Categorias
Destaques Recomendadas

Brasil vai entrar numa época de manifestações sindicais e sociais

O projeto de reforma trabalhista sinalizado pelo atual governo brasileiro é uma “imposição dos interesses financeiros que comandam a economia do país”, aponta Ricardo Antunes, professor de Sociologia do Trabalho da Unicamp e autor de diversos livros sobre o tema, entre eles “Sentidos do Trabalho”, publicado no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos, na Inglaterra, Holanda, Itália, Portugal e Índia; e “Adeus ao trabalho?”, editado no Brasil, na Argentina, Venezuela, Colômbia, Espanha e Itália.

ricardo_antunes78506
“Período que vai de 2016 a 2018 será uma sucessão amplificada e articulada de crises”, afirma Ricardo Antunes

“O cenário que vamos ter nos próximos dois trimestres é desalentador, e vai fazer com que o movimento sindical e os movimentos sociais lutem ardorosamente.”

A repercussão do trabalho de Antunes em países do mundo inteiro permitiu ao professor debater e analisar tendências globais do mercado de trabalho. Em entrevista por telefone ao Jornal do Brasil na noite de quarta-feira (31), Antunes traçou o caminho que o mercado de trabalho tem seguido no mundo, como os trabalhadores têm procurado se organizar para lidar com novos cenários e fez uma leitura da situação brasileira em meio à crise política e econômica.

“Nós vamos entrar numa época de confrontação social, de manifestações sindicais e sociais”, destacou Antunes na entrevista. “O período que vai de 2016 a 2018 será uma sucessão amplificada e articulada de crises sociais e crises políticas.”

Na ocasião de sua posse, o presidente Michel Temer destacou que vai “modernizar as leis trabalhistas, para garantir os atuais e gerar novos empregos”. Para Antunes, tal modernização abre caminho para uma série de mudanças “profundamente destrutivas” para a classe trabalhadora.

“Estamos no pior momento. Governo nenhum que destrói direitos diz que vai destruir direitos”, ressalta Antunes. “Se o governo dissesse ‘eu vou devastar’, ‘eu vou fazer uma verdadeira devastação social’ ele teria o repúdio. Então, a grande alquimia, a falácia que é profunda falsidade, é dizer que eu vou criar direitos destruindo direitos.”

Antunes acredita, contudo, que tais medidas “não são inevitáveis”: “O movimento sindical pode impedi-las, os movimentos sociais podem impedi-las”.

Confira a entrevista, na íntegra: 

Jornal do Brasil – Na semana passada, o então presidente interino defendeu a proposta de reforma trabalhista, com o argumento de que a intenção não seria retirar direitos, mas manter empregos. Ele também informou que deveria enviar a proposta de reforma trabalhista e de regulamentação do processo de terceirização ao Congresso até o final deste ano. Hoje [quarta-feira], prometeu “modernizar as leis trabalhistas”, “para garantir os atuais e gerar novos empregos”. No ano passado, quando conversamos, o senhor reforçou que o projeto de terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados geraria escravos modernos, e que era imperioso derrotá-lo. Onde estamos agora?

Ricardo Antunes – Estamos no pior momento. Governo nenhum que destrói direitos diz que vai destruir direitos. Nós acabamos de ver, por exemplo, na França, o governo de [François] Hollande iniciar um processo de destruição de uma parcela importante dos direitos do trabalho, dizendo que não ia destruir direitos.

A vitória parlamentar que consolida o ‘golpe’, no sentido parlamentar do termo, que hoje [na quarta-feira] se consolidou impeachmando o governo Dilma, abre caminho para uma série de mudanças que são profundamente destrutivas em relação à classe trabalhadora. Isto é muito importante que se tenha claro.

Primeiro ponto, o preceito, o princípio fundamental do governo Temer é o princípio do “negociado sobre o legislado”. O projeto “Ponte para o Futuro”, que na verdade é um atalho para o abismo social, diz que vai haver negociado sobre o legislado sem a perda de direitos. Só que é impossível estabelecer o primado negociado sobre legislado que não seja para reduzir direitos. A ideia do governo não é estabelecer o negociado sobre o legislado para avançar nos direitos, é para reduzir os salários, é para flexibilizar a jornada de trabalho, é para intensificar o banco de horas, é para fazer com que haja redução da jornada com redução do salário.

Então, é evidente que esse preceito do negociado sobre o legislado enfraquece o conjunto da classe trabalhadora e traz a corrosão dos direitos. Ainda nos sindicatos que têm alguma força, a perda será menor, mas será perda. Não há negociado sobre legislado em condição de crise que beneficie a classe trabalhadora.

Mas você imagina, com o conjunto de sindicatos do país inteiro que tem menor força organizativa, é óbvio que a ideia é reduzir direitos que foram adquiridos desde a CLT. Nenhum governo vai dizer abertamente, ainda mais um governo conservador e sem legitimidade, porque resulta de, digamos, um rearranjo, em que o programa que ele quer implementar não tem o respaldo das urnas.

O resultado disso é que, junto com o negociado sobre o legislado, vem a ideia de avançar na terceirização do trabalho. A terceirização do trabalho é também dita pelo governo como um caminho para criar empregos, mas isso é de uma falsidade enorme.

Alguém pode dizer, “mas, professor, existem hoje 12 milhões de terceirizados no Brasil, são 12 milhões de empregos”. Um número significativo de trabalhadores hoje é terceirizado — homens e mulheres terceirizados –, só que os trabalhadores terceirizados e as trabalhadoras terceirizadas trabalham em média mais horas semanais do que os trabalhadores regulados pela CLT. Se eles trabalham mais horas e recebem menos, onde existem três ou quatro trabalhadores ou trabalhadoras celetistas, eles vão ser substituídos por três ou dois trabalhadores ou trabalhadoras terceirizados.

Basta um pouco de aritmética e de matemática para saber que onde um número x de trabalhadores realizava um certo tipo de trabalho, agora esse mesmo trabalho, essa mesma atividade será realizada por um número inferior. Ou seja, a terceirização desemprega. Ela não emprega. Ela empregou 12 milhões, mas ela desempregou 15 ou 16 milhões, em condições mais adversas, porque os salários são significativamente menores e em condições de trabalho que frequentemente burlam a legislação do trabalho.

O resultado desse desenho, dessa propositura do governo é destruir a CLT. E o que significa destruir a CLT? É destruir o que a classe trabalhadora considera como sendo a sua Constituição, porque desde a sua implementação em 1943 que ela desenhou um conjunto de direitos sociais do trabalho.

O IBGE publicou que nós já estamos com 11,6% de desemprego, que significam 11,8 milhões trabalhadores e trabalhadoras sem emprego. E esses dados minimizam, porque nós sabemos que um trabalhador ou uma trabalhadora que em certo período não procura mais emprego, porque não encontra emprego, some das estatísticas como desempregado. E por que ele não procura emprego? Porque é muito caro, trabalhoso, árduo e difícil procurar emprego por dois, três, quatro, cinco dias. Você precisa de dinheiro para sair, pagar a condução, alimentar-se, no final do dia você volta de uma jornada extenuante sem nenhuma resposta positiva. Um mês depois o trabalhador desiste, porque ele percebe que não há portas abertas. E ele some da estatística como desempregado. O mesmo vale para quem trabalha algumas horas por semana. Quem lava carros algumas horas por semana não está empregado. Há uma massa enorme de desempregados e subempregados que as estatísticas não contemplam.

Por isso o projeto é nefasto, e ele é uma imposição dos interesses financeiros que comandam a economia do país. Isso atinge bancários, metalúrgicos, trabalhadores de call center, jornalistas, professores, o conjunto de trabalhos acaba tendo como resultante o enfraquecimento.

Agora, se o governo dissesse “eu vou devastar”, “eu vou fazer uma verdadeira devastação social”, ele teria o repúdio. Então, a grande alquimia, a falácia, que é profunda falsidade, é dizer que eu vou criar direitos destruindo direitos. É disto que se trata.

Não há nenhuma pesquisa séria, rigorosa, com critério científico, realizada nas universidades, que demonstre vantagens para a terceirização. Quem defende que a terceirização é vantajosa é a Febraban, são as federações das indústrias, etc.

Não é por acaso que, algumas semanas atrás, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias fez o absurdo de propor que a classe trabalhadora brasileira pudesse ter uma jornada de até 80 horas por semana, dizendo, um erro grotesco, que assim já era até na França. Quer dizer, é um erro crasso, porque a França é um país que, digamos assim, ainda que o governo Hollande esteja tentando destruir parte desses direitos, os trabalhadores franceses, com a trajetória que têm, consolidaram direitos e, segundo, mostra até onde pode chegar o sonho de setores do empresariado industrial que querem isto que eu disse na entrevista [anterior ao JB] e que é inteiramente atual: recuperar formas de escravidão moderna de trabalho. Nem na escravidão os trabalhadores trabalhavam 80 horas por semana, para que se tenha uma ideia do absurdo.

Depois nós sabemos que o presidente da CNI negou a fala, mas a fala está gravada, foi citada pela grande imprensa, certamente a grande imprensa não inventou, foi um descuido do presidente, que mostra até onde é capaz de avançar o imaginário empresarial.

Por fim, os jornais de hoje [quarta-feira] mostram também que até o número de trabalhadores autônomos, os chamados “empreendedores”, recuou neste último trimestre porque o desemprego não só atingiu o emprego formal como também estão sendo fechadas atividades pequenas, criadas por esses trabalhadores que acreditaram no chamado “empreendedorismo”, percebendo que é muito mais difícil num contexto de crise sobreviver. E a média salarial também se reduziu neste último trimestre.

Este é o cenário, portanto, muito desfavorável para a classe trabalhadora.

Jornal do Brasil – Como o professor analisa o argumento que diz que é preciso reformar as relações de trabalho porque a CLT é velha e porque seria preciso reduzir os custos da produção para alavancar a economia?

Ricardo Antunes – Coloco esta fala exatamente como a fala do Consenso de Washington no início dos anos 1990, quando dizia “é preciso privatizar tudo, é preciso desregulamentar tudo para que haja crescimento e expansão”, e nós só temos destruição, só temos maior desemprego, maior empobrecimento da população. Porque exatamente onde esse sistema se expandiu, mais ele destruiu.

Vou dar um exemplo, que é emblemático. Existe na Inglaterra, já há um certo tempo, um sistema de contratos chamado zero hour contract, contrato de zero hora. Ele vale para trabalhadores de cuidados, o chamado care em inglês, enfermeiros, médicos, jornalistas, transportadores de passageiros, eletricistas, etc., é uma gama de atividades. Como funciona? O trabalhador ou a trabalhadora tem contrato de zero hora, o que significa que ele não tem uma jornada fixa, mas tem que ficar à disposição dos chamados. Se num dia ele não recebe nenhum chamado, ele não tem trabalho, no segundo dia ele não recebe nenhum chamado, ele também não tem nenhum trabalho, no terceiro, quase terminando as 72 horas que ele está esperando, ele recebe um chamado, e ele simplesmente vai receber por este chamado que ele fez.

Vejamos, um médico vai atender uma família de pacientes, tem lá um aplicativo que vai receber por este atendimento, e ao mesmo tempo o aplicativo, ou seja, a empresa que detém o controle do seu trabalho — McDonald’s e tantas outras empresas usam amplamente esse sistema na Inglaterra, grandes empresas –, o que vai acontecer é que ele vai receber pelo horário que trabalhou, só que ele está há 72 horas disponível e recebe, digamos, se o seu trabalho durou uma hora, uma hora de trabalho.

Isso, evidentemente, é exemplo cabal da brutalidade das novas modalidades de trabalho que consideram os trabalhadores qualificados, tendo a disponibilidade total pro trabalho, só percebendo remuneração quando efetivamente trabalham. Isto se facilitou muito pelo mundo do trabalho digital, online, que faz com que trabalhadores assalariados e assalariadas das tecnologias da informação, e de tantos outros setores, munidos de um celular, estejam em disponibilidade eterna para o trabalho, ainda que essa disponibilidade eterna para o trabalho tenha como resultado uma remuneração precária e frequentemente insuficiente.

Os empresários dizem “ora, mas ele aceita o trabalho zero hora se ele quiser”. É verdade. Mas por que ele aceita? Porque não tem outro trabalho. O trabalhador, quando está desempregado, aceita um trabalho em que receba alguma coisa, num sentido cada vez mais degradante. E essa realidade é impulsionada pela terceirização, ela é impulsionada por essas regras de uma flexibilização total do mercado de trabalho.

No Reino Unido, já chega à casa de 1 milhão de trabalhadores. O problema é forte, e tem um debate intenso inclusive nos sindicatos porque é uma forma de escravidão moderna do trabalho online. Se você combinasse esse trabalho online com a precarização dos trabalhos offline, do trabalho manual, dos trabalhos, digamos, mais braçais, os trabalhos de vários setores de serviços que também são online mas muito duros como trabalho de call center, o quadro é bastante negativo no que diz respeito ao mundo do trabalho.

No Brasil, nós já temos esse contrato [de zero hora]. Há médicos fazendo isso. Se você liga para pedir um eletricista para cuidar da sua casa, a companhia de seguro chama o trabalho de um contrato de zero hora. Ele presta esse trabalho, recebe por isto e fica chamando outro chamado. Se tem, tem. Se não tem, não tem.

O Uber é outro caso similar. Eu fui conhecer o sistema de Uber outro dia, conversando com um motorista. Ele era veterinário que simplesmente tinha perdido o seu trabalho na clínica veterinária e, como ele tinha um carro, tinha a alternativa de utilizar-se do automóvel para atender chamados de modo que ele pudesse não ficar desempregado e pagar as contas. Esta é uma tendência que, se o PLC 30/2015 [conhecido como projeto de terceirização], que está hoje no Senado, for aprovado e permitir o fim da separação entre a atividade-meio e a atividade-fim, e a consequente permissão da terceirização total, nós estamos abrindo todas as portas para uma desregulamentação geral do trabalho.

Jornal do Brasil – Como fica a ação sindical neste contexto?

Ricardo Antunes – São dois elementos importantes. Primeiro, onde há resistência sindical, os empresários não conseguem implementar [reformas] com esta intensidade. Por exemplo, a França, que tem tradição de luta sindical, a Alemanha, que também tem sindicatos fortes, etc., consegue segurar e impedir a intensidade dessas medidas de desregulamentação do trabalho. Na Inglaterra, pelo contrário, onde o neoliberalismo foi devastador, muitos sindicatos foram profundamente atingidos. Nos Estados Unidos e em outros países, todos eles são neoliberais, mas alguns são mais devastadoramente neoliberais, como inclusive foi o caso do neoliberalismo inglês, um verdadeiro laboratório do neoliberalismo na Europa, mais agressivo, com Margaret Thatcher, depois com John Major.

Onde os sindicatos são mais fortes, a resistência é maior. Agora, a defesa dessas medidas [do governo no Brasil] é antissindical, é diminuir a solidariedade entre os trabalhadores, é criar situações, onde, digamos, não consigam preservar os laços de solidariedade. Porque, a terceirização é uma contratação entre empresas, a contratante e a contratada, no qual a empresa contratada vai oferecer os trabalhadores que são solicitados pela empresa contratante. Então não há um vinculo empregatício entre a empresa e os trabalhadores que trabalham nela. Isto permite toda a gama de burla, fraude de direitos e dificulta a organização sindical, na medida em que você tem uma tendência à individualização das relações de trabalho.

O PJ, a “pejotização”, é a ideia de converter o trabalhador ou a trabalhadora como pessoa jurídica e estabelecer o contrato de prestação de serviços. Quando ele adoece, por exemplo, se ele não tiver bom sistema privado de saúde, não tem sequer recursos para poder ter um atendimento de saúde. E essa pulverização, esta individualização, este exacerbar do individualismo e das relações individualizadas entre empresa terceirizada e trabalhadores, tudo isso tende a enfraquecer bastante a organização sindical.

É vital, portanto, que os sindicatos compreendam isso. Para fazer um paralelo, do século 19 para o século 20, quando as empresas deixaram de ser empresas mais tradicionais, empresas de origem anteriormente manufatureira que se tornaram grandes empresas industriais, os sindicatos deixaram de ser sindicatos de artesãos, e tiveram que criar o sindicato da grande indústria. Hoje os sindicatos estão vivendo um desafio assemelhado ainda mais profundo.

Em vez de grandes empresas tayloristas e fordistas do século 20, que magistralmente o Chaplin caricaturou na sua obra-prima “Os tempos modernos”, hoje esta ideia de que cada um deve ter uma relação de trabalho com uma empresa que contrata, sem a mediação do coletivo, vai obrigar os sindicatos a reconfigurar, a redesenhar, as formas de organização sindical. Isso não levará, no meu entendimento, ao fim dos sindicatos, mas leva a uma necessidade imperiosa de os sindicatos se reorganizarem.

Por exemplo, no passado, tínhamos sindicatos das telefonistas que eram fortes, no Rio tinha-se a empresa estatal de telefonia, a qual correspondia o Sindicato dos Trabalhadores Telefônicos do Rio de Janeiro, assim valia para São Paulo e para outros estados sucessivamente. Com a criação exponencial do trabalho online, do chamado trabalho digital das teleoperadoras — 70% do contingente é feminino no Brasil, com esse trabalho das teleoperadoras, online, digitalizado, nasceu uma categoria, que é a dos trabalhadores e trabalhadoras de Telemarketing. Muito diferente do antigo trabalho do sistema de telefonia pública que existia nos vários estados do Brasil nos anos 1960/1970. Isso está obrigando a que ou sindicatos reelaborem e compreendam essa nova forma de ser, essa nova morfologia do trabalho, ou está dando nascimento de novos sindicatos que já estão tratando como realidade.

Você sabe que muitas trabalhadoras do telemarketing estão isoladas umas das outras, há muita rotatividade, muita informalidade, isso tudo é uma via que dificulta os sindicatos. Os sindicatos são obrigados a repensar, a compreender essa nova morfologia do trabalho e como é possível representá-las com autenticidade, com sentido de classe, e voltado para os reais interesses das categorias que os sindicatos representam. É por certo o desafio vital, um desafio global.

Se você vai à China, se você vai à Índia, à Inglaterra, se vamos aos Estados Unidos, à França, Itália — tenho viajado para todos esses países, tenho tido a sorte de meus livros terem sido publicados em todos esses países que eu me referi –, essa realidade é global, e os sindicatos também sofrem um desafio global. E há experiências, sindicatos que procuram dentro deste quadro novo se reorganizar, ainda que em uma situação mais adversa.

Mas vou dar uma pista, ainda que profundamente heterogeneizada a classe trabalhadora, ainda que bastante fragmentada e bastante complexificada, há uma tendência comum em tantas e diversas categorias profissionais. Como é essa tendência comum? Relativamente homogênea, em meio a tanta heterogeneidade, como essa tendência é homogeneizante? É a luta contra a precarização do trabalho, que atinge os jornalistas, os trabalhadores da tecnologia de informação e comunicação, os trabalhadores da indústria de software, atinge também os trabalhadores de call center, atinge trabalhadores metalúrgicos, atinge trabalhadores das cadeias produtivas globais.

Hoje, as empresas-mãe, as empresas centrais, elas têm a sua marca e elas vão terceirizando a sua produção em várias partes do mundo. A Apple, por exemplo, tem como grande montadora a Foxconn, na China — a Foxconn também tem unidade no Brasil. Isto cria, inclusive, uma dificuldade, porque a Foxconn realiza toda a montagem dos produtos da Apple, mas não aparece a marca Foxconn, aparece a marca Appple. E nem todos sabem que a Apple é montada pela Foxconn.

Em 2010, na Foxconn na China, na unidade de Shenzhen — os salários eram entre 100 e 200 dólares, dependendo do nível de hora extra –, houve 17 tentativas de suicídio de trabalhadores dado o estressamento, a superexploração do trabalho. Das 17 tentativas de suicídio, 13 delas tragicamente ocorreram. O que levou a uma grita generalizada, que inclusive acertou a Apple, porque não só se pressionava a Foxconn como a Apple que contratava a Foxconn. Então, o que a Foxconn é? Uma grande empresa transnacional de terceirização global. É verdade que, no caso da China, há ausência de sindicatos livres, isso tem desafiado a classe trabalhadora chinesa a pensar em alternativas, a pensar em outras formas de movimento, assim como a classes trabalhadora em tantas partes do mundo.

Jornal do Brasil – O senhor também tinha comentado sobre o potencial de mudanças como o projeto de terceirização de rebelar os trabalhadores e trabalhadoras.

Ricardo Antunes – Há exemplos de empresas de call center e telemarketing onde tem havido manifestações, greves. Por exemplo, a Foxconn que eu citei esses suicídios e a intensidade da exploração do trabalho, isso vale para muitas outras empresas similares. Isso tem levado às mais distintas formas de rebelião. No caso da Foxconn da China, o uso da internet mostrando as dificuldades das condições extenuantes de trabalho e intensificação da expansão do trabalho.

Eu coletava na semana passada o depoimento de uma trabalhadora de montagem de produtos digitalizados no Brasil. Ela dizia “olha, a gente tem a sensação de que um trabalho é separado do outro, que eu estou pondo um vidro aqui de um equipamento que eu nem sei o que que é”, mas só o fato de ela fazer essa pergunta já é sinal de uma percepção de que algo não vai bem.

Há greves no setor de telemarketing no Brasil. Nós tivemos greves. Há pesquisas novas, há esboços de organização sindical, há descontentamentos que vão desde o uso da internet até greves, paralisações, revoltas. É por isso que nós estamos tendo tipos diferentes de revolta, as greves ainda são recorrentes, a ideia de ter um sindicato que representa os trabalhadores e trabalhadoras também é vital.

Por que eles buscam o sindicato por mais que a campanha antissindicato seja forte? Porque o sindicato é uma ferramenta de defesa da classe trabalhadora. Os sindicatos têm que representar, porque se não representarem, esses trabalhadores vão buscar outros caminhos, outras formas de manifestação de rebeldia, de luta, quer no plano sindical, quer fazendo greves, quer através de depoimentos por internet e outras, a classe trabalhadora demonstra a forma da intensidade da exploração a que estão sujeitos.

Jornal do Brasil – O senhor pode falar sobre a questão do desemprego que já vinha se desenhando devido ao esgotamento de um ciclo econômico, e o desemprego que poderia vir agora; e a precarização do trabalho que já tínhamos antes e a precarização do trabalho que pode haver agora, no Brasil?

Ricardo Antunes – Nós tivemos no Brasil entre 2003 e 2013 um crescimento expressivo dos empregos, na casa de mais de 20 milhões, porque o país teve um ciclo de expansão econômica forte. Acontece, entretanto, que, a partir de 2013, 2014, a crise econômica global passou a ter repercussões mais profundas nos chamados Brics, na China, na Índia, na Rússia, no Brasil, na África do Sul, em vários outros países, especialmente Índia, China, Brasil. Este primeiro movimento, aliado a uma série de equívocos que vinham sendo praticados pela política econômica vigente, acabaram levando a um esgotamento do ciclo, acabaram levando a um quadro onde o mito do país do grande crescimento, o mito do país da grande expansão, o mito do país que ia para frente começasse a soçobrar.

Nós [Brasil] começamos a ter, então, a partir de fim de 2014, início de 2015, uma acentuação das tendências declinantes e o reaparecimento forte do desemprego. Só para tratar deste último período, uma política completamente equivocada, o que fez o governo Dilma? Foi buscar um ajuste fiscal bastante nefasto, comandado por [Joaquim] Levy, que era o segundo homem de um grande banco no Brasil, ou seja, completamente imbuído de um projeto neoliberal de desregulamentação do trabalho e de um ajuste fiscal privatista, que diminuiu os efetivos de estado na economia.

Esse ajuste fiscal brutal retraiu fortemente a economia, porque foi exatamente o receituário utilizado pelo sistema financeiro para preservar superávit primário, primeiro pagar juros da divida, depois tentar um novo ciclo de expansão. Quando o governo Dilma entra na crise política profunda que entrou — isso começa em 2015, num quadro que vai se acentuando — a política recessiva também é implementada, isso fazendo com que aquela tendência declinante fosse se expandindo, e o desemprego passa a aumentar.

Quando Dilma sofre a abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, quer dizer, no meio de uma crise política profunda, houve uma retroalimentação, crise política e crise econômica. Sobe, inicialmente em forma de interino, o governo Temer, e este governo vai começar a tomar uma série de medidas claramente de desregulamentação do trabalho, de botar o pé no breque, e gerenciar uma política de arrocho, de tal modo que você tivesse como consequência não mais o incentivo à produção, mas um desincentivo à produção e o consequente aumento do desemprego.

Por isso que, desde que o Temer assumiu, há mais de 100 dias, o desemprego não para de aumentar. O seu receituário é ainda mais destrutivo do que o do primeiro ano de Dilma. É um receituário da privatização, da desregulamentação e da precarização do trabalho, os três tomados em um acelerador em ritmo alto.

Então, o que está acontecendo neste último período? O crescimento do desemprego que estamos vendo neste último trimestre — maio, junho e julho — é, por um lado, ainda saldo das medidas tomadas pelo ministro banqueiro Levy no primeiro ano do governo Dilma. Esse trimestre já traz aumento desse desemprego porque as medidas tomadas pelo também banqueiro [Henrique] Meirelles no governo Temer são medidas destrutivas em relação ao crescimento de emprego e destrutivas em relação ao trabalho.

Qual é o resultado? Nós chegamos hoje a níveis oficiais de quase 12 bilhões de desempregados, quando na verdade nós temos níveis muito maiores. E no movimento da economia que nós estamos hoje… Mesmo hoje, qual foi a medida do Banco Central? Manter os juros altos. Juros altos, remuneração do sistema financeiro, recursos são drenados para garantir o superávit primário, e o Estado perdeu aquela impulsão que dava para o incentivo de novos empregos.

Por isso que qualquer análise séria reconhece que o cenário que vamos ter nos próximos dois trimestres, que compreendem o ano de 2016, é desalentador, e vai fazer com que o movimento sindical e os movimentos sociais lutem ardorosamente para impedir que essas medidas sejam aplicadas. Porque isto também é verdade, essas medidas não são inevitáveis, o movimento sindical pode impedi-las, os movimentos sociais podem impedi-las.

O que nós vimos hoje (quarta-feira) no Senado é expressão disso. Criou-se um pretexto de depor um governo pelo conjunto político da sua obra, por uma posição que não ganha as eleições. Isso independe da avaliação que se faça do governo que cai. Eu, por exemplo, sou muito crítico em relação ao governo que caiu, muito conciliador e praticamente sem nenhuma ousadia para tentar mudanças mais profundas. Só que o governo que ganha, que sai desse processo de impeachment, na verdade, ele é a pura representação desses interesses dominantes. A tendência dele é aumentar a repressão, como se viu em São Paulo [nas manifestações contra o governo de Michel Temer na quarta-feira].

Nós vamos entrar numa época de confrontação social, de manifestações sindicais e sociais, o que não depende nem de longe de imaginar que o governo vai ter calma e tranquilidade. O período que vai de 2016 a 2018 será uma sucessão amplificada e articulada de crises sociais e crises políticas, porque esse governo não tem legitimidade.

O decisivo neste momento seria que um processo de novas eleições fosse realizado, um plebiscito popular decidiria se quer ou não novas eleições, e a partir disso nós tentarmos sair desta crise. Um governo sem legitimidade não sinaliza saída da crise porque a saída da crise tem elementos de profundidade que não são resolvidos no discurso de Temer e seus ministros. A crise tem causas estruturais muito mais profundas.

 

 

Fonte: Portal Vermelho

Categorias
Destaques

O frade, o jagunço e a morte do Estado Democrático de Direito

“Se é procissão que me fazem

Mudou muito a liturgia:

Não vejo andor para o santo,

Nem há nenhum santo à vista.

Vejo muita gente armada,

Vejo só uma confraria.

Talvez seja só um enterro

Em que o morto caminharia,

Que não vai entre seis tábuas,

Mas entre seis carabinas.

..”

Estes instigantes e emblemáticos versos da epigrafe são retirados da obra de João Cabral de Melo Neto, “Auto do Frade: Poemas para vozes”, que retrata, com maestria, o último dia de Frei Caneca (13/1/1825), um dos mais ilustres e dignos revolucionários da história do Brasil, condenado à morte, por ser um dos líderes da Confederação do Equador de 1824.

Mas, bem que poderia ser o diálogo entre o Estado Democrático de Direito e os 6? senadores, que decretaram a sua morte, no dia 31 de agosto de 2016, com o fim da farsa do Processo de Impeachment da Presidente Dilma Rousseff.

Ao cassarem o mandato da Presidente Dilma- legitimamente sufragado pelas urnas, em 2014-, cassaram o Estado Democrático de Direito, duramente conquistado com  a Constituição Federal (CF) de 1988; a cassação dela representa apenas o trampolim para os reais objetivos dos coveiros da cidadania, serviçais do capital: o fim de todas estruturas políticas e sociais para a construção da Ordem Social, fundado no primado do trabalho, tendo como objetivos o bem estar e a justiça sociais, conforme preconiza o Art. 193, da CF.

No caso atual- o do impeachment do Estado Democrático de Direito-, os seus algozes, representados pelo Congresso Nacional e pelo Poder Judiciário- que o avalizou e referendou-, fizeram-lhe uma falsa profissão, cercada de todas as mais vis mentiras e subterfúgios, com uma única finalidade: enterrá-lo, de preferência, por todo o sempre.

O morto, no caso, o Estado Democrático de Direito, caminhou para o cadafalso, não entre seis carabinas- como o fez Frei Caneca-, mas, sim, entre 342 deputados federais- que admitiram o pedido de impeachment-, e 61 Senadores- que o julgaram procedente-, e o Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu a sua execução sumária.

Na execução de Frei Caneca, o carrasco negou-se a enforcá-lo, resistindo a toda sorte de sevícias e espancamento, para cumprir o seu ‘dever’ legal; por isto, formou-se, por coerção, um pelotão de fuzilamento. Na execução do Estado Democrático de Direito, os carrascos- deputados e senadores- executaram-no sem nenhum constrangimento, fazendo-o com um prazer mórbido, hipocritamente, em nome da ética, da moralidade e de tudo mais que puderam falsear.

Segundo o escritor irlandês, Oscar Wilde, “ A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida”.

Às palavras do citado escritor, faltou dizer que a imitação da arte, pela vida, às vezes, se dá de forma tacanha e grosseira; mostrando-se a vida muito mais cruel do que a arte.

Para comprovar esta assertiva, basta que se compare o impeachment do Estado Democrático de Direito, do Brasil, com a obra prima de Guimarães Rosa, “Grande Sertão: Veredas”, especialmente, no julgamento do jagunço Zé Bebelo, pelos demais componentes do bando.

Neste julgamento, Joca Ramiro, que era o chefe do bando,  formou o seu Conselho de Sentença (Júri), composto por Sô Candelário, Hermógenes, Ricardão, Titão Passos e João  Goanhá.  “Reunidos no meio do eirado, numa confa”, tem lugar o julgamento. “Zé Bebelo não estava aperreado. Tomou corpo, num alteamento — feito quando o perú  estufa e estoura — e caminhou em direitura.”

Ao iniciar o julgamento, Joca Ramiro ( “Juiz”), disse a Zé Bebelo: “Lhe aviso: o senhor  pode ser fuzilado, duma vez. Perdeu a guerra, está prisioneiro nosso…”. Ao ouvir esta ameaça, Zé Bebelo bradou: “Se era para isso, então, para que tanto requifife? Em tréplica, por assim dizer, Joca Ramiro contestou-lhe: “O senhor veio querendo desnortear, desencaminhar os sertanejos de seu costume velho de lei”. E, em réplica de tréplica, Zé Bebelo asseverou: “Velho é, o que já está de si desencaminhado. O velho valeu enquanto foi novo”.

O primeiro a votar- em voto aberto, como no Senado, no impeachment do Estado Democrático de Direito-, foi Hermógenes, que sentenciou: “Acusação, que a gente acha, é que se devia de amarrar este cujo, feito porco. O sangrante… Ou então botar atravessado no chão, a gente todos passava a cavalo por riba dele — a ver se vida sobrava, para não sobrar! (…) Cachorro que é, bom para a faca. (…) Dele é este Norte? Veio a pago do Governo. Mais cachorro que os soldados mesmos… Merece ter vida não. Acuso é isto, acusação de morte. Diacho, cão!”

Em seguida, Sô Candelário,  desafiou  Zé Bebelo, para um duelo, à faca. O Juiz, Joca Ramiro, indeferiu esta proposta, e afirmou-lhe: “Agora é a acusação das culpas. Que crimes o compadre indica neste homem?”. Sô Candelário, serenamente, respondeu-lhe: “Crime?… Crime não vejo. (…) Veio guerrear, como nós também. Perdeu, pronto! A gente não é jagunços? A pois: jagunço com jagunço — aos peitos, papo. Isso é crime? Perdeu, está aí feito umbuzeiro que boi comeu por metade… Mas brigou valente, mereceu… (…) o que acho é que se deve de tornar a soltar este homem”.

O terceiro a votar foi Ricardão, exarando a seguinte sentença capital “… Zé Bebelo veio caçar a gente, no Norte sertão, com mandadeiro de políticos e do Governo, se diz até que a soldo… A que perdeu, perdeu, mas deu muita lida, prejuízos. (…) Dou a conta dos companheiros nossos que ele matou, que eles mataram. Isso se pode repor? E os que ficaram inutilizados feridos, tantos e tantos… (…) A gente não tem cadeia, tem outro despacho não, que dar a este; só um: é a misericórdia duma boa bala, de mete-bucha, e a arte está acabada e acertada”.

O quarto foi Titão Passos, que sentenciou: “Este homem não tem crime constável. (…) Ah, eu, não. Matar, não”. E, por último, João Goanhá, que corrobora as palavras de Sô Candelário e Titão Passos: “… meu voto é com o compadre Sô Candelário, e com meu amigo Titão Passos, cada com cada… Tem crime não. Matar não. Eh, dia!”.

Por maioria, Zé Bebelo foi absolvido e desterrado para Goiás; para enquanto Joca Ramiro vivesse, como ficou registrado na sentença oral.

Como se vê, os personagens da obra de Guimarães Rosa mostraram muito mais hombridade e decência do que os senadores que decidiram pela morte do Estado Democrático de Direito; é de todo lamentável que estes não tenham mostrado a mesma ética daqueles; inclusive dos que votaram pela sentença de morte de Zé Bebelo, pois que, para tanto, não se esconderam sob nenhum pretexto e/ou capa de moralidade; fizeram-no por vingança, e nada mais.

Um dos principais líderes da Revolução Francesa de 1789, Danton, ao ser arguido pelo Juiz de Instrução, do Tribunal Revolucionário, que o condenou à guilhotina, sobre o seu endereço, redarguiu:

“.. em breve; o nada. Ao depois, o panteão da história”.

Com os senadores que votaram pelo impeachment acontecerá exatamente o contrário, pois que, em breve, serão tratados como valentes heróis, pelos seus iguais, pelo capital e seus capatazes. Porém, ao depois, indiscutivelmente, irão para o lixo da história. Lugar, no qual, a maioria sempre esteve.

Apesar deles, com certeza, a cidadania não perecerá. Como bradou o Poeta Castro Alves, no magnifico Poema “ O Livro e a América”: “.. num poema amortalhada, nunca morre uma nação..”.

 

Como fecho, destes singelos comentários, sobre o mais trágico desfecho de todas quantas farsas já se materializaram no Brasil, e que se contam às dezenas; nada melhor do que recado de João Cabral de  Melo Neto, nos realçados poemas, sentenciado, para a eternidade, nesta estrofe:

“ Ser fuzilado, é dignidade

do militar, mais que castigo.

Fuzilado assim, sem direito,

recebe mais que o pedido.

Dizem que a forca reagiu,

pegou estranho reumatismo.

Perdeu a honra de enforcar

de seus patrícios o mais digno”.

 

 

José Geraldo de Santana Oliveira

Consultor Jurídico do Sinpro Goiás

Categorias
Destaques Recomendadas

Vem aí X Formação Continuada

Ilustração

 

A União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, seção Goiás (Uncme-Goiás) e o Conselho Municipal de Educação (CME) de Goiânia – em parceria com o Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro-Goiás), com o apoio da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Brasil Central (Fitrae-BC) e do Colégio Agostiniano – realizarão, nos dias 16, 17 de setembro e 07, 08 de outubro, Curso de Formação Continuada, com o tema “Educação Infantil: identidade e desafios”, que abordará questões contemporâneas de relevância para os profissionais da educação, tanto no que diz respeito a conteúdos teóricos quanto a aspectos metodológicos. A ação formativa tem o intuito de dar continuidade aos projetos de construção de uma escola que contribua, efetivamente, para a educação emancipadora e cidadã.

 

 

OBJETIVOS

 

Contribuir para o processo de formação continuada de docentes do setor privado.

 

Proporcionar oportunidade para o debate e a troca de experiências referentes a temas contemporâneos, ligados à prática educativa na Educação Infantil.

 

Tema

Educação Infantil: identidade e desafios

 

Objeto

Curso de formação continuada para docentes

 

Período de realização  

 

1ª etapa: 16 e 17 de setembro

2ª etapa: 07 e 08 de outubro

 

 

 

 

Público alvo

Docentes que atuam na Educação Infantil no município de Goiânia

 

Carga horária

16 horas (com certificação)

 

Local

Colégio Agostiniano

Av. K, nº 108, Setor Aeroporto, Goiânia – GO, 74075-200

 

 

PROGRAMAÇÃO

 

Dia 16 de setembro (18h30 às 22h), carga horária de quatro horas

 

18h30 – Abertura do evento

Momento cultural

 

Composições da Mesa

  • União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, Seção
  • Goiás (Uncme-GO)
  • Conselho Municipal de Educação (CME) de Goiânia
  • Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro-Goiás)
  • Federação Interestadual de Trabalhadores em Estabelecimento

de Ensino do Brasil Central (Fitrae-BC)

  • Colégio Agostiniano

 

Execução do Hino Nacional

 

Pronunciamento dos componentes da Mesa

 

20h – Palestra de Abertura “Proposta Pedagógica: as interações e a brincadeira como eixo curricular”

Palestrante: Profa. Dra. Altina Abadia da Silva

 

21h – Debate

 

22h – Término da programação

 

Dia 17/09 (8h às 12h) | Carga horária de quatro horas

 

Workshop: Direitos Trabalhistas (8h às 10h)

Palestrante: Prof. José Geraldo Santana

 

Minicursos “Repensar a prática” – inscrição nas salas, por ordem de chegada dos cursistas

  • 1ª parte
  • Sexualidade e Gênero na Educação Infantil: ampliando o debate
  • Currículo na Educação Infantil: brincadeira, afeto e corporalidade
  • Profissionalização: o lugar da ética, de estética e do bem estar docentes na Educação Infantil
  • Letramento e Formação de Leitores na Educação Infantil
  • Práticas Educativas com Crianças de 0 a 3 anos idade
  • Práticas Educativas com Crianças de 4 a 5 anos idade
  • A Literatura Infantil no Desenvolvimento do Olhar Sensível
  • Processo Avaliativo na Educação Infantil: perspectivas e desafios
  • Projetos de Trabalho na Educação Infantil
  • Relações Étnico-Raciais na Educação Infantil

 

 

Dia 07/10 (18h30 às 22h)

 

Colóquio: Práticas Pedagógicas em Debate: as especificidades do trabalho pedagógico com crianças de 0 a 3 e 4 e 5 anos de idade

Debatedoras: Profa. Ms. Ana Rogéria de Aguiar e Profa. Esp. Adriana Maria Ramos Barboza.

 

Dia 08/10 (8h às 12h) | Carga horária de quatro horas

 

Minicursos “Repensar a prática”

 

parte

  • Sexualidade e Gênero na Educação Infantil: ampliando o debate
  • Currículo na Educação Infantil: brincadeira, afeto e corporalidade
  • Profissionalização: o lugar da ética, de estética e do bem estar docentes na Educação Infantil
  • Letramento e a Formação de Leitores na Educação Infantil
  • Práticas Educativas com Crianças de 0 a 3 anos Idade
  • Práticas Educativas com Crianças de 4 a 5 anos Idade
  • A Literatura Infantil no Desenvolvimento do Olhar Sensível
  • Processo Avaliativo na Educação Infantil: perspectivas e desafios
  • Projetos de Trabalho na Educação Infantil
  • Relações Étnico-Raciais na Educação Infantil

 

Categorias
Destaques

Membros da diretoria do Sinpro Goiás participam de Audiência Pública promovida pelo Conselho Municipal de Educação de Goiânia

IMG-20160823-WA0014

O presidente e a secretária de Comunicação do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás, Prof. Alan Francisco de Carvalho e Rosilayne Cavalcante Silva participaram da Audiência Pública promovida pelo Conselho Municipal de Educação de Goiânia sobre a Minuta de Resolução para a normatização de funcionamento da Educação Infantil no município de Goiânia.

O encontro aconteceu nesta terça-feira, no Auditório Jaime Câmara da Câmara Municipal e teve como objetivo ouvir as demandas, perspectivas e proposições de diferentes segmentos da sociedade. No dia 13/09 haverá outra audiência com o mesmo tema.

A Conferência inaugural foi ministrada pela Professora Mírian Fábia, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás – UFG.

 

 

Por

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do Sinpro Goiás

Categorias
Destaques Recomendadas

Seis ações que comprovam plano de Temer para falir a educação

Desde que chegou ao poder por meio de um processo de impeachment sem fundamentos legais, Michel Temer vem desconstruindo as políticas educacionais que promoveram a inclusão de milhares de jovens nos últimos anos. Com o falso argumento de que “as ações são necessários para enfrentar a crise”, o Ministério da Educação (MEC) encerra programas, exonera funcionários, nomeia empresários do ensino privado e anuncia um corte de R$ 350 milhões no orçamento das universidades federais.
temer_e_ministro99191
Listamos algumas ações do interino, que, por meio do seu ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), promove o desmonte da pasta e retrocessos comparáveis aos tempos em que Fernando Henrique Cardoso presidia o país. Enumeramos abaixo algumas ações do governo Temer para falir a educação pública brasileira:

encontro_com_ministro991881- Apoio a grupos de extrema direita 

Com a maioria dos movimentos em defesa da educação contrários ao golpe político que afastou a presidenta Dilma do poder, Mendonça Filho resolveu mostrar a representatividade do MEC recebendo em seu gabinete o grupo de extrema direita “Revoltados on Line”, que pregam ações de ódio em seu discurso nas redes e defendem calorosamente a implementação do projeto “Escola sem Partido” cujo objetivo é punir professores que por ventura venham a ensinar o que é marxismo em sala de aula.

2- Desrespeito com o movimento educacional

Logo após ouvir seus conselheiros de extrema direita, Mendonça revogou a nomeação de 12 conselheiros do Conselho Nacional de Educação (CNE), que atuavam  de forma efetiva na construção e avaliação da política nacional de educação. Movimentos sociais foram ao MEC denunciar a ação ilegítima, mas foram recebias com truculência no local e ignorados pelo ministro.

eu_pago,_nao_deveria991893- Sucatear mais ainda as universidades privadas e lucros exorbitantes aos empresários

Que nome indicar para a secretaria que regulamenta o ensino das universidades privadas no MEC? Um empresário das universidades privadas, claro. Mendonça nomeou para Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) um dos principais empresários do meio, Maurício Costa Romão, como titular da pasta. “É A raposa toma conta do galinheiro” denunciou na a presidenta da UNE, Carina Vitral. Se algum dia houve um fio de esperança na regulamentação do ensino privado, ela se estancou com essa nomeação. As universidades privadas continuaram com seus lucros exorbitantes, oferecendo um serviço sucateado e tratando o estudante como mera mercadoria.

4- Cortes de 350 milhões nas universidades federais

Programa de bolsas, pesquisa, extensão, assistência estudantil, folha de pagamento em dia, podem estar comprometidos com os cortes promovidos por Temer na área da educação, que prevê a reducão de 45%  em recursos para as 63 universidades federais, um impacto de R$ 350 milhões a menos que o orçamento de 2016. A realidade das universidades pouco se assemelha a um passado recente de expansão que se consolidou com o programa Reuni, inciativa do governo Lula que promoveu a expansão de vagas noturnas, construções de novos polos universitários no interior e a contratação de novos professores e técnicos administrativos. Reitores alertam que irão passar dificuldades para gerir as universidades caso o corte seja de fato implementado.

5- O Partido do ministro é contra as cotas 

O partido Democratas (DEM), antigo Arena dos tempos de bipartidarismo da ditadura militar, tem em seu DNA a luta contra as conquistas do povo brasileiro. O partido ao qual o Ministro Mendonça filho é filiado entrou com uma ação no STF em 2012 alegando ser inconstitucional a implementação das cotas raciais. Por unanimidade, a corte votou pela constitucionalidade das cotas. O próprio ministro disse na ocasião “não é por esse caminho – das cotas baseadas em raça – que vamos integrar a nossa sociedade”.

negros_ok613096- Queda das bolsas nas universidades privadas

O ProUni e o Fies são programas fundamentais para o estudante com baixa renda poder ter acesso ao ensino superior, mas o governo já sinalizou que o financiamento das bolsas não será a prioridade do governo. Mendonça Filho declarou que não seriam abertas novas vagas para o ProUni no segundo semestre de 2016, mas, após repercussão negativa, voltou atrás e as vagas foram disponibilizadas no segundo semestre, com 4.630 bolsas integrais a menos. No caso do Fies, o programa sofreu um duro impacto com um corte de 90 mil vagas. 

O governo interino segue implementando sua agenda neoliberal nas políticas educacionais e os planos de atingir as metas do Plano Nacional de Educação se torna cada vez mais distante, afetando políticas de inclusão social e soberania nacional. Os órgãos em defesa da educação pública, educadores e movimentos sociais declararam que seguiram na luta denunciando o retrocesso sem precedentes na pasta.

 

Fonte: Portal Vermelho 

 

Categorias
Destaques Recomendadas

Confira a carta programa das eleições Sinpro Goiás: chapa “Juntos Podemos Mais”

datasPROFESSOR/A, JUNTOS, PODEMOS MAIS!

Apresentamos a você a CARTA PROGRAMA da Chapa única “JUNTOS, PODEMOS MAIS!” para as próximas eleições do SINPRO GOIÁS, gestão 2016-2020, que serão realizadas nos dias 29, 30 e 31 de agosto e, 1 e 2 de setembro próximos.

A Chapa “JUNTOS, PODEMOS MAIS!” está imbuída do histórico compromisso com a luta, forjada na combativa trajetória do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás marcada por incontáveis vitórias, mas com foco na ampliação das conquistas da categoria dos professores e professoras das instituições particulares de ensino no Estado de Goiás, diante das novas demandas e exigências urgentes que o presente impõe.  A chapa “JUNTOS, PODEMOS MAIS!” apresenta seu plano de lutas em unidade com a luta maior de toda a classe trabalhadora internacional, brasileira e goiana, com vistas no aprofundamento da democracia e do pleno exercício da cidadania.  

IMG-20160818-WA0011Professor e professora, para que o SINPRO GOIÁS avance nas conquistas que garantam respeito aos nossos direitos e à nossa dignidade, pedimos seu voto! Pedimos, acima de tudo, que se unam a nós nessa luta cotidiana, pois juntos temos mais força e podemos muito mais.

Nós, componentes da chapa “JUNTOS, PODEMOS MAIS!”, apresentamos à categoria o nosso plano de lutas para o quadriênio 2016/2020. Assumimos o compromisso de lutar por:

  • Melhoria da remuneração salarial, dos reajustes e pela defesa de condições dignas de trabalho, saúde e qualidade de vida para os professores e professoras.
  • Definitivo enquadramento das creches no sistema educativo e pelo consequente respeito aos direitos das professoras que nelas atuam, conforme prevê a legislação brasileira e as convenções coletivas de trabalho.
  • Encaminhar às autoridades competentes, denúncias da prática do “caixa dois” e não recolhimento de impostos, pois dela resulta ainda mais precarização da carreira docente, o que solapa direitos previdenciários e de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço dos professores/as.
  • Respeito às especificidades dos direitos das mulheres professoras.
  • Combate permanente ao trabalho nas férias, aos domingos e em dias feriados.
  • Fortalecimento das ações coletivas propostas pelo SINPRO GOIÁS na Justiça do Trabalho, conforme a Constituição Federal para a plena proteção dos direitos dos professores e professoras contra práticas de instituições de ensino que ainda insistem em não cumprir direitos básicos civilizatórios como assinatura de carteira, pagamento dos salários até o 5° dia útil, pagamento de férias dois dias antes do início do seu gozo, com os respectivos 1/3 proporcionais, 13° salário e depósitos regulares do FGTS entre outras ilegalidades.
  • Combater com firmeza a prática de aulas extras e reuniões não remuneradas, assédio moral, danos morais, trabalho no horário de recreio, janelas não remuneradas, desvios de função tais como trabalho gracioso em festas juninas ou similares.
  • Lutar pelo respeito à carreira do professor e da professora universitários e contra sua precarização, defendendo a imediata criação de planos de cargos e salários nas instituições de ensino superior, combatendo as fraudes mercantis que se transformaram em fábricas de venda de diploma, sem nenhum compromisso com o desenvolvimento da nação e com o progresso social do povo brasileiro.
  • Melhoria qualitativa das convenções coletivas de trabalho.
  • Defender os acordos coletivos de trabalho e sua vigência nas instituições onde os professores já os conquistaram historicamente com suas lutas.
  • Ampliar o programa Sinpro na Escola e intensifica-lo nas Instituições de Ensino Superior de Goiás.
  • Ampliar o quadro de filiados ao SINPRO GOIÁS como forma de fortalecimento da entidade e de sua capacidade de luta.
  • Combater o trabalho não remunerado das excessivas provas, simulados, recuperações, sem a devida remuneração e respeito aos prazos de correção, o que compromete a saúde e a dignidade das professoras e dos professores.
  • Lutar por 1/3 do salário aula a título de hora-atividade, conforme a LDB estadual.
  • Combater o número excessivo de alunos em sala de aula, fator que gera indisciplina, excesso de trabalho e adoecimento dos professores e professoras.
  • Incentivar todas as formas possíveis de investimento da formação continuadas dos(as) docentes.
  • Melhorar os canais de comunicação, e escuta, do SINPRO GOIÁS com os professores e professoras, para atendê-los melhor em suas demandas do dia a dia.
  • Ampliar e melhorar a comunicação do SINPRO GOIÁS com auxiliares administrativos das escolas e Instituições de Ensino Superior, pais, alunos e toda a sociedade.
  • Ampliar a participação dos professores e professoras nas atividades culturais e desportivas promovidas ou realizadas em parcerias com outras instituições, como a Copa Sinpro.
  • Promover, incentivar, ampliar modalidades e incrementar ainda mais a realização da Copa SINPRO de Esportes e em especial fomentar a participação feminina.
  • Melhoria permanente do Clube do SINPRO GOIÁS enquanto espaço de lazer e desporto.
  • Desenvolver um trabalho permanente de saúde preventiva, com cursos, oficinas e auxilio de profissionais das diversas áreas da saúde.
  • Fortalecimento e participação qualitativa nas instâncias sindicais às quais o SINPRO GOIÁS está filiado: Federação Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Estabelecimento de Ensino do Brasil Central (FITRAE-BC) e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee).
  • Apoio e participação na luta classista da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), à qual o SINPRO GOIÁS está filiado, visando o seu fortalecimento para a luta geral dos trabalhadores.
  • Defesa incansável da normalidade democrática no Brasil, contra os retrocessos que ameaçam a autonomia dos professores e professoras, como as censuras e autoritarismos que ferem o direito a liberdade de expressão do pensamento no local de trabalho, garantido no Artigo 5° da Constituição Federal.
  • Apoio às Conferências Nacionais de Educação (Conae), Interestaduais, regionais e municipais que são meios participativos democráticos de avançar as conquistas na educação do povo brasileiro.
  • Defesa da autonomia dos Conselhos Estadual, Municipal e Nacional de Educação contra ingerências de governos que firam os ideais republicanos de defesa dos interesses públicos.
  • Defesa do Plano Nacional de Educação, bem como dos Planos Estaduais e Municipais de Educação.
  • Lutar pela garantia de aposentadoria especial para docentes da educação básica, sem a incidência do fator previdenciário.

 

Na luta geral dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros(as), o SINPRO GOIÁS dever empunhar bandeira por:

  • Defesa da Petrobrás e dos regimes de partilha e da política de conteúdo nacional, bem como a devida destinação dos 100% dos royalties do pré-sal para a educação.
  • Defesa da universalização da educação básica e da escola pública de qualidade para todas as crianças e adolescentes, conforme se comprometeu a Constituição Federal de 1988.
  • Apoio aos programas e iniciativas governamentais que estejam claramente direcionadas à melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro e da efetivação de sua plena cidadania.
  • Oposição às políticas governamentais que traduzam retiradas de direitos civis, sociais e políticos dos trabalhadores.
  • Luta implacável contra a terceirização em todos os seus níveis, cujos resultados são danosos para os(as) trabalhadores(as).
  • Defesa de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento para o Brasil, com respeito à Soberania.
  • Luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários, como já fizeram outros países como Espanha, Canadá, Austrália e Suíça.
  • Fim do fator previdenciário e do aumento progressivo da idade mínima de aposentadoria.
  • Valorização das aposentadorias com reajustes justos e permanentes.
  • Políticas urbanas que melhorem a qualidade de vida do povo brasileiro, tais como mobilidade e transporte público, segurança pública, habitação e saneamento ambientalmente sustentáveis.
  • Luta pela efetiva democratização dos meios de comunicação e pelo fim dos monopólios midiáticos que fazem tanto mau à cultura do povo brasileiro e à democracia.
  • Transparência na política, efetiva participação democrática do povo nos processos eleitorais e o respeito aos resultados das urnas.
  • Maiores controle social sobre as políticas públicas.
  • Defesa do direito à saúde pública universal, gratuita e de qualidade no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.
  • Investimento prioritário em cultura, desporto e lazer para a classe trabalhadora brasileira.
  • Garantia de 10% do PIB brasileiro para a educação pública.
  • Luta pela emancipação da mulher trabalhadora e pela sua participação em todas as instâncias de poder.
  • Luta em favor da igualdade racial e de gênero sexual no Brasil.
  • Combate a qualquer forma de trabalho análogo à escravidão.
  • Responsabilização do Estado para garantir políticas sociais e econômicas que reduzam o risco de adoecimento;

 

Nós, componentes da chapa “JUNTOS, PODEMOS MAIS!’ entendemos que a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil se une a luta classistas internacionais e, por isso, defendemos firmemente:

  • A autodeterminação dos povos com soberania, contra toda forma imperialista intervencionista e colonialista.
  • Apoio ao aprofundamento das democracias populares nos países das América Latina contra todas as formas de golpes e de tentativas de controle midiático, econômico ou político, para que as condições de vida dos trabalhadores e trabalhadoras sejam cada vez melhores.
Categorias
Destaques

Alerta à Comunidade Universitária e à Sociedade Goiana

14055657_1154782381261700_97504094_n

 

Diminuição dos recursos financeiros das universidades federais em 2017 pode comprometer o funcionamento da UFG

 

O Ministério da Educação está propondo ao Congresso Nacional, para o ano de 2017, um volume de recursos financeiros para as Universidades Federais (UFs) brasileiras inferior ao estabelecido em 2016. A soma dos recursos para o pagamento de água, luz, telefone, limpeza, vigilância, material de consumo, terceirizados (chamadas despesas de custeio), obras e equipamentos (chamadas despesas de capital) serão reduzidos, em média, 20% para o conjunto das instituições, quando comparados a 2016. Há que se considerar que a inflação prevista para o ano de 2016 é de 9,32% e que este percentual de perda se somará ao corte de 20% proposto para o orçamento de 2017, o que representará uma redução total de aproximadamente 30%.

A proposta apresentada pelo Governo Federal para a UFG implica os seguintes percentuais de redução para 2017: 18,3% nos recursos de custeio e 45% nos recursos de capital. Esses percentuais foram apurados supondo que o orçamento de 2016 será integralmente liberado até o final do ano – se isto não ocorrer, a diminuição será ainda maior.

Podemos afirmar que a concretização dessas reduções inviabilizará o desenvolvimento, em sua plenitude, de inúmeros programas e ações em andamento nas UFG e em outras UFs, incluindo aqueles vinculados diretamente às atividades de ensino, pesquisa e extensão, o que poderá significar uma ameaça à qualidade acadêmica de seus cursos de graduação, de pós-graduação e à execução dos projetos de pesquisa e extensão. A situação se agrava ainda mais pelas reduções de bolsas do CNPq e do custeio da pós-graduação pela Capes.

De maneira mais específica, a redução dos recursos financeiros já implementada pelo Ministério da Educação em 2016 e a previsão dos cortes para 2017 atingem/atingirão a UFG, dentre outros, nos seguintes pontos:

1) pagamento das despesas dos serviços terceirizados de limpeza, vigilância, transporte e das despesas com o fornecimento de energia, água e telefonia;

2) conclusão de obras e aquisição/modernização de equipamentos para laboratórios de ensino e pesquisa;

3) implementação das políticas de assistência estudantil, em especial, a construção/reforma de moradias, de restaurantes universitários e a concessão de bolsas permanência;

4)  pagamento de bolsas Pibic, Probec, Prolicen, estágios, monitorias e outros;

4) implantação/consolidação do novo câmpus de Aparecida de Goiânia e dos novos cursos de medicina em Catalão e Jataí;

5) programa de mobilidade nacional e internacional de estudantes, professores e técnico-administrativos;

6) fortalecimento e a ampliação dos projetos culturais;

7) ampliação e o fortalecimento dos projetos de extensão.

 

A UFG é hoje uma das maiores e mais importantes universidades federais brasileiras. Tomando como referência o ano de 2015, a dimensão da UFG pode ser analisada a partir dos seguintes indicadores:

a) 25.860 matrículas presenciais na graduação, sendo que em 2005 eram 12.912 matrículas;

b) 2.705 matrículas no mestrado – em 2005 eram 847;

c) 1.284 matrículas no doutorado – em 2005 eram 172;

d) 149 cursos de graduação – em 2005 eram 73;

e) 96 cursos de mestrado – em 2005 eram 28;

f) 33 cursos de doutorado – em 2005 eram 10;

g) 2.389 professores, com 1.805 doutores – em 2005 eram 1.182, com 623 doutores;

h) 2.469 técnico-administrativos, considerando o Hospital das Clínicas – em 2005 eram 2.203;

i) 2.566 projetos de pesquisa cadastrados – em 2005 eram 965 projetos cadastrados.

 

Essa rápida expansão em apenas dez anos, que é decorrência de uma política pública do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Educação, deixou diversos desafios a serem alcançados, a exemplo da contratação de um número mais expressivo de técnico-administrativos e, em menor medida, professores,   ampliação/melhoria de instalações prediais e área física e aquisição/ manutenção de equipamentos, entre outros, o que exigiria uma elevação dos recursos financeiros destinados à educação superior pública e gratuita e não a sua diminuição, como atualmente proposto. Além disto, a UFG hoje possui câmpus implantados em diferentes regiões do Estado de Goiás, oferecendo cursos de graduação e pós-graduação em Goiânia, Catalão, Jataí, Goiás e Aparecida de Goiânia, o que amplifica a necessidade de recursos financeiros para a integração entre as Regionais.

Deve-se lembrar ainda que:

1) a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, estabelece em seu art. 55, que “Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas.”  e

2) o Plano Nacional de Educação 2014-2014 (Lei nº 13.005/2014) determina, em sua Meta 12, que se deve “elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público” e, na Meta 20, que se amplie “o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto – PIB do País no 5o (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.”

 

Portanto, a partir da proposta orçamentária para 2017 apresentada recentemente pelo Ministério da Educação, que prevê redução na casa de 30% dos recursos financeiros das UFs, as duas leis mais importantes que regem a educação brasileira não estarão sendo devidamente consideradas na Lei Orçamentária Anual pelas autoridades nacionais do Poder Executivo.

Essa redução não pode se efetivar e para evitar que isto aconteça contamos com o apoio de professores, técnico-administrativos e estudantes da UFG, da sociedade goiana e, em especial, dos Deputados Federais e Senadores do estado de Goiás.

 

Prof. Orlando Afonso Valle do Amaral

Reitor da UFG

Categorias
Destaques

COMUNICADO

unnamed

Os trabalhadores/as brasileiros enfrentam dois grandes desafios: o aumento do desemprego com a redução de salários e a tentativa de desmonte das políticas de inclusão social garantidas na Constituição Cidadã de 1988. As medidas apresentadas pelo governo interino de Michel Temer (PMDB) são medidas contra você, trabalhador/a!

Idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e mulheres, fim da Carteira Assinada (CLT) ao permitir que acordos coletivos estejam acima das leis trabalhistas, terceirização sem limites e precarização dos empregos são algumas das medidas que vêm sendo anunciadas pelo governo interino.

Considerando a urgência de barrar as propostas que retiram os direitos dos trabalhadores/as e a necessidade de aumentar os níveis de emprego, as centrais sindicais ocupam as ruas neste “Dia Nacional de Mobilização e Luta pelo Emprego e pela Garantia de Direitos” para reivindicar a adoção das seguintes medidas:

• Redução da taxa de juros que viabilizem a retomada do crescimento industrial;

• Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários;

• Retomada do investimento público e privado em infraestrutura produtiva, social e urbana, ampliando os instrumentos para financiá-la;

• Retomada e ampliação dos investimentos no setor de energia, como petróleo, gás e fontes alternativas renováveis, em especial a Petrobrás;

• Defesa do Pré-Sal e contra o PL 131 que retira da Petrobrás o direito de atuar como operadora e possuir participação mínima de 30% nos consórcios de exploração do Pré-Sal;

• Destravamento do setor de construção por meio de instrumentos institucionais adequados, que garantam a manutenção das atividades produtivas e dos empregos nas empresas do setor;

• Criação de condições para o aumento e manutenção da produção e das exportações da indústria de transformação;

• Fortalecer políticas que deem sustentação ao setor produtivo, de adensamento das cadeias e reindustrialização do País, com contrapartidas sociais e ambientais;

• Incentivos às políticas de fortalecimento do mercado interno para incrementar os níveis de produção, consumo, emprego, renda e inclusão social;

• Contra o PL 257 que repactua o pagamento das dívidas dos estados com a União e congela investimentos no serviço público impedindo novos concursos públicos e reajustes salariais;

• Contra a PEC 241/2016 que congela os investimentos públicos por 20 anos para pagar a dívida pública, causando danos à saúde, educação, transporte, entre outros.

 

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

CTB (Seção Goiás)
Categorias
Destaques

Secretária de Gênero e Etnia do Sinpro Goiás participa de reunião no MP sobre CONEM

IMG-20160812-WA0023

 

A secretária de Gênero e Etnia do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás- Sinpro Goiás, Profª Zilmarina Camilo participou nesta quinta-feira, 11/08, de mais uma reunião no Ministério Público do Estado de Goiás. A pauta foi continuação das ações para fortalecer o Conselho Estadual da Mulher – CONEM, conselho este que se trata de um dos instrumentos principais no combate a violência contra a mulher e que Sinpro Goiás tem assento. Participaram do encontro, a presidente do CONEM, Drª Flávia Fernandes e demais conselheiras representantes de órgãos públicos e sociedade civil.

A iniciativa é da 63ª Promotoria de Justiça de Goiânia (Promotoria de Combate à Violência Doméstica contra a Mulher). O objetivo das reuniões é verificar como está o funcionamento do conselho e fortalece-lo.

Os encontros são promovidos pela promotora, Drª Rúbian Coutinho, que decidiu mobilizar a rede de enfrentamento, começando pelo Conem. A promotora solicitou os encontros a partir das conclusões do relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher. O documento apontou falhas nas políticas públicas executadas em Goiás no combate à violência doméstica e expediu 13 recomendações para a melhoria dos serviços à população.

Este encontro aconteceu para que as conselheira pudessem dar sugestões de melhoria na estrutura física do conselho e na implementação de ações.

 

 

Por:

Elen Aguiar

Assessora de Comunicação do Sinpro Goiás