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Era ruim, ficou pior

Em 22 de abril, a Câmara dos Deputados concluiu a votação, em primeiro turno, do famigerado PL (Projeto Lei) 4.330, de autoria do deputado Sandro Mabel (aqueles das bolachinhas!). Na votação de uma “emenda aglutinativa” de última hora, que permitiu a ampliação da terceirização nas atividades fins, o placar foi de 230 votos favoráveis e 203 contrários.

Infelizmente, dos oito deputados federais de Mato Grosso, seis (deputados Carlos Bezerra, Ezequiel da Fonseca, Adilton Sachetti, Nilson Leitão, Fábio Garcia e Victório Gale) votaram contra os interesses dos trabalhadores e apenas dois votaram com os trabalhadores (Ságuas Moraes e Valtenir Pereira).

Tendo em vista que o texto-base havia sido aprovado pelo acachapante placar de 324 votos favoráveis e apenas 127 contrários, podemos afirmar que essa nova votação foi apertadíssima e os seus apoiadores nem tiveram clima para comemorações.

Tal placar deve-se, especialmente, à ação das centrais sindicais que têm compromissos com os trabalhadores, as quais saíram às ruas e atuaram nas redes sociais denunciando os “traidores dos trabalhadores”, e que “ganhou a opinião pública”, segundo pesquisas, mesmo com o empresariado, sob a batuta da Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo) ocupando horários nobres nas rádios e TVs diuturnamente, pagando preço de ouro para tentar convencer que a terceirização era bom  para os trabalhadores e para o Brasil.

Além de estender a terceirização para as atividades fins, dando um sinal verde para os patrões mandarem embora todos os funcionários com vínculo empregatício e contratar somente “terceirizadas”, com salários menores e com menos direitos, o texto final aprovado introduziu outra proposta sinistra: a “pejotização” do trabalhador, ao estabelecer que a terceirização poderá ser realizada com pessoa física ou jurídica.

Assim, com base no texto aprovado, é bem provável que o empregador deixará de contratar trabalhadores diretamente, ou mesmo terceirizados, e contratará trabalhadores pejotizados, ou seja, forçando os trabalhadores a abrirem empresas individuais de prestação de serviços e firmando com esses um contrato regido pelas normas do Direito Civil.

Com isso, o empregador deixará de ter que cumprir as obrigações trabalhistas e previdenciárias, tais como: anotação na Carteira de Trabalho, 13º salário, férias, pagamento de hora-extra, depósitos de FGTS, seguro contra acidentes, recolhimento de INSS, etc., afinal, “empresa” (ou “trabalhador pejotizado”) não possui tais direitos trabalhistas.

A CLT – Consolidação da Leis Trabalhistas e o próprio Direito do Trabalho tenderiam a desaparecer em nosso país!

Entretanto, esse golpe não se concretizará facilmente!

Em contraposição a essa tentativa de roubar direitos dos trabalhadores, as centrais comprometidas com a luta, tais como a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a CUT, a NCST, e outras organizações sociais como o MST e entidades ligadas à juventude (UNE, Ubes, UJS), estão unidas e mobilizadas e já desencadearam uma série de manifestações nas ruas e nas redes sociais, denunciando esse golpe rasteiro, bem como os deputados e deputadas “traidores” e “traidoras”.

Tudo indica que a tramitação no Senado não será de afogadilho, haja vista que o seu presidente, Renan Calheiros, anunciou que da maneira como está o PL 4330 “não passa” e que sua tramitação terá amplo processo de discussão nas várias comissões. Isso sem falar do posicionamento firme da presidenta Dilma que declarou que está “de olho na votação” e que não vai admitir “que sejam retirados direitos dos trabalhadores”.

O certo é que essa “guerra” só está no começo e perdemos apenas a primeira batalha. Outras virão: a discussão e votação no Senado, a segunda votação na Câmara, a apreciação da matéria pela presidenta Dilma (quem dispõe da “caneta” para vetar total ou parcialmente) e ainda o questionamento de sua constitucionalidade perante o STF – Supremo Tribunal Federal.

Em todas elas, o fator “povo nas ruas e nas redes” é fundamental para decidir um desfecho favorável aos trabalhadores e trabalhadoras!

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*Miranda Muniz é agrônomo, bacharel em direito, oficial de justiça-avaliador federal, diretor de comunicação da CTB/MT – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e secretário sindical do PCdoB-MT

 

 

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Fonte: Contee

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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A mexicanização do mercado de trabalho

A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho. O comprador da força de trabalho consome-a, fazendo o vendedor dela trabalhar. Este, ao trabalhar, torna-se realmente no que antes era apenas potencialmente: força de trabalho em ação, trabalhador. Para o trabalho reaparecer em mercadorias, tem de ser empregado em valores-de-uso, em coisas que sirvam para satisfazer necessidades de qualquer natureza. (…) A produção de valores-de-uso muda sua natureza geral por ser levada a cabo em benefício do capitalista ou estar sob seu controle. Por isso, temos inicialmente de considerar o processo de trabalho à parte de qualquer estrutura social determinada. (Karl Marx)

Nas últimas semanas a Classe Trabalhadora brasileira tem convivido com seu pior pesadelo, ou seja, a aprovação do Projeto de Lei da Terceirização (PL 4.330) de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO) em primeiro turno na Câmara dos Deputados. Sandro Mabel, empresário proprietário de uma indústria de alimentos em Goiás (Grupo Mabel produtor das rosquinhas Mabel) apresentou este projeto de lei em 2004. De lá para cá todos os Presidentes da Câmara decidiram não colocar tamanho ataque aos direitos trabalhistas em votação. Mas, o atual Presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), representante dos interesses mais reacionários e conservadores da sociedade brasileira, resolveu colocar em votação, a toque de caixa, no plenário daquela Casa Legislativa o PL 4.330. Iniciou-se então o mais novo e trágico capítulo da luta de classes no Brasil.

Apesar de a prática da terceirização já ser uma realidade no Brasil, introduzida aqui durante o governo tucano de FHC, não atingia a atividade fim. Já o PL 4.330, da forma como foi aprovado na Câmara, simplesmente acaba com a atividade fim. O STF já tinha produzido uma Súmula no qual considera inconstitucional a terceirização da atividade fim das empresas. Dessa forma, bancos não podem terceirizar bancários e gerentes, escolas não podem terceirizar professores, hospitais não podem terceirizar médicos e enfermeiros e assim por diante. Somente as atividades meio podem ser subcontratadas, como serviços de limpeza e segurança, por exemplo.

Como se não bastasse esse ataque mortal ao direito dos trabalhadores, o PL 4.330 também estabelece que os acordos e convenções coletivas de trabalho assinadas entre os sindicatos patronais e de empregados não se aplicam aos terceirizados. Logo, estes trabalhadores teriam garantidos somente os direitos previstos na CLT, perdendo todos os outros direitos conquistados através de suas lutas históricas e presentes em seus respectivos acordos e convenções coletivas. E, em última análise, a terceirização das atividades fim certamente levará ao enfraquecimento e esvaziamento dos sindicatos de trabalhadores. Portanto, trata-se do maior retrocesso social da história do Brasil. Segundo Helder Amorim, Procurador do Trabalho de Minas Gerais, a terceirização rebaixa o nível de vida do trabalhador e suas condições de proteção jurídica e social. Hoje existem 12 milhões de trabalhadores terceirizados no mercado de trabalho brasileiro, contra 33 milhões de trabalhadores diretos com vínculo formal e direto com suas respectivas empresas que agora correm o risco de perderem seus empregos diretos em favor de trabalhadores terceirizados mais baratos.

O trabalho terceirizado, até pela própria lógica e sistemática concorrencial deste tipo de negócio busca somente a redução de custos, neste caso, custos de mão-de-obra. Assim, a remuneração dos terceirizados será sempre inferior à dos trabalhadores diretos. Além de condições de trabalho muito mais precárias e inseguras devido ao baixo investimento em ações de segurança do trabalho e na saúde do trabalhador. Segundo pesquisa do DIEESE, o trabalhador terceirizado tem uma jornada semanal em média de três horas a mais e um salário 30% menor que o trabalhador direto. Logo, a terceirização significa um rebaixamento das condições e da valorização do trabalho, atendendo unicamente ao interesse dos capitalistas. A aprovação do PL 4.330 significará a maior desregulamentação trabalhista de nossa história. Nada parecido aconteceu desde a criação da CLT em 1942.

No México, a terceirização é chamada de subcontratação e foi aprovada em 2012 no bojo da Nueva Ley Federal del Trabajó. Em uma década, o número de terceirizados explodiu no México, passando de 8,6% da força-de-trabalho em 2004 para 16% em 2014. Por lá, o caso mais simbólico foi o do Bancomer que criou uma empresa de mão-de-obra em 2006 e para ela transferiu 100% de seus funcionários. Isto é, um banco sem nenhum bancário. Com isso, se viu livre de cumprir os acordos coletivos de trabalho até então negociados e assinados com o Sindicato dos Trabalhadores de Bancos do México. Em pouco tempo outros bancos mexicanos seguiram o mesmo caminho, além de megaempresas comerciais como a rede Walmart. O que levou ao enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores a ponto de alguns deles desaparecer dando lugar a “sindicatos” criados pelos patrões e donos das terceirizadoras. Os setores mais vulneráveis da sociedade foram os mais atingidos pela terceirização, como mulheres, jovens, camponeses e minorias étnicas.

Estudos da OIT e da Cepal comprovam que a terceirização não traz nenhum benefício aos trabalhadores, pois visa tão somente a redução do custo do trabalho. Nem mesmo o discurso de que ela promove a geração de empregos é verdadeiro. As taxas de desemprego no México permaneceram inalteradas desde a promulgação da lei da subcontratação em 2012. Segundo o XVI Informe de Violaciones a Los Derechos Humanos Laboralesde 2012, produzido pelo Centro de Reflexión y Acción Laboral (CEREAL), foi o maior ataque e desmonte da legislação trabalhista mexicana desde 1931 quando foi criada a Ley Federal de Trabajo resultante da Revolução Mexicana, que garantiu aos trabalhadores mexicanos direitos trabalhistas, como contrato coletivo, jornada de trabalho de oito horas, pagamento de horas extras, estabilidade no emprego, direito à sindicalização e à greve, pagamento de bônus natalino entre outros.

A Nueva Ley Federal del Trabajo de 2012 atingiu mortalmente os direitos trabalhistas dos mexicanos extinguindo o direito à estabilidade no emprego, atacando o direito à associação sindical e rompendo com o equilíbrio de forças entre capital e trabalho colocando em risco direitos humanos básicos, como alimentação e vida digna, seguridade social, educação e até mesmo o meio ambiente e as culturas populares. Tudo em favor de interesses capitalistas de um estado tomado de assalto por empresários neoliberais sedentos por redução de custos para que possam concorrer num mercado globalizado.

Por aqui no Brasil, o PL 4.330 dará entrada no Senado Federal no próximo dia 05 de maio. O Presidente do STF, Ricardo Lewandowski, já afirmou haver inconstitucionalidades neste projeto de lei. Já o Presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB/AL) afirmou que não permitirá que este projeto tramite por aquela Casa Legislativa da forma como se deu na Câmara federal, ou seja, a toque de caixa. Para ele, deve tramitar por todas as Comissões antes de ser submetido à apreciação do plenário do Senado, podendo inclusive simplesmente arquivá-lo sem coloca-lo na pauta de votações devido à insegurança jurídica que enseja no mundo do trabalho. A Presidenta Dilma Rousseff em visita a Xanxerê, cidade catarinense atingida por um tornado, afirmou ser contrária ao PL 4.330 da forma como foi aprovado na Câmara dos Deputados e, se aprovado da forma como está poderá ser vetado no todo ou em parte. De toda forma, cabe à sociedade manter-se vigilante para não ver seus direitos sacrificados em nome do lucro e da ganância capitalista. A pressão vinda da Classe Trabalhadora já gerou reflexos na votação do projeto na Câmara. Na primeira votação o projeto foi aprovado com 323 votos a favor e 132 contra. Depois de apresentados os destaques e as emendas aglutinativas foi novamente colocado em votação, menos de uma semana depois, foi aprovado com 230 votos a favor e 203 votos contrários.

Um projeto de lei que tem apoio dos empresários e das entidades de classe patronais não será nunca favorável aos trabalhadores. No Chile, a terceirização foi fruto da ditadura militar quando Pinochet introduziu esta forma de subcontratação ainda nos anos 1970. Só por aí já é possível se ter uma ideia do que realmente há por trás deste projeto de lei.

*O autor é Doutor em Ciência Política pela UFMG e Mestre em Ciências Sociais pela PUCMinas. Diretor do Sinpro Minas e da Contee. Revisor ad hoc do e Journal of eDemocracy and Open Government e da Revista Temas da Administração Pública da Unesp. Membro do Comitê Científico da Revista Extra-Classe. Professor da Epcar e vencedor do XI Prêmio Tesouro Nacional em 2006.

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Fonte: Contee

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Coordenadora de Secretaria de Assuntos Institucionais discute mudanças no FIES

A coordenadora de Secretaria de Assuntos Institucionais da Contee, Nara Teixeira de Souza, representou a Confederação ontem, 28, em audiência pública interativa realizada pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal, por iniciativa do senador Cristovam Buarque, para discutir uma vez mais as mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

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O debate ocorreu um dia depois do início do novo prazo para aditamento dos contratos do Fies, que vai até o dia 29 de maio. A prorrogação do tempo foi feita para dar mais segurança aos estudantes que buscam renovar seus contratos no sistema. Mesmo assim, as novas regras foram novamente alvo de ataques por parte das entidades que representam os empresários do ensino superior, sobretudo o limite para reajuste das mensalidades e a exigência de no mínimo 450 pontos no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para estudantes interessados no financiamento.

Em seu pronunciamento, a diretora da Contee voltou a rebater as justificativas das empresas de educação e defender as alterações feitas pelo Ministério da Educação. Nara destacou que a educação está ligada a um projeto de nação e criticou o fato de verbas públicas serem cada vez mais aplicadas no ensino privado, formado, atualmente, em grande parte, por grandes conglomerados onde atua inclusive o capital estrangeiro.

“A Kroton, maior empresa de educação do mundo, possui cerca de 60,1% dos alunos matriculados pelo Fies. Há instituições que chegam a ter 100% de bolsistas. São verbas oriundas do governo federal repassadas sem controle”, denunciou. “Tem que ter corte de qualidade sim. Temos que formar trabalhadores sim, mas trabalhadores qualificados.”

A coordenadora da Secretaria de Assuntos Institucionais também apontou que, segundo matéria publicada pela Folha de S. Paulo no dia 6 de abril, entre as 30 instituições de ensino superior campeãs de matrículas pelo financiamento federal, 25 são avaliadas como nota 3, o mínimo exigido pelo MEC. Ela lembrou ainda que isso acontece com salas de aulas superlotadas, às vezes com centenas de estudantes por turma, e com desvalorização dos trabalhadores em educação.

“Esse professor que enfrenta essa realidade é horista, não recebe salário digno, não recebe por hora-atividade. Nossas negociações tem sido difíceis. Sem falar que grande parte das instituições não oferece pesquisa”, ressaltou. “Tem sim muitas instituições comprometidas com a qualidade, mas não são a maioria. Se fossem, achariam a exigência de uma nota de corte correta, implementariam pesquisa, aceitariam regulação. Acompanho a tramitação do Insaes (Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior) há dois anos e as instituições não aceitam regulação.”

Em sua fala, Nara também citou as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sobre o ensino superior realizadas pelas assembleias legislativas de São Paulo e do Rio de Janeiro. “Essas CPIs sobre instituições privadas aprofundaram questões bastante importantes que a gente devia analisar.” Ela aproveitou ainda para criticar a aprovação pela Câmara do Projeto de Lei 4.330, que escancara a terceirização, e defender a rejeição da matéria pelo Senado, apontando principalmente os prejuízos na educação.

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Fonte: Contee
Fotos: André Corrêa/Agência Senado

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Aquilo que a gente vota no Parlamento precisa virar realidade

A menos de dois meses do fim do prazo para o cumprimento da primeira leva de metas do Plano Nacional de Educação, entre as quais a elaboração e aprovação dos planos municipais e estaduais, a regulamentação do PNE foi tema de audiência pública realizada ontem, 28, na Câmara dos Deputados, da qual participou a coordenadora-geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto.

 

PNE

O debate, na Comissão de Educação, foi convocado por iniciativa da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e contou com as presenças de Binho Marques, secretário de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase) do Ministério da Educação; Rossieli Soares da Silva, Secretário de Estado da Educação e da Qualidade de Ensino do Amazonas (Consed); Cleuza Repulho, Presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime); Roberto Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE); Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação; Bárbara Melo, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes); e também de Amábile Pacios, presidenta da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep).

PNEE

 

Em sua fala, a diretora da Contee fez um histórico sobre como a política do Estado mínimo, no período neoliberal, colocou a educação numa situação difícil, que contribuiu, por exemplo, para a privatização sem precedentes no ensino superior e a estagnação das vagas públicas. Ela também apontou, em função disso, a dificuldade de implantação do Sistema Nacional de Educação e salientou que a Contee defende o SNE não apenas como regulamentador do regime de colaboração, enfatizando que é preciso incluir nele tanto o ensino público quanto o privado.

Outra preocupação, segundo Madalena, diz respeito à implementação do Custo Aluno Qualidade. Conforme frisado pela coordenadora-geral da Confederação, esse ponto representou um salto no PNE ao vincular financiamento à questão da qualidade, sendo fundamental agora que ele seja debatido e implementado. Ela também ponderou que é preciso mudar a forma de avaliação na educação básica. “Apesar de ter mantido o Ideb, o PNE apontou necessidade de criar o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica. O Ideb é indexador, não mede qualidade de fato”, considerou, acrescentando a importância de também garantir plano de carreira para os trabalhadores e o cumprimento do piso. “Vamos lutar para que todas as metas sejam cumpridas.”

Em suas colocações, Madalena destacou o esforço do Fórum Nacional de Educação (FNE) em acompanhar, de forma articulada aos fóruns estaduais e municipais, a discussão dos planos locais. “É uma tarefa política”, observou. “Os planos estaduais e municipais não devem ser entendidos como documento técnico. Mas no desespero de cumprir o prazo, muitos municípios não estão debatendo seus planos com a sociedade”, criticou ela. “Sou professora de políticas públicas e tenho dito aos meus alunos que aquilo que a gente vota no Parlamento precisa virar realidade.”

 

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Observatório do PNE

A audiência também tratou do Observatório do PNE, uma plataforma on-line que tem como finalidade monitorar os indicadores referentes a cada uma das 20 metas do Plano Nacional e de suas respectivas estratégias, bem oferecer análises sobre as políticas públicas educacionais já existentes e que serão implementadas ao longo dos dez anos de vigência do Plano. O objetivo  é que a ferramenta possa apoiar gestores públicos, educadores e pesquisadores e ser um instrumento à disposição da sociedade para que qualquer cidadão brasileiro possa acompanhar o cumprimento das metas estabelecidas.

 

 

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Fonte: Contee
Fotos: Nara Teixeira de Souza

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

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Movimento social na luta contra o PL 4.330

O Projeto de Lei 4.330/04, que possibilita a terceirização de maneira ilimitada e precariza as relações de trabalho no Brasil foi aprovado pela Câmara, mas ainda precisa ser votado pelo Senado. E a mobilização continua intensa para evitar que a proposta seja aprovada pelos senadores e retire direitos dos trabalhadores.

A luta contra o PL 4.330 é uma das principais bandeiras que serão levadas às ruas de todo o país na próxima sexta-feira, 1º de maio, Dia do Trabalhador. Mas não são apenas as entidades sindicais que estão mobilizadas. Os movimentos sociais, como a União Brasileira de Mulheres (UBM), também estão atuando no combate à terceirização desmedida.

UBM

 

A pesquisadora da Unicamp Juliane Furno, em artigo ao site Brasil Debate, argumentou que as mulheres serão as mais prejudicadas com o PL em questão, visto que já são a maioria nas empresas terceirizadas e ganham, em média, apenas 80% do salário dos homens.

Por isso, vamos juntos e juntas continuar dizendo não ao PL 4.330.

 

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Fonte: Contee com informações da UBM

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Em pauta regulamentação do PNE

A Comissão de Educação da Câmara realiza hoje (28), às 14h30, uma audiência pública para discutir a “Regulamentação do Plano Nacional de Educação e a criação do Observatório PNE-Brasil”. A coordenadora-geral da Contee, Madalena Guasco Peixoto, participará do debate.

Também foram convidados para a audiência representante do Ministério da Educação; o secretário de Estado de Educação do Distrito Federal (Consed), Júlio Gregório; a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho; a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios; o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão; o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Tojeira Cara; a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros; e a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Bárbara Melo.

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Fonte: Contee com informações do Portal Vermelho

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Dia Internacional da Educação

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Hoje, 28 de abril, é oficialmente o Dia Internacional da Educação. Porém, neste 28 de abril, em que participa de uma audiência pública na Câmara sobre a regulamentação do PNE, a Contee reafirma sua luta para que o dia da educação sejam todos os dias. Na defesa de bandeiras como o Sistema Nacional de Educação, a regulamentação da educação privada, a aprovação do Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes) e no combate à financeirização do ensino, à transformação de educação em mercadoria, ao excesso de atividades extraclasse, à terceirização desmedida e à desvalorização dos trabalhadores e trabalhadoras praticadas pelos estabelecimentos de ensino, entre tantas outras pautas trabalhistas e educacionais, a luta da Contee se faz dia a dia.

Por isso, neste dia 28 de abril, a Confederação reitera sua defesa do papel da educação na construção de um projeto de desenvolvimento social soberano para o país e reitera suas principais bandeiras. Neste dia – e em todos os outros – é essencial ter em mente que não há como pensar num projeto democrático de educação sem ter a garantia de dois pontos primordiais: de um lado, o fortalecimento da educação pública, democrática e de qualidade e, de outro, a regulamentação da educação privada, com a exigência do cumprimento do papel do Estado no controle, regulação, credenciamento e avaliação da educação, com as devidas referências sociais.

 

 

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Fonte: Contee

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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Diretoria Plena apresenta planejamento para fortalecer a luta

   Foto Prof AlanA Diretoria Plena da Contee encerrou no último sábado, encontro com a apresentação dos relatórios de atividades desenvolvidas por cada secretaria da Confederação e os planejamentos para este ano. Entre seus diretores, o Coordenador da Secretaria de Políticas Sociais da Contee, o Prof. Alan Francisco de Carvalho (foto), também, Presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro Goiás).

Campanhas, seminários e pesquisas foram incluídos na pauta, com o objetivo de atuar em várias frentes, do combate à interferência crescente do capital financeiro na educação até a luta contra a terceirização desmedida e em prol da valorização dos trabalhadores (com destaque especial para a questão dos técnicos administrativos) e da formação de novos dirigentes, incluindo a juventude trabalhadora.

Também fazem parte das estratégias de ação abordadas hoje o protagonismo dos trabalhadores em educação na integração latino-americana e caribenha e na batalha pela sua descolonização, bem como a retomada da campanha de sindicalização “Pense Coletivo” e o papel da comunicação da Contee e das entidades sindicais não só no fortalecimento da agenda da categoria, mas também na relação com os temas caros aos movimentos sociais e que não são tratados adequadamente na chamada “grande mídia”. Tudo isso sem perder de vista a saúde financeira imprescindível às entidades sindicais para sua atuação política.

Antes das apresentações de cada secretaria, os diretores da Plena também deram informes referentes ao andamento das negociações coletivas em seus estados e/ou municípios, mostrando os avanços e as dificuldades frente à intransigência patronal, tanto nas cláusulas econômicas quanto nas sociais. A troca de experiências e informações é de extrema relevância para que a luta em defesa de professores e técnicos administrativos possa ser fortalecida em âmbito nacional.

A reunião foi encerrada com o agendamento de uma Plena ampliada no segundo semestre, juntamente com a solenidade de comemoração dos 25 anos da Contee.

Confira também: Diretoria Plena da Contee debate a conjuntura nacional

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Fonte: Contee

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

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O Dia dos Trabalhadores será de luta contra PL 4.330

Depois da grande violência cometida contra os trabalhadores e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) com a votação, na última quarta-feira (22), do Projeto de Lei 4.330, que libera a terceirização para todas as atividades, as centrais sindicais e os movimentos sociais já se preparam para um grande ato no dia 1º de maio. O Dia Mundial do Trabalhador será, este ano, um Dia Nacional de Lutas e Paralisações em defesa da democracia, da Petrobras, dos direitos sociais e trabalhistas, da soberania e pela reforma política democrática. Será ainda um dia de batalha intensa contra o PL 4.330, que agora segue para as mãos do Senado, e em defesa dos direitos trabalhistas.

A Contee convoca as entidades filiadas e toda a categoria a participar dos atos públicos que serão realizados em seus estados e municípios. Vamos tomar as ruas contra o PL 4.330 e em defesa de todos os trabalhadores.

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Fonte: Contee

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás