rede Brasil Atual/CONTEE 

 

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Adilson Araújo: Sem o povo não há saída para a superação da crise brasileira

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Presidente nacional da CTB, segunda mais influente central sindical do Brasil, o bancário Adilson Araújo está convicto de que somente a resistência popular, a luta nas ruas, será capaz de barrar mais uma investida do projeto neoliberal contra o povo brasileiro, que é a reforma da Previdência.

Em entrevista exclusiva a O Bancário, ele propõe a unidade das forças progressistas em defesa da democracia social e do Estado de direito e deixa evidente que o enfrentamento ao neoliberalismo vai muito além da luta no plano institucional.

O BANCÁRIO – Como impedir que a reforma da Previdência seja votada antes da eleição presidencial do próximo ano?

ADILSON ARAÚJO – Luta intensa nas ruas e no Congresso Nacional, pressionando as bases dos parlamentares aliados ao governo e denunciando ao conjunto da sociedade o que representa a proposta de “reforma” da Previdência Social, que na verdade acaba com a aposentadoria. Enfrentamos também uma campanha brutal do governo, com forte apoio da mídia hegemônica, para aprovar o pacote de maldades que, sordidamente, Temer um dia chamou de “ponte para o futuro”.

O BANCÁRIO – É possível barrar a reforma da Previdência só pela via institucional?

ADILSON ARAÚJO – Barrar uma proposta como essa exige mobilização, resistência e luta em diferentes frentes. Somente com o empenho dos diversos setores organizados da sociedade junto com o movimento sindical conseguiremos alavancar uma onda de resistência que pode contrabalancear o cenário de disputa no interior do Congresso Nacional. A luta conjugada entre as frentes de massa e institucional são estratégicas para a disputa em curso.

O BANCÁRIO – Por que um governo denunciado por corrupção, com 95% de rejeição, e um Parlamento investigado, têm conseguido impor uma agenda tão impopular?

ADILSON ARAÚJO – Estamos diante do Congresso mais conservador desde 1964, um Congresso que tem políticos comprometidos com o povo e com seus interesses particulares. Por trás do chamado movimento “Não Vai Ter Copa” e das chamadas “Jornadas de Junho” estavam as sementes da complexa conjuntura que se instalou no país e elegeu, em 2014, o Congresso Nacional mais venal de nossa história. Depois disso, estavam dadas as bases necessárias para empurrar o país para a crise política que desaguou no golpe parlamentar de maio de 2016.

O BANCÁRIO – As centrais sindicais têm plano para reverter a agenda neoliberal na pró- xima legislatura?

ADILSON ARAÚJO – O ano de 2018 será tão intenso quanto foi 2014. A diferença é que se lá lutamos por avanços nas mudanças, aqui a luta partirá da defensiva. Com a defesa de direitos consagrados e pela edificação de um projeto que recoloque o Brasil nos rumos do desenvolvimento com geração de emprego, valorização do trabalho e distribuição da renda. É bom acrescentar que o movimento sindical não luta apenas pelos interesses corporativos da categoria, mas abraça uma causa maior, estreitamente vinculada à melhoria de vida dos trabalhadores e trabalhadoras, o desenvolvimento nacional, a valorização do trabalho, a afirmação da soberania nacional e da democracia. Um Brasil próspero, democrático, soberano e voltado para o bem estar do povo depende de sindicatos fortes, em sintonia com os interesses nacionais.

 

Fonte: Jornal O Bancário, uma publicação do Sindicato dos Bancários da Bahia.