10 anos da CTB
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Adilson Araújo: CTB completa 10 anos e se firma como uma central classista e de luta

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Ao completar 10 anos, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) não só confirma sua trajetória de resistência, aprendizado e solidariedade frente aos atuais desafios que o Brasil atravessa, ela referenda seu projeto de sindicalismo classista e seu compromisso em construir um projeto nacional que tenha por centro a valorização do trabalho.

Quando avaliamos essa década de luta o extrato que tiramos é extremamente positivo. A CTB tem impresso em seu DNA a compreensão de que o movimento sindical é dinâmico e por isso precisa de soluções dinâmicas, que tenham como fonte o conjunto amplo das forças: trabalhadores e das trabalhadoras urbanos, rurais, marítimos, do setor metal/mecânico, entre outras tantas categorias. E a unidade é uma marca de sua atuação tanto na base como nas lutas mais amplas.

E isso deixa claro a disposição da nossa Central de fortalecer cada vez mais a unidade e os laços de solidariedade entre a classe trabalhadora, e evidentemente isso traz uma nova perspectiva, porque atravessamos uma etapa, na qual nos consolidamos como uma das centrais sindicais que mais cresce no país.

Hoje, a CTB contabiliza mais de 1200 sindicatos filiados (sendo que desses mais de 700 já estão reconhecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego) e representando cerca de 10 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Alcançamos o sonho da sede própria e da criação da nossa Escola Nacional. E no âmbito dos estados, graças a iniciativas como o Projeto Coral, ampliamos e reforçamos a presença da Central em todas as regiões do Brasil, aqui também destaco a criação do Passi (Posto Avançado de Ação Sindical, Social e Institucional), em Brasília, o que não só nos estruturou como também reforçou nossa atuação nas lutas dentro do Congresso Nacional.

A CTB avançou e isso aconteceu nas diferentes frentes. Na Formação a CTB deu mais um passo fundamental com a criação da Escola Nacional. Inaugurada no dia 12 de Julho deste 2017, com a presença de mais de 150 lideranças sindicais, a Escola ministrou curso para quatro turmas, nas quais a Escola abordou temas como a História do Movimento Sindical, Reforma Trabalhista, Direito do Trabalho, Organização da Classe Trabalhadora, Mercado de Trabalho no mundo Capitalista, Sustentabilidade do Movimento Sindical, entre outros.

Ainda no campo da formação e com o objetivo de localizar a luta da classe trabalhadora, a CTB também realizou diversos seminários jurídicos, os quais reuniu diversos juristas e magistrados para debater temas como Direito do Trabalho, Seguridade Social, Trabalho Decente, entre outros temas. Como desdobramento desses seminários, a CTB criou este ano o Grupo de Trabalho Jurídico (GT) com o objetivo de reforçar a luta jurídica em defesa dos direitos sociais e trabalhistas.

A frente internacional também é um braço estratégico da CTB ao longo desde 10 anos. Desde a sua fundação, nossa Central mirou como horizonte reforçar sua posição institucional na luta internacionalista. Para isso, desenvolveu um projeto que tem por centro um sindicalismo de classe anti-imperialista, de unidade de ação em nível internacional. Como resultado desse projeto, ampliamos, por exemplo, nosso protagonismo nas articulações institucionais na Federação Sindical Mundial (FSM), que no seu 17º congresso, realizado na África do Sul, em 2016, elegeu Divanilton Pereira, secretário e Relações Internacionais, para o secretariado executivo da entidade.

Outro setor fundamental para a CTB Central é o da Comunicação, que ganhou ampla atenção por sua natureza estratégica. Ao longo destes 10 anos, em especial nos últimos 4 anos, reforçamos os investimentos na área estrutural, com a ampliação e formação do quadro de profissionais e a modernização dos equipamentos, o que garantiu a criação do Jornal Olho Crítico, impresso quinzenalmente, com tiragem de 200 mil; modernização do nosso Portal na internet e ampliação de nossa presença nas redes sociais; a criação das revistas Rebele-se e Mulher de Classe, sem falar no fortalecimento da nossa revista Visão Classista. Isso sem falar nas publicações especiais, como cartilhas e notas técnicas.

O balanço acima sinaliza a dimensão da luta incansável que cada dirigente empenhou, nos últimos 10 anos, para consolidar política e institucionalmente, no debate e nos espaços de decisão, a presença da CTB em todo o país.

A resistência em defesa de tudo que conquistamos até aqui deve ser o fio condutor de nossas lutas. Não podemos vacilar, a unidade e fortalecimento do movimento sindical é fundamental para resistir ao retrocesso contra o maior golpe que o capital quer impor à classe trabalhadora brasileira.

Fortalecer o movimento sindical é, portanto, um pressuposto para a boa condução da luta dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil.

É com essa inspiração que a CTB comemora seus 10 anos e reafirma seu compromisso de seguir firme na luta e na resistência na defesa de bandeiras históricas como os direitos sociais, a democracia, a soberania e a valorização do trabalho, fundamentais para a edificação de uma sociedade menos desigual e mais inclusiva.

 

Adilson Araújo
Presidente Nacional da CTB

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Dez músicas para comemorar com muita reflexão os 10 anos da CTB

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No dia 12 de dezembro de 2007 nascia a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), para mostrar a força da classe trabalhadora num ritmo bem brasileiro, classista, de luta, democrático e repeitando a diversidade do país. São 10 anos de um caminho trilhado pelos interesses da nação e do povo que trabalha rumo a um sociedade mais justa e mais igual.

Abaixo dez músicas do cancioneiro popular brasileiro que representam uma face da vida do país, da classe trabalhadora e da luta por liberdade, direitos iguais e uma vida digna para todos. CTB é a central que veio para ficar e mostrar que trabalhadores e trabalhadoras devem lutar de braços dados contra a opressão e a injustiça.

 

Velha Roupa Colorida, de Belchior

“Você não sente nem vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
E o que há algum tempo era novo jovem
Hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer”

 

E Vamos à Luta, de Gonzaguinha

“Aquele que sabe que é negro
O coro da gente
E segura a batida da vida
O ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco
De um jogo tão duro
E apesar dos pesares
Ainda se orgulha
De ser brasileiro
Aquele que sai da batalha”

 

Um Satélite na Cabeça, de Chico Science

“Eu sou como aquele boneco
Que apareceu no dia na fogueira
E controla seu próprio satélite

Andando por cima da terra
Conquistando o seu próprio espaço
É onde você pode estar agora”

 

Refavela, de Gilberto Gil

“A refavela
Revela o salto
Que o preto pobre tenta dar
Quando se arranca
Do seu barraco prum bloco do BNH”

 

Hoje, de Taiguara

“Hoje
Homens de aço esperam da ciência
Eu desespero e abraço a tua ausência
Que é o que me resta, vivo em minha sorte”

 

Homem Primata, de Titãs

“Desde os primórdios
Até hoje em dia
O homem ainda faz
O que o macaco fazia
Eu não trabalhava
Eu não sabia
Que o homem criava
E também destruía”

 

Porta Estandarte, de Geraldo Vandré

“Por dores e tristezas que bem sei
Um dia ainda vão findar
Um dia que vem vindo
E que eu vivo pra cantar
Na Avenida girando, estandarte na mão pra anunciar”

 

Dias de Luta, Dias de Glória, de Charlie Brown Jr.

“A vida me ensinou a nunca desistir
Nem ganhar, nem perder, mas procurar evoluir
Podem me tirar tudo que tenho
Só não podem me tirar as coisas boas
Que eu já fiz pra quem eu amo”

 

Rancho da Goiabada, de João Bosco e Aldir Blanc

“Os bóias-frias quando tomam umas biritas
Espantando a tristeza
Sonham , com bife à cavalo, batata frita
E a sobremesa
É goiabada cascão, com muito queijo, depois café
Cigarro e o beijo de uma mulata chamada
Leonor, ou Dagmar”

 

Primeiro de Maio, de Chico Buarque e Milton Nascimento

“Hoje a cidade está parada
E ele apressa a caminhada
Pra acordar a namorada logo ali
E vai sorrindo, vai aflito
Pra mostrar, cheio de si
Que hoje ele é senhor das suas mãos
E das ferramentas”

 

Afinal são 10 anos de pessoas juntas nas ruas, nas redes sociais, em todos os estados, na cidade e no campo, pessoas determinadas a construir o mundo novo, onde os meios de produção passem para as mãos da classe trabalhadora e a desigualdade desapareça de vez do planeta. Dez anos parecem poucos, mas basta olhar para trás para ver o quanto já se caminhou. A CTB faz aniversário, mas a festa é sua. Só não esqueça que existem direitos para recuperar e um país para reconstruir.

Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy