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Aumento salarial é fundamental para qualidade da educação, aponta pesquisa

 

Professor melhor remunerado é um ponto crucial para a melhora da qualidade da educação no Brasil, aponta uma pesquisa realizada pelo Ibope, à pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Todos pela Educação, divulgada nesta terça-feira, dia 3 de abril.

O estudo “Retratos da Sociedade Brasileira – Educação Básica” deu voz para duas mil pessoas entre 15 e 20 de setembro do ano passado em 126 municípios. O estudo apontou que a população acredita que uma boa educação ajuda a garantir um bom emprego e a baixa qualidade da educação prejudica o país.

Em relação aos professores, a pesquisa apontou que 40% dos entrevistados acreditam que aumentar o salário dos docentes é a melhor opção para incrementar a qualidade do ensino. Elevar o número de professores aparece em segundo lugar (34%), praticamente empatada com ações para melhorar a formação docente (32%).

A percepção da maioria entrevistada também é que os estudantes não estão preparados para a etapa escolar seguinte ou para o mundo do trabalho. Apenas 12% dos brasileiros acreditam que o aluno do ensino médio das escolas públicas está bem preparado para se inserir no mercado profissional e quase um quarto da população (23%) diz que está despreparado. Em 2013, 55% dos brasileiros consideravam que o aluno estava bem ou razoavelmente preparado e agora esse percentual é 42%.

A visão dos entrevistados sobre a baixa qualidade da educação é confirmada por resultados de proficiência dos estudantes em exames nacionais e internacionais. O Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática, em 2015, no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para melhorar o ensino nas escolas públicas, 28% afirmam que é preciso equipar as instituições, enquanto 25% acreditam que é preciso estimular a participação dos pais na cobrança por uma boa escola. Ampliar a segurança aparece logo depois (24%), seguida por melhorar o sistema de ensino (23%).

Cai avaliação também da escola particular

Mas não é apenas a escola pública que teve uma piora na avaliação sobre sua qualidade. Aqueles que consideram o ensino como ótimo ou bom nas escolas privadas somavam cerca de 75%, em 2013, caindo para cerca de 65%, em 2017. Como contrapartida, aumentou o percentual dos que consideram o ensino como regular.

 

* Com informações da Agência de Notícias CNI, Agência Brasil e Nova Escola | Edição: Sinpro/Caxias

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Baixa qualidade da educação básica pode prejudicar capacitação de profissionais

Além de dificuldade para preencher postos de trabalho por falta de mão de obra qualificada, as empresas encontram empecilhos para capacitar os profissionais, devido à baixa qualidade da educação básica. É o que revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 1.761 empresas. A má-formação prejudica o setor, na avaliação de 41% das empresas.

“Se você pega um trabalhador que tem uma base ruim em matemática, português ou não terminou o ensino médio, isso afeta a capacidade de aprendizado”, disse o gerente executivo da pesquisa, Renato da Fonseca, responsável pela Sondagem Especial – Falta de Trabalhador Qualificado na Indústria, divulgada hoje (28) pela CNI.

Para ele, o Brasil precisa rever seu modelo educacional e preparar o estudante para o mercado de trabalho. Segundo Fonseca, o ensino “universal”, que privilegia o conhecimento fragmentado em várias áreas, não colabora com a preparação para o mercado de trabalho.

“É preciso investimento na qualidade [da educação], mas também na capacitação profissional. O Brasil tem capacitação muito baixa em comparação com outros países. Temos que pensar em uma mudança no sistema educacional, para focar em alguns aspectos da educação para o mundo do trabalho”, frisou Fonseca.

Para o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Luccchesi, é preciso “repensar” a escola para que “dialogue melhor” com o mundo de trabalho. “Para o desenvolvimento econômico e sustentável, a sociedade precisa discutir a escola para que ela dialogue com a juventude. Precisamos de mais educação profissional. Precisamos fazer mais, com mais intensidade”, pontuou.

Segundo ele, menos de 7% dos jovens brasileiros fazem educação profissional ao mesmo tempo que a educação regular. Em países desenvolvidos, o percentual é superior a 50%.

Fonte: Uol Economia, com informações de Agência Brasil