O cotidiano dos jovens de hoje é intensamente mediado pela tecnologia, exceto, em grande parte, enquanto estão na escola. Enquanto isso, processos de ensino e aprendizagem tradicionais não respondem mais às demandas do mundo contemporâneo, muito menos ao perfil do aluno do século 21. Para mostrar como as inovações geradas pelo uso de tecnologias digitais podem contribuir nesse contexto, o Movimento Todos Pela Educaçãoe o Inspirare produziram colaborativamente um documento com a participação de organizações governamentais, não governamentais e especialistas intitulado de Inovações Tecnológicas na Educação.
O objetivo do material é orientar gestores públicos na formulação e implementação de políticas e programas eficazes nessa área. “A ideia não é apenas informar, é para fazer as pessoas conhecerem as várias ferramentas que já existem, apresentar cases nacionais e internacionais para fomentar a reflexão dos gestores e educadores, para que eles tenham um maior embasamento para escolherem o que querem fazer em suas redes e instituições”, explica Heloisa Mesquita, gestora do programa Educação Pública Inovadora do Inspirare.
Segundo o documento, as inovações tecnológicas promovem a qualidade da educação por expandirem o acesso a informação (de professores e alunos), despertam nos estudantes o prazer em aprender por serem mais próximas de sua realidade, caso de games educacionais e laboratórios interativos, promovem a personalização do aprendizado e permitem que cada aluno se desenvolva em seu próprio ritmo e jeito.
“Temos que entender como essa inovação pode impactar o aprendizado dos alunos e como a tecnologia dentro das salas de aula podem melhorar o rendimento deles”, ressalta Andrea Bergamaschi, gerente de projetos do Todos Pela Educação.
Entre as recomendações apresentadas, o modelo híbrido de ensino e aprendizagem é apontado como ideal. Desse modo, atividades que usam recursos tecnológicos se mesclam com as tradicionais. “O ensino híbrido é mais eficaz quando a tecnologia se torna ‘transparente’, ou seja, quando é usada de maneira natural e orgânica, como hoje acontece com a caneta e o caderno”, ressalta o documento.
Segundo Heloisa, disponibilizar para gestores e educadores um panorama das inovações e dos recursos disponíveis é um modo de clarear as ideias sobre o tipo de escola que está sendo moldada. “As pessoas tem muito medo da tecnologia ser uma coisa globalizante, que tira a oportunidade de criação, mas isso não é verdade. Queremos mostrar que quanto maior o leque de oportunidades para inovar, quanto mais opções de escolha estiverem a disposição das instituições de ensino, mais personalizado e adequado às demandas o modelo que fizer uso desses recursos vai ser”.
Para Andrea, não se trata mais de decidir se a escola vai ou não inovar e agregar o uso da tecnologia às práticas pedagógicas. “Entendemos que isso é fato dado. Toda a sociedade tem acesso a recursos tecnológicos, os alunos chegam nas salas de aula com isso agregado e os professores também”.
Planejamento
O material vai ajudar as redes de ensino se planejarem para inserir inovações em seus programas. O texto chama a atenção para a necessidade de formular políticas claras e factíveis que definam os objetivos, ações e investimentos a serem realizados. Esse planejamento envolve cenários políticos, financeiros, de infraestrutura e de formação dos professores.
O documento aborda cada uma dessas etapas, mas para Heloisa um dos itens de maior relevância é o de capacitação docente. “Todo mundo acredita que o maior problema para a implementação de recursos tecnológicos nas escolas é de infraestrutura. Mas o que mais me chamou atenção é que quando você dota a escola com todos os recursos necessários, se percebe que os professores não estão aptos a usá-los”, afirma.
Outro ponto abordado pelo texto é a necessidade de envolver toda a comunidade escolar no planejamento, assim como a possibilidade de pedir ajuda de outras secretarias e parceiros que podem contribuir com o processo.
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Fonte: porvir.org.br
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Jorn. FERNANDA MACHADO
Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás