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Após críticas, governo irá alterar base curricular para ensino médio

O Ministério da Educação decidiu alterar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), referente ao ensino médio, que foi fortemente criticada por educadores e especialistas por sua falta de detalhamento e pela possibilidade de ampliar as desigualdades.

Cecilia Bastos/USP

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, o Ministério da Educação decidiu alterar e ampliar a Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio, alvo de críticas desde a apresentação do texto que seria definitivo, em abril.

Os ajustes serão feitos após a BNCC ser criticada por entidades da área de educação e por especialistas. Apesar da desaprovação por grande parte da população, as alterações devem ser feitas rapidamente para que o governo Michel Temer consiga aprová-la ainda em 2018.

O conselheiro Cesar Callegari renunciou à presidência da comissão que analisa a proposta por discordar do texto e da reforma do ensino médio.

Segundo ele, “a base traz apenas generalidades sem nenhuma capacidade de orientar as escolas”. E continua: “Fico feliz em saber que o MEC pelo menos assume que o trabalho que realizou é incompleto e que precisa ser modificado. Mas defendo que o texto seja devolvido ao MEC para que seja refeito.”

Entre às críticas à proposta está falta de detalhamento sobre o funcionamento da BNCC na prática, a falta de debate entre a sociedade e a possibilidade de ampliação de desigualdades na educação.

No caso do ensino médio não há o detalhamento dos conteúdos das áreas de ciências humanas e ciências da natureza. Apenas linguagens e matemática mereceram maior atenção mas, mesmo assim, carecem de clareza e rigor.

Além disso, o documento também não indica quais competências específicas de cada área do conhecimento devem ancorar os currículos das chamadas linhas de aprofundamento, ou seja, qual a ênfase que o aluno irá seguir durante o ensino médio.

Já que essas ênfases serão escolhidas a partir da oferta de cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e educação profissional. Com a alteração, reforma define que 60% da grade do ensino médio seja comum e o resto será flexível, cabendo ao aluno optar por alguma das áreas.

Do Portal Vermelho

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Folclore ajuda aluno a entender a história do país, diz professora

Professora na Escola Estadual Carlos Drummond de Andrade, em Presidente Médici, Rondônia, Lucimara Lopes França defende o estudo do folclore durante todo o ano letivo. Para a professora, que está há 19 anos no magistério, o folclore é um dos principais fatores de identificação de um povo. “Quando os estudantes conhecem um pouco mais da história do seu país por meio do folclore têm a oportunidade de compreender o povo e, assim, fazer parte de sua história”, analisa.

Segundo a professora, lendas, cantigas, ditados populares e trava-línguas (espécie de jogo verbal, que consiste em dizer, com clareza e rapidez, versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou de sílabas formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente) são algumas das formas usadas por povos antigos para compreender o mundo. “Eles usavam a imaginação para resolver os mistérios da natureza e entender as dificuldades da vida e seus próprios temores”, diz.

Pedagoga, com pós-graduação em psicopedagogia institucional e especialização em mídias na educação, Lucimara foi uma das vencedoras da edição de 2012 do Prêmio Professores do Brasil, com o projeto Gêneros Textuais: Manifestações da Cultura Popular, dentro do tema Folclore Brasileiro. O projeto foi desenvolvido com uma turma do segundo ano do ensino fundamental, composta por 22 alunos de 7 a 9 anos de idade. Dividido em dez etapas, envolveu as disciplinas de língua portuguesa e história, proporcionou o contato com diferentes gêneros textuais e estimulou o uso de mídias na sala de aula. À medida que novos conteúdos eram estudados, passavam a fazer parte de um mural, o que contribuiu para sistematizar o conhecimento. As atividades desenvolvidas eram postadas no blogue da turma.

Ao elaborar o projeto, Lucimara buscou valorizar a linguagem oral e escrita da cultura popular, com o uso de diferentes formas de mídia. Os alunos tiveram a oportunidade de ler sobre mitos e lendas e conhecer personagens como Saci-Pererê, Mula-sem-Cabeça, Curupira, Iara, Boitatá e Negrinho do Pastoreio. Também aprenderam sobre danças e brincadeiras folclóricas. No laboratório de informática da escola, participaram de jogos, quebra-cabeças e palavras cruzadas on-line e assistiram a vídeos sobre parlendas, cantigas de roda e trava-línguas. Uma das atividades mais apreciadas pelos alunos foi a apresentação de cantigas de roda. A atuação de cada grupo foi gravada em vídeo pela professora e postada no blogue.

De acordo com Lucimara, durante a execução do projeto, os estudantes tiveram a oportunidade de aprender que o computador é uma ferramenta para a aprendizagem. Ele serve para a diversão e como fonte de pesquisa. “Os estudantes perceberam que ao sentir dificuldade com algum conteúdo podem usar esse recurso e avançar na aprendizagem”, salienta.

Em 2013, a professora apresentou aos alunos a obra de Monteiro Lobato [1882-1948], com leitura compartilhada e estudos da biografia do autor. As disciplinas envolvidas foram língua portuguesa, história e artes. “Busquei atividades sobre parlendas, trava-línguas, cantigas de roda e ditados populares”, revela.

 

 

 

Fonte: Portal MEC

 

 

 

 

Fernanda Machado

Assessoria de Imprensa do Sinpro Goiás