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Erradicar o trabalho infantil: exploração de crianças e adolescentes cresce no Brasil do golpe

 

Depois de uma redução de 81% na exploração do trabalho infantil, de 2005 a 2013, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o aprofundamento da crise faz o número de crianças e adolescentes subir novamente.

Desde 2002, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu o 12 de junho como o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil para erradicar esse mal que atinge mais de 150 milhões de crianças e jovens no mundo, de acordo com a OIT.

No Brasil, o IBGE mostra que há mais de 2,5 milhões de pessoas entre 5 e 17 anos sendo explorados no mundo do trabalho. Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da CTB, afirma que muitas crianças não estão nas estatísticas porque estão no trabalho informal.

“Vemos isso nas ruas todos os dias”, assinala. “Invisíveis aos olhos dos poderosos e dos indiferentes, mas presentes nas ruas, nos semáforos, sujeitos a todo tipo de acontecimento”. Ela reforça que o Brasil vinha implementando políticas intensas de combate ao trabalho infantil.

Desde a Constituição, promulgada em 1988, o trabalho ficou proibido em quaisquer condições para pessoas até 14 anos. De 14 a 16 anos somente como aprendiz e de 16 a 18 anos sem prejudicar os estudos e sem prejudicar o desenvolvimento do jovem.

Mas, “a crise que ganhou força em 2015 e se aprofundou com o golpe de 2016, tira milhares de crianças e adolescentes das escolas por causa da necessidade de ajudarem no orçamento doméstico. Isso é muito forte no campo”, acentua.

De acordo com a OIT, “o trabalho infantil é causa e efeito da pobreza e da ausência de oportunidades para desenvolver capacidades. Ele impacta o nível de desenvolvimento das nações e, muitas vezes, leva ao trabalho forçado na vida adulta”.

É o que vem acontecendo no Brasil. A Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad) do IBGE mostra que entre 2014 e 2015, foi registrado um aumento de 8,5 mil crianças dos 5 aos 9 anos expostas a este tipo de trabalho.

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), órgão do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2015, foram registradas no país 187 mortes de crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos, e 518 casos de vítimas que tiveram a mão amputada, no trabalho (leia mais aqui).

“A CTB move todos os esforços para conscientização da sociedade sobre a importância de todas as crianças em idade escolar estarem na escola, assim como os jovens”, assinala Vânia. Ela lembra que em 1996, foi criado o Programa para Erradicação do Trabalho Infantil no Brasil.

Esse programa foi intensificado nos governos Lula e Dilma. Mesmo assim, “é muito comum pessoas defenderem a tese d e que começar a trabalhar muito cedo faz bem para a formação do caráter das pessoas”.

“O movimento sindical deve agir em suas bases para mostrar que as crianças devem crescer protegidas pela família e pela sociedade para terem oportunidade de serem adultos plenos e possam usar todo o seu potencial para melhorar a sociedade”, conclui Vânia.

 

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB. Foto: João Roberto Ripper

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Mesmo com mais estudantes negros na educação superior o racismo avança

 

Com base em pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e do Censo do Ensino Superior elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), especialistas afirmam que o sistema de cotas raciais aumentou a presença de negros e pobres no ensino superior.

O levantamento publicado pela Agência Brasil mostra que entre os formandos de 2000, 2,2% eram negros e pardos e 9,3% brancos. Já em 2017, o índice de negros formandos subiu para 9,3%, quase quatro vezes, o de brancos para 22,9%, pouco mais que o dobro.

“As cotas têm sido fundamentais para a população negra ter oportunidades de melhorar de vida e batalhar para conquistar a igualdade de direitos, mas a luta é árdua e longa”, afirma Mônica Custódio, secretária de Igualdade Racial da CTB.

 

 

 

Ela se baseia em dados reveladores sobre o racismo estrutural na sociedade brasileira e em acontecimentos recentes de ofensas racistas, muito comuns nos últimos anos. O Mapa da Violência 2018 mostra que uma pessoa negra tem 2,5 vezes de chances de ser morta do que uma branca.

“Além da violência naturalizada contra a população negra, as mulheres e os LGBTs, o mercado de trabalho também discrimina e pessoas negras ganham menos em mesmas funções”, revela. Por isso, “precisamos de cotas também para o mercado de trabalho e uma política que possibilite às negras e negros ascenderem a cargos de direção nas empresas públicas e privadas”.

Ela concorda com frei David Santos, diretor da Educafro – entidade que auxilia negros e pobres a ingressar na universidade -, quando ele diz que “a política de cotas foi a grande revolução silenciosa implementada no Brasil e que beneficia toda a sociedade. Em 17 anos, quadruplicou o ingresso de negros na universidade, país nenhum no mundo fez isso com o povo negro”.

Mas os dados do Censo do Ensino Superior de 2016 revelam que as matrículas na graduação em 2008 tiveram 11% de negros e pardos, já em 2016 esse índice subiu para 30%. Mesmo assim as dificuldades enfrentadas pelos estudantes negros crescem.

Como o caso ocorrido nos Jogos Jurídicos Estaduais do Rio de Janeiro, nos quais estudantes da PUC-RJ entoaram cânticos racistas, atiraram cascas de banana e ofenderam atletas negros. Tanto que a jogadora de handebol, Mahara Vieira, estudante da Universidade Estadual do Rio de janeiro, afirma ao G1 ter ficado perplexa. “A primeira coisa que me veio à cabeça foi, ‘meu Deus, o que está acontecendo?’. Fiquei em estado de choque, porque a gente demora um tempo para entender, sabe? E são os jogos jurídicos! São esses os juristas, juízes, advogados que estão sendo formados pela PUC?”

Para Mônica, a fala da estudante é reveladora. “Essa garota desmitifica o racismo ao mostrara dicotomia entre as pessoas que supostamente adquirem o saber, mas mantêm-se preconceituosas”.

A professora Dione Moura, do Departamento de Comunicação da Universidade de Brasília -a primeira a implantar um sistema de cotas raciais, em 2004 – conta que “o Brasil tinha uma ideia de políticas públicas como universalistas, não tinha ideia de políticas regionais, por gênero e raça”.

Ela lembra que a  política “de ação afirmativa exclusiva para a população negra brasileira foi colocar o dedo na ferida, causou um grande rebuliço”. Mônica ressalta que ainda causa e por isso “as cotas precisam continuar, mas o governo golpista dá sinais de que essa política está fadada ao fim, o que pode ampliar ainda mais o foço da desigualdade”.

Em 2015, eram 12,8% de negras e negros espalhados pelas 2.407 instituições de educação superior no país. Sendo mais de 87,7% universidades particulares e 12,3% públicas. “E o governo ainda quer privatizar”, realça Mônica. “A reforma do ensino médio e a Emenda Constitucional 95 certamente matam os sonhos das negras e negros de chegarem na universidade”.

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

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Nota oficial conjunta da CTB Minas, Goiás e Espírito Santo

 

O cenário político e social do Brasil se agrava a cada dia desde o golpe de Estado protagonizado pela grande articulação das forças conservadoras que integram banqueiros, setores do judiciário, polícia federal, meios de comunicação, federações patronais e partidos políticos sob os auspícios do STF e apoio dos Estados Unidos.

O governo Temer que prometeu gerar empregos retirou direitos dos trabalhadores através da reforma trabalhista e ao mesmo tempo congelou os investimentos do Estado em políticas de desenvolvimento social, notadamente na educação e na saúde. Ao contrário do prometido provocou a estagnação da economia e o crescimento vertiginoso do desemprego que segundo dados recentes do IBGE chegou ao maior índice da série histórica acumulando o assombroso número de 27 milhões de desempregados.

O desgoverno Temer com sua “equipe econômica dos sonhos” demonstra de vez sua incapacidade e absoluta incompetência para gerir o Brasil com probidade e respeito aos anseios da sociedade brasileira. Prova disso é a desaprovação desse governo de 96%.

Em meio a tudo isso, veio a política desastrosa, privatista e golpista em relação à Petrobras. O governo Temer não só põe fim à política de conteúdo nacional como passa a priorizar os interesses dos acionistas e credores da estatal, esvaziando seu papel histórico de indutora do desenvolvimento, da pesquisa científica, e da economia com geração de empregos para o povo brasileiro. Os inúmeros aumentos nos combustíveis promovem em cadeia os aumentos de outros produtos o que provoca a perda do poder de consumo do (a) trabalhador (a) que já recebe ínfimos reajustes salariais em decorrência da baixa inflação.

Em 2015 a importação dos Estados Unidos correspondia a 41% do total e em 2017 superou 80% de toda a importação do Brasil. Nessa política não ganha o Brasil, não ganha o povo brasileiro. Perdemos em arrecadação, na capacidade empresarial da Petrobras, perdemos a soberania energética.

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil defende um soberano projeto Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que gere riqueza para o país com a exploração do Pré-Sal com vistas nos investimentos em educação, ciência e tecnologia, consolidando a vocação do Brasil como liderança regional na América Latina.

Os trabalhadores e as trabalhadoras que transportam alimentos para o povo brasileiro são os (as) que estão lutando hoje. E essa luta não pode ser tratada meramente pela redução dos preços do diesel, deve ser ampliada por melhores condições de vida e trabalho da categoria.

Exigimos a redução dos preços do diesel, da gasolina, do álcool e do gás de cozinha.

Destacamos a importância dos trabalhadores e trabalhadoras do transporte rodoviário. Os caminhoneiros e caminhoneiras, tão explorados (as) pelas grandes transportadoras, precisam de reconhecimento.

É fundamental voltarmos nossos olhos para realidade e condições de trabalho sob as quais estão submetidos esses (as) trabalhadores (as). Não é suficiente que o movimento se restrinja à modesta redução do valor do diesel nas bombas, o que beneficia na verdade somente o patrão. Vale ressaltar que a oneração dos fretes para os caminhoneiros autônomos é tão elevada que boa parte da categoria não lucra, apenas mantém seu caminhão. É de imprescindível importância que os trabalhadores liderem de verdade o movimento grevista ampliando a pauta reivindicatória e incluindo nela a exigência de condições salariais dignas para assalariados e autônomos, seguro saúde, previdência especial, diárias de hospedagem e alimentação e a fiscalização que impeça que esse trabalhador seja submetido a jornada exaustiva o que o leva muitos vezes tomar os chamados “arrebites”, aumentando nos riscos de acidentes fatais.

A CTB conclama os trabalhadores dos transportes à luta por melhores condições de trabalho e também pela redução dos combustíveis em geral o que beneficiará toda a classe trabalhadora. Acima de tudo conclamamos a todos (as) para exigir a mudança imediata em relação à Petrobrás para que ela volte a cumprir seu papel no desenvolvimento econômico, social, com a geração de empregos e renda para toda a sociedade brasileira.

 

Valéria Morato – Presidenta da CTB Minas e do Sinpro Minas

Railton Nascimento – Presidente da CTB Goiás e do Sinpro Goiás

Jonatas de Paula – Presidente da CTB Espírito Santo e do Sinpro Espírito Santo

 

 

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Desigualdade avança: 10% da população concentra 43,3% da renda do país

 

Pesquisa aponta que 10% da população brasileira concentrava 43,3% da renda do país em 2017. As informações fazem parte da pesquisa Rendimento de todas as fontes 2017, divulgada nesta quarta (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).

Comprovando a concentração brutal, o estudo mostra que considerando apenas os 1% que ficam no topo, a renda média foi de R$ 27.213 por mês –36,1 vezes a média recebida pela metade mais pobre da população, que ganhava R$ 754 por mês. A desigualdade é maior na região Nordeste, onde a razão foi de 44,9 vezes, e menor na Sul, (25).

A renda média da metade mais pobre da população caiu 2,5% de 2016 (R$ 773) para 2017. Segundo o IBGE, se todas as pessoas que têm algum tipo de rendimento no Brasil recebessem a mesma quantia mensal, o valor seria R$ 2.112.

 

Desigualdade só não piorou no Sudeste

A pesquisa revelou qeu a desigualdade só não piorou no Sudeste. O Índice de Gini –indicador que mede a desigualdade de renda– referente ao rendimento médio real domiciliar per capita manteve-se em 0,549 de 2016 para 2017. Numa escala de 0 a 1, quanto maior o indicador, pior é a distribuição dos rendimentos.

A estabilidade em relação ao ano anterior ocorreu por conta de uma queda na região Sudeste, onde o índice passou de 0,535 para 0,529. No entanto, em todas as demais regiões houve piora. No Nordeste, o Gini subiu de 0,555 em 2016 para 0,567 em 2017; no Norte, passou de 0,539 para 0,544; no Sul, de 0,473 para 0,477; e no Centro-Oeste, de 0,523 para 0,536.

 

Sexo, etnia e nível de instrução

O estudo do IBGE também comparou os dados por sexo, etnia, nível de instrução. A pesquisa confima a persistência do salário maior para os homens do que para as mulheres.

Enquanto o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos, no Brasil, foi de R$ 2.178; entre os homens, esta média chegou a R$ 2.410. Já para as mulheres, o rendimento médio mensal registrado foi de R$ 1.868, ou seja: o equivalente a 77,5% do rendimento masculino. Em 2016, essa proporção era ainda menor: 77,2%.

As regiões Nordeste e Norte, apesar de terem os menores valores de rendimento médio mensal real para ambos os sexos dentre todas as demais regiões, apresentaram as maiores proporções de rendimento das mulheres em relação aos homens: Isto é, as maiores taxas de proximidades.

No Nordeste, o salário da mulher equivalia a 84,5% do salário do homem em 2017, enquanto no Norte este percentual era de 87,9%. Em 2016, o salário da mulher equivalia a 88,4% do homem no Nordeste e a 89,2% no Norte.

A Região Sudeste, que registrou a segunda maior média salarial para as mulheres (R$ 2.053) e a maior para os homens (R$ 2.810), foi, paralelamente, a região onde as mulheres registraram a menor proporção do rendimento masculino (73,1% em 2017 ante 71,7% de 2016).

Do ponto de vista da cor e da raça, o IBGE constatou que o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas brancas era, em 2017, de R$ 2.814, maior que os rendimentos observados para as pessoas pardas (R$ 1.606) e pretas (R$ 1.570).

A mesma distorção foi observada quando a análise é feita sob o ponto de vista do grau de escolaridade. Segundo o levantamento, as pessoas que não possuíam instrução apresentaram o menor rendimento médio: R$ 842. Por outro lado, o rendimento das pessoas com ensino fundamental completo ou equivalente foi 67,3% maior, chegando a R$ 1.409.

Por fim, aqueles que tinham ensino superior completo registraram rendimento médio aproximadamente 3 vezes maior que o daqueles que tinham somente o ensino médio completo e mais de 6 vezes o daqueles sem instrução.

 

Portal CTB – Com informações das agências

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Precarização: trabalho intermitente contrata 6 mil; ‘acordos’ demitem 7 mil

 

Regulamentado com a aprovação de “reforma” da legislação trabalhista, que enterrou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) sob o engodo de dar “soluções” para o desemprego, o trabalho intermitente admitiu 2.851 e dispensou 277 apenas em dezembro. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Ministério do Trabalho, como parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Quando ampliamos a análise para novembro, quando a Lei 13.467 entrou em vigor, foram admitidos 5.971 e 330 dispensados, de acordo com o relatório.

Além do avanço da “legalização do bico”, o estudo também apontou que os “acordos” entre patrão e empregado para dispensa voluntária do trabalhador somaram perto de 7 mil (6.696) nesses 2 meses. Essa modalidade, também prevista na “reforma”, permite a dispensa por comum acordo, em que o trabalhador abre mão de parte de seus direitos.

O Caged ainda apontou que, em 2017, Brasil demitiu mais do que contratou. Em dezembro, o saldo de emprego formal ficou negativo em 328.539 vagas.

 

Brasil mais pobre 

O cenário ainda fica pior quando associamos os dados alarmantes do emprego aos, ainda piores, indicadores sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em dezembro de 2017, revela um expressivo aumento do número de pobres e miseráveis.

O Brasil encerrou 2016 com 24,8 milhões de cidadãos, 12,1% da população, vivendo com menos de um quarto de salário mínimo, o equivalente a 220 reais. O resultado representa um crescimento superior a 50% em apenas dois anos.

De acordo com a linha de extrema pobreza estabelecida pelo Banco Mundial, mais usada para comparações internacionais, 13,4 milhões de brasileiros, 6,5% do total, vivia com menos de 1,90 dólar por dia (cerca de 133 reais mensais) no fim de 2016. E um quarto da população possuía renda inferior a 5,50 dólares por dia (387 reais por mês), faixa de renda usada pela instituição para definir um nível menos agudo de indigência. Devido às recentes atualizações de valores nas linhas de pobreza do Banco Mundial, o estudo do IBGE não permite comparações com os anos anteriores.

 

Portal CTB – Com informações das agências

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Pobreza extrema cresce no Brasil e pode aprofundar com reforma trabalhista

SINPROGOIAS - POBREZA 0001

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (15) a Síntese de Indicadores Sociais 2017. A pesquisa constatou que realmente o Brasil voltou ao Mapa da Fome como disseram os pesquisadores da Organização das Nações Unidas (ONU).

A ONU tirou o Brasil desse vergonhoso mapa em 2014, mas com “as políticas ultra-liberais do governo de Michel Temer a situação vai de mal a pior”, afirma Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da CTB.

Ela diz ainda que “o abandono da agricultura familiar e o fim da Política de Valorização do Salário Mínimo, juntamente com o descaso com o Bolsa família e outros programas sociais de distribuição de renda colaboram para essa terrível situação”.

De acordo com o IBGE mais de 52 milhões de brasileiras e brasileiros estão na linha da pobreza extrema, pelos critérios do Banco Mundial, ou seja, as familias com renda de R$ 387,07 por mês ou US$ 5,5 por dia. Esse número significa 25,4% da população do país.

“É assustador a velocidade de pauperização da classe trabalhadora”, reclama Ivânia Pereira, vice-presidenta da CTB. E para piorar, explica, “o desemprego atinge mais de 13 milhões de famílias e a informalização cresce assustadoramente”.

O próprio IBGE mostra que de junho a agosto deste ano foram criados 1,37 milhão de postos de trabalho, porém, 70% deles sem carteira assinada. “Com a terceirização ilimitada e a reforma trabalhista essa situação tende a se aprofundar”, diz Pereira.

A pesquisa do IBGE aponta ainda que 42% das crianças de 0 a 14 anos estão na faixa de pobreza absoluta. “É muito triste constatar essa situação que favorece absolutamente a exploração do trabalho infantil, que já é grande no país”, reforça a secretária de Políticas Sociais.

Ela lembra que, pelo Censo 2010, do IBGE, 16,2 milhões de brasileiros viviam na extrema pobreza e esse número vinha diminuindo por causa dos programas de combate à miséria. “Com o abandono dessas políticas, a classe trabalhadora está pagando o pato da crise do capital que corrói o mundo do trabalho”.

Ouça Desemprego, de Renato Russo

 

Desemprego e juventude

Na verdade em 2010, de acordo com o IBGE, 1 em cada 10 brasileiros estava na linha da pobreza, agora esse número é de 1 em cada 4. A vice-presidenta da CTB conta também que entre os mais de 13 milhões de desempregados no país, 54,9% está entre os 16 e 29 anos. “O que tira a perspectiva de futuro da juventude. Nenhuma nação pode ter a juventude sem perspectivas de realizar seus sonhos”.

O estudo mostra também que cresceu o número de jovens que não trabalham nem estudam. Em 2014 eram 22,7% e em 2016 o índice passou para 25,8% nessa situação. “Isso é muito preocupante. A juventude precisa estudar e se preparar bem para o mercado de trabalho que cada vez mais precisa de mão de obra qualificada”, ressalta Vânia Marques Pinto.

Para Pereira, é muito importante a atuação do movimento sindical para levar informação às pessoas de como mudar essa situação. “Precisamos resistir e mostrar a necessidade de o país retomar o caminho do desenvolvimento econômico com distribuição de renda e combate à pobreza”.

 

Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy. Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil

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100% informal: trabalho sem carteira e salário 42% mais baixo marcaram último trimestre, diz IBGE

SINPROGOIAS - CARTEIRA DE TRABALHO 0001

 

Análise do IBGE de dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), nesta quinta (30), mostra que a maioria absoluta das novas vagas de emprego abertas este ano no setor privado foi sem registro em carteira.

A pesquisa registra um forte avanço da informalidade no mercado de trabalho brasileiro – o total de empregos formais no mesmo período foi estatisticamente irrelevante, segundo o IBGE. “No setor privado, praticamente 100% das vagas geradas foram informais. O restante foi serviço público”, disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, em entrevista coletiva.

O rendimento médio do trabalhador informal no trimestre encerrado em outubro foi 42% inferior do que a média entre todos os trabalhadores. Segundo Azeredo, a crise econômica e o cenário político conturbado inibem o processo de investir e empreender, tendo como consequência o aumento da informalidade.

“As pessoas estão entrando no mercado de trabalho através dos setores de alojamento, alimentação, comércio, construção de baixa qualidade”, afirmou. O IBGE ressaltou que o quadro atual do mercado de trabalho é de alta na ocupação e baixa na desocupação. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, porém, a população desempregada continua aumentando.

 

Portal CTB com agências

Foto: Evelson de Freitas-Folha Press

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Adilson Araújo: Desemprego entre negros e pardos comprova violento racismo institucional

SINPROGOIAS - DESEMPREGO0001

 

Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicada nesta sexta-feira (17), aponta que a taxa de desemprego entre negros e pardos ficou em 14,4% e 14,1%, respectivamente. Entre trabalhadores brancos a taxa de desemprego é de 9,5%.

A desigualdade também se aprofunda quando observamos os rendimentos dos segmentos estudados. Os trabalhadores negros e pardos recebem R$ 1.531, o que corresponde a 56% do rendimento médio dos brancos (R$ 2.757).

O estudo ainda indica que os pretos ou pardos representam 54,9% da população brasileira com 14 anos ou mais, alvo da pesquisa. Esse dados fazem parte de um detalhamento da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

O IBGE ainda apontou que no terceiro trimestre deste ano (Junho/Agosto) dos 13 milhões de brasileiros sem emprego, 8,3 milhões eram pretos ou pardos, um total de 63,7% do total.

Racismo institucional

“O estudo comprova que ainda temos um Brasil cheio de desigualdades e com um racismo institucional violento. Uma herança de desigualdade que carregamos desde a colonização do país”, problematizou o presidente da CTB, Adilson Araújo ao comentar a pesquisa.

Ele destacou que “tal herança tem como motor uma sociedade desigual que encarcera, ao invés de ofertar escolas; que mata, ao invés de propiciar horizonte de futuro”. E completou: “O racismo e a desigualdade no Brasil não é outra coisa senão uma questão de classe, que está aí desde os primórdios da sociedade e que se alimenta de um sistema perverso que exclui e condena grande parte da nossa sociedade”.

Adilson lembra que o cenário é ainda pior quando pensamos que agora vigora no Brasil uma reforma que precariza, mutila e mata. “A reforma trabalhista e sua emenda (MP 808/2017) se convertem em um estatuto da precarização, uma violência contra a classe trabalhadora, sobretudo os trabalhadores negros”, salientou.

Trabalho doméstico

O IBGE também mapeou o perfil dos trabalhadores e trabalhadoras domésticos. 66% destes empregados são pretos ou pardos.

A participação dos trabalhadores pretos e pardos também é superior a dos brancos na agropecuária, na construção, nos setores de alojamento, alimentação e no comércio.

Mercado informal

Com relação à formalidade e à informalidade, o mercado de trabalho para a população é desfavorável. A proporção de empregados pretos e pardos com carteira assinada é de 71,3%, inferior aos 75,3% registrados entre os brancos.

Na informalidade, muitos resolvem trabalhar por conta própria. Segundo o IBGE, um quarto (25,2%) de todos os trabalhadores pretos ou pardos atuava como vendedor ambulante no terceiro trimestre.

Um projeto que vença a desigualdade

“Os dados apresentados pelo IBGE nos chocam e mostram que há ainda muito para se fazer quando o assunto é superação das desigualdades. E entendemos que tal superação não tem outro caminho senão através de um projeto nacional que tenha por centro um crescimento com valorização do trabalho, geração de emprego e distribuição da renda”, afirmou o presidente da CTB.

Segundo ele, “a reforma trabalhista piorará ainda mais essa realidade, pois condenará milhões a uma realidade de subemprego e precarização. A luta seguirá não só contra as reformas, mas contra a cultura colonial que há séculos se entranha em nossa sociedade”.

 

Portal da CTB – Com informações do UOL

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Geral

Analfabetismo no país cai de 11,5% para 8,7% nos últimos 8 anos

O analfabetismo de jovens e adultos vem sendo reduzido no Brasil – passou de 11,5% em 2004 para 8,7% em 2012 segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios 2012 (Pnad), divulgada na sexta-feira (27/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa redução é ainda mais intensa no Norte e Nordeste, onde estão localizados os maiores índices de analfabetismo do país. Na faixa de 15 a 19 anos, a Pnad de 2012 registra taxa de analfabetismo de 1,2%, muito inferior à média geral, o que demonstra a efetividade das políticas em curso para a educação básica.

Ao longo da última década, o Ministério da Educação (MEC) construiu uma política sistêmica de enfrentamento do analfabetismo. O programa Brasil Alfabetizado é uma ação do governo federal desenvolvida em colaboração com estados, Distrito Federal e municípios.

O programa garante recursos suplementares para a formação dos alfabetizadores; aquisição e produção de material pedagógico; alimentação escolar e transporte dos alfabetizandos. Prevê, ainda, bolsas para alfabetizadores e coordenadores voluntários do programa.

Entre 2008 e 2012, 6,7 milhões de jovens e adultos foram beneficiados pelo Brasil Alfabetizado, o que representou investimento de R$ 1,4 bilhão.

Já em outras faixas etárias, o analfabetismo parou de cair em 2012 e se manteve estável na comparação com 2011, ao passar de 8,6%, (12,9 milhões de pessoas) para 8,7% (13,2 milhões de pessoas). A taxa de analfabetos, pessoas que não sabem ler e escrever um recado simples, vinha caindo desde 2004.

A gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, disse que o fenômeno precisa ser estudado. O aumento ocorreu nas regiões Nordeste (16,9% para 17,4%) e Centro-Oeste (6,3% para 6,7%), entre as pessoas de 40 a 59 anos, que passou de 9,6% para 9,8%, e influenciou a estabilidade da taxa.

“As taxas de analfabetismo entre as populações mais velhas são muito altas, cerca de 30%, enquanto entre a população mais jovem são pequenas. A população vai se escolarizando, a tendência é que o analfabetismo caia. Então, ante a estabilidade ou elevação de 0,1 ponto percentual, precisamos entender melhor o que aconteceu”, comentou ela.

O Nordeste concentrava, em 2012, 54% dos analfabetos de 15 anos ou mais de idade. Entretanto, nos últimos oito anos, foi no Nordeste onde a queda foi mais elevada (de 22,5% para 14,4%). Entre 2011 e 2012, o percentual caiu nas regiões Sul (4,9% para 4,4%) e Norte (10,2% para 10%).

O analfabetismo funcional, que reúne as pessoas com até quatro anos de estudo, entre a população de 15 anos ou mais de idade, caiu de 20,4% para 18,3%. Entre os maiores de 25 anos, o percentual caiu de 15,1% para 11,9% de 2011 para 2012, um contingente de 3,4 milhões de pessoas. Os maiores índices de analfabetos funcionais estão no Norte e no Nordeste, mas o contingente diminuiu em todos os estados, com destaque para a região Norte que teve redução de 3,4 pontos percentuais.

A pesquisa mostra que a escolaridade aumentou no período estudado. Houve crescimento do número de pessoas com nível fundamental incompleto ou equivalente, que aumentou de 31,5% para 33,5%, e que compreende a maioria da população brasileira. A proporção de pessoas com mais de 25 anos sem instrução e com menos de um ano de estudo caiu de 15,1% para 11,9%. As pessoas com nível superior completo aumentou de 11,4% para 12%. Foram 14,2 milhões de pessoas concluindo a faculdade no ano passado, aumento de 6,5% ante 2011.

A taxa de escolarização das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade ficou estável, 98,2% no ano passado e em 2011. Entre os jovens de 15 a 17 anos, houve aumento da taxa, que passou de 83,7% para 84,2%. A média nacional de pessoas de 18 a 24 anos escolarizadas ficou em 29,4%, sendo as regiões Norte e Centro-Oeste as que concentravam os maiores números em 2012.

Os anos de estudos aumentaram, passando de 7,3 anos para 7,5 anos, entre pessoas de 10 anos ou mais de idade.

Fonte: Portal Vermelho, com informações da Agência Brasil e do Ministério da Educação.