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Poesia ajuda a superar desafios da escrita em escola de Cubatão

A poesia foi o recurso adotado pela professora paulista Milene Pinheiro para enfrentar desafios de aprendizagem não superados pelos alunos da Unidade Municipal de Ensino João Ramalho, em Cubatão, São Paulo. Para ajudar os estudantes do quarto ano do ensino fundamental que faziam recuperação paralela, em razão de dificuldades relacionadas ao processo inicial de alfabetização, Milene optou pelo limerique, estilo de poesia difundida no Brasil pela escritora russa Tatiana Belinky [1919-2013].

Com o projeto Oficina de Limeriques, desenvolvido de março a junho de 2012, a professora reforçou o trabalho com os alunos da turma de recuperação e também da turma regular do segundo ano do ensino fundamental. Nesse período, os estudantes aprenderam a escrever poemas com cinco versos, com a mesma rima na primeira, segunda e quinta linhas e outra na terceira e na quarta.

As dificuldades na escrita não impediram os alunos de produzir os próprios poemas. “Eles foram aprendendo esse estilo de escrever, engraçado, rimado e, ao mesmo tempo, desafiador, por exigir controle das palavras de cada verso, com contagem de sílabas poéticas”, diz a professora. Como incentivo, ela inscreveu os alunos das duas turmas em um concurso regional de poesias. A escola concorreu com 12 alunos, oito deles da turma de recuperação paralela. “Embora nenhum deles tenha vencido, esse tipo de reconhecimento foi muito importante para a autoestima de todos”, diz Milene.

O projeto foi concluído com a realização de um sarau na escola. O evento teve leitura de poemas autorais e de escritores como o inglês Edward Lear [1812-1888] e a paulista Viviane Veiga Távora, idealizadora do Prêmio Tatiana Belinky de Limeriques.

Com o sucesso do projeto, Milene continuou a desenvolvê-lo. Este ano, com alunos do segundo ano. “Eles puderam se expressar através da escrita e leitura de poemas, além de observar algumas normas e fazer uso delas, como a identificação e seleção de rimas, perfeitas e imperfeitas.”

Pedagoga com pós-graduação em alfabetização e letramento, há 11 anos no magistério, Milene também é, em Cubatão, professora na Unidade Municipal de Ensino Estado do Espírito Santo.

 

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Fonte: Portal MEC / Fátima Schenini

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Poesia, contos e brincadeiras infantis são ferramentas de aprendizagem

Claudemir Belintane, da Faculdade de Educação da USP, fala sobre uma nova abordagem para os alfabetizadores e critica a concepção de educação dos programas governamentais

A concepção de educação que está na base dos programas governamentais precisa com urgência de mudanças. Essa é a opinião de Claudemir Belintane, professor da Faculdade de educação da USP e autor do livro “Oralidade e alfabetização: uma nova concepção da alfabetização e do letramento”, que realizou palestra hoje (23/05) na Educar Educador e Bett Brasil 2014.

“Temos várias políticas educacionais governamentais que são norteadas por uma concepção de linguagem e de leitura que na minha opinião é equivocada. Segundo ele, avaliações como a Prova Brasil estão, de maneira geral, influenciando o cotidiano das escolas e a concepção de alfabetização de leitura.

O especialista tem trabalhado nos últimos anos em soluções para enfrentar as dificuldades que muitas crianças passam nesse processo de alfabetização. “Temos um percentual alto de crianças que não conseguem se alfabetizar dos seis aos oito anos e isso é uma das demandas mais importantes do ensino no Brasil. Quando você tem um número grande de crianças que não se alfabetizam ou que têm um nível de leitura a partir do quinto ou sexto que não é suficiente para continuar seus estudos, isso é muito grave. O prejuízo é muito grande”, ressalta.


Em sua apresentação, ele destacou a importância da poesia e do uso de contos brasileiros como ferramenta de aprendizagem e procurou definir o conceito de oralidade, articulando-o à escrita , pondo em relevo a função poética da linguagem e o efeito estético das narrativas. Segundo ele, os cruzamentos entre os textos da fala cotidiana e os da poesia infantil dinamizam as operações que preparam as bases da escrita.

O especialista destacou as brincadeiras e os textos da infância – como o chamado manhês, as cantigas de ninar, as histórias, parlendas, minemonias e outros jogos, além das cantigas de roda –, e citou o uso do rébus, estratégia que utiliza a imagem para acelerar o aprendizado da escrita. “O rébus é uma espécie de dobradiça entre o oral e o escrito. Sua importância na história da escrita não foi por acaso”, destacou Belintane. Como exemplo de uso, ele citou o caso de um aluno que tinha “pavor” de letra. Como ele se angustiava sempre que se falava em leitura, Belintane utilizou imagens para escrever o nome da criança, o que envolveu o aluno no processo.

Fonte: Educar – ed. Segmento

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás