CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO
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Professores têm nova visão do ensino ao fazer especialização

Um novo olhar sobre a gestão escolar, o currículo e a conexão dos conteúdos são os principais destaques apontados por quatro educadores que concluíram o curso de pós-graduação em educação integral ministrado pelas universidades federais da Fronteira Sul (UFFS) e do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde a abertura da primeira especialização na área, em 2011, a UFFS certificou 105 professores nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A UFRGS, 45, na grande Porto Alegre e cidades do litoral.

A especialização em educação integral é feita na modalidade semipresencial, com carga mínima de 360 horas e duração de dois anos. Na UFFS, a formação aborda as bases teóricas, história, legislação, políticas públicas, currículo, métodos, gestão, docência, espaço e tempo na escola. Na UFRGS, o curso trabalha a formação de professores capazes de compreender e implementar ações de educação integral (jornada e formação abrangentes em ciências, artes, cultura, mundo do trabalho) e integrada (sistêmica e interdisciplinar).

Além da pós-graduação, um conjunto de universidades públicas também oferece cursos de extensão e aperfeiçoamento em educação integral a professores, diretores, coordenadores pedagógicos e gestores. A extensão e o aperfeiçoamento têm carga horária de 80 a 200 horas. Dados da Diretoria de Currículos e Educação Integral da Secretaria da Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação mostram que oito universidades federais já oferecem esses cursos.

De acordo com o coordenador da pós-graduação em educação integral da UFFS, Élsio Corá, a área de abrangência da instituição, que compreende municípios dos três estados da região Sul, vive uma “febre boa”. A instituição certifica este ano novos profissionais, oferece diversos cursos de extensão e tem programada a abertura de mais uma turma de pós-graduação para 2015. A expansão da oferta, segundo Corá, deve-se à procura por esse tipo de qualificação.

O curso de especialização Educação Integral na Escola Contemporânea, ministrado na UFRGS, com 360 horas de duração, é dirigido a professores, diretores e gestores da educação básica. É composto de seis módulos, com 70% da carga horária presencial e 30% a distância. A coordenadora do curso, Carmem Zeli de Vargas Gil, diz que a formação dos educadores também compreende cinco saídas a campo. Na seleção, têm prioridade aqueles que atuam em escolas do programa Mais Educação e os que trabalham no atendimento a jovens de 15 a 17 anos matriculados no ensino fundamental.

Experiência — Hoje diretora de educação integral no município de Erechim (RS), Juliana Wrublewski, que fez a especialização no campus de Chapecó da UFFS, explica que o curso mostrou a importância da gestão para desenvolver uma escola inovadora. Do turno único para o integral, ela admite que tudo é diferente. “Muda a matriz curricular, o projeto político-pedagógico. É preciso trabalhar com os professores para inovar, para qualificar o tempo”, afirma.

Desde que concluiu a pós-graduação, em 2012, Juliana desenvolve atividades nas 15 escolas do município, sete delas de tempo integral. Este ano, Erechim Implantou o tempo integral para 100% dos estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jaguaretê, situada na área rural. Em fevereiro, quando as aulas tiveram início, as 69 famílias atendidas resistiram à mudança. Em maio, as famílias responderam a um questionário da Diretoria de Educação Integral sobre os primeiros meses de atividade. Segundo Juliana, 64 famílias aprovaram o projeto.

Municípios — Para o professor Marcelo Perpussatti, gerente de projetos de educação e cultura de Xaxim (SC), o desafio do município é pensar a educação integral e integrada. Ele salienta que o curso de especialização da UFFS ofereceu elementos importantes para trabalhar a conexão das ações.

Em 2014, cinco escolas urbanas de Xaxim aderiram ao programa Mais Educação. Nessas unidades, o educador vai aplicar os conhecimentos adquiridos. A rede tem 20 escolas, nove delas são centros de educação infantil.

Um dos municípios que aderiram ao Mais Educação em 2009, ano que marcou o avanço do programa no país, Cachoeirinha (RS) já incluiu 17 das 20 unidades escolares e tem hoje 1,7 mil estudantes no regime de tempo integral. Desse conjunto, 15 escolas oferecem todas as atividades dentro de seus espaços, uma usa salão de igreja e outra, a área de uma associação. A expansão ainda esbarra na falta de espaço, segundo Márcia Lopes, educadora que coordena o programa na cidade.

Durante a especialização na UFRGS, concluída em 2013, Márcia pôde avaliar que Cachoeirinha já tratava de forma correta o processo de educação integral. “O curso fortaleceu a parte teórica e mostrou como conduzir a parte pedagógica”, diz. Reuniões mensais, conselhos de classe com os professores e a comunidade e formação de monitores são atividades que fazem parte da vida das escolas, segundo Márcia.

Em Marmeleiro (PR), o professor Constantino da Luz diz estar preparado para trabalhar com práticas que desenvolvam o estudante de modo integral. “Mas não posso aplicar isso agora”, diz. Ele leciona geografia na Escola Estadual Telmo Otávio Müller, com contrato temporário.

Luz fez especialização em educação integral na UFFS, mas a escola pública onde atua ainda não aderiu ao Mais Educação. De acordo com o professor, o sistema de quatro horas de aula é muito curto para formar as crianças. O trabalho de conclusão do curso, na UFFS, Luz teve de fazer no Colégio Estadual Cristo Rei, em Francisco Beltrão, cidade vizinha, onde o Mais Educação é realidade desde 2009.

Convicto do potencial da educação integral, Luz espera que a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) para o período 2014-2024 motive os municípios e os estados a investir no ensino em tempo integral.

programa Mais Educação é uma iniciativa do MEC, em parceria com escolas públicas estaduais e municipais. Até 4 de agosto, o programa recebe a adesão das escolas. Diretores ou coordenadores pedagógicos devem preencher o cadastro no sistema on-line PDDE interativo.

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Fonte: Portal Mec

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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MEC discute marco mais exigente para cursos

Abrir um curso de especialização ou MBA pode ficar mais difícil para as instituições de ensino, porque o Conselho Nacional de Educação (CNE) está preparando um marco regulatório para os cursos lato sensu. O objetivo é dar maior segurança para os estudantes e oferecer um mínimo de qualidade

Uma comissão trabalha há cerca de oito meses no novo marco regulatório, que ainda passará por audiência pública antes de ser aprovado pelo MEC. Entre as mudanças, a especialização poderá ser oferecida por instituições de ensino superior e pós-graduação, instituições de pesquisa científica e escolas de governo, desde que na mesma área em que as instituições atuam.

“Essa forma de especialização está fora da regulação. Para oferecer o curso, basta ser credenciada para graduação. Isso acabou por provocar uma oferta descontrolada de especialização no País. Tem instituições com um curso de graduação e oferecem 30 especializações fora da área em que atuam”, explica o conselheiro da Câmara de Educação Superior do CNE Erasto Fortes.

Além dessa mudança, no caso das instituições de graduação, elas deverão ter uma nota igual ou maior que 4 nas avaliações do MEC (cujas notas vão de 1 a 5) para abrir uma especialização. Atualmente, é preciso ter uma avaliação igual ou superior a 3. As instituições deverão ter cursos reconhecidos e não apenas autorizados pela pasta. Para serem reconhecidos precisam ter cerca de dois anos de funcionamento.

Também será desenvolvido instrumento próprio de avaliação da especialização. Segundo Fortes, esse instrumento deverá se basear nos instrumentos que já existem.

A expectativa é que o marco entre em vigor no ano que vem. Outra mudança na área, essa já homologada, faltando apenas ser regulamentada pelo ministério, é a criação de um cadastro nacional dos cursos de especialização. Os cursos não registrados no MEC serão considerados cursos livres.

“Os cursos atuais terão que se enquadrar às novas normas. Ou se enquadram, ou serão considerados cursos livres”, diz o conselheiro. Ele acrescenta que o objetivo é dar segurança aos alunos. “Não se pode iludir a boa fé das pessoas que vão procurar esses cursos”.

Fonte: Sinpro RS/ Agência Brasil

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás