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O papel dos robôs e das redes sociais nas eleições

Num ambiente desses, as escolas, a imprensa, os partidos, os movimentos sociais e sindicais e o próprio Estado precisam urgentemente investir na formação política, cívica e cidadã, sob pena de completa manipulação dos eleitores pelas máquinas, e da perpetuação de um paupérrimo nível de debate político/eleitoral.

Antônio Augusto de Queiroz*

As eleições de 2018 revelam mudança de paradigma na forma de fazer campanha no Brasil, com o ingresso definitivo da era digital nas disputas eleitorais, inclusive com o emprego da inteligência artificial no impulsionamento e direcionamento de mensagens a determinadas comunidades nas redes sociais. Saem os cabos eleitorais e entram os robôs na disseminação e até “diálogo” com os internautas.

De fato, estas eleições romperam com os parâmetros das campanhas anteriores. Historicamente, 4 condições, além de bons programas de governo, sempre foram indispensáveis para se ganhar eleição no Brasil:

1) maiores e melhores palanques,

2) mais financiamento,

3) mais tempo de rádio e televisão, e

4) militantes de rua.

As redes/mídias sociais tiveram importância estratégica nas eleições gerais e foram fundamentais para reduzir, e de forma drástica, a influência das estruturas e do dinheiro nas campanhas eleitorais. Partidos e candidatos com poucos recursos — caso do PSL e do partido Novo — tiveram desempenho eleitoral superior a partidos e candidatos com muito dinheiro e estrutura, como foi o caso do PSDB e de seu candidato, e do presidente do Senado, Eunício Oliveira, candidato à reeleição pelo MDB do Ceará.

Com as redes sociais ou mídias digitais, a distribuição pessoal de panfletos nas ruas e os comícios com a presença física do candidato perdem o sentido, já que tudo poderá ser feito remotamente. A contratação de cabos eleitorais passa a ser desnecessária, porque o candidato, por meio de transmissão ao vivo (o ato de fazer uma live) se comunica diretamente e em tempo real com o eleitor, dispensando intermediários. No bate papo online, o candidato pode ser assistido por um escritor fantasma (ghost writer em inglês) para “dialogar” com o potencial eleitor. Ou seja, a tecnologia passou a ter papel fundamental nas eleições, inclusive com a redução drástica dos custos de campanha. Se for empregada também a inteligência artificial, esse potencial de influência se amplia ainda mais, direcionando mensagens para grupos específicos de potenciais eleitores. É o novo mundo da era digital.

Todos sabemos que o uso de tecnologia e das redes sociais, por si só, não faz milagres, mas ajuda enormemente na disseminação e direcionamento das mensagens “certas” aos usuários “certos”. O emprego de algoritmo pode direcionar determinadas mensagens apenas para os públicos que estejam de acordo com elas, reforçando pontos de vistas.

As redes sociais, como resultado do desenvolvimento científico e tecnológico, são conquista da civilização. Essas conquistas contribuem enormemente para democratizar e agilizar a comunicação de baixo custo entre as pessoas. Porém, quando utilizadas para fazer o mal, essas o potencializam, porque tornam mais rápidas e precisas as mensagens aos destinatários.

Nessa modalidade de comunicação, além do emprego do algoritmo, que destina mensagens mais precisas aos seus destinatários, as pessoas podem, rapidamente, criar, mandar e apagar mensagens, especialmente no WhatsApp, inclusive com o uso de perfis falsos. E quando utilizada para o mal, em segundos, é possível encaminhar milhares de notícias falsas com o propósito de difamar, arruinar ou destruir imagens e reputações de pessoas e instituições, sendo muito difícil rastrear a origem dessas notícias antes de serem disseminadas nas redes sociais (Facebook, Instagram, Twiter etc). Isso fez com que robôs e pessoas tivessem terreno fértil para espalhá-las sem serem pegos, numa espécie de guerra suja nas eleições.

Essa forma de fazer campanha, entretanto, não é inusitada. Trata-se, na verdade, de movimento que veio de fora para dentro, e que já foi largamente praticado na Inglaterra na campanha do Brexit (saída dos Ingleses da União Europeia) e na eleição do presidente norte-americano, Donald Trump. O meio é o mesmo — as redes sociais — e as mensagens têm o mesmo formato ou padrão, sempre com forte conteúdo emocional, enorme carga de medo e de negação.

Como os cidadãos brasileiros, desde as jornadas de junho/julho de 2013, não estão mais dispostos a aceitar como ético, legítimo e sustentável eleger seu próprio algoz, alguém que retire direito ou simplesmente ignore ou negue suas demandas, as forças neoliberais vinculadas aos rentistas, ao mercado financeiro e os fundamentalistas conservadores importaram essas novas formas de abordagem, conhecida como pós-verdade ou política pós-factual, que consiste em explorar reações emocionais, reiterar palavras de ordem, desconectadas da realidade, mas com “aparência de verdade”, e desqualificar a política, o sistema político e suas práticas, além de criar confusão, como forma de evitar o debate de ideias, conteúdos ou programas dos candidatos. Ou seja, evitar escolhas racionais e explorar a máxima de que não há fatos, apenas versões. Isso pode enganar o eleitor apenas uma vez, mas o estrago pode ser irreversível.

O padrão da mensagem das campanhas/candidaturas é o mesmo praticado nos países citados. Primeiro, identifica-se um problema, que incomoda profundamente a todos. Em seguida, aponta-se supostos culpados por esse problema. E, por último, propõe-se punir os supostos culpados, porém sem apresentar solução para os problemas. Com isso, o gatilho mental do julgamento moral é disparado, ao mesmo tempo em que se dispensa ao destinatário o esforço de raciocinar ou pensar, porque a “mensagem” emitida denota causa e efeito. Ou seja: aparenta lógica, embora seja uma fraude!

A lógica desse tipo de comunicação — veiculada via redes sociais, sem que seja facilmente captada em pesquisas — é despertar reações, sentimentos e comportamentos dos mais primitivos ao ser humano. Nela não há espaço para racionalidade. O que interessa é dividir e interditar o debate e provocar julgamento moral, sentimento de rejeição e até de ódio aos “inimigos” — pessoas, instituições, partidos ou movimentos — que defendam ideias e propostas que contrariem os interesses do mercado financeiro e da agenda conservadora.

Invariavelmente, o alvo das campanhas difamatórias e de criminalização são pessoas, instituições, movimentos ou partidos (considerados “comunistas”) que defendem os interesses coletivos, a solidariedade, o humanismo, a justiça, o meio ambiente, a proteção dos vulneráveis e necessitados. O mote é sempre o mesmo: associar essas pessoas, instituições, movimentos ou partidos a práticas que agridam a fé, os valores, os costumes e a moral de milhões de brasileiros. Para tanto, espalham — via mídias sociais — boatos, mentiras, notícias falsas (as tais Fake News) ou informações não checadas contra os que pensam diferente (os “comunistas”), envenenando e alimentando esse tipo de sentimento maniqueísta em relação aos supostos “inimigos”.

Esse modelo de comunicação, num ambiente conflagrado como o atual, encontra terreno fértil. No caso do Brasil, há uma enorme crise fiscal do Estado e um excesso de demandas da sociedade, a saber: o aumento do desemprego, da criminalidade e da violência. Há uma população desalentada e com medo, que, acima de tudo, tem facilidade para disseminar discurso que aponta os supostos responsáveis por “tudo de ruim que está ai”. O inimigo, para muitas dessas pessoas, é justamente o sistema político, a estrutura democrática e o véu institucional que a cerca. Isso inclui, evidentemente, os partidos que foram governo nos últimos 20 anos.

Quando analisamos o resultado da eleição, especialmente os eleitos por força das redes sociais, quase que como regra, constata-se facilmente que são pessoas cujo perfil bate com o de negação da política e das instituições. São pessoas que se apresentam contra o sistema e que desconhecem a complexidade do processo decisório, propondo soluções fáceis para problemas difíceis. Um grupo de sem noção que não tem a menor ideia do que são, o que fazem e como funcionam as instituições do Estado. Por isso mesmo é comum associarmos essas questões à ideia da busca por um “salvador da Pátria”.

Nestas eleições, portanto, os robôs estiveram presentes nas duas pontas: como máquina e como pessoa. De um lado, como máquinas de captação de votos, os robôs não apenas direcionaram a mensagem “certa” para a pessoa “certa”, quanto “dialogaram” com eleitores incautos, via redes sociais. De outro, o eleitor se comportando como máquina, na medida em que muitas pessoas agiram mecanicamente, votando sem refletir sobre as consequências de seu voto. Num ambiente desses, as escolas, a imprensa, os partidos, os movimentos sociais e sindicais e o próprio Estado precisam urgentemente investir na formação política, cívica e cidadã, sob pena de completa manipulação dos eleitores pelas máquinas, e da perpetuação de um paupérrimo nível de debate político/eleitoral. Se isso não for feito, a consequência será a completa desmoralização da democracia, que tem como pressuposto a real manifestação de vontade do eleitor.

(*) Jornalista, consultor, analista político, diretor de Documentação do Diap e sócio-diretor da Queiroz Assessoria.

DIAP

http://www.diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/28535-o-papel-dos-robos-e-das-redes-sociais-nas-eleicoes

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Enem 2018: Tudo que você precisa saber sobre a prova em 20 perguntas

Criado em 1998, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) tinha 63 questões, era aplicado em apenas um dia e registrava pouco mais de 150 mil inscrições.

Ao longo de sua vida, ele foi reformulado, ganhou importância, acumulou funções e tornou-se o segundo maior exame de acesso ao ensino superior do mundo – só perde para o da China, o “gaokao”. Na edição de 2018 do Enem são mais de 5,5 milhões de inscritos.

A BBC traz 20 perguntas e respostas sobre o exame que completa, neste ano, duas décadas. Confira:

1)Por que o Enem ficou tão importante? Afinal, para que serve a prova?

O Enem se tornou o principal acesso ao ensino superior do Brasil. A maioria das universidades públicas abandonou o tradicional vestibular e utiliza as notas do Enem para selecionar alunos, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

O Ministério da Educação também aproveita o desempenho dos candidatos no Enem para distribuir as bolsas de estudo nas universidades particulares, por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni), e para preencher as vagas do Financiamento Estudantil (Fies).

2)Quando vai ser a prova? Por que ela é aplicada em dois domingos?

Nos dias 4 e 11 de novembro, pelo segundo ano consecutivo ela será aplicada em dois domingos. Até então, as provas aconteciam em um fim de semana seguido, no sábado e no domingo.

A mudança ocorreu após uma consulta pública feita pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) no início do ano passado. Mais de 600 mil pessoas responderam às perguntas do governo federal, e 42% optaram por mudar a prova para dois domingos.

3)Como faço para saber qual será meu local de prova?

É preciso acessar o cartão de confirmação de inscrição na Página do Participante (https://enem.inep.gov.br/participante), com CPF e senha.

O cartão contém informações como número de inscrição, endereço do local onde o aluno fará as provas, número da sala e outros detalhes como a língua estrangeira escolhida pelo candidato – inglês ou espanhol.

Antigamente, o MEC enviava estes cartões pelos Correios, mas, para economizar, optou somente pela versão digital.

4)É possível mudar meu local de provas?

Não. O Inep já definiu toda a logística para aplicação do exame a partir dos endereços distribuídos.

5)Posso comparecer somente em um dos dias?

O edital não proíbe que um candidato faça apenas um dos dias de provas. Entretanto, este aluno dificilmente vai atingir pontuação necessária para conseguir vaga na faculdade ou ser beneficiado pelos programas de acesso do governo federal.

Cartão de inscrição do EnemImage captionCartão de inscrição do Enem 20186)O que cai em cada um dos dias de provas?

No primeiro dia são as provas de linguagens, ciências humanas e redação. São cinco horas e trinta minutos de duração. No segundo dia é a vez de ciências da natureza, que compreende as disciplinas de química, física e biologia, além de matemática. São cinco horas de duração.

7)São quantas questões?

Cada prova objetiva tem 45 questões. São, portanto, 180 questões de múltipla escolha no total. A redação deve ter o mínimo sete e no máximo 30 linhas.

8)Como é a redação, o que é cobrado? É possível ter uma ideia sobre o tema que cai?

A redação é um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, segundo a Cartilha do Participante do Enem 2018. São cobradas cinco competências, que recebem pontuação de 0 a 200.

São elas: domínio da norma da modalidade escrita formal; compreensão da proposta de redação; organização, interpretação de fatos e argumentos em defesa de um ponto de vista; demonstração de conhecimentos dos mecanismos linguísticos; e elaboração de proposta de intervenção.

Os temas são sempre sobre assuntos de “ordem social, científica, cultural ou política”, de acordo com a cartilha. No ano passado, os candidatos tiveram de escrever sobre os “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Em 2016, o tema foi “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”, e no ano anterior, “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.

9)Qual o horário de aplicação das provas?

As provas começam sempre às 13h30, pelo horário de Brasília. Porém, é preciso ficar atento, porque exatamente no dia da primeira prova, em 4 de novembro, entra em vigor o horário de verão. Dez Estados, além do Distrito Federal, deverão adiantar o relógio em uma hora.

10)É possível deixar a sala de prova a qualquer momento?

Não. Nenhum candidato poderá deixar o local de prova antes das duas primeiras horas, segundo o Inep.

Caso seja um dos três últimos participantes presentes na sala de provas, só poderá sair juntamente com os outros dois candidatos, depois de assinar a ata de sala.

Sala de aula

  só podem sair da sala para ir ao banheiro a partir das 13h, após o fechamento dos portões11)Posso usar o banheiro durante a prova?

Sim. A partir das 13h, quando os portões forem fechados, os candidatos que quiserem ir ao banheiro serão acompanhados por fiscais.

12)O que eu preciso levar para o dia para prova?

É necessário levar caneta esferográfica de tinta preta e fabricada em material transparente e documento oficial de identificação original com foto.

Para não ter problemas, leve mais de uma caneta. Também é recomendado levar água e pequenos lanches, como barras de cereais.

13)O que eu não posso levar?

Nenhum dispositivo eletrônico como relógio, alarme, calculadora, além de itens como borracha, caneta de material não transparente, fones de ouvido, lápis, lapiseira, livros ou manuais.

Também não é permitida a entrada de candidatos com óculos escuros, boné, chapéu, viseira, gorro ou qualquer acessório que cubra os cabelos ou as orelhas.

14)Mas, então, não posso levar o celular no dia da prova?

Pode, mas antes de entrar na sala ele deverá ser desligado para ser guardado dentro de um envelope porta-objetos que será fornecido pelos fiscais.

A mesma regra serve para outros equipamentos eletrônicos. De acordo como Inep, o envelope porta-objetos deverá ser lacrado e identificado pelo participante antes de ingressar na sala de provas e ser mantido até a saída definitiva do local, embaixo da carteira durante a realização das provas.

15)Possuo alguma deficiência ou sou lactante, tenho direito a algum atendimento especial?

Pessoas com algum tipo de deficiência, idosos, gestantes e lactantes têm direito a atendimento especial.

Entretanto, esta solicitação deveria ser feita durante o período de inscrição. Agora não há mais tempo hábil para este tipo de pedido.

Segundo o Inep, os candidatos que solicitaram algum atendimento especial e tiveram seus pedidos negados foram informados por email ou via SMS.

Sala de aula é possível usar o Enem para estudar no exterior – 35 instituições de ensino superior de Portugal já utilizam a prova em seus processos seletivos para receber brasileiros16)Com o Enem eu consigo a certificação do Ensino Médio?

Não mais. Desde o ano passado, o Enem perdeu essa função, e a certificação do Ensino Médio voltou a ser feita por um exame específico chamado Encceja.

17)É possível usar o Enem para estudar no exterior?

Sim, 35 instituições de ensino superior de Portugal já utilizam o Enem em seus processos seletivos para receber brasileiros. Mas há outras universidades na França, Irlanda, Reino Unido e Canadá.

18)Quando saem os gabaritos? E os resultados?

Os gabaritos serão divulgados até o dia 14 de novembro, segundo o Inep. Já os resultados, só em janeiro de 2019. Logo depois das provas, cursinhos pré-vestibulares costumam fazer correções extraoficiais.

Por meio delas, o candidato pode ter uma ideia de como foi na prova – mas só vale para tentar conter a ansiedade, porque este resultado não é oficial.

Professor e alunosO Enem cobra o conhecimento adquirido durante os três anos do ensino médio19)Se eu acertei muitas questões terei uma boa nota?

Nem sempre. Para calcular as notas, o Enem utiliza uma metodologia chamada Teoria de Resposta ao Item (TRI), que não leva em conta somente o número de acertos, e sim o nível de dificuldade de cada questão correta. Por isso, candidatos que tiveram o mesmo número de acertos podem ter notas diferentes.

20)Ainda dá tempo de me preparar?

O Enem cobra o conhecimento adquirido durante os três anos do ensino médio. Agora, o que ainda dá para fazer é resolver os exercícios das provas anteriores disponíveis em http://portal.inep.gov.br/provas-e-gabaritosm, além de ler sobre atualidades e escrever redações como treino.

BBC

https://www.bbc.com/portuguese/geral-45958133

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Inflação sobe 4,53% em 12 meses, puxada por altas nos alimentos e combustíveis

Segundo IBGE, prévia da inflação de outubro foi a maior desde 2015. O tomate subiu tomate 16,76% e a gasolina 4,57%

Com alta de alimentos e combustíveis, entre outros itens, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) variou 0,58% neste mês, bem acima de setembro (0,09%). De acordo com a “prévia” divulgada nesta terça-feira (23) pelo IBGE, a inflação oficial soma 3,83% no ano e chega a 4,53% em 12 meses, a maior taxa para outubro desde 2015.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, Alimentação e Bebidas (0,44%) e Transportes (1,65%) apresentaram forte aceleração de setembro para outubro. Estes dois grupos respondem por cerca de 70% do IPCA-15 do mês. Os demais grupos oscilaram entre o 0,01% de Comunicação e o 0,66% de Saúde e Cuidados Pessoais.

O grupo ‘Alimentação e Bebidas’, que tem um peso maior na composição do índice, subiu 0,44%, com alta de 0,52% no item alimentação em domicílio. Os produtos que tiveram os preços mais reajustados foram tomate (16,76%), frutas (1,90%) e carnes (0,98%). Por outro lado, a cebola (-8,48%) o leite longa vida (-4,10%) e os ovos (-2,26%) registraram queda de preços.

A alimentação fora de casa acelerou de setembro (0,12%) para outubro (0,30%), com destaque para as altas no lanche (0,06%) em setembro para 0,74% em outubro e na refeição (de 0,06% em setembro para 0,26% em outubro).

Mas, a maior variação foi do grupo Transportes ( 1,65%). Os combustíveis subiram, em média, 4,74%. A gasolina ficou 4,57% mais cara, representando impacto de 0,21 ponto percentual no índice geral. Já o etanol aumentou 6,02% e o óleo diesel, 5,71%.

Em Saúde e Cuidados Pessoais, a variação foi de 0,66%, com impacto de 0,08 ponto no IPCA-15. Destaques para os itens higiene pessoal (de – 0,49% em setembro para 1,50%) e o plano de saúde (de 0,81% para 0,75%).

No grupo Habitação, que variou 0,15%, o item taxa de água e esgoto subiu 0,08%, enquanto o gás encanado teve alta de 1,26%. A energia elétrica caiu 0,08%, depois de aumentar 0,34% no mês passado.

Entre as regiões, o menor resultado foi apurado em Recife (0,35%), com queda do custo da energia, e o maior, em Porto Alegre (0,91%), principalmente pelo aumento do preço da gasolina. Na região metropolitana de São Paulo, a variação foi de 0,58%. Em 12 meses, o IPCA-15 varia de 2,35% (Belém) a 5,51% (Porto Alegre).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de setembro a 11 de outubro de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de agosto a 13 de setembro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 7 de novembro.

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/22821-ipca-15-varia-0-58-em-outubro

Portal da CUT

https://www.cut.org.br/noticias/inflacao-sobe-4-53-em-12-meses-puxada-por-altas-nos-alimentos-e-combustiveis-a93b

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COMUNICADO SINPRO GOIÁS – RECESSO ESCOLAR 2018/2019

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Centrais lançam jornal e alertam: vote em quem tem compromisso com a classe trabalhadora

As sete principais centrais brasileiras produziram um jornal unitário para distribuir nos locais de trabalho, estações de metrô e terminais de ônibus para conscientizar a classe trabalhadora sobre o que está em jogo nestas eleições e o risco de perder mais direitos caso vença o candidato Jair Bolsonaro, do PSL.

A disputa se dá entre um projeto que tem compromisso com a classe trabalhadora e a democracia, representado pelo candidato do PT, Fernando Haddad, e outro que coloca em risco todas as conquistas, além de fomentar o ódio e a violência.

A população precisa saber que estão ameaçados direitos como o 13º, férias, aposentadoria, carteira de trabalho assinada, 180 dias de licença-maternidade, garantia de saúde e educação pública e de qualidade.

Bolsonaro e seus colaboradores já afirmaram que pretendem dar continuidade à política nefasta de ataque aos direitos sociais e trabalhistas iniciada pelo golpista e ilegítimo Michel Temer.

É esse o alerta das centrais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central Sindical dos Trabalhadores, CSB e Intersindical.

 

http://portalctb.org.br/site/noticias/brasil/centrais-sindicais-alertam-vote-em-quem-tem-compromisso-com-a-classe-trabalhadora

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A escolha entre a civilização e a barbárie

A história do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás — Sinpro Goiás, fundado em 1963, confunde-se com a história de luta pelas liberdades democráticas no Brasil. Em suas duas primeiras décadas de existência, a entidade esteve ombro a ombro com todos/as os/as que se dedicaram incansavelmente, dando inclusive a vida por isso, a denunciar os crimes praticados pela ditadura civil-militar e a exigir a restauração da democracia. É por honrar essa história que o sindicato não pode deixar de se posicionar contra a ameaça autoritária, de profundo viés fascista, que paira sobre o Brasil no segundo turno destas eleições.

O candidato Jair Bolsonaro (PSL) representa todo o atraso contra o qual lutamos ao longo destes 55 anos de existência, que se completam no próximo dia 27 de dezembro. Durante seu mandato como deputado federal, Bolsonaro jamais fez qualquer gesto em defesa da classe trabalhadora e da educação. Pelo contrário, sempre vociferou contra as organizações dos trabalhadores e, recentemente, votou a favor de todos os projetos de retiradas de direitos, como a reforma trabalhista, a liberação da terceirização e a Emenda Constitucional 95, que congelou por 20 anos os investimentos públicos em áreas prioritárias, incluindo educação, saúde, segurança e assistência social.

Nosso repúdio ao candidato da extrema direita, porém, vai além disso. É preciso, com toda a firmeza, resistir à candidatura de alguém que, ao longo da vida, desrespeitou mulheres, negros, homossexuais e outras minorias, com suas declarações marcadas por ódio e preconceito. É fundamental que digamos NÃO a quem já declarou apoio à tortura e homenageou um dos maiores torturadores do regime militar, rasgando nossa Constituição, que considera tal crime inafiançável. É imprescindível dizer NÃO a uma chapa em que candidato e vice demonstram total desprezo pela democracia ao falar em autogolpe militar. É essencial dizer NÃO a uma candidatura que não cessa de mostrar seu desapreço e desrespeito às instituições democráticas no país, aos direitos humanos consagrados em marcos civilizatórios como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) há 70 anos.

Este segundo turno deixou de ser uma eleição comum e passou a ser um plebiscito em que a escolha é entre a civilização e a barbárie. Como professores e professoras, não podemos abrir mão da civilização, da educação e da esperança em dias melhores. E isso só acontecerá com a derrota de Jair Bolsonaro e a eleição de Fernando Haddad (PT), candidato cujas propostas estão comprometidas com a educação que defendemos e com os direitos dos trabalhadores. Os projetos de Haddad e Bolsonaro são antagônicos. De um lado, a defesa da democracia, da inclusão e dos direitos sociais. No lado oposto, o fascismo, as figuras que se fizeram notáveis pela ignorância, difusão de mentiras (fake news), pela violência, pela crueldade, pela estupidez, pelo que existe de mais sórdido na natureza humana.

Por tudo isso, o Sinpro Goiás com base no documento referência aprovado em seu XI Congresso, realizado em 19 de outubro, conclama pelo voto em Haddad presidente, 13.

Goiânia, 23 de outubro de 2018.

Sindicato dos Professores do Estado de Goiás

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COMUNICADO FERIADO

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COMUNICADO – FERIADO NO CLUBE DO SINPRO GOIÁS

O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás informa que devido ao feriado de 24 de outubro onde se comemora o aniversário de Goiânia o Clube estará aberto nesta quarta a partir das 10h.

Aproveite!

 

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Ataques à liberdade de expressão fragilizam a nossa Democracia

Nota pública do FNDC sobre o cerceamento e perseguição a jornalistas e publicações durante as eleições de 2018

Desde o primeiro turno temos acompanhado e denunciado os casos de remoção arbitrária de conteúdos e o cerceamento à liberdade de expressão que vem ocorrendo nas eleições. E no último sábado, fomos surpreendidos com um fato bastante preocupante, que nos coloca ainda mais alertas diante deste processo.

O juiz eleitoral de Macaé-RJ, Sandro de Araújo Lontra, mandou apreender exemplares do Jornal Brasil de Fato e do Boletim Nascente (periódico semanal do sindicato) que estavam na sede do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF).
A alegação do juiz é que os materiais continham “matérias pejorativas contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL)”, caracterizadas por ele como propaganda eleitoral irregular. A ação sinaliza uma clara tentativa de censura à imprensa. Todo o conteúdo presente na edição apreendida possuía caráter estritamente jornalístico, sendo que todas as informações contidas no tabloide foram devidamente apuradas e repercutidas, inclusive, em veículos da grande mídia.
A decisão do juiz carioca bate de frente com o que prevê a Constituição federal em seu artigo 220: “Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social”, que também resguarda no inciso V do Art. 5º o direito de resposta proporcional ao agravo, nos casos em que pessoas se sintam prejudicadas por matérias de conteúdo jornalístico.
Isolado o caso em questão já abre precedente grave de censura prévia da atividade jornalística. Mas ele vem acompanhado por outras decisões preocupantes, como a que autorizou, nesta segunda-feira, 22, a remoção de conteúdos publicados no site da União Nacional dos Estudantes (UNE). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou o pedido do candidato do PSL e solicitou a remoção do manifesto contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência e também o link que direciona o internauta para a página “Bolsonaro Não”, no Facebook.
O ministro Carlos Horbach entendeu que as publicações caracterizavam propaganda eleitoral feita por pessoa jurídica, o que é vedado pelo Código Eleitoral. A publicização de manifestos políticos e notas públicas por parte de entidades e agremiações de direito privado não pode ser enquadrada como propaganda eleitoral, uma vez que representam a manifestação da posição política da entidade. A decisão do ministro, portanto, fere frontalmente a livre manifestação de pensamento das associações e organização da sociedade civil.
Por fim, é necessário repudiar ainda a perseguição que tem sido realizada contra comunicadores da mídia tradicional e alternativa pela campanha de Jair Bolsonaro. Na ultima quinta-feira, dia 18, a coligação “Brasil Acima de Tudo. Deus Acima de Todos” entrou com uma representação no TSE para tentar derrubar postagens dos Jornalistas Livres na plataforma Instagram, o que não foi acatado pelo órgão. E, nos últimos dias, a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo, que escreveu matéria sobre o esquema de envio irregular de mensagens pelo Whatsapp, vem sofrendo ataques, ofensas e ameaças nas redes sociais, promovidos por apoiadores do candidato do PSL e são reforçados pela própria defesa da ditadura e da censura às vozes dissonantes, que vem sendo feitas pelo candidato.
Os casos merecem atenção e tratamento adequado pelas instituições brasileiras.
Em nenhum outro momento desde a redemocratização, um processo eleitoral foi utilizado como justificativa para impedir a livre manifestação do pensamento e da liberdade de expressão. O que temos visto é uma escalada de censura, que certamente, impacta negativamente na nossa já tão fragilizada democracia.
Brasília, 22 de outubro de 2018. 
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC)
http://www.fndc.org.br/noticias/ataques-a-liberdade-de-expressao-fragilizam-a-nossa-democracia-924880/