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Rescisão de contrato sem sindicato fragiliza empregado, aponta debate

 

A reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), em vigor desde novembro do ano passado, acabou com a necessidade de o sindicato da categoria ou o Ministério do Trabalho revisar a rescisão dos contratos dos trabalhadores. Com isso, empregados e empregadores têm recorrido a cartórios para finalizar as relações trabalhistas. Audiência pública promovida nesta quinta-feira (22) pela Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho apontou que a medida deixa os profissionais desprotegidos.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Ângelo Fabiano Farias da Costa, cartórios já têm oferecido o serviço por meio de uma escritura pública que pode ser emitida, inclusive, por meio eletrônico, sem a necessidade de comparecimento ao local físico. Ele observou que a participação dos sindicatos e do Ministério do Trabalho garantia o pagamento correto dos valores rescisórios.

— Estão fazendo por meio eletrônico, o que aumenta a possibilidade de sonegação de direitos trabalhistas. A reforma trouxe uma série de instrumentos para retirada de direitos trabalhistas. É preciso rever esses instrumentos – apontou.

Para o vice-presidente da subcomissão, senador Paulo Paim (PT-RS), a extinção da necessidade de comparecimento ao sindicato ou à superintendência do Ministério do Trabalho para homologar uma rescisão contratual abre espaço para fraudes.

— Daqui a pouco o trabalhador vai receber a rescisão pelo correio – lamentou Paim.

Itamar Kunert, da Central dos Sindicatos Brasileiros, ressaltou que a homologação garante segurança jurídica para trabalhadores e empresários, pois demonstra que o empregador pagou o que deveria e o trabalhador recebeu aquilo que tinha direito.

– A homologação é a coisa mais importante não apenas para o trabalhador, mas para o empresário. É uma garantia de que houve um corte no contrato de trabalho– assinalou.

 

Demissão imotivada

A reforma trabalhista criou a possibilidade de funcionário e patrão negociarem uma demissão de comum acordo. O trabalhador que optar por essa nova forma de demissão perde o direito ao seguro-desemprego e ganha somente a metade do valor correspondente ao aviso prévio e da multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Essa nova ferramenta pode ser utilizada para coagir o trabalhador ao consenso, segundo participantes da audiência.

Na avaliação de Rogério Silva, membro do Comando Nacional de Mobilização do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), a demissão sem justa causa — aquela que não pode ser justificada por falta grave do trabalhador ou por motivos econômicos relevantes – precisa ser revista.

—   A dispensa imotivada é hoje um poder que o empregador tem sobre o empregado, algo que já não é permitido em vários países. Essa dispensa não poderia ser por puro arbítrio do empregador – criticou.

O presidente da Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho, Hugo Melo Filho, também defendeu a regulamentação do artigo 7º Inciso I da Constituição Federal, estabelecendo regras para proteção do empregado contra dispensas arbitrárias.

 

Contratos precários 

Outro ponto frisado na reunião foi a regulamentação de novas modalidades de contratos de trabalho como intermitente e temporário. Para a vice-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), a juíza Noemia Porto, esses contratos precários enfraquecem os sindicatos e diminuem o poder de negociação dos trabalhadores e o respeito aos seus direitos

— Está em curso um processo de desprofissionalização dos trabalhadores e um processo de desindicalização que atinge a identidade coletiva dos trabalhadores, que é fundamental pela luta de melhor qualidade de vida e de trabalho. Eu deixo de ser o engenheiro ou a cozinheira e passo a ser o PJ, o autônomo, o trabalhador intermitente – alertou.

 

Mercado de trabalho 

Apontada pelo governo como saída para gerar emprego no país, a reforma trabalhista não conseguiu abrir nenhum novo posto de trabalho, de acordo com a pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade de Campinas (Cesit/Unicamp), Marilane Oliveira Teixeira. Também não conseguirá assimilar as 4,5 milhões de pessoas em idade economicamente ativa que entraram no mercado de trabalho desde 2015, conforme a pesquisadora.

— No mesmo período foram retiradas 726 mil pessoas do mercado. É como se ninguém tivesse sido incorporado e além disso mais de 700 mil saíram. É uma catástrofe – disse.

 

Trabalho informal

Ainda de acordo com dados apresentados pela pesquisadora, o trabalho informal, que vinha registrando queda até 2013, disparou nos últimos anos e tende a aumentar com a reforma:

— Hoje, somando o trabalho não registrado e o por conta própria são 36 milhões de homens e mulheres contra 34 milhões com carteira de trabalho – registrou.

 

De Brasília,  Portal CTB (Com agência Senado)

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Perseguição a professores e Lei da Mordaça serão debatidas na Câmara de Deputados

 

 

A perseguição de professores por membros do “Movimento Escola Sem Partido” será debatida na Comissão da Câmara dos Deputados que trata do Projeto de Lei (PL) Nº 7180/2014. A iniciativa é do deputado João Carlos Bacelar Batista (PODE-BA) que pretende chamar para depor os professores perseguidos Daniel Macedo, da Escola Estadual Lucilo José Ribeiro, de São José da Tapera (AL); Cleonilde Tibiriçá, da Fatec Barueri (SP); Janeth de Souza e Silva, do Instituto de Educação Rangel Pestana, em Nova Iguaçu (RJ); Gabriela Viola, do Colégio Estadual em Curitiba (PR); e Alice Aparecida e Silva, do Instituto de Educação Estadual de Londrina (PR).

O PL, de autoria do deputado Erivelton Santana (PEN-BA) inclui entre os princípios do ensino “o respeito às convicções do aluno, de seus pais ou responsáveis, dando precedência aos valores de ordem familiar sobre a educação escolar nos aspectos relacionados à educação moral, sexual e religiosa. Conhecido como Lei da Mordaça, o projeto é repudiado por várias entidades sindicais e democráticas.

Contee contra a Lei da Mordaça

A Contee lançou, em agosto de 2016, campanha nacional contra a Lei da Mordaça. As peças da campanha estão disponíveis no Portal da Contee e mostram, através das imagens de um professor amordaçado e de uma estudante impedida de ver e ouvir, como os projetos do movimento Escola Sem Partido representam um ataque à liberdade de cátedra e a construção de uma educação crítica e democrática. O mote é ‘‘A minha entidade sindical me defende deste ataque’’. A campanha também conta com um vídeo de denúncia à censura e em defesa da educação crítica e democrática.

Em abril de 2017, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pela inconstitucionalidade da Lei 7.800/2016, de Alagoas, baseada no projeto Escola sem Partido. Para o ministro, a norma não tem condições de promover uma educação sem doutrinação.

A lei, copiada do texto base do projeto Escola sem Partido, foi questionada por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 5.537, proposta pela Contee. Para Barroso, acatando a argumentação da Confederação, a lei “é tão vaga e genérica que pode se prestar à finalidade inversa: a imposição ideológica e a perseguição dos que dela divergem. Portanto, a lei impugnada limita direitos e valores protegidos constitucionalmente sem necessariamente promover outros direitos de igual hierarquia”.

O magistrado ressaltou que a norma implica desconfiança em relação aos professores, o que não faz sentido em relação ao papel desempenhado por eles na sociedade. Para ele, os professores “têm um papel fundamental para o avanço da educação e são essenciais para a promoção dos valores tutelados pela Constituição. Não se pode esperar que uma educação adequada floresça em um ambiente acadêmico hostil, em que o docente se sente ameaçado e em risco por toda e qualquer opinião emitida em sala de aula”.

Gilson Reis, coordenador geral da Contee, destaca quatro pontos contrários ao projeto: “1 – fere o princípio de autonomia pedagógica das escolas, bem como a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 2 – propõe a imposição de determinações que cerceiam a atuação docente, contrariando o princípio da autonomia do professor e descaracterizando as possibilidades de efetivação de práticas pedagógicas dialógicas, assim como a própria relação professor-aluno nela implícita; 3 – fragiliza a relação família-escola, ao propor mecanismos que permitem aos pais e tutores censurar a atuação pedagógica de docentes e escolas; e 4 – contraria o princípio de laicidade da educação pública, desconsiderando os princípios que devem reger a atividade que prima pelo respeito à diversidade religiosa, bem como desconsidera outros princípios previstos na legislação educacional brasileira”.

Ataques aos professores

O deputado Bacelar pretende, na audiência, “demonstrar e discutir a perseguição que professores já vêm sofrendo por membros do ‘Movimento Escola Sem Partido’, antes mesmo que os trabalhos desta Comissão sejam concluídos. Daniel Macedo desenvolveu o projeto Diário de Gente — Sexualidade e Gênero, tendo elaborado com os alunos uma série de oficinas com estratégias pedagógicas diferenciadas: analisaram textos e reportagens sobre feminicídio, violência contra a mulher e identidade e expressão de gênero. Também assistiram a filmes e palestras, fizeram uma peça de teatro, apresentações de dança e música e uma sessão de fotografia. Desde então, o professor tornou-se alvo de perseguição. Na Assembleia Legislativa de Alagoas, deputados defensores do Escola Sem Partido cobram uma ‘punição severa’ ao professor. Daniel Macedo também tem sofrido ataques pessoais e difamação nas redes sociais, principalmente por páginas pró-Escola Sem Partido”.

Cleonilde Tibiriçá conta: “Eu trabalho a língua a partir de textos ancorados em um contexto geográfico, sociopolítico. Sempre trabalhei com a aprovação da direção. Tinha lá Hobsbawm, Milton Santos, Chico Buarque, Paulo Freire. Tinha também muitos artigos, alguns da Carta Capital, alguns da Veja. No segundo semestre de 2013, percebi a presença de um aluno estranho, com umas perguntas estranhas. Os textos que ele trazia vinham sempre do Instituto Millenium. Eu só descobri tardiamente que esse moço de 35 anos era ligado a este instituto e ao ‘Escola Sem Partido’ (ESP). Em outubro daquele ano, eu recebi um e-mail do Miguel Nagib, coordenador do ESP, dizendo que tinha recebido uma denúncia e uma série de documentos referentes a minha prática doutrinária em sala de aula. Dizendo que iria publicar três artigos e estava me avisando para que eu me defendesse. Eu respondi que não autorizava a publicação de artigo nenhum, que ele não me conhecia e que, se algum aluno tinha passado informações para eles, eram informações que circulavam no interior de uma relação pedagógica e que ele não deveria ter acesso a isso. Ele ignorou minha resposta e publicou. A primeira publicação ele mandou com cópia para o diretor da Fatec de Barueri, para a superintendente do Paula Souza e para o governador Geraldo Alckmin. Ele dizia que eu fazia aquela prática com o dinheiro do contribuinte. Que merecia sindicância para exoneração. Eu recebi mensagens de pessoas malucas me ameaçando, dizendo que eu não merecia só ser presa por doutrinar jovens contra a família e contra Deus, que eu merecia morrer. Na PUC chegaram a encontrar minha filha, indicaram quem era ela para um maluco e ele começou a gritar: ‘Olha a filha da doutrinadora’ Nunca imaginei que algo assim pudesse um dia acontecer.”

Janeth de Souza e Silva também relata: “Eu sou professora da rede estadual desde 1984 e estou respondendo a uma sindicância por ‘doutrinação ideológica’. Sou professora de inglês e defendo a escola pública como sempre defendi a vida toda. Toda vez que tem uma greve, eu converso com os meus alunos e explico os motivos das greves e o desrespeito que os governantes têm com a educação e os educadores. Acho que eles têm o direito de saber os motivos das greves que os afetam diretamente. E parece que agora isso é tido como doutrinação. Um belo dia fiquei sabendo que havia uma gravação de 40 minutos de uma aula minha, que havia uma sindicância e que a acusação era doutrinação ideológica. Fiquei muito surpresa, mas continuo achando que, se eu for participar de uma greve, meus alunos têm o direito de saber os motivos, mesmo porque ensino futuros professores. A sindicância foi aberta em novembro de 2015 e até agora não tive qualquer notícia.”

Gabriela Viola acredita “que o conhecimento tem que ser construído em parceria com os alunos. Eu levo um tema e a partir de um debate ele vira um conhecimento conjunto. E minha relação com os estudantes foi construída com muito respeito, nunca precisei tirar aluno de sala de aula ou aumentar o tom de voz. E nunca tinha sofrido qualquer tipo de repressão antes do ocorrido. O ataque veio por parte de páginas de direita, principalmente por causa do autor escolhido e do ritmo de música, que é marginalizado dentro da sociedade. A paródia (versão do funk Baile de favela com letra falando das teorias de Karl Marx) foi uma forma que eu encontrei de fazer a sala toda participar do conteúdo. Eles que escolheram o estilo musical, fizeram a paródia. Aí postei a música no Facebook no domingo à noite, e, no dia seguinte, o vídeo já estava em um monte de páginas, inclusive dizendo que era doutrinação ideológica. Algumas páginas de direita me ameaçaram. A coordenação do colégio disse que era para eu ficar em casa enquanto o Núcleo Regional de Educação resolveria o que fazer com meu caso. O fato de me mandarem para casa fez como que os alunos se mobilizassem no colégio e houve duas manifestações, de manhã e à noite, e também criaram a hashtag #VoltaGabi. Na mobilização da noite, a patrulha escolar foi chamada, mas apareceram três carros da Rotam. Acho que ninguém esperava essa pressão dos alunos e acho que a repercussão negativa de me mandar para casa influenciou na decisão de me trazer de volta. Nós, professores, estamos sendo massacrados, apanhamos na rua quando pedimos melhor alimentação nas escolas, estamos sofrendo cortes. Esse projeto Escola Sem Partido vem de setores fundamentalistas que querem cada vez mais uma sociedade passiva e ignorante. A escola sem partido é escola de um partido só”.

Alice Aparecida e Silva leciona geografia: “Em junho, aconteceu um evento organizado pela equipe multidisciplinar do colégio em que nós debatemos a questão de gênero, desde violência contra a mulher, cultura do estupro, orientação sexual em toda a sua diversidade, e culminou no Dia Mundial do Orgulho LGBT. Nós falamos também sobre a questão geracional, acessibilidade, idosos e prevenção de drogas, foi um trabalho amplo chamado ‘Diversidade e Sustentabilidade’. Nosso trabalho foi recortado e denunciado ao Juizado da Infância e Juventude por um advogado que tem um blog chamado ‘Endireita Londrina’, dizendo que estávamos estimulando a erotização infantil e trabalhando a ideologia de gênero – o que, aliás, precisamos discutir porque não existe ideologia de gênero – e ensinando pornografia. Tudo porque um dos grupos, que estava trabalhando a questão da orientação sexual, levou uma drag queen para fazer uma performance na hora do intervalo. Foi uma série de atividades, mas o enfoque foi na performance da drag e em um pedaço de um filme chamado ‘O homossexual não é perverso, perverso é o ambiente onde ele vive’, de 1971. Um professor do próprio colégio fez o recorte, ele é amigo desse advogado. A drag fez uma dança e três trocas de roupas, estava com todas as roupas. Isso está sendo chamado de pornografia. Essa atividade aconteceu no turno em que temos só alunos de ensino médio. E, em todo o trabalho que foi feito, foi feita uma arrecadação de fraldas geriátricas; professores e alunos falaram sobre o que pensam sobre drogas, direitos, deveres, diversidade sexual. Nós respondemos que não infringimos nenhuma lei, que trabalhamos com o conteúdo do MEC e que o foco foi o respeito à diversidade. Fizemos esse trabalho com adolescentes, não havia crianças na escola. Eu fui muito ameaçada na página do advogado. Já abrimos um processo contra o professor e contra o advogado. Esse advogado orienta estudantes a filmar as aulas para denunciar os professores, como na lei da mordaça. As manifestações homofóbicas, machistas e racistas na escola são recorrentes. Trabalhar esses temas é fundamental”.

Para o deputado Bacelar, “por tratar-se de desdobramento tão relevante e que merece ampla discussão, solicitamos a aprovação da Audiência Pública”. A proposta será apreciada na próxima reunião da Comissão.

 

Carlos Pompe da Contee

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Adilson Araújo: A mobilização e resistência devem continuar

 

Há 21 meses está em curso no Brasil uma agenda ultraliberal que impõe ao nosso povo graves retrocessos, que ganham sua maior expressão na aprovação da terceirização, da Emenda à Constituição 95 [a chamada PEC dos gastos] e da reforma trabalhista.

Nesta segunda-feira (19), fruto de ampla mobilização, resistência, unidade e luta, a classe trabalhadora alcançou importante vitória ao inviabilizar a votação da proposta enviada pelo presidente ilegítimo Michel Temer de “reforma” da Previdência Social.

Mas, a luta deve seguir vigilante e resistente na batalha contra a gestão neoliberal de Temer que vigora no Brasil de hoje.  Nossa mobilização não pode parar. A qualquer momento eles podem dar mais um golpe e tentar aprovar o fim da Previdência Social Pública.

Nesta luta, além da defesa dos direitos, também é tarefa da classe trabalhadora a defesa e concepção de um projeto de Brasil soberano e inclusivo.

As ações já realizadas em 2018 revelam a dimensão do embate que enfrentaremos este ano. E a nossa estratégia não deve ter outro caminho senão o da reconstrução do país a partir da luta pela retomada do crescimento, com valorização do trabalho e distribuição de renda.

 

Adilson Araújo
Presidente Nacional da CTB

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Entidades de Goiás planejam ações da ‘Jornada contra a mercantilização e em defesa da educação pública’

 

A “Jornada contra a mercantilização e em defesa da educação pública” lançada pela Contee e pela União Nacional dos Estudantes (UNE) começou a todo vapor em Goiás. Hoje (20), o presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Brasil Central (Fitrae-BC) e coordenador da Secretaria de Comunicação Social da Contee, Alan Francisco de Carvalho, o diretor da Fitrae-BC Geraldo Profírio Pessoa e o presidente do Sinpro Goiás, Railton Nascimento Souza, reuniram-se, em Goiânia, com o presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) de Goiás, Ritley Alves, e com a primeira diretora de Instituições Públicas da UEE-GO, Danny Cruz, que também representou a UNE.

 

 

O objetivo do encontro foi o planejamento da jornada, que vai até o dia 2 de março, no estado. Segundo Alan, foram definidos dias e horários de panfletagens e de debates contra as várias formas de privatização e a financeirização da educação no país. O presidente da Fitrae-BC e diretor da Contee destacou ainda que outras entidades filiadas à Confederação nos municípios de Rio Verde e Anápolis também estão planejando ações da campanha. O objetivo central da jornada é esclarecer a sociedade sobre a necessidade de defesa da educação como setor estratégico para o desenvolvimento soberano no Brasil.

 

Por Táscia Souza da Contee

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COMUNICADO SOBRE O REAJUSTAMENTO SALARIAL 2018 DOS PROFESSORES DAS IES

 

Aos professores e gestores das Instituições de Ensino Superior -IES do Estado de Goiás

Assunto: REAJUSTAMENTO SALARIAL 2018 DOS PROFESSORES DAS IES

 

Estamos no decurso do processo negocial 2018, iniciado com o envio da pauta de reinvindicação salarial no dia 14 de dezembro do ano passado ao Semesg (Sindicato Patronal).

No último processo negocial, finalizado em 1° de maio de 2017, Sinpro Goiás e Semesg asseguram na Convenção Coletiva de Trabalho (2017-2019) que assinaram a antecipação de parte do reajustamento salarial dos docentes para 1° de fevereiro de 2018 e o restante a ser integralizado na data base em 1° de maio.

Dessa forma, com base no acordo firmado entre o Sinpro Goiás e o sindicato patronal, as IES deverão garantir 1,88% de reajustamento salarial, em caráter de antecipação, a ser aplicado em ao 1° de fevereiro, para os salários que serão pagos aos docentes até o 5° dia útil de março de 2018. O restante do reajustamento salarial será integralizado, após a finalização do processo negocial, em 1° de maio.

Na mesa de negociação, o Sinpro Goiás apresentou à direção do sindicato patronal alguns pontos fundamentais para formalizar a reivindicação de integralização do reajustamento salarial em 1° de maio de 2018.

Destacou que o recorte do INPC que analisa especificamente a EDUCAÇÃO acumulou, no final de 2017, um percentual de 7,01% e o IPCA acumulou em 7,11%, segundo dados fornecidos pelo Dieese. Além disso, chamamos a atenção para o fato de o INPC e IPCA acumulados em Goiás, para a região metropolitana de Goiânia, somaram 3,76% cada um, o que demonstra que as perdas inflacionárias em nossa região são maiores que o índice geral nacional, conforme estudo do Dieese.

Alertou que na nossa Convenção Coletiva e nos planos de cargos e salários, em geral (muitos restritos à formalidade e distantes da efetividade prática), não prevê PLR, a participação em lucros e resultados, o que pressiona o reajustamento salarial. São raras as IES do setor privado que garantem progressão por mérito e por antiguidade no estado de Goiás, o que torna o reajuste salarial a única forma de melhora no poder aquisitivo dos docentes, o que efetivamente é condição “sine qua non” para evitar graves perdas salariais.

Finalmente, chamou a atenção para o quadro grave de desvalorização do trabalho docente. Segundo reportagem do jornal O Popular, veiculada no domingo, 04 de fevereiro desse ano, constatou que houve uma redução geral no ponto de corte das notas para o ingresso dos estudantes nos cursos de licenciatura da UFG, o que revela o desinteresse dos jovens em ingressar na carreira docente por causa da sua constante precarização.

Assim, enquanto comunicamos o índice de 1,88% a ser aplicado nos salários dos docentes do Ensino Superior de Goiás no mês de fevereiro, informamos que estamos empenhados na urgente tarefa de fecharmos a negociação com o sindicato patronal Semesg garantindo uma complementação de reajustamento salarial, a ser aplicado em 1° de maio, que assegure aos professores e professoras a reposição das perdas sofridas no último ano.

 

Atenciosamente,

Diretoria do Sinpro Goiás

 

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Saiba como está o processo negocial de 2018 para professores da educação básica

 

 

O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás informa que o processo negocial para reajuste salarial da categoria docente está em curso e que no dia 15 de fevereiro foi encaminhado segundo ofício ao Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Município de Goiânia – Sepe e ao Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Goiás – Sinepe nos quais foram apresentados dados sobre o comportamento do INPC  e IPCA no quesito educação e também especificamente na região metropolitana, muito superior à medida nacionalmente, com base em estudo do Dieese.

O Sinpro Goiás chamou a atenção no ofício piso nacional dos professores que foi reajustado pelo Governo Federal para 2018 em 6,81%, e com base na pesquisa feita pelo PROCON GO, evidenciou que houve aumento nas mensalidades, em média, superior à 10%, o que levou o Sinpro Goiás à reivindicar aos sindicatos patronais um reajuste de 7% (sete por cento) a ser aplicado sobre os salários e piso salarial de R$13,50 (treze reais e cinquenta centavos) visto que hoje está em R$ 12,11 em Goiânia.

Lembramos aos professores/as que estamos no meio do processo negocial  com os sindicatos patronais e que nossa data-base é 1° de Maio. Entretanto, estamos nos empenhando para conseguir a antecipação do reajustamento salarial, como nos anos anteriores. Pedimos o apoio de todos os professores e professoras do Estado de Goiás para que nossa luta por um reajustamento salarial justo seja exitosa! Leia os ofícios abaixo e dialogue com seus colegas, coordenadores e diretores, demonstrando a eles que nossa reivindicação deve ser atendida para que os/as professores/as não tenham mais perdas no seu poder aquisitivo e para que a carreira docente e a educação de qualidade sejam valorizadas em Goiás. Una-se ao Sinpro Goiás, fortaleça seu sindicato!

 

Confira os ofício enviados ao Sepe e Sinepe:

Ofício Sepe:

 

Ofício Sinepe:

 

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Educação infantil está virando balcão de negócios em São Paulo, diz dirigente do Sedin

 

Claudete Alves, presidenta do Sindicato dos Educadores da Infância (Sedin) do município de São Paulo, denuncia que na gestão do prefeito João Doria (PSDB) a educação infantil virou um “balcão de negócios políticos”.

Em primeiro lugar porque a administração municipal afirma que “nunca houve uma expansão tão grande da rede e vários Centros de Educação Infantil (CEIs) tiveram que adiar o início das aulas por estarem em reforma ou construção”, diz.

Inclusive, afirma a sindicalista, o Sedin protocolou ação junto ao Tribunal de Contas do Município e ao Ministério Público do Estado de São Paulo contra a Portaria 9145/2017, do Executivo.

Para ela, essa portaria aumenta a possibilidade de contratação de entidades particulares para atender as crianças. “Acontece que nem sempre essas entidades reúnem condições adequadas para estar com as nossas crianças”, argumenta.

As creches conveniadas – como são conhecidas popularmente -, segundo Alves, “foram transformadas em negociação política com parlamentares. Segundo a administração sai mais barato,como se as crianças não mercessem os melhores cuidados”.

Ela explica que é o dinheiro público que está sendo usado para pagar a prestação de serviço dessas entidades, muitas delas ligadas com políticos. Para piorar, foram criados os polos de atendimento às crianças nas férias de janeiro.

“O problema consiste em que os polos prestaram atendimentos na rede direta. Então as conveniadas deverão ressarcir os cofres públicos porque não trabalharam em janeiro. Não é justo receberem sem trabalhar”. De acordo com Alves, a prefeitura paga pelos “12 meses do ano”.

Outra questão importante se refere às férias das profissionais que trabalharam em janeiro. “Essas trabalhadoras deverão sair de férias no transcorrer do processo e são as crianças que perdem”.

Ela reclama também do Projeto de Lei 621/2016, que trata da previdência suplementar dos servidores municipais. “Estamos nos organizando para combater esse PL que vai onerar as trabalhadoras ativas e inativas com aumento na contribuição para a Previdência”.

A sindicalista conta que o Sedin está discutindo uma contraproposta que não onere os bolsos das servidoras e servidores. “Vamos sugerir, que por um período, a administração diminua o repasse da receita para a Câmara dos Vereadores”. Hoje a prefeitura repassa 6% do que arrecada e o Sedin vai sugerir que repasse 5%, até o problema ser solucionado.

 

Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy

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Sem votos, governo estuda nova mudança na reforma da Previdência

Em troca de votos, o governo aceitaria promover alterações na aposentadoria dos servidores públicos que ingressaram no funcionalismo antes de 2003 (e, pelo projeto aprovado, teriam que chegar até os 65 anos, se homem, e 62 anos, se mulher, para continuarem a se aposentar com o valor integral da aposentadoria e mesmos reajustes dos servidores da ativa).

O deputado Rogério Rosso (PSD), um dos governistas que é contra a reforma, declarou que o próprio Michel Temer autorizou que ele negociasse com representantes do funcionalismo uma nova proposta.

Outra mudança em análise é a incorporação dos agentes penitenciários às regras dos policiais e bombeiros militares, que ficarão de fora da reforma. Rosso também mencionou a ampliação da possibilidade de acúmulo de pensões com aposentadorias, que, pelo texto, ficaria limitada a dois salários mínimos (R$ 1.908). O governo discute a possibilidade de elevar essa soma a até três salários mínimos ou o teto do IINSS (R$ 5,5 mil).

Os temas em estudo, contudo, não dizem respeito ao cerne da reforma, que dificulta – e pode até inviabilizar – a concessão do benefício para milhares de brasileiros. Não é à toa que memso parlamentares da base de Temer têm se colocado contra o projeto, com medo da resposta nas urnas dos eleitores prejudicados.

O próprio Marun admitiu a impopularidade do texto e o medo dos deputadoes. “[Eles têm] receio de que este voto possa prejudicar ou até inviabilizar sua reeleição. E aí não tem uma coisa horrorosa. Isso faz parte da vida. O cidadão que faz do Parlamento a sua vida e vê na frente um risco grande de perder a eleição, ele se assusta. Isso não é um demérito”, disse, em encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Para decidir sobre os recuos no texto, a equipe econômica ainda avalia o impacto orçamentário de cada alteração e, principalmente, a quantidade de votos que isso acrescentará. “Nós temos pilares para essa reforma: o estabelecimento de idade mínima e de um regime único de Previdência, a partir do qual eu, você, ele, vamos nos aposentar em um sistema semelhante. Mantido isso, é possível, sim, que o projeto possa ainda ser aprimorado”, afirmou Marun.

A equipe de Temer espera fechar o novo texto até o dia 6 de fevereiro. A votação da matéria está, a princípio, agendada para o dia 19 de fevereiro. Mas, tanto o governo quanto Maia só querem pautar o projeto quando houver pelo menos 320 deputados a favor da reforma – são necessários 308, dos 513, para aprová-la.

Do Portal vermelho, com agências

 

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Trabalhadores vão recorrer de decisão pró-patrões do presidente do TST

 

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, suspendeu os efeitos de decisão da Justiça do Trabalho em Alagoas que, em ação proposta pelo Sindicato Intermunicipal dos Professores de Alagoas (Sinpro/AL), declarou a nulidade da dispensa dos professores praticada em dezembro de 2017 pela Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá Ltda. A sentença, agora suspensa, também havia determinado a reintegração dos dispensados. Gandra já havia tomado decisão semelhante, em sentenças anteriores. O Sinpro de Juiz de Fora (MG) decidiu recorrer da decisão pró-patronal do ministro.

Deixando os trabalhadores no desemprego e abandonados de direitos, o presidente do TST preferiu socorrer a Estácio, “cerceada no gerenciamento de seus recursos humanos, financeiros e orçamentários, comprometendo planejamento de aulas, programas pedagógicos e sua situação econômica”, como afirmou no seu despacho.

Em Alagoas, a audiência, sobre ação originária, entre a Estácio e Sindicato ainda irá ocorrer. A assessoria jurídica da entidade classista segue à disposição de todos os educadores.

Em Minas, após ser derrotada na primeira e na segunda instância da Justiça do Trabalho, em Juiz de Fora e Belo Horizonte, a Estácio também foi socorrida por Gandra. A empresa solicitou correição parcial contra a decisão da desembargadora Juliana Vignoli Cordeiro do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região (MG). Juliana havia mantido a liminar do juiz Fernando César da Fonseca, que suspendeu a demissão em massa no dia 12 de dezembro após ação ajuizada pelo Sinpro-JF na 2ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora. A desembargadora indeferiu dois mandados de segurança pleiteados pela Estácio. Um não teve sequer o mérito analisado em função de vários erros contidos no processo.

Para Fonseca, a demissão coletiva deve ser submetida à negociação coletiva com os sindicatos “a fim de se encontrar mecanismos para diminuir seus impactos na sociedade, tendo em vista as graves consequências econômicas e sociais geradas em decorrência desta conduta.”

Rosana Lilian, advogada do Sinpro-JF, considera que a correição parcial, requerida pela Estácio, não é cabível nesta situação. O recurso é utilizado para corrigir erros, abusos e atos contrários à ordem processual em decisões judiciais ou para situações em que inexiste meios aptos a evitar danos irreparáveis. Portanto, não pode ser uma ferramenta para “suprimir instâncias inferiores, reformando decisões de juízes e desembargadores”, explica a advogada.

Também no Rio Grande do Sul, desconsiderando os impactos sociais, Gandra se inclinou para o patronato, dando aval às demissões realizadas pela Sociedade de Educação Ritter dos Reis Ltda e Rede Internacional de Universidades Laureat Ltda, contra a decisão que favorecia os trabalhadores representados pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS).

Segundo o consultor jurídico da Contee, José Geraldo de Santana Oliveira, são parcas e frágeis as justificativas do presidente do TST, “dentre as quais se destacam grosseiras ironias dirigidas aos que não comungam do seu entendimento, taxando-os de esgrimistas, de refratários à lei e à jurisprudência do TST e de tardios defensores das garantias constitucionais. É forçoso concluir que, para o ministro Ives Gandra, no mundo jurídico nada existe para além da Lei N. 13467/2017, o que, por óbvio, relega a plano inferior a Constituição Federal (CF) e os tratados internacionais dos quais o Brasil é parte, em total inversão dos valores da ordem constitucional democrática”.

 

Carlos Pompe da Contee