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A escolha entre a civilização e a barbárie

A história do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás — Sinpro Goiás, fundado em 1963, confunde-se com a história de luta pelas liberdades democráticas no Brasil. Em suas duas primeiras décadas de existência, a entidade esteve ombro a ombro com todos/as os/as que se dedicaram incansavelmente, dando inclusive a vida por isso, a denunciar os crimes praticados pela ditadura civil-militar e a exigir a restauração da democracia. É por honrar essa história que o sindicato não pode deixar de se posicionar contra a ameaça autoritária, de profundo viés fascista, que paira sobre o Brasil no segundo turno destas eleições.

O candidato Jair Bolsonaro (PSL) representa todo o atraso contra o qual lutamos ao longo destes 55 anos de existência, que se completam no próximo dia 27 de dezembro. Durante seu mandato como deputado federal, Bolsonaro jamais fez qualquer gesto em defesa da classe trabalhadora e da educação. Pelo contrário, sempre vociferou contra as organizações dos trabalhadores e, recentemente, votou a favor de todos os projetos de retiradas de direitos, como a reforma trabalhista, a liberação da terceirização e a Emenda Constitucional 95, que congelou por 20 anos os investimentos públicos em áreas prioritárias, incluindo educação, saúde, segurança e assistência social.

Nosso repúdio ao candidato da extrema direita, porém, vai além disso. É preciso, com toda a firmeza, resistir à candidatura de alguém que, ao longo da vida, desrespeitou mulheres, negros, homossexuais e outras minorias, com suas declarações marcadas por ódio e preconceito. É fundamental que digamos NÃO a quem já declarou apoio à tortura e homenageou um dos maiores torturadores do regime militar, rasgando nossa Constituição, que considera tal crime inafiançável. É imprescindível dizer NÃO a uma chapa em que candidato e vice demonstram total desprezo pela democracia ao falar em autogolpe militar. É essencial dizer NÃO a uma candidatura que não cessa de mostrar seu desapreço e desrespeito às instituições democráticas no país, aos direitos humanos consagrados em marcos civilizatórios como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) há 70 anos.

Este segundo turno deixou de ser uma eleição comum e passou a ser um plebiscito em que a escolha é entre a civilização e a barbárie. Como professores e professoras, não podemos abrir mão da civilização, da educação e da esperança em dias melhores. E isso só acontecerá com a derrota de Jair Bolsonaro e a eleição de Fernando Haddad (PT), candidato cujas propostas estão comprometidas com a educação que defendemos e com os direitos dos trabalhadores. Os projetos de Haddad e Bolsonaro são antagônicos. De um lado, a defesa da democracia, da inclusão e dos direitos sociais. No lado oposto, o fascismo, as figuras que se fizeram notáveis pela ignorância, difusão de mentiras (fake news), pela violência, pela crueldade, pela estupidez, pelo que existe de mais sórdido na natureza humana.

Por tudo isso, o Sinpro Goiás com base no documento referência aprovado em seu XI Congresso, realizado em 19 de outubro, conclama pelo voto em Haddad presidente, 13.

Goiânia, 23 de outubro de 2018.

Sindicato dos Professores do Estado de Goiás

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ELEIÇÕES GERAIS 2018

 

Caríssimo (a) Professor (a),

Caríssimo (a) Auxiliar Administrativo,

 

Aproximam-se as eleições gerais de 2018, marcadas para o dia 7 de outubro próximo vindouro. Nesse dia, mais de 140 milhões de eleitores serão chamados a escolher o Presidente da República, 27 governadores, 513 deputados federais, 54 senadores (2/3 de 81), e mais de  1000  deputados estaduais.

Caso nenhum candidato à Presidência da República  alcance a maioria absoluta dos votos válidos (descontados os brancos e nulos), haverá segundo turno, com os dois candidatos mais bem votados, ao dia 28, igualmente, de outubro. Igual procedimento será observado nos estados, nos quais nenhum candidato ao governo obtenha a maioria dos votos válidos.

Frise-se que todos os 513 deputados federais, os 54 senadores, e mais de um milhar de deputados estaduais serão eleitos ao dia 7 de outubro de 2018.

Você já refletiu sobre a importância dessas eleições para o futuro do Brasil? Nelas, tanto poderá ser decidido o Brasil que queremos, quanto o que não queremos, para o presente e o futuro. Com certeza, você, com total razão, acha-se desencantado e até enojado com a situação atual, de corrupção endêmica; de sucateamento da saúde pública, que traz de volta doenças- como o sarampo e a poliomielite – há muito, erradicadas, e que deixa milhões à mingua da própria má-sorte; de desemprego crescente, com 27,7 milhões de desempregados e/ou subempregados- segundo dados do IBGE-, favorecendo a drástica redução de direitos e, por conseguinte, da qualidade dos empregos ainda existentes. Isto, por mais surreal que pareça, poderá se deteriorar muito mais, dependendo de quem sejam os eleitos nas próximas eleições.

Tudo que o diz respeito a vida social, como educação, saúde, previdência social, trabalho, moradia, segurança, é decidido no âmbito do Congresso Nacional e da Presidência da República.

Por isso, mesmo enojado e descrente, é preciso que todos aqueles que querem reconstruir o Brasil e devolvê-lo ao povo trabalhador, retirando-o das sujas mãos do que o levaram à beira do abismo, participem ativa e ostensivamente do processo eleitoral, empunhando as suas bandeiras de justiça social, sem a qual não há verdadeira democracia; denunciando os responsáveis pelo caos, mas  que esperam reeleger-se para sucatear o que ainda resta, como a
previdência social.

Tão ou mais importante do que a participação no processo eleitoral é o voto, ao dia 7 de outubro, e, se necessário
for, também, ao dia 28 desse mês. Somente por meio do voto consciente, em candidatos decentes,  é  que se poderá devolver o Brasil ao povo brasileiro.

Não se iluda com a surrada e desacreditada afirmação de que políticos são todos iguais, pois, não são. Muito embora, a esmagadora maioria dos atuais deputados federais, dos senadores e dos deputados estaduais seja de políticos que fazem da pilantragem o principal mote de sua atuação. Na mesma esteira encontram-se muitos governadores e o usurpador da Presidência da República.

Com raras exceções, esperam-se eleger-se, para os mesmos ou outros cargos,  os deputados federais e os senadores que votaram sim pelo congelamento, ao longo de vinte anos, das verbas destinadas à educação, à saúde, à segurança e à moradia (Emenda Constitucional N. 95/2016), pela reforma trabalhista, que dificulta o acesso à Justiça,  legaliza o bico- com a  criação do contrato intermitente-, permite a terceirização- sinônimo de precarização de trabalho e direitos- em todas as atividades econômicas, sem nenhuma ressalva, permite o trabalho de gestantes e lactantes em atividades insalubres, pelo fim do pagamento em dobro dos dias feriados trabalhados, em escala de 12×36 horas, e pela jornada de trabalho de 10 horas, além de muitas outras reduções (Lei N. 13.467/2017).

Impedir isto, é tarefa dos eleitores que sofrem as consequências dessas catástrofes, e que se contam ao milhões. Tais
políticos, que praticam a pilantragem sem nenhum pudor, precisam  ser denunciados, em casa, na igreja, nas escolas, na praça pública, nos estádios de futebol, nas  festas, e onde quer que haja um cidadão (ã). Cartazes, com fotos deles, com o carimbo inimigo do povo, devam ser fixados em todos os cantos do Brasil.

Não obstante a grande importância dessa campanha de denúncia, ela não é suficiente. Para além dela, há necessidade de que os milhões  que querem outro Brasil  votem em candidatos que possuam ficha e consciência limpa, e que não se disponham a trair os votos que receberem.

Não faça coro com os descrentes; não deixe de comparecer às urnas, aos dias 7 e 28 de outubro próximo vindouro; não vote em branco ou nulo. Quem ganha com a abstenção e com votos brancos e nulos são os donos do poder, que o exercem contra os anseios e os direitos de milhões, que ficam ao total desamparo, em benefícios de poucos, que se enriquecem cada vez mais.

 

José Geraldo de Santana Oliveira                                                                                                                                                                      Assessor Jurídico da Contee e dos Sindicatos da Base da Fitrae-BC

 

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CARTA AOS (ÀS) PROFESSORES (AS) E A TODOS (AS) QUE RESPEITAM OS PRINCÍPIOS E AS GARANTIAS DEMOCRÁTICAS NO BRASIL

Logo Sinpro

 

 

A Diretoria Plena do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – SINPRO GOIÁS, entidade sindical de primeiro grau, representante dos professores de instituições privadas de ensino em sua base territorial, fundada no ano de 1963, considerando as resoluções aprovados em seu X Congresso, assim como o Plano de Lutas da chapa “O SINPRO GOIÁS É DE LUTA!” – eleita para a gestão 2013/2016 e, em face da atual conjuntura em nosso país, aprovou à unanimidade a seguinte carta aos professores/as:

 

 

CARTA AOS (ÀS) PROFESSORES (AS) E A TODOS (AS) QUE RESPEITAM OS PRINCÍPIOS E AS GARANTIAS DEMOCRÁTICAS NO BRASIL.

 

O Estado Democrático de Direito, implantado pela Constituição Federal (CF) de 1988, está sob intenso fogo cruzado, organizado e promovido pelos remanescentes das mesmas forças políticas que patrocinaram e apoiaram o golpe militar de 1964- de triste memória, para o Brasil e os (as) brasileiros (as); forças que se nutrem do cerceamento das liberdades, individuais e sociais, e do sucateamento dos direitos fundamentais, que são os esteios da vida cidadã.

Os falaciosos argumentos são os mesmos que antecederam ao golpe de 1964: o combate à corrupção, o resgate da moralidade pública, o crescimento econômico e a execração impiedosa do governo legitimamente constituído; dos esfarrapados argumentos que justificaram o referido golpe, só não se repete o do fantasma do comunismo. Porém, o ódio e a intolerância repetem-se com mais ênfase; agora, multiplicados pelo colossal avanço das tecnologias de comunicação e de informação, pelo monopólio da grande mídia abertamente favorável ao golpe e promotora de espetáculos midiáticos, em aliança com os interesses empresariais e políticos contrários à ampliação dos direitos sociais, inclusive dos trabalhistas e previdenciários.

A palavra de ordem é a mesma de 1964: a deposição do governo, custe o que custar. As causas, não importam; desde que o governo seja deposto. Para tanto, fabricam-se fatos e argumentos.

Como não há mais lugar para golpes à base de tanques de guerra e de metralhadoras e da mortalha do silêncio; tentam servir-se de instrumento previsto na CF, que é o impeachment (impedimento) da Presidente, insista-se, legítima e democraticamente eleita. Quais são os fundamentos a justifica-lo? Isto não importa; o que importa é a sua queda.

Os golpistas de agora contam com a prestimosa ajuda da imprensa-desta, desde sempre-, do Ministério Público e de setores do Poder Judiciário, que “se esquecem” de suas funções constitucionais, travestindo-se da roupagem de justiceiros, mas, com premeditado caráter seletivo, pois que somente são alvos de ataques os inimigos daqueles; os  consabidos corruptos que com eles cerram fileiras, nem sequer são investigados.

O verdadeiro combate à corrupção e aos (as) os (as) corruptos (as) e corruptores, é bandeira que, necessariamente, tem de ser empunhada por todos (as) quantos querem a construção da sociedade justa e solidária, preconizada pela CF. Todavia, este combate não pode se travar, com êxito, de forma seletiva, como é feito até aqui, e, muito menos, à custa da violação literal dos fundamentos, dos princípios e das garantias constitucionais, pois que, com estes, não se transigem, em nenhuma hipótese.

Os segmentos sociais que se embalam nas ondas do impeachment e das cotidianas violações da CF, ou o fazem de caso pensado, para defender os seus escusos e inconfessos interesses, incompatíveis com a ordem democrática; ou o fazem sem refletir sobre os reais interesses de quem patrocina tais golpes; bem assim, sobre as consequências que dele advirão.

Quais são as bandeiras dos que querem mutilar o Estado Democrático de Direito, além do surrado e seletivo argumento de combate à corrupção? O cerceamento de todas as liberdades individuais e sociais; o sucateamento dos direitos fundamentais sociais, por meio da terceirização sem freios e sem limites, que criará o surreal estado de empresas sem empregados, empregados sem emprego e sem direitos, e sindicatos sem categorias; a privatização da educação e da saúde, os dois primeiros e maiores direitos fundamentais sociais; a reforma da Previdência Social, não para ampliar a sua base de financiamento, que é necessário, mas, sim, para reduzir os benefícios que ela concede, e que se constituem no mais poderoso instrumento de redução das desigualdades sociais.

Por tudo isto, os que sinceramente queremos e lutamos pela construção do bem-estar e da justiça sociais, que são os objetivos da Ordem Social Brasileira, conforme determina o Art. 193, da CF, somos chamados  à luta, em sua defesa, e não por qualquer outro motivo; o que não nos impede de repudiarmos todas as medidas de retrocesso, patrocinadas e/ou apoiadas pelo Governo Federal, sejam pelas políticas fiscais, sejam pelo cumplice silêncio.

Repudiar o golpe em curso, ao contrário do que propagam os que o apoiam, não representa tolerância com a corrupção e/ou defesa do Governo; representa, isto sim, não transigir com a Ordem Democrática.

O SINPRO GOIÁS, fiel à sua história de quase seis décadas de luta e de conquistas, aos seus princípios programáticos, de defesa intransigente da Ordem Democrática, da Educação com qualidade social sem a qual não há cidadania e o exercício profissional docente com dignidade, associa-se àqueles (as) que repudiam o retrocesso que se quer impor ao Brasil; conclamando a todos  (as), sobretudo os (as) professores (as) de todas as etapas e modalidades de ensino, mediadores do pleno desenvolvimento das crianças, jovens e adultos, do seu preparo para o exercício da cidadania e da sua qualificação para o trabalho- como nos determina o Art. 205, da CF, para que também o façamos todos (as).

 

Goiânia 28 de março de 2016.

Diretoria Plena do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – SINPRO GOIÁS.

 

Confira a baixo a carta:

0001 (8)
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0002
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