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Escolaridade alta garante ocupação, mas não os melhores empregos, diz Dieese

Trabalhadores com ensino superior têm ocupado vagas que exigem ensino médio, expulsando do mercado quem tem nível escolar mais baixo. Mais do que dobra número de motoristas e autônomos com escolaridade alta

Trabalhadores e trabalhadoras com ensino superior estão aceitando baixos salários, vagas que exigem menor escolaridade, trabalhar sem carteira assinada, ou mudar de profissão, virar pessoas jurídicas (PJs) ou autônomas para garantir uma renda no final do mês.

Esse é o reflexo da crise econômica e política, iniciada em 2014 e agravada em 2016, quando o ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP) usurpou o cargo da presidenta Dilma Rousseff.

Com a desculpa da crise econômica, muitos empregadores têm se ‘aproveitado’ para contratar pessoal mais qualificado para postos e funções que antes não exigiam escolaridade mais alta e salários mais baixos.

É o que aponta uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese), que analisou os dados coletados entre 2014 e 2017 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os rendimentos médios dos ocupados com ensino superior, que ingressaram nesses postos de trabalho no período, caíram 9,7% – mais do que o dobro da média do mercado de trabalho brasileiro.

Segundo a Coordenadora de Pesquisa do Dieese, Patrícia Pelatieri , existe um entendimento de que aumentando o nível de escolaridade é bom para a economia, melhora a produtividade e as condições de vida e ocupacional do trabalhador. No entanto, não é isso que vem ocorrendo.

Os trabalhadores estão fazendo a sua parte, que é aumentar o seu nível de escolaridade, mas a economia não está fazendo a parte dela que é a de produzir empregos para uma mão de obra mais qualificada. Os patrões estão se beneficiando com a qualificação do trabalhador, sem pagar mais por isso”, diz Patrícia.

O levantamento mostra ainda que o número de trabalhadores e trabalhadoras ocupados com ensino superior completo aumentou quase 2,2 milhões no período analisado, mas só uma pequena parte desse total conseguiu trabalho com uma ocupação ‘típica’, como profissional liberal ou em cargos de maior complexidade relacionados à gestão e direção. Apenas 132 mil se inseriram como diretores e gerentes e 678 mil como profissionais das ciências e intelectuais.

Do total de 2,2 milhões de trabalhadores com ensino superior completo que conseguiram ocupação entre 2014 e 2017, 1,3 milhão (62%) se inseriram em trabalhos que não demandam essa escolaridade.

Dos 810 mil com ensino superior que conseguiram trabalho em ocupações ‘típicas’, apenas 172 mil tiveram a carteira de trabalho assinada, enquanto 331 mil trabalham por  conta própria e 145 mil como assalariados sem carteira, reforçando o cenário geral de precarização das relações de trabalho.

Mais do que dobra número de motoristas, vendedores e serviços de limpeza com ensino superior

O número de pessoas com ensino superior mais do que dobrou em algumas das ocupações “não típicas” para essa escolaridade.

A quantidade de condutores de automóveis, táxis e caminhonetes com ensino superior completo também cresceu bastante entre 2014 e 2017: foi de 47 mil para mais de 105 mil, um aumento de 125%, no período.

Entre os vendedores em domicílio, os ocupados com ensino superior aumentaram 187%, passando de 49,2 mil para 141,2 mi – crescimento de 92 mil.

Os cargos de profissionais de enfermagem de nível médio estão sendo ocupados por trabalhadores com nível  superior. Em 2014 e 2017, subiu de 10% para 13%, o que significa quase 61 mil pessoas a mais.

Também cresceu muito o número de trabalhadores com ensino superior nos serviços de limpeza de edifícios/escritórios/hotéis: 117% (35 mil pessoas a mais).

Cai número de trabalhadores ocupados com ensino médio e fundamental

O total de ocupados com até o ensino fundamental completo diminuiu 4,8 milhões. Os de ensino médio incompleto ou completo, também caíram em pouco mais de 1,5 milhão.

Para o técnico do Dieese subseção CUT/Brasília, Alexandre Ferraz, o aumento de trabalhadores e trabalhadoras com ensino superior ocupando funções que exigem o nível médio, tem dois efeitos dramáticos: 1) expulsa uma parcela mais vulnerável do mercado de trabalho; e, 2) é um desincentivo à formação, uma das marcas do golpe de 2016.

“Enquanto não tiver estabilidade política no país, não há perspectiva de melhora. O problema da economia é político”, avalia o técnico do Dieese.

Portal da CUT

 

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POR QUE METADE DOS PROFESSORES NÃO INDICA A PRÓPRIA PROFISSÃO?

“Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar� nunca.” Darcy Ribeiro

 

Iniciei minha carreira de professor no início de 1997. Lá se foram mais de 21 anos. No meu caso, para conquistar um espaço para lecionar, tive que participar intensamente da luta pelo reconhecimento da filosofia como disciplina no ensino médio, visto que em 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei nº 9394/96), que trouxe a obrigatoriedade do ensino de conteúdos de filosofia e de sociologia nesse nível da escolarização. Portanto, a meu ver, ser professor é participar de um movimento maior de luta política em favor de uma educação de qualidade que dê condições dignas de trabalho, de ensino e aprendizagem, para docentes e discentes. É comprometer-se com uma educação que, muito além do dever de profissionalizar, forme a cidadania plena com valorização do pensamento crítico e estético nesse itinerário formativo. Uma educação que seja o motor do desenvolvimento econômico, social e humano. Essa educação só poderá ser concretizada com professores realizados profissionalmente. Todavia, há uma objetiva desvalorização social da profissão Professor que precisa ser investigada.

Segundo pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência, divulgada em 31 de julho de 2018, 49% dos professores entrevistados não recomendam a própria profissão. A pesquisa revelou ainda que 78% dos professores afirmaram ter escolhido a carreira por se identificarem com a profissão. Entretanto, 33% deles disseram estar totalmente insatisfeitos com a atividade docente e apenas 21% totalmente satisfeitos.

O artigo publicado na Revista Educação em junho de 2018 informou que o questionário do Pisa (Programme for International Student Assessment) revela que a porcentagem dos estudantes em idade de 15 anos que esperam ser professores é ainda menor que a média dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), caindo de 7,5% para 2,4% entre 2006 e 2015. O senso 2016 do MEC já apontava em agosto de 2017 a diminuição da procura dos estudantes pela licenciatura e alto índice de abandono dos que ingressaram nesses cursos. No ano de 2014, o nível de evasão no curso de pedagogia atingiu 39%. Já para os cursos de física, química e matemática, a desistência medida é ainda maior, 57,2%, 52,3% e 52,6%, respectivamente. O fator central do desinteresse em seguir a carreira docente está ligado aos baixos salários e às precárias condições de trabalho às quais muitos ainda são submetidos, é o que revela o relatório da OCDE, divulgado em junho desse ano.

Tenho observado, no dia a dia da escola, que alguns colegas fazem questão de demonstrar aos seus alunos que não dependem da atividade profissional de professores, visto que assim se sentem mais valorizados e respeitados por eles. “Sou advogado, médico, empresário, contabilista, não dependo da sala de aula”, afirmam. O próprio aluno, influenciado por essa cultura de desvalorização da carreira docente, tende a respeitar mais o professor que tem outra atividade profissional.

É preocupante, portanto, perceber que estamos caminhando para uma sociedade “sem professores”. As novas legislações, como a Reforma do Ensino Médio, já abriram os caminhos para o chamado “notório saber”. Pessoas que não passaram por uma formação específica em licenciatura, ou mesmo por uma complementação curricular em disciplinas pedagógicas, poderão trabalhar na educação regular de jovens. Assistimos ao avanço descontrolado da mercantilização da educação protagonizada pelos monopólios econômicos, comprometidos tão somente com o lucro que, ao lançarem mão da Educação à Distância (EAD) de forma indiscriminada, colocam em risco a qualidade da educação. Desprofissionalizam a atividade docente ao trocarem o professor por um tutor que, muitas vezes, nem formação mínima em licenciatura comprova.

Sem falar nas escolinhas que se proliferam aos montes, sem a infraestrutura necessária para alunos e professores, sem espaços satisfatórios para atividades desportivas e de lazer. Algumas são verdadeiros depósitos de crianças e os muitos professores que nelas trabalham são submetidos à dupla jornada, o que acarretam-lhes extenuantes rotinas de trabalho em casa nos horários vagos e finais de semana. São forçados a trabalhador fora do expediente em festas juninas, reuniões de pais ou atividades de formação, pelas quais os patrões nem sempre remuneram, o que enseja a firme ação do sindicato para fazer valer as normas coletivas e leis. Assim, constatamos que muitos dizem reconhecer a importância social da educação, mas são poucos os que saem do âmbito do discurso e que se comprometem, efetivamente, em valorizar a educação.

Outro fator que desmotiva muitos a ingressar ou continuar nessa carreira é a violência. O ambiente escolar tende a ser violento não só pelos episódios de agressões verbais ou físicas, assédio moral e sexual, depredação do patrimônio ou tráfico de drogas. A escola é palco de uma violência simbólica evidente nas salas superlotadas, no clima tenso de vigilância, no predomínio de uma pedagogia tradicional que restringe ensino-aprendizagem a mera transmissão. Um ambiente que deixa cada vez mais à margem a arte, a educação física e o pensamento crítico da filosofia e da sociologia. A OCDE, em sua última pesquisa sobre violência na escola, divulgada em 2015, colocou o Brasil como o 1° do ranking das agressões ao professor, entre 34 países pesquisados. A Prova Brasil 2015, pesquisa promovida pelo MEC, ouviu 262 mil professores. Destes, mais de 22 mil afirmaram que já foram ameaçados por alunos. Quase 5 mil disseram ter sofrido atentados à própria vida nas escolas onde trabalham.

Diante da constatação desse quadro alarmante de desvalorização da carreira docente, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – Contee lançou em 2017 a Campanha Nacional contra a desprofissionalização do professor. A confederação denuncia também nessa campanha o projeto “escola sem partido” que visa “amordaçar” o professor, ferindo um princípio fundamental da Constituição Federal de 1988 (CF/1988) que é o pluralismo. No seu artigo 206, a Carta Magna é clara: o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: “I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II –liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III –pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.” A aprendizagem para o convívio em uma sociedade democrática, inclusiva, sem preconceitos e discriminação, deve começar na escola onde os alunos precisam conviver com pessoas diferentes, com concepções de mundo diferentes. A educação pública, universal e de qualidade é fator fundamental para superarmos nossas debilidades éticas, mas acima de tudo deve ser encarada como uma política de estado imprescindível ao desenvolvimento econômico do país, o que exige investimento por parte do estado.

Hoje o Brasil investe cerca de 6% do PIB em educação. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é chegar a 10% em 2024. A média de investimento dos países da OCDE é de 5.5%. Em números reais investimos mais que Argentina (5,3%), Colômbia (4,7%), Chile (4,8%), México (5,3%) e os Estados Unidos (5,4%). Entretanto, ocupamos as últimas posições em avaliações internacionais de desempenho escolar. Quando analisamos os dados fornecidos pela pesquisa do IDados, divulgada em 2017 no que concerne ao QAQi (custo aluno qualidade), o Brasil deveria gastar cinco vezes do que gasta hoje para garantir uma educação pública de qualidade para o ciclo completo, que vai da creche ao ensino médio, visto que a demanda social em política de educação ainda é gigante por aqui. Não temos dúvida de que há algo errado na educação brasileira e, notadamente, a desvalorização objetiva do trabalho docente é um fator central que gera esse malogrado quadro. De acordo com a Conferência Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), no ano de 2004 o salário dos professores no Brasil representava cerca de 60% da média salarial de outras profissões com curso superior. Hoje representa 54% dessa média. A sociedade civil, suas organizações, e os representantes do estado devem tomar consciência de que, para o Brasil figurar entre as nações mais competitivas, desenvolvidas, e que favoreçam qualidade de vida para seu povo, devem dispensar todos os esforços e recursos para melhorar as condições objetivas da educação brasileira.

Ao debater educação nas diversas instâncias da sociedade civil organizada, no setor privado e instituições do estado, percebemos que todos concordam com a importância de valorização da educação e da carreira docente. Parece que todos sabem que nenhum país do mundo se desenvolveu sem tornar a educação uma política estratégica de estado. Mas ainda há um abismo entre o discurso e a prática. Patrões do setor privado, embalados pela nefasta Reforma Trabalhista, avançam contra as frágeis conquistas dos trabalhadores nos processos negociais de 2017 para 2018. Intentam parcelar as férias dos professores, tirar-lhes o direito de bolsas de estudos para filhos, diminuir o recesso escolar, efetivar contratações precárias sem a formalização exigida na CLT.

No setor público, ainda há prefeituras e estados que relutam em cumprir a lei do piso nacional dos professores, ou reajustá-lo anualmente conforme índice determinado pelo governo federal. Por causa dessas investidas patronais para retirar direitos, muitos sindicatos, como foi o caso do Sinpro Minas e do Sinpro São Paulo, só conseguiram renovar as suas Convenções Coletivas de Trabalho através do instrumento da Greve. Em Goiás a situação salarial dos professores precisa melhorar muito. No Maranhão, com o reajuste concedido pelo governador Flávio Dino (PCdoB) um professor que está em início da carreira, e que cumpre 40 horas semanais, deve receber R$ 5.750,00. Na maior parte do Brasil os professores, quando muito, são submetidos ao piso nacional que é hoje R$ 2.455,00. São Paulo, a título de comparação, o estado mais rico do Brasil e governado até poucos dias pelo tucano Geraldo Alckmin, paga aos seus professores um salário médio de R$ 2.585,00 já com o reajuste aplicado para 2018.

Em Goiânia, o piso salarial dos professes do setor privado é de R$ 13,00. Para uma professora que cumpre uma carga horária semanal de 40 horas, o salário perfaz R$ 2.730,00 e é obtido pelo seguinte cálculo: carga horária semanal x valor da hora aula x 5.25 semanas. Todavia, para cumprir uma carga horária semanal de 40 horas a professora deve dobrar a jornada de trabalho e levar muito serviço para casa, além dos afazeres domésticos que, em geral, ainda ficam sob sua responsabilidade. É importante evidenciar que para a maior parte dos professores ainda se soma os retrocessos trazidos com a consolidação do golpe de 2016 que depôs uma presidente eleita democraticamente, naquele vergonhoso processo de impeachment que não apresentou crime de responsabilidade contra a mandatária da nação.

Como todos sabemos, de lá para cá o Brasil vive um gravíssimo momento da sua história. O que miramos é estagnação econômica, desemprego (13 milhões) e subemprego (14 milhões), crescimento da miséria e da desindustrialização. Os cortes no investimento em cultura, pesquisas científicas, em políticas públicas e socais, com o advento da Emenda Constitucional 95 e das leis 13.467/2017 e 13.429/2017, respectivamente Reforma Trabalhista e Terceirização ilimitada, precarizaram ainda mais as condições de trabalho ao jogar milhões na informalidade, com ganhos insuficientes para o consumo mínimo que lhes garanta a subsistência e o aquecimento da economia nacional.

Diante de tal realidade, chamamos a atenção da sociedade brasileira para a importância das eleições gerais de 2018. Estamos certos de que é hora de devolver o Brasil ao caminho do desenvolvimento econômico e social, com valorização da classe trabalhadora, com geração de emprego e renda para todos. Nós, professores e professoras que integramos o movimento social e sindical brasileiro, orientados pela Conferência Nacional de Educação Popular promovida em Belo Horizonte nos dias 24, 25 e 26 de maio de 2108, nos comprometemos com a defesa do estado democrático de direito, com eleições livres, que respeite a soberana vontade do povo de escolher seu Presidente da República, sem manobras golpistas e judicialescas que, como sabemos, visam excluir do pleito o líder nas pesquisas, notadamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Devemos eleger um novo governo que revogue as reformas de Temer que inviabilizam o  cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE – 2014/2024, que previu a destinação de 10% do PIB para a educação até o final 2024). O nosso voto deve eleger parlamentares que se comprometam em garantir investimento na valorização do trabalho docente através da implantação de Piso Salarial Nacional e de planos de carreira para professores não só do setor público, mas também do setor privado.

Queremos um governo e um Congresso Nacional que respeite a democracia, que dialoguem com os professores do Brasil e construam uma Base Nacional Curricular que de fato favoreça a profissionalização necessária ao desenvolvimento econômico, mas sem excluir o pensamento crítico, o pluralismo de ideias e os temas sociais, políticos e filosóficos necessários ao pleno exercício da cidadania. Parafraseando o grande ícone da educação brasileira, Anísio Teixeira, concluo: “Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública.”

Prof. Railton Nascimento Souza, presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás.

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Museu Nacional: destruído pela política de arrocho

Uma tragédia incalculável foi o incêndio no Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Seu presente de 200 anos foi cortes orçamentários como resultado da política de arrocho do governo Temer. O descaso com a memória e o patrimônio cultural levou à completa destruição de seu prédio e de cerca de 20 milhões de peças.

No casarão da Quinta da Boa Vista viveu a Família Real Portuguesa entre 1808 e 1822 e a Família Imperial Brasileira de 1822 a 1889. Foi lá onde instalou-se a primeira Assembleia Constituinte Republicana entre 1889 e 1891. O Museu Nacional, fundado por Dom João VI em 1818 em outra localidade, foi transferido para a Quinta da Boa Vista em 1892, onde permaneceu até o fatídico incêndio em 2 de setembro de 2018.

Perdemos um acervo Histórico, Arqueológico, Antropológico, Etnológico, Paleontológico, Geológico e de História Natural, respeitado internacionalmente. Havia a maior coleção de meteoritos do Brasil. Minerais do acervo de José Bonifácio de Andrada e Silva. Dezenas de milhares de fósseis de plantas e animais desde a Era Paleozoica, o que incluía peixes, tartarugas, dinossauros, pterossauros e a animais da megafauna do pleistoceno, como a preguiça gigante e o tigre-dentes-de-sabre. O museu possuía uma grande quantidade de amostras da pré-história, especialmente brasileira, o que incluía o crânio de Luzia, a mais antiga habitante do atual território nacional já encontrada, com cerca de 13 mil anos.

Tínhamos a maior coleção egípcia da América Latina, com 700 peças, incluindo múmias humanas, de gatos, íbis, peixes e filhotes de crocodilos. A múmia da cantora do templo egípcio de Karnak, Sha Amun en Su, que viveu há 2,8 mil anos (um dos poucos exemplares no mundo que ainda estava dentro de seu sarcófago selado) era a peça favorita da coleção particular de Dom Pedro II. A coleção contava ainda com estelas votivas e funerárias, estatuetas, joias e amuletos de vários períodos da história egípcia. Foi consumida pelas chamas, uma biblioteca insubstituível, com obras raríssimas como os livros da expedição de Napoleão no Egito e o diário de viagem de Dom Pedro II às pirâmides e ao templo egípcio de Karnak, em Luxor.

A coleção do Mediterrâneo também era respeitada, com peças gregas, romanas, etruscas e italiotas, o que incluía artefatos de Herculano e Pompeia, cidades soterradas pela erupção do Vesúvio. O acervo pré-colombiano abarcava povos andinos, amazônicos e mesoamericanos. Da América do Sul, havia peças de culturas como Nazca, Moche, Huari, Lambayeque, Chimu, Chancay e Incas, o que incluía inclusive múmias. Culturas amazônicas como Marajoaras, de Santarém, do Rio Trombetas, Miracanguera, Maracá e Tupi-Guarani se faziam presentes, junto com as mesoamericanas do México e Nicarágua. Incluía ainda a parte etnográfica dos índios brasileiros e das tribos africanas Iorubá, Ecóris, de Angola e Madagascar. Até mesmo de culturas do Pacífico como Polinésia, Nova Zelândia e Nova Guiné compunham este rico e respeitado patrimônio do Brasil e da humanidade

Perdemos ainda, parte da cultura material remanescente do Brasil Império.

Com isto, pesquisas em andamento viraram pó. Mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos e pesquisadores tiveram seus trabalhos perdidos. A imagem do Brasil perante o mundo se desgasta e dificilmente algum país se aventurará tão cedo a oferecer peças para quem demonstra incapacidade de cuidar do que já possui.

Por que será que tantos museus foram incendiados em São Paulo e no Rio de Janeiro nos últimos anos? Em episódios da chamada “guerra híbrida” imposta pelos Estados Unidos a países do Oriente Médio, é comum que a destruição de sítios arqueológicos e museus entre no repertório das inúmeras táticas de humilhação nacional. Aqui no Brasil, quem destrói seu patrimônio é o próprio governo, que contingencia verbas e negligencia a conservação de seu legado histórico. Incêndios são as consequências.

A memória e a ciência brasileira e mundial estão em luto. Uma dor irreparável! Que nestas eleições, haja um compromisso de políticos com a memória, a história e a ciência. Toda solidariedade a todos os trabalhadores e pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

 *Thomas de Toledo é doutorando em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo – USP.

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AMPLIAÇÃO DOS CONVÊNIOS


O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás buscando permanentes melhorias das condições de vida e de trabalho de seus associados informa que a partir do mês de setembro serão apresentados vários benefícios que irão possibilitar mais conforto e facilidade a todos associados, que constroem todos os dias um sindicato forte e uma educação de qualidade.

Vamos iniciar essa série de benefícios com empresas sérias e comprometidas com os associados, com preços vantajosos e trabalho de qualidade.

O Sinpro-Goiás firmou novas parcerias na área da saúde com clínicas médicas, as Clinicas Médica Diagnostica, Saúde Express, Lumina , Med Sul, Laboratório Padrão e além de convênios na área da saúde também ampliamos os os benefícios com a Nidia Saldanha Centro de Estética, as Óticas Diniz e também com o César Galvão – Centro de Artes Maciais.

Professor e professora atualize o seu cadastro, renove a sua carteirinha, regularize-se, lembramos que os benefícios serão para aqueles que são sindicalizados e estão em dia com sua contribuição mensal.

Sindicalize e fique por dentro de todos os benefícios que o Sinpro-Goiás está promovendo para você e toda a sua família!

 

Prof. Railton Nascimento Souza

Presidente do Sinpro Goiás

 

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O golpe de Temer na educação

 

Desde que Michel Temer assumiu o poder, com o afastamento da presidenta Dilma Roussef através de um golpe promovido pelo Congresso, açulado pela mídia oligopolista e empresariado e referendado pelo Judiciário, os ataques à educação são constantes. Congelou por 20 anos os gastos com o setor, através da Emenda Constitucional 95. Por medida provisória, impôs a reforma que possibilita até 40% do ensino médio à distância, favorecendo o setor privado. Derrubou uma portaria que definia o investimento de cerca de R$ 50 bilhões por ano em melhorias nas condições de ensino por todo o país. Extinguiu o lema do Governo Dilma, “Brasil, pátria educadora” e escondeu seu projeto autoritário na inscrição da bandeira nacional, “Ordem e Progresso”.

Logo no início de sua gestão, nomeu José Mendonça Bezerra Filho para o Ministério da Educação, um deputado federal (DEM-PE) coautor do golpe, representante da “bancada do livro”, que defende no Congresso os interesses das grandes editoras e mantenedoras do ensino privado.

Temer liquidou o Fórum Nacional de Educação (FNE) e a Conferência Nacional de Educação (Conae), destituindo representantes da comunicade de ensino, como a Contee, e reforçando a presença empresarial. O FNE é responsável por organizar a Conae e avaliar o cumprimento do Plano Nacional de Educação e demais políticas educacionais.

Vetou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Sinaeb) e censurou um artigo científico que tratava de sua implementação. Aprovou uma versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) adulterada para a educação infantil e para o ensino fundamental, uma proposta curricular que evita ou secundariza os debates sobre as desigualdades e as injustiças sociais e econômicas do país e evita o combate às discriminações de gênero e orientação sexual.

Criou o Comitê Permanente de Avaliação de Custos da Educação Básica (CPACEB), abandonando a implementação do Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi). O CAQi garantiria que toda escola no país contasse com professores mais bem remunerados, turmas com número adequado de alunos, bibliotecas, laboratórios de ciências e informática, internet banda larga e quadra poliesportiva coberta, dentre outras medidas.

Seu único veto à Lei Orçamentária Anual de 2018 foi à estimativa de recurso extra de R$ 1,5 bilhão para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Com o corte de verbas, apunhalou a área de ciência, tecnologia e inovação nacional e os programas de ensino.

Além de fulminar as políticas educacionais construídas nos governos Lula e Dilma, Temer e seus apoiadores atacaram também, diretamente, os profissionais do ensino, através da Lei da Terceirização e da reforma trabalhista. Após sua gestão, os professores que recebem em média o equivalente à metade (52,5%) do salário de outros profissionais que têm nível superior, podem ser substituídos por pessoas de “notório saber”, sem formação no magistério. Qualquer profissional do mercado poderá dar aula — um engenheiro, por exemplo, poderá lecionar Matemática, mesmo sem experiência pedagógica.

Com a reforma trabalhista, professores poderão ser contratados por períodos curtos, sem garantia de férias remuneradas e 13º salário. Após sua entrada em vigor, aumentaram as demissões e a alta rotatividade de emprego. O fim do imposto sindical enfraquece as organizações trabalhistas e ameaça direitos adquiridos, como a semestralidade, plano de saúde, a hora atividade e a gratuidade de bolsas para filhos de professores. Com a vigência do negociado sobre o legislado, pretende que valha nas negociações salariais o acordo fechado entre patrões e empregados, individualmente. Horas extras poderão ser substituídas por banco de horas e a escola não será mais obrigada a remunerar financeiramente os trabalhos extras. Com o trabalho intermitente, o profissional do ensino fica à disposição da escola 24 horas, mas só será remunerado pelo período que trabalhou e a escola ainda tem exclusividade para que o educador não exerça suas atividades profissionais em outras instituições.

Já a Lei da Terceirização condena as professoras e professores a serem contratados como prestadores de serviço, tendo que abrir firma para dar nota fiscal à escola e pagar impostos como microempresários, sem direito a férias, 13º, participação nos lucros ou resultados (PLR) ou qualquer outro benefício empregatício. O trabalho em casa entra na legislação, favorecendo o Ensino à Distância (EAD).

Tais reformas contrariam a Constituição e o PNE e extinguem a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O processo de contratação docente vai priorizar o menor preço e não a qualidade. Com base nele, em abril deste ano o município de Angelina (SC) realizou um pregão presencial para contratar um professor de Educação Física pelo menor valor.

A orientação de Temer angaria o apoio de empresários e de movimentos reacionários e prejudiciais à qualidade da educação, como o “Escola sem Partido”, que defende a Lei da Mordaça, colocando em permanente suspeita a atuação dos professores em sala de aula.

Por outro lado, ganhou a repulsa dos profissionais do ensino e demais trabalhadores. A intervenção no FNE foi respondida com a formação do Fórum Nacional Popular de Educação e realização, em Belo Horizonte (MG), no final de abril, da Conferência Nacional Popular de Educação (Conape), um instrumento coletivo de luta, enfrentamento e resistência contra o congelamento dos investimentos em políticas públicas; em defesa de uma escola sem mordaça; contra a reforma do ensino médio excludente; contra o processo de financeirização e privatização do ensino; e, entre tantos pontos, pelo cumprimento do PNE como plano de Estado, resgatando o projeto democrático do país.

Duas audiências que discutiriam a BNCC foram canceladas devido a protestos de profissionais e estudantes, e duas realizadas só registraram críticas ao projeto. Em 2 de agosto, fracassou uma ofensiva governamental de Dia D, camuflado de “consulta ao magistério” e de “coleta de ideias”, para coagir professores das escolas públicas a preencher um formulário de avaliação da proposta da BNCC.

A história se faz cotidianamente. A política golpista de Temer continua – parlamentares apoiadores seus são candidatos à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), um dos artífices do golpe, e Jair Bolsonaro (PSL), coadjuvante, buscam sucedê-lo no Executivo. A reforma da Previdência, outro golpe contra os trabalhadores, poderá ser colocada em votação no Congresso logo após o pleito…

Os trabalhadores e trabalhadoras, de sua parte, lutam para aumentar sua representação parlamentar, para eleger chefes de Executivo compromissados com suas propostas e com a democracia, e pelo fortalecimento do ensino laico, público, gratuito e de qualidade. O próximo capítulo está sendo escrito – e disputado!

Leia a Emenda Constitucional 95
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc95.htm

Leia a Lei da Reforma do Ensino Médio
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm

Leia a BNCC de Temer
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf

Conheça o Plano de Lutas aprovado na Conape
http://fnpe.com.br/docs/documentos/docs-conferencia/fnpe-conape2018-documento-final-planodelutas.pdf

 

Carlos Pompe

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CTB REÚNE CONSELHO POLÍTICO PARA DEBATE ESTRATÉGICO SOBRE CONJUNTURA E ELEIÇÕES

 

A CTB reúne na tarde desta quarta (22) o seu conselho político para debater e analisar o cenário eleitoral e a atual conjuntura política. O encontro conta com a participação da diretoria ampliada da CTB, de dirigentes de entidades filiadas e convidados.

A 46 dias das eleições, os dirigentes destacam a importância estratégica desta disputa eleitoral para derrotar o consórcio golpista que tomou conta do país e avaliam os erros e acertos da esquerda neste processo.

A mesa de abertura teve a participação do presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, do secretário-geral, Wagner Gomes, e da secretária de Juventude, Luiza Bezerra. O debate político foi iniciado pelos convidados Adalberto Monteiro, da Fundação Mauricio Grabois, e Alexandre Navarro, presidente interino da Fundação João Mangabeira.

 

Adalberto Monteiro fez uma retrospectiva dos retrocessos dos últimos dois anos e dos desafios que estão colocados no atual cenário eleitoral para o campo progressista e das lutas trabalhistas.

E alerta: “O Estado de Exceção vai continuar operando contra o nosso campo e a rebelião terá de vir do voto, das urnas”.

Na mesma linha, Navarro enumera as dificuldades econômicas conjunturais e aponta erros na política energética e no enfrentamento dos abusos do sistema financeiro no país. “Espero que nossos candidatos tenham coragem de enfrentar o rentismo”.

Entre os pontos principais que devem integrar a resolução final do conselho político está o entendimento de que o povo brasileiro não respaldou o golpe e rechaça a agenda das classes dominantes e dos EUA imposta pelo governo ilegítimo, o que se verifica nas pesquisas que vêm destacando a rejeição recorde de Michel Temer e a liderança de Lula nas intenções de voto, mesmo ele estando preso.

Na centralidade do debate e da avaliação do conselho está a defesa da unidade política e da participação ativa dos movimentos sindical e social na campanha política para buscar eleger parlamentares alinhados com as bandeiras da classe trabalhadora.

Em breve, a íntegra da resolução política que deverá orientar as entidades e as bases da CTB na condução da luta política nesta etapa desafiadora e decisiva para a classe trabalhadora.

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Luta contra a BNCC do Ensino Médio mostra a vitalidade popular

 

Já por duas vezes neste ano, audiências públicas que discutiriam a  Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio foram canceladas. Na sexta-feira, 10, em Belém (PA), um protesto de professores e estudantes impediu que os conselheiros ocupassem suas mesas e dessem início à audiência. Antes, no dia 8 de junho, a audiência pública programada para acontecer em auditório no Memorial da América Latina, em São Paulo, também foi cancelada, devido a uma intensa manifestação protagonizada por professores e estudantes.

Em Belém, em vez da audiência patrocinada pelo governo, através do Conselho Nacional de Educação (CNE), os manifestantes realizaram a “audiência da sociedade” e debateram as investidas antidemocráticas contra o ensino público feitas pelo Governo Temer e seus apoiadores, que defendem a Lei da Mordaça (também chamada de Escola sem Partido, ou Escola do Partido Único, de direita). Os professores e outros profissionais de educação criticaram o oferecimento de ensino à distância para o Ensino Médio. Os estudantes consideraram que a BNCC deixa o ensino público ainda mais debilitado, favorecendo o ensino privado.

Os protestos que impedem a realização das audiências acontecem porque as entidades representantes dos educadores, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), e dos alunos, como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e União Nacional dos Estudantes (UNE) não as consideram como um espaço democrático. São, na realidade, uma farsa para cumprir um rito obrigatório e impor uma Base autoritária do Governo Temer. O debate precisa ser democratizado e o atual governo não tem condição para fazê-lo, pois é resultado do golpe que tirou Dilma Rousseff, legitimamente eleita, da Presidência da República.

Nas audiências acontecidas em Florianópolis (SC) e Fortaleza (CE) não houve defesa, mas denúncias do caráter antidemocrático da proposta e da forma como a BNCC pretende ser imposta. Mesmo integrantes do CNE admitem a necessidade de revisá-la – descartá-la seria o verbo mais apropriado.

Em sua investida contra a qualidade da educação, Temer já realizou uma reforma do Ensino Médio às pressas, através de Medida Provisória, sem diálogo, como é da natureza ditatorial de seu governo. Tentou, em 2 de agosto, um fracassado Dia D, camuflado de “consulta ao magistério” e de “coleta de ideias”, para coagir professores das escolas públicas a preencher um formulário de avaliação da proposta da BNCC.

Uma petição popular contra a BNCC está ganhando adesões na internet. Dentre as razões para sua rejeição, cita: “O objetivo de mercantilizar o Ensino Médio, transferindo a parte flexível do currículo e até mesmo componentes da BNCC para iniciativa privada, através da educação à distância, é exigência dos maiores apoiadores da BNCC, entre eles Sistema S (SESC, SENAI, SENAC, SESI etc), Federação Nacional das Escolas Particulares e o Sistema Globo de Comunicações, por meio de seus Telecursos.

A mercantilização e a privatização do Ensino Médio, fomentadas pela Reforma, caminham em sintonia com a Emenda Constitucional n. 95, a qual congela por 20 anos os investimentos públicos em políticas sociais, inclusive na educação”.

A próxima audiência pública está prevista para o dia 10 de setembro, em Brasília. Novos protestos devem ocorrer. Atuamos para que o maior protesto ocorra nas urnas, derrotando os candidatos que patrocinaram o golpe e recolocando o país nos rumos democráticos. Como canta Jean Garfunkel, “Essa terra é boa, esse povo agita, não é à toa que a gente voa, que a gente canta e acredita”.

José de Ribamar Virgolino Barroso, coordenador da Secretaria de Finanças da Contee

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Atuação do sindicato em rescisão contratual evita perda de R$ 11mil à trabalhadora do comércio

 

 

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Taquari, Teutônia e Região (Sec Taquari), no Rio Grande do Sul, desenvolve uma campanha de esclarecimento aos associados da necessidade de se fazer as homologações rescisórias com a presença do sindicato.

De acordo com Vitor Espinoza, presidente do Sec Taquari, somente nos últimos dois meses, o sindicato encontrou três erros de cálculo por parte dos empresários. “Uma comerciária procurou o sindicato para rever seus cálculos e nossa equipe encontrou uma diferença de R$ 11 mil a menos”. Então ela “exigiu que a homologação fosse feita no sindicato e o erro foi corrigido”.

Espinoza conta que em 90% dos casos em que o sindicato esteve presente na homologação, foram encontrados erros de cálculo, sempre em prejuízo para as trabalhadoras e os trabalhadores.

Segundo Espinoza, os patrões não incluíram no cálculo os valores referentes ao auxílio creche e escolar, aos quais ela tinha direito. Além de não pagar os 30 minutos extras que a ex-funcionária fazia todos os dias.”A reforma trabalhista trouxe esse dilema para a classe trabalhadora, mas é preciso fortalecer a necessidade de se fazer a homologação no sindicato”.

Em outro caso, uma loja de material de construção “esqueceu” de incluir no cálculo da indenização rescisória, o valor de R$ 7.676. Em outro, a diferença para menos foi de R$ 6.500.

Espinoza conta que em 90% dos casos em que o sindicato esteve presente na homologação, foram encontrados erros de cálculo, sempre em prejuízo para as trabalhadoras e os trabalhadores.

“Se o sindicato não estivesse acompanhando a rescisão, provavelmente essa diferença não seria descoberta e paga aos demitidos”, acentua o presidente do Sec Taquari. Por isso, o sindicalista reforça a necessidade de as trabalhadoras e trabalhadores exigirem que a homologação seja feita com acompanhamento do sindicato, “de preferência em nossa sede”.

O Sec Taquari tem 1.800 associados em uma base de cerca de 2.000 comerciárias e comerciários. “Estamos sempre de portas abertas aos nossos associados e para quem quiser se associar”, diz Espinoza.

Ele afirma que o sindicato desenvolve uma campanha de esclarecimento à categoria sobre a homologação rescisória porque “os erros de cálculo são muito freqüentes e se não conferir item por item as trabalhadoras e trabalhadores podem perder dinheiro”.

Exija homologação no sindicato!

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Procurador de Goiás defende queima de livros de Paulo Freire em praça pública

A declaração do procurador veio como resposta a um tweet do escritor Flávio Morgenstern, um dos expoentes da extrema-direita brasileira, no qual Morgenstern afirma que “Educação só se resolve queimando livro de Paulo Freire em praça pública de noite, com tochas e cerimônia de malhar seu boneco”.

O Procurador Federal em Goiás, Wesley Miranda Alves, defendeu em seu perfil no Twitter a queima de livros do educador Paulo Freire em praça pública. A declaração do procurador aconteceu na tarde deste domingo (19).

A declaração do procurador veio como resposta a um tweet do escritor Flávio Morgenstern, um dos expoentes da extrema-direita brasileira, no qual Morgenstern afirma que “Educação só se resolve queimando livro de Paulo Freire em praça pública de noite, com tochas e cerimônia de malhar seu boneco”.

Questionado, Morgenstern disse que o tweet era uma “ironia”. Já o procurador lamentou a retratação do escritor: “Ah não, era ironia? Já tava comprando fósforo e gasolina”.

Confira   abaixo o diálogo entre ambos no Twitter:

Fonte: Revista Fórum